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Seria reflexo da política adotada pelo cnpq de "incentivar" e até certo ponto "exigir" publicações a qualquer custo? Pelo que tenho percebido o cnpq está mais preocupado com quantidade de publicações do que com a qualidade das mesmas.
Há um ditado que corre nas universidades anglo-saxãs:
publish or perishE lá também se questiona se esse é o melhor meio de aferir a produtividade acadêmica e seu impacto.
Infelizmente, o número de publicações ainda é o mais direto.
O CNPq, para algumas áreas científicas, pondera o peso de cada publicação a partir da Clasificação CAPES do periódico, buscando valorizar as publicações em revistas de melhor reputação como um meio de impedir que a mera quantidade seja o fator mais relevante da classificação do pesquisador por sua produtividade em número de artigos.
Mas a classificação (1A, 1B, 1C, 1D e 2) não é retirada apenas do número de itens publicados, mas da formação de recursos humanos (orientações) e da avaliação subjetiva da relevância do pesquisador - tudo isso equilibrado com o número de cotas disponíveis para cada nível.
Toda classificação vai acabar tendo uma falha, mas também é necessária.
No Brasil passamos por um momento de transição de gerações (que começou uns 10 anos atrás e vai demorar mais uns 10 ou 20 anos pra se completar) em que nossos pesquisadores estão começando a se acostumar com a idéia de publicarem internacionalmente e concorrerem internacionalmente.
Para colhermos algum trigo, vamos ter muito joio, com plágio e trabalhos de qualidade duvidosa.
Mas os países de grande produção científica retiram sua qualidade da quantidade.
Num país que ainda produz pouco, o aumento da quantidade é o primeiro passo para o aumento da qualidade.