Aids pode contaminar 89 milhões na África até 2025
Cerca de 89 milhões de moradores da África poderão ser contaminados pelo vírus HIV, da aids, até 2025 se o mundo não adotar medidas mais enérgicas para deter o avanço da epidemia no continente, alertou hoje a Organização das Nações Unidas (ONU). Esse cenário, que também prevê a quadruplicação do número de mortes provocadas pela doença dentro de 20 anos é o pior dos três contidos em um relatório a ser divulgado pela Unaids, a agência da ONU de combate à doença.
Mesmo com programas de controle intensos, que consumiriam US$ 200 bilhões no total, prevê-se que haja 46 milhões de novas contaminações pelo HIV na África durante o período, disse o relatório.
Nesse cenário, o melhor apresentado no documento, 43 milhões de novas infecções seriam evitadas nas duas próximas décadas no continente. Cerca de 25 milhões de moradores da África subsaariana já apresentam o HIV e respondem por 70% das pessoas contaminadas pelo vírus no mundo. A aids afeta cerca de 5% da população adulta da região e já deixou órfãos cerca de 11 milhões de crianças.
"Os cenários apresentam as várias escolhas com as quais devem se deparar os países africanos nas próximas décadas", afirmou Peter Piot, diretor-executivo da Unaids, a respeito do relatório intitulado "Aids na África: Três cenários para 2025". "Milhões de novos casos podem ser evitados se a África e o resto do mundo decidirem encarar a aids como uma crise de dimensões excepcionais e com o potencial de devastar sociedades e economias inteiras", afirmou Piot em uma declaração.
O documento serviu-se de projeções feitas ao longo de dois anos com a ajuda de várias instituições, entre as quais a União Africana (UA), o Banco Africano de Desenvolvimento e o Banco Mundial. "O número de mortes continuará a aumentar, não importa o que façamos", afirma o sumário do documento.
"No entanto, os cenários sugerem que, apesar de o pior do impacto da epidemia ainda estar por vir, ainda há muito a ser feito para mudar a trajetória de longo prazo dela", acrescenta o texto.
Reuters