Autor Tópico: As 10 estratégias de manipulação midiática  (Lida 2061 vezes)

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As 10 estratégias de manipulação midiática
« Online: 14 de Abril de 2011, 11:22:26 »
1. A estratégia da distração. O elemento primordial do controle social é a estratégia da distração, que consiste em desviar a atenção do público dos problemas importantes e das mudanças decididas pelas elites políticas e econômicas, mediante a técnica do dilúvio ou inundação de contínuas distrações e de informações insignificantes. A estratégia da distração é igualmente indispensável para impedir que o público se interesse pelos conhecimentos essenciais, na área da ciência, da economia, da psicologia, da neurobiologia e da cibernética. “Manter a atenção do público distraída, longe dos verdadeiros problemas sociais, cativada por temas sem importância real. Manter o público ocupado, ocupado, ocupado; sem nenhum tempo para pensar; de volta à granja com outros animais (citação do texto “Armas silenciosas para guerras tranquilas”).

2. Criar problemas e depois oferecer soluções. Esse método também é denominado “problema-ração-solução”. Cria-se um problema, uma “situação” previsa para causar certa reação no público a fim de que este seja o mandante das medidas que desejam sejam aceitas. Por exemplo: deixar que se desenvolva ou intensifique a violência urbana, ou organizar atentados sangrentos, a fim de que o público seja o demandante de leis de segurança e políticas em prejuízo da liberdade. Ou também: criar uma crise econômica para forçar a aceitação, como um mal menor, do retrocesso dos direitos sociais e o desmantelamento dos serviços púbicos.

3. A estratégia da gradualidade. Para fazer com que uma medida inaceitável passe a ser aceita basta aplicá-la gradualmente, a conta-gotas, por anos consecutivos. Dessa maneira, condições socioeconômicas radicalmente novas (neoliberalismo) foram impostas durante as décadas de 1980 e 1990. Estado mínimo, privatizações, precariedade, flexibilidade, desemprego em massa, salários que já não asseguram ingressos decentes, tantas mudanças que teriam provocado uma revolução se tivessem sido aplicadas de uma só vez.

4. A estratégia de diferir. Outra maneira de forçar a aceitação de uma decisão impopular é a de apresentá-la como “dolorosa e desnecessária”, obtendo a aceitação pública, no momento, para uma aplicação futura. É mais fácil aceitar um sacrifício futuro do que um sacrificio imediato. Primeiro, porque o esforço não é empregado imediatamente. Logo, porque o público, a massa tem sempre a tendência a esperar ingenuamente que “tudo irá melhorar amanhã” e que o sacrifício exigido poderá ser evitado. Isso dá mais tempo ao público para acostumar-se à ideia de mudança e de aceitá-la com resignação quando chegue o momento.

5. Dirigir-se ao público como se fossem menores de idade. A maior parte da publicidade dirigida ao grande público utiliza discursos, argumentos, personagens e entonação particularmente infantis, muitas vezes próximos à debilidade mental, como se o espectador fosse uma pessoa menor de idade ou portador de distúrbios mentais. Quanto mais tentem enganar o espectador, mais tendem a adotar um tom infantilizante. Por quê? “Ae alguém se dirige a uma pessoa como se ela tivesse 12 anos ou menos, em razão da sugestionabilidade, então, provavelmente, ela terá uma resposta ou ração também desprovida de um sentido crítico (ver “Armas silenciosas para guerras tranquilas”)”.

6. Utilizar o aspecto emocional mais do que a reflexão. Fazer uso do aspecto emocional é uma técnica clássica para causar um curto circuito na análise racional e, finalmente, ao sentido crítico dos indivíduos. Por outro lado, a utilização do registro emocional permite abrir a porta de aceeso ao inconsciente para implantar ou enxertar ideias, desejos, medos e temores, compulsões ou induzir comportamentos…

7. Manter o público na ignorância e na mediocridade. Fazer com que o público seja incapaz de compreender as tecnologias e os métodos utilizados para seu controle e sua escravidão. “A qualidade da educação dada às classes sociais menos favorecidas deve ser a mais pobre e medíocre possível, de forma que a distância da ignorância que planeja entre as classes menos favorecidas e as classes mais favorecidas seja e permaneça impossível de alcançar (ver “Armas silenciosas para guerras tranquilas”).

8. Estimular o público a ser complacente com a mediocridade. Levar o público a crer que é moda o fato de ser estúpido, vulgar e inculto.

