Eu acho que ainda é possível defender a afirmação de Nietzche, do cristianismo influenciar em perdão e misericórdia (ainda que a colocação disso como algo "fraco" seja questionável), apesar desses tipos de situação parecerem desprovar. É um pouco como ir e dar um tapa na cara de um cristão do nada, ele não vai virar e dar o outro lado para receber outro tapa, provavelmente.
Uma "refutação" melhor seria a aparente correlação entre apoio a pena de morte religiosidade/cristandade nos EUA, algo menos "anedótico", um padrão mais consistente. Mas mesmo assim, essa forma de refutação generaliza toda a história do cristianismo a partir de algumas décadas de protestantismo americano. Eles não são nem mesmo toda população cristã atual, talvez sejam uma boa porcentagem, mas outros países diversos, embora também de maioria cristã, vão ter posições diferentes sobre a pena de morte em boa parte do tempo. O que não necessariamente será devido ao cristianismo, embora possam inserí-lo no ataque à pena de morte que fazem.
Idealmente se teria todo um trabalho complexo de pesquisar a história e etc e tal, discernir a origem dos valores dos povos, e daí ver se isso de perdão e misericórdia estão comumente entre eles, correlacionados ao cristianismo, mais comumente do que a outras alternativas.
Eu não diria que tem um papel preponderante, ainda mais na atualidade, mas também não acho que seja desprezível, e talvez a importância aumente bastante nesse nível histórico. Há autores que defendem que o cristianismo (e talvez o judaísmo, embora essa coisa de "valores judaico-cristãos" seja mais uma isca de discurso político contemporâneo do que uma "entidade" histórica) era comparativamente muito feminista no começo, sendo muito preferível para as mulheres, comparado às alternativas, e que até teria sido o principal responsável pela valorização de bebês e crianças como gente mesmo, em vez de semi-animais como dizem ser o caso com outras culturas (exemplo clássico, espartanos).