Agora que o troll se foi, dá pra se conversar direito.

Costumo dizer aos estudantes que a energia é um artifício contábil que nos permite descrever certos vínculos nas interações entre
as partículas. Traduzindo: as interações entre partículas não acontecem de qualquer jeito; existem interações permitidas e outras proibidas.
A gente diz que as permitidas são as que conservam uma certa grandeza escalar, que chamamos de energia. Porque? Por que é isso que observamos.
Essa descrição funciona muito bem em quase todas as situações.
Quase todas. Porque a Teoria da Relatividade (TRG) vem e estraga tudo!

O fato é que na TRG a energia tem um papel sutilmente diferente de todas as outras teorias. Vejam bem, nos processos que interessam, o importante
não é saber o valor exato da energia num dado sistema, mas sim
a diferença entre valores de energia de diferentes estados.
Com a TRG, o valor absoluto da energia é fundamental, pois ele é uma das grandezas que determinam a curvatura do espaço-tempo (gravidade).
Isso causa um dos problemas mais embaraçosos da Física atual: a eletrodinâmica quântica afirma que o vácuo está repleto de energia. Só que, como o
que interessa são diferenças de energia, não precisamos nos preocupar com a energia do vácuo. Por outro lado, se essa energia causa curvatura, ela deveria
causar fortes efeitos gravitacionais. A aceleração da expansão do Universo seria um desses efeitos. Porém, a aceleração observada corresponderia a uma
densidade de energia do vácuo que é... ahem... umas 100 ordens de magnitude menor do que o previsto...