9. Reforçar a autoculpabilidade. Fazer as pessoas acreditarem que são culpadas por sua própria desgraça, devido à pouca inteligência, por falta de capacidade ou de esforços. Assim, em vez de rebelar-se contra o sistema econômico, o indivíduo se autodesvalida e se culpa, o que gera um estado depressivo, cujo um dos efeitos é a inibição de sua ação. E sem ação, não há revolução!

10. Conhecer os indivíduos melhor do que eles mesmos se conhecem. No transcurso dosúltimos 50 anos, os avançosacelerados da ciência gerou uma brecha crescente entre os conhecimentos do público e os possuídos e utilizados pelas elites dominantes. Graças à biologia, à neurobiologia e à psicologia aplicada, o “sistema” tem disfrutado de um conhecimento e avançado do ser humano, tanto no aspecto físico quanto no psicológico. O sistema conseguiu conhecer melhor o indivíduo comum do que ele a si mesmo. Isso significa que, na maioria dos casos, o sistema exerce um controle maior e um grande poder sobre os indivíduos, maior do que o dos indivíduos sobre si mesmos.

http://www.viomundo.com.br/voce-escreve/noam-chomsky-as-10-estrategias-de-manipulacao-midiatica.html

______

E aí, concordam?
« Última modificação: 14 de Abril de 2011, 11:27:47 por ByteCode »

Offline ByteCode

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Re: As 10 estratégias de manipulação midiática
« Resposta #1 Online: 14 de Abril de 2011, 11:49:37 »
Concordo com todas, mas as que vejo ocorrerem com mais nitidez são:

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1. A estratégia da distração. O elemento primordial do controle social é a estratégia da distração, que consiste em desviar a atenção do público dos problemas importantes e das mudanças decididas pelas elites políticas e econômicas, mediante a técnica do dilúvio ou inundação de contínuas distrações e de informações insignificantes. A estratégia da distração é igualmente indispensável para impedir que o público se interesse pelos conhecimentos essenciais, na área da ciência, da economia, da psicologia, da neurobiologia e da cibernética. “Manter a atenção do público distraída, longe dos verdadeiros problemas sociais, cativada por temas sem importância real. Manter o público ocupado, ocupado, ocupado; sem nenhum tempo para pensar; de volta à granja com outros animais (citação do texto “Armas silenciosas para guerras tranquilas”).

Somos bombardeados diariamente por informações sensacionalistas e muitas coisas futeis (BBB, novelas...).

Citar
5. Dirigir-se ao público como se fossem menores de idade. A maior parte da publicidade dirigida ao grande público utiliza discursos, argumentos, personagens e entonação particularmente infantis, muitas vezes próximos à debilidade mental, como se o espectador fosse uma pessoa menor de idade ou portador de distúrbios mentais. Quanto mais tentem enganar o espectador, mais tendem a adotar um tom infantilizante. Por quê? “Ae alguém se dirige a uma pessoa como se ela tivesse 12 anos ou menos, em razão da sugestionabilidade, então, provavelmente, ela terá uma resposta ou ração também desprovida de um sentido crítico (ver “Armas silenciosas para guerras tranquilas”)”.

Basta ver propagandas de cerveja, automóveis etc...

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7. Manter o público na ignorância e na mediocridade. Fazer com que o público seja incapaz de compreender as tecnologias e os métodos utilizados para seu controle e sua escravidão. “A qualidade da educação dada às classes sociais menos favorecidas deve ser a mais pobre e medíocre possível, de forma que a distância da ignorância que planeja entre as classes menos favorecidas e as classes mais favorecidas seja e permaneça impossível de alcançar (ver “Armas silenciosas para guerras tranquilas”).

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8. Estimular o público a ser complacente com a mediocridade. Levar o público a crer que é moda o fato de ser estúpido, vulgar e inculto.

E como vejo isto acontecer! Muito mesmo!

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9. Reforçar a autoculpabilidade. Fazer as pessoas acreditarem que são culpadas por sua própria desgraça, devido à pouca inteligência, por falta de capacidade ou de esforços. Assim, em vez de rebelar-se contra o sistema econômico, o indivíduo se autodesvalida e se culpa, o que gera um estado depressivo, cujo um dos efeitos é a inibição de sua ação. E sem ação, não há revolução!

Querem nos enfiar goela abaixo que quem não é bem sucedido financeiramente é devido a sua incapacidade e preguiça. Maniqueísmo.

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10. Conhecer os indivíduos melhor do que eles mesmos se conhecem. No transcurso dosúltimos 50 anos, os avançosacelerados da ciência gerou uma brecha crescente entre os conhecimentos do público e os possuídos e utilizados pelas elites dominantes. Graças à biