Autor Tópico: A montanha  (Lida 2650 vezes)

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A montanha
« Online: 30 de Março de 2011, 14:27:02 »
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Heróis do Brasil

Longa-metragem conta os bastidores da participação dos pracinhas brasileiros na 2.ª Guerra


Daniel de Oliveira, ator de 'Cazuza' e 'Zuzu Angel'

Há quem diga que todos os filmes de guerra já foram feitos, que filme de guerra virou gênero clichê. E que o Brasil não sabe fazer nem mesmo guerra, que dirá um filme de guerra. Vicente Ferraz e sua equipe tentam derrubar todos os clichês com A Montanha, longa-metragem sobre os bastidores da participação dos pracinhas brasileiros na 2.ª Guerra - um episódio histórico traumático para as famílias dos participantes e ainda hoje pouco esclarecido. Diretor do premiado Soy Cuba, o Mamute Siberiano, Ferraz decidiu rodar o filme em solo italiano, real cenário da luta dos soldados brasileiros, numa coprodução que uniu três países: Itália (Verdeoro) e Portugal (Stopline Films), que entram com 40%, e o Brasil (Primo Filmes e Três Mundos Produções), com 60%. Do elenco, liderado pelos brasileiros Daniel de Oliveira (Cazuza, Zuzu Angel), Julio Andrade (Cão sem Dono e Hotel Atlântico), Thogum (Filhos do Carnaval, Tropa de Elite, Bruna Surfistinha) e Francisco Gaspar (A Casa de Alice, Caixa 2), participam o italiano Sergio Rubini, o alemão Richard Sammel e o português Ivo Canelas.

A batalha de comandar mais de 60 profissionais de nacionalidades diferentes, num ambiente pouco familiar e descobrir o lugar do Brasil no conflito que mudou a ordem social parece, ironicamente, manter semelhanças com a luta narrada em A Montanha. Sem contar a batalha que ainda será travada para arrecadar R$ 3 milhões dos R$ 8 milhões previstos no orçamento do filme.

Na 2.ª Guerra, o Brasil uniu-se aos aliados, ao lado dos EUA, Inglaterra e França, contra os países do Eixo - Alemanha, Itália e Japão. A Força Expedicionária Brasileira enviou à Itália mais de 25 mil soldados, a maioria jovens pobres e despreparados que tiveram, quase de repente, de aprender a combater e a conviver com o frio, o medo e com um idioma estrangeiro. No filme, quatro pracinhas perdem-se na neve e acabam encontrando um correspondente de guerra e dois soldados desertores: um italiano que quer se juntar à resistência e um alemão cansado da guerra. Assim, passam a formar um estranho grupo de deserdados de várias nacionalidades.

O Estado acompanhou a equipe de filmagem nos Alpes italianos, na região de Friuli-Venezia Giulia, quase fronteira com a Eslovênia, com a tão almejada paisagem nevada, essencial para as principais sequências do filme. Ali, a pequena cidade de Aviano abriga a base da equipe do filme, e também a base do Exército americano e da Otan. Enquanto o filme era rodado, tropas americanas se preparavam para o ataque aéreo na Líbia. A movimentação militar local podia ser sentida nas entrelinhas de um inglês pronunciado tão naturalmente quanto naturalmente também há mais ‘american dinners’ que trattorias italianas na cidade.

EMOÇÃO NO SET

Aqui, o dia começa na noite anterior


Nada é óbvio quando o Brasil decide fazer um filme de guerra. Muito menos a rotina de filmagens. Nos dias em que o Estado passou no QG da equipe do filme, seguindo a agenda espartana de filmagens, foi possível entender por que o lugar-comum de que nada é mais emocionante, entediante e estressante que um set de filmagens. Se é grande a emoção de escutar um "ação", o tédio da repetição de cenas (filmadas de vários ângulos para "opções de montagem"), da espera de um avião atravessar o céu ou de um cachorro latir são tão grande quanto. O estresse de lutar a cada dia contra imprevistos de toda a natureza é imenso. Queixas existem, mas ninguém deixava o campo de batalha e todos se sentem felizes ao fim de cada jornada. "O Vicente (Ferraz) é um apaixonado e essa paixão contamina a todos. Disso é feito cada dia nosso", comenta o ator Daniel de Oliveira.

O dia em A Montanha começa, na verdade, na noite anterior, quando todos recebem a "Ordem do Dia" seguinte. Por volta das 5 e meia, o despertar e, às 6 e meia, seguem para o set, que variava de cidades improváveis incrustadas nos montes a descampados nevados, à mercê de todas as intempéries possíveis no fim de inverno dos Alpes. Ferraz, mais a diretora assistente Joana Mariani, o diretor de fotografia Carlos Arango de Montis e a continuista Renata Rodarte, vão sempre na frente, discutindo os planos para aquele período. A chegada ao set não conta com improvisos, mas sempre pede soluções rápidas para questões como "se chover", "se nevar", "se a luz cair antes de terminarmos", e "se estourarmos o tempo".

