Autor Tópico: EQM - Explicações e refutações  (Lida 2850 vezes)

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EQM - Explicações e refutações
« Online: 16 de Fevereiro de 2011, 12:21:09 »
Quando algumas pessoas vivenciam um estado próximo do da morte, elas referem uma experiência profunda, na qual acreditam deixar seus corpos e ingressar em alguma outra esfera ou dimensão, transcendendo os limites do ego e as fronteiras convencionais do tempo e do espaço. Tais experiências foram descritas esporadicamente na literatura médica desde o século XIX (Greyson, 1998a) e foram identificadas como uma síndrome distinta a mais de um século atrás (Heim, 1892). Moody (1975) introduziu o termo experiências de quase-morte (EQM) para nomear esse fenômeno e delineou características específicas, comumente referidas pelos americanos que sobreviveram a uma EQM. Essas características, que definem uma experiência de quase-morte, tanto no meio acadêmico como na linguagem popular, incluem inefabilidade, ouvir o anúncio da própria morte, envolventes sentimentos de paz, ouvir um ruído, ver um túnel, sentir estar fora do corpo, encontrar-se com seres não-físicos, um "ser de luz", realizar uma revisão da vida, retornar à vida, passar pela experiência de contar aos outros sobre essa vivência, os efeitos dessa vivência sobre a vida da pessoa que vivenciou uma EQM, ter novas visões da morte e a comprovação de conhecimentos não adquiridos por meio da percepção normal (Moody, 1975).

Alterações nos gases sangüíneos

Uma suposição comum tem sido a de que a anóxia ou hipóxia, fatores comuns no processo de morte cerebral, devem ser implicadas nas EQMs (Blackmore, 1993; Rodin, 1980). Entretanto, EQMs ocorrem sem anóxia ou hipóxia, como em doenças não-fatais e em acidentes que quase ocorreram, dos quais o indivíduo sai ileso. Além disso, as vivências associadas à hipóxia são somente superficialmente similares às EQMs. Whinnery (1997) comparou as EQMs aos devaneios que ocorrem durante os períodos breves de inconsciência induzidos por aceleração rápida em pilotos de caça, embora tenha referido que seu modelo não explica todos os fenômenos de EQM. As características principais compartilhadas entre a hipóxia induzida por aceleração e as EQMs são a visão do túnel e de luzes brilhantes, a sensação de estar flutuando, as sensações agradáveis e de prazer, breves fragmentos de imagens visuais e algumas raras vezes a sensação de deixar o corpo. Comparando-se os citados devaneios com as EQMs, aqueles incluem visões de pessoas vivas, mas nunca de pessoas mortas, assim como neles não há referências às revisões da vida nem à memória panorâmica (Whinnery, 1997). Também se deve observar que as EQMs não incluem sintomas típicos de hipóxia, tais como convulsões mioclônicas, amnésia retrógrada para os eventos ocorridos antes da perda de consciência, movimentos automáticos, efeitos da memória, formigamento nas extremidades e em torno da boca, confusão e desorientação após despertar, assim como sensação de não conseguir movimentar o corpo ao acordar. A hipóxia ou a anóxia produz geralmente alucinações idiossincrásicas e assustadoras e conduzem o indivíduo à agitação e à agressividade, estados completamente diferentes dos sentimentos de paz que são consistentes e universalmente descritos em EQM. Além disso, os resultados de pessoas que tiveram próximas da morte mostraram que aquelas que referem uma EQM não têm níveis mais baixos de oxigênio do que aquelas que não tiveram uma EQM (Sabom, 1982; van Lommel et al., 2001).

