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Laboratório é autuado após fazer doação a criança A doação de um produto indispensável para a vida de um menino de três anos pode custar caro para o laboratório farmacêutico Baldacci. Há pouco mais de um mês, a empresa foi notificada pela Vigilância Sanitária do Estado de São Paulo por fornecer citrulina, um aminoácido usado na fabricação do remédio Ornitargim, para o garoto.A justificativa é de que o laboratório tinha autorização apenas para usar o produto como matéria-prima. Por isso, a venda e até mesmo a doação representariam uma infração sanitária. "Não se trata de uma questão de saúde pública, mas de formalismo cego. Sem o remédio, o Victor teria morrido", reagiu a empresária Bianca Calumby, mãe do menino."A intenção era ajudar. A doação foi feita às claras, documentada, baseada num pedido médico. Nunca pensei que poderíamos ser penalizados por querer socorrer uma criança", relatou o diretor do laboratório notificado, Ronaldo Leão Abud.A família de Victor procurou o laboratório Baldacci há três anos, tão logo foi feito o diagnóstico de uma doença grave e rara apresentada pelo garoto, um erro inato de metabolismo - conjunto de distúrbios hereditários que afetam o funcionamento das células.Da primeira vez, o laboratório doou três quilos do aminoácido. No início do ano, quando o produto estava no fim, a família procurou novamente o laboratório e uma nova doação foi feita. O problema começou quando a família decidiu recorrer à Justiça para garantir o fornecimento tanto do aminoácido quanto do Fenilbutirato, o outro medicamento indicado pelos médicos, para Victor. Na ação, a Secretaria de Saúde de São Paulo afirmou que não havia citrulina disponível no mercado."Nesse estágio, juntamos cópia do documento mostrando que o produto existia e que já vinha sendo usado pelo nosso filho", recordou Bianca. Logo em seguida, a empresa foi autuada. Bianca interpretou a autuação da empresa como uma espécie de retaliação. "A vigilância foi implacável. Fiquei chocada com a reação", disse a mãe de Victor.Abud preferiu não se manifestar sobre a autuação da vigilância. De acordo com o desfecho do caso, a empresa poderá ter dificuldades para obter o certificado de boas práticas farmacêuticas, algo importante para permanecer no mercado. "Com a doação, procuramos preencher um espaço que havia sido deixado vazio pelo Estado. Não é nossa função providenciar remédios para população. Isso é dever do governo", completou. Ele disse estranhar também o fato de a secretaria não conseguir identificar a existência do produto no mercado.Fonte:http://parana-online.com.br/editoria/pais/news/496344/?noticia=LABORATORIO+E+AUTUADO+APOS+FAZER+DOACAO+A+CRIANCA