Enquanto isso, o elenco se prepara na sartoria. O pequeno exército de atores é submetido a uma maratona de troca de roupas, maquiagem, sporcheria (para sporcar, sujar ‘de real’ os uniformes), adereços... Para encarar as duras condições de guerra, eles contavam com truques que incluíam desde a técnica de enrolar os pés com papel toalha para mantê-los secos e ‘vivos’ até a troca de meias nos intervalos de filmagem.

Novembro de 1944

Soldados da Força Expedicionária Brasileira em Monte Castelo, na Itália, onde travaram batalhas decisivas, são cumprimentados por seus atos de bravura pelo general Crittenberger, comandante do IV Corpo, e pelo general Mascarenhas, comandante da FEB

CHORO E CHUVA

O alívio domina fim das filmagens


Tropas prontas, era hora de partir para a batalha do dia. Hoje, a cena em questão é crucial: o fim da guerra. Coincidentemente, um dos últimos dias de filmagem, o "dia do fim da guerra", o roteiro não previa chuva. Mas como a natureza é protagonista em A Montanha, uma chuva digna dos trópicos cobre a pequena cidadela de Polcenigo esta manhã. "Está sempre ensolarado quando os americanos chegam. Com este temporal, a alegria vai parecer melancolia", observa um das dezenas de figurantes do momento em que a cidade de San Giusto para, vendo os tanques passarem. Mas nem a chuva é capaz de atrapalhar o planejamento. Documentarista experiente, Ferraz assume o "fator real" em sua "ordem do dia" e segue adiante. Equipe abrigada em longas capas de chuva, pés molhados e congelados, lentes da câmera que embaçam a todo momento, uniformes encharcados... Tudo vai ficando pronto até que se escuta mais uma vez: "Silêncio, partito, giriamo, ação!"

A guerra e o dia terminam. Há palmas, choro, chuva. Há alívio e um sorriso no rosto de cada um dos que testemunharam aquele "dia de Fitzcarraldo à brasileira". Satisfeito, Vicente? "Satisfeito. Ainda não acabou, mas agora falta pouco. Depois de um dia como este, sei que vamos conseguir terminar." Como diz o mote do filme de Werner Herzog, "quem sonha pode mover as montanhas". Ferraz e equipe sonharam alto e, nas últimas seis semanas, subiram e moveram montanhas de diversas naturezas. Como naquele "dia de fim de guerra", a luta trouxe felicidade à equipe que encarou neve, chuva, granizo, vento, sol, imprevistos de toda sorte.

De volta a Roma, a batalha da subida foi vencida, mas agora é hora de descer com calma. "Não foi fácil botar este filme na lata. Mas quem disse que guerras são fáceis? Agora é levar o filme para as telas", diz Ferraz. Para esse comandante e equipe de pós-produção, a luta continua. Se ainda algum clichê de guerra aqui cabe, este é "Hasta la vitoria, siempre!" A Montanha deve estrear ainda este ano.

http://www.estadao.com.br/noticias/arteelazer,herois-do-brasil,699041,0.htm



O filme é uma co-produção Brasil-Itália-Portugal l. Do elenco brasileiro na foto: Julio de Andrade, Thogum, Daniel Oliveira, Ivo Canelas e Francisco Gaspar


Daniel de Oliveira, Richard Sammel (ator alemão, está sendo carregado) e Thogun


Chico na neve: passagem de 'A Montanha'


Daniel de Oliveira em 'A Montanha'


Making of do filme de Vicente Ferraz


O brasileiro Julio Andrade faz o papel de tenente Penha no filme 'A Montanha'


Daniel de Oliveira (Guima) no filme 'A Montanha'


Sergio Rubini e Richard Sammel


Cena do filme 'A Montanha', de Vicente Ferraz, que está sendo filmado na Itália há uma semana


O ator italiano Sergio Rubini , que integra o elenco internacional de 'A Montanha', de Vicente Ferraz


O longa de ficção é baseado em fatos reais e conta a história da participação do Brasil na 2º Guerra Mundial


O ator Julio Andrade (tenente Penha) no filme 'A Montanha'

Espero que não seja outro Segurança nacional

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Offline Týr

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Re: A montanha
« Resposta #1 Online: 30 de Março de 2011, 14:56:34 »
Em geral tenho preconceito contra filmes nacionais. E com este não será diferente.

Ao menos, o tema é ótimo, só por fugir do cenário de favela e endeusamento de marginal já é um progresso.

Na verdade, imagino que seja um filme com grande volume de ficção e "engrandecimento" de pequenos eventos e batalhas. Por se tratar de filmes, acho até normal isso acontecer, mas será uma pena se fugir muito da realidade.

Diferentemente de outros, pretendo assistir, espero ter uma boa surpresa.


Offline VSR

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Re: A montanha
« Resposta #2 Online: 30 de Março de 2011, 15:20:29 »
Parece interessante
me lembro do documentário "rádio auri-verde" que conta as "façanhas" dos pracinhas XD
/------------------/--------------------/

Offline Arcanjo Lúcifer

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Re: A montanha
« Resposta #3 Online: 30 de Março de 2011, 19:52:36 »
Finalmente um filme nacional que dá para ver, sem bandido usando cocaina e sendo tratado como vítima.


Offline Diegojaf

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Re: A montanha
« Resposta #4 Online: 30 de Março de 2011, 20:06:17 »
Assistirei.
"De tanto ver triunfar as nulidades; de tanto ver prosperar a desonra, de tanto ver crescer a injustiça. De tanto ver agigantarem-se os poderes nas mãos dos maus, o homem chega a desanimar-se da virtude, a rir-se da honra e a ter vergonha de ser honesto." - Rui Barbosa

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Offline Südenbauer

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Re: A montanha
« Resposta #5 Online: 30 de Março de 2011, 22:21:26 »
A fotografia é bem parecida com Band of Brothers, além da temática "bastidores da guerra".

Offline Geotecton

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Re: A montanha
« Resposta #6 Online: 30 de Março de 2011, 23:12:23 »
Em geral tenho preconceito contra filmes nacionais. E com este não será diferente.
[...]

Eu tenho muito pouca expectativa com filmes nacionais. E geralmente eu não erro.

Espero que com este seja diferente.
Foto USGS

Offline Chemistry

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Re: A montanha
« Resposta #7 Online: 01 de Abril de 2011, 19:55:01 »
Assistirei [2]

a cobra fumou literalmente para os alemães.

"O que me preocupa não é o grito dos maus,

é o silêncio dos bons."

Offline Sergiomgbr

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Re: A montanha
« Resposta #8 Online: 12 de Junho de 2011, 18:12:26 »
Há uma aura de nascedouro de bons filmes brasileiros, ou ao menos parece estar se formando um cânone proprio e  aceitável de argumentos, roteiro, tecnica e quem sabe valores e temas eloquentes para interpretação.
« Última modificação: 12 de Junho de 2011, 18:18:09 por sergiomgbr »
Até onde eu sei eu não sei.

Offline Sr. Alguém

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Re:A montanha
« Resposta #9 Online: 29 de Novembro de 2013, 20:44:13 »
Esse filme foi lançado ? Procurei no IMDB e não achei nada.
Se você acha que sua crença é baseada na razão, você a defenderá com argumentos e não pela força e renunciará a ela se seus argumentos se mostrarem inválidos. (Bertrand Russell)
http://pt.wikipedia.org/wiki/Humanismo_secular
http://pt.wikipedia.org/wiki/Liberalismo_social

Offline Diegojaf

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Re:A montanha
« Resposta #10 Online: 29 de Novembro de 2013, 20:52:12 »
Interessante sobre a atuação do Brasil na 2ª Guerra é o filme "Senta a Pua!"...
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Offline Contini

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Re:A montanha
« Resposta #11 Online: 29 de Novembro de 2013, 21:18:55 »
Interessante sobre a atuação do Brasil na 2ª Guerra é o filme "Senta a Pua!"...
Concordo...
Já foi no museu da TAM? Vale a pena!
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Offline Sr. Alguém

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Re:A montanha
« Resposta #12 Online: 30 de Novembro de 2013, 10:52:28 »
Mudaram o titulo.Será "A Estrada 47". Aparentemente foi lançado em Portugal esse ano e no Brasil só no ano que vem.

http://www.imdb.com/title/tt1841490/?ref_=fn_al_tt_1
Se você acha que sua crença é baseada na razão, você a defenderá com argumentos e não pela força e renunciará a ela se seus argumentos se mostrarem inválidos. (Bertrand Russell)
http://pt.wikipedia.org/wiki/Humanismo_secular
http://pt.wikipedia.org/wiki/Liberalismo_social

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Re:A montanha
« Resposta #13 Online: 23 de Abril de 2015, 17:25:08 »
Parece que agora vai. A estréia nos cinemas brasileiros está marcada para 7 de maio.

https://www.facebook.com/AEstrada47

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