Outros autores sugeriram que a hipercapnia pode contribuir para as EQMs (Jansen, 1997; Morse et al., 1989). Entretanto, as características semelhantes a uma EQM, que têm sido relatadas na hipercapnia, como a sensação de sair do corpo, a visão de uma luz brilhante, a escuridão no vazio, a revisão da vida, o sentimento de paz, são raras e isoladas. Além disso, têm ocorrido relatos de EQM em pacientes cujos níveis de dióxido de carbono não estavam elevados (Morse et al., 1989; Parnia et al., 2001; Sabom, 1982). Por fim, se a anóxia e hipercapnia representam um fator importante para as EQMs, as EQMs deveriam ser muito mais comuns do que as observadas após parada cardíaca (Kelly et al., 2006; van Lommel et al., 2001).

Offline ByteCode

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Re: EQM - Explicações e refutações
« Resposta #1 Online: 16 de Fevereiro de 2011, 12:22:29 »
Neuroquímica
As EQMs têm sido especulativamente atribuídas a vários neurotransmissores no cérebro, mais freqüentemente as endorfinas ou outros opióides endógenos liberados sob estresse (Blackmore, 1993; Carr, 1982; Saavedra-Aguilar e Gómez-Jeria, 1989). Entretanto, as endorfinas produzem alívio da dor e sensação de bem-estar que persiste por horas, ao passo que nas EQMs a paz e a cessação da dor são sentidas de forma breve, freqüentemente por alguns segundos.

Um modelo mais abrangente sugere que um agente endógeno neuroprotetor similar à quetamina (a existência desse agente é uma hipótese ainda não comprovada) pode ser liberado em condições de estresse, agindo nos receptores do N-metil-D-aspartato (NMDA). A quetamina pode provocar sentimentos de se estar fora do corpo e algumas sensações como se sentir atravessando um túnel escuro em direção à luz, acreditar que morreu ou que está se comunicando com Deus (Jansen, 1997). Entretanto, as experiências com quetamina geralmente envolvem imagens bizarras e assustadoras, normalmente reconhecidas como ilusões (Fenwick, 1997), e nos achados sobre EQM geralmente as experiências são relatadas como prazerosas, felizes e "mais reais que o real".

Outros modelos implicaram a serotonina, a adrenalina, a vasopressina e o glutamato (Jansen, 1997; Morse et al., 1989; Saavedra-Aguilar e Gómez-Jeria, 1989). Essas especulações são baseadas em agentes químicos ou em efeitos endógenos hipotéticos, cuja existência não foi comprovada e muito menos fundamentada por dados empíricos.

Neuroanatomia
As EQMs também foram relacionadas de forma especulativa a várias regiões anatômicas do cérebro, mais freqüentemente ao lobo temporal direito (Morse et al., 1989; Saavedra-Aguilar e Gómez-Jeria, 1989), com base na suposta similaridade entre EQM e epilepsia do lobo temporal. Entretanto, vivências semelhantes a uma EQM, quase nunca são observadas em convulsões do lobo temporal (Devinsky et al., 1989; Rodin, 1989), e a estimulação elétrica dos lobos temporais pode desencadear fragmentos de música, cenas isoladas e repetitivas que parecem familiares, audição de vozes, experiências de medo ou outras emoções negativas, visões bizarras, imagens oníricas, além de ampla escala de sensações somáticas que nunca foram relatadas em EQMs (Gloor, 1990; Horowitz e Adams, 1970). Os relatos dos fenômenos induzidos por estimulação magnética transcraniana dos lobos temporais, que mostraram vaga semelhança com uma EQM (Persinger, 1994), não foram replicados e têm sido atribuídos à sugestão.

Outros neurocientistas têm discutido sobre a participação da área relacionada à atenção no lobo frontal, da área da orientação no lobo parietal, do tálamo, do hipotálamo, da amídala, do hipocampo e dos filamentos de Reissner na espinha vertebral (Carr, 1982; Saavedra-Aguilar e Gómez-Jeria, 1989). Esses mecanismos neurológicos especulativos, para os quais, há pouca evidência empírica, se houver, podem sugerir caminhos cerebrais por meio dos quais uma EQM possa ser expressada ou interpretada, mas não implicam necessariamente mecanismos causais (Kelly et al., 2006).


Offline ByteCode

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Re: EQM - Explicações e refutações
« Resposta #2 Online: 16 de Fevereiro de 2011, 12:24:40 »

Offline ByteCode

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Re: EQM - Explicações e refutações
« Resposta #3 Online: 16 de Fevereiro de 2011, 12:25:49 »
Aparentemente, o texto acima refuta as principais teses científicas para a EQM - Experiência de Quase Morte. O que acham?

Offline Adriano

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Re: EQM - Explicações e refutações
« Resposta #4 Online: 16 de Fevereiro de 2011, 13:03:48 »
Gostei da explicação sobre as alterações nos gases sanguíneos. Fantástico :ok:
Princípio da descrença.        Nem o idealismo de Goswami e nem o relativismo de Vieira. Realismo monista.

Offline Osler

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Re: EQM - Explicações e refutações
« Resposta #5 Online: 16 de Fevereiro de 2011, 14:43:22 »
Pode ocorrer hipóxia tecidual sem hipóxia sanguínea, existia um modelo defendido pelo Schumaker muito em voga há 20 anos atrás que levou a "Otimização" de pacientes críticos*.
Existe um método de aferir essa hipóxia que é a Tanometria, ou indiretamente pelo lactato.
Além disso a oxigenação sanguínea não é o único parâmetro utilizado, hemodinâmica, nível de hemoglobina, extração, integridade da barreira hemato-encefálica, etc...

*Foi descrito em pacientes em pós operatório de grandes cirurgias.  Uma questão interessante sempre é o que leva alguns desses pacientes evoluirem bem e outros não, mesmo estando com os padrões hemodinâmicos iguais (Pressão Arterial, Débito Urinário, Dèbito Cardíaco, etc...) - ou seja não estando em Choque (aí entendido como a pressão arterial tão baixa que sua continuação torna-se incompatível com a funcionalidade dos sistemas orgânicos).
Constatou-se na época que os pacientes tinham uma diferente taxa de extração de Oxigênio da corrente sanguínea, e postulou-se que alguns pacientes apesar de terem todos os parâmetros hemodinâmicos normais encontravam-se com má-perfusão(oxigenação) celular, o chamado "Choque mascarado".  Durante muito tempo era "moda" nas Unidades de Terapia Intensiva colocar os parâmetroa hemodinâmicos em níveis Supranormais para compensar essa baixa extração - chamava-se Otimização.  Hoje se sabe que isso não melhora em nada o prognóstico e foi abandonado na prática clínica
“Como as massas são inconstantes, presas de desejos rebeldes, apaixonadas e sem temor pelas conseqüências, é preciso incutir-lhes medo para que se mantenham em ordem. Por isso, os antigos fizeram muito bem ao inventar os deuses e a crença no castigo depois da morte”. – Políbio

Offline ByteCode

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Re: EQM - Explicações e refutações
« Resposta #6 Online: 17 de Fevereiro de 2011, 14:17:20 »
Pode ocorrer hipóxia tecidual sem hipóxia sanguínea, existia um modelo defendido pelo Schumaker muito em voga há 20 anos atrás que levou a "Otimização" de pacientes críticos*.
Existe um método de aferir essa hipóxia que é a Tanometria, ou indiretamente pelo lactato.
Além disso a oxigenação sanguínea não é o único parâmetro utilizado, hemodinâmica, nível de hemoglobina, extração, integridade da barreira hemato-encefálica, etc...

*Foi descrito em pacientes em pós operatório de grandes cirurgias.  Uma questão interessante sempre é o que leva alguns desses pacientes evoluirem bem e outros não, mesmo estando com os padrões hemodinâmicos iguais (Pressão Arterial, Débito Urinário, Dèbito Cardíaco, etc...) - ou seja não estando em Choque (aí entendido como a pressão arterial tão baixa que sua continuação torna-se incompatível com a funcionalidade dos sistemas orgânicos).
Constatou-se na época que os pacientes tinham uma diferente taxa de extração de Oxigênio da corrente sanguínea, e postulou-se que alguns pacientes apesar de terem todos os parâmetros hemodinâmicos normais encontravam-se com má-perfusão(oxigenação) celular, o chamado "Choque mascarado".  Durante muito tempo era "moda" nas Unidades de Terapia Intensiva colocar os parâmetroa hemodinâmicos em níveis Supranormais para compensar essa baixa extração - chamava-se Otimização.  Hoje se sabe que isso não melhora em nada o prognóstico e foi abandonado na prática clínica

Poderia me explicar isto de forma mais simplificada, por favor? :D
Obrigado!

Offline Osler

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Re: EQM - Explicações e refutações
« Resposta #7 Online: 17 de Fevereiro de 2011, 17:38:27 »
O sangue é apenas o meio de levar o oxigênio a todas as células do corpo, logo quando a oxigenação sanguínea * está baixa pouco oxigênio chega ao cérebro.  Porém o oxigênio tem de ser extraído da ciruculação para adentrar as células, esse processo dá-se o nome de extração.*2
Em certas situações clínicas o nível de oxigênio no sangue é normal, mas o nível de oxigênio tecidual é baixo*3 - daí surgir o termo oxigenação tecidual ou celular
Em outras palavras o fato do sangue estar bem oxigenado não significa necessariamente que o tecido cerebral também o está

* Isso é uma simplificação
*2  Podemos calcular a taxa de extração se medirmos simultaneamente a oxigenação do sangue arterial (DO2) e do venoso(VO2), a "diferença" é quanto os tecidos absorvem
*3 Fatores locais como obstruções ou desvios de fluxo setorial, ou sistêmicos (Choque séptico é o melhor exemplo)
“Como as massas são inconstantes, presas de desejos rebeldes, apaixonadas e sem temor pelas conseqüências, é preciso incutir-lhes medo para que se mantenham em ordem. Por isso, os antigos fizeram muito bem ao inventar os deuses e a crença no castigo depois da morte”. – Políbio

Offline ByteCode

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Re: EQM - Explicações e refutações
« Resposta #8 Online: 17 de Fevereiro de 2011, 18:48:24 »
Agora entendi. Valeu  :ok:

Obrigado!

Offline ByteCode

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Re: EQM - Explicações e refutações
« Resposta #9 Online: 17 de Fevereiro de 2011, 18:52:39 »
Além do exposto sobre questões neuroquímica, neuroanatomia e gases sanguíneos, existe esta outra questão aqui sobre EQM:

Experiências de quase-morte e consciência
Algumas das características fenomenológicas das EQMs são difíceis de ser explicadas nos termos de nossa compreensão atual sobre os processos psicológicos ou fisiológicos. Por exemplo, os pacientes às vezes relatam que observaram seus corpos de pontos diferentes no espaço e podem descrever com precisão o que estava acontecendo no entorno deles, quando estavam ostensivamente inconscientes (Sabom, 1982, 1998); ou eles perceberam eventos posteriormente confirmados que ocorreram a uma distância que não poderia ser alcançada por seus órgãos dos sentidos (Clark, 1984; Ring e Lawrence, 1993), incluindo indivíduos cegos que descreveram percepções visuais exatas durante sua EQM (Ring e Cooper, 1999).

Sabom (1998) descreveu com detalhes a EQM de uma mulher que se submeteu à cirurgia sob parada cardíaca e hipotermia. Durante tal cirurgia, ela preencheu todos os critérios aceitos para morte cerebral, mas mesmo assim descreveu com exatidão os muitos detalhes específicos e inesperados de sua operação.

A monitorização fisiológica meticulosa dessa paciente forneceu evidências contrárias a explicações especulativas comuns para uma EQM, tais como a atividade elétrica do lobo temporal e a reconstrução baseada em conversações ouvidas durante a operação ou em observações anteriores e posteriores a ela ter sido anestesiada.

Além disso, alguns pacientes que passaram por uma EQM referem ter encontrado parentes e amigos falecidos, e também algumas crianças que passaram por EQM descrevem ter encontrado pessoas que não conheciam, mas que foram identificadas posteriormente por meio de retratos, como parentes falecidos, que o paciente nunca havia visto antes (Badham e Badham, 1982).

Outros indivíduos que passaram por uma EQM relatam ter encontrado pessoas recentemente falecidas, de cuja morte ainda não haviam tido conhecimento (Badham e Badham, 1982; Moody, 1975; Ring, 1980; Sabom, 1982).

Esses aspectos das EQMs apresentam dados que não podem ser explicados pelos modelos fisiológicos nem psicológicos atuais, ou por expectativas culturais ou religiosas (Blackmore, 1993).

Tais características transcendentais ou místicas e a ocorrência de um funcionamento mental ampliado, quando o cérebro está gravemente danificado, desafiam a suposição comum da neurociência, a qual afirma que a consciência é unicamente o produto de processos cerebrais, ou que a mente é meramente um epifenômeno de eventos neurológicos.

Uma analogia pode ser estabelecida com a mecânica newtoniana, que parece explicar a física da vida diária. Foi apenas a investigação de circunstâncias extraordinárias, envolvendo distâncias, velocidades ou massas, extremamente pequenas ou grandes, que revelou os limites do modelo newtoniano e a necessidade de se desenvolver modelos explanatórios adicionais. Isto também se aplica à questão da compreensão do relacionamento mente-cérebro: a exploração de circunstâncias extraordinárias, tais como uma EQM, pode revelar as limitações desse modelo atual de compreensão e da necessidade de se desenvolver um modelo explicativo mais abrangente.


Um modelo adequado das interações mente/cérebro precisa ser capaz de explicar como a consciência pode funcionar de forma tão complexa durante uma EQM, observando-se que o ato de pensar, a percepção sensorial e a memória continuam a ocorrer durante uma parada cardíaca ou sob anestesia geral; os modelos fisiológicos atuais, que explicam o funcionamento da mente, consideram tais eventos impossíveis (Kelly et al., 2007).


Offline Osler

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Re: EQM - Explicações e refutações
« Resposta #10 Online: 17 de Fevereiro de 2011, 19:08:14 »
Na época que estava me formando trabalhei num CTI que um dos staffs fazia pesquisa sobre EQM, com codificação alfanumérica ou apenas visual (uma bola rocha acima do monitor), e nunca vi nenhum paciente que referia essas "visões" acertar a codificação.
Nem sei se o trabalho foi publicado, na época (como hoje) não tinha interesse nenhum por pesquisa
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Offline Feliperj

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Re: EQM - Explicações e refutações
« Resposta #11 Online: 24 de Março de 2011, 14:28:49 »
Acho o tema bem polêmico (inclusive propus um experimento aqui no forum, bem não convencional). E é uma pena que tenhamos muitos relatos anedóticos.

Abs
Felipe

Offline Feliperj

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Re: EQM - Explicações e refutações
« Resposta #12 Online: 24 de Março de 2011, 14:36:16 »
Mas concordo que as explicações atuais não dão conta da complexidade da EQM.

Eu vi, acho que na Super (me desculpem pela referência), um estudo realizado, onde teria sido identificado um pico de atividade no final de vida do cérebro.

Eles monitoraram a atividade cerebral logo após a "morte". No início exsite uma queda brusca, mas lá para os 25 min, exsite um pico de atividade. Argumentaram que seria isto o responsavel pela EQM.

Só vi um prbnlema. A maioria das EQMs ocorre no início para o meio de tempo, após a declaração de morte, não coincidindo com este pico. Além do mais , este pico ocorreria em fção de descargas desconexas dos neuronios o que, acho eu, não explicaria a coerência das histórias vivenciadas em uma EQM.

Abs
Felipe
 

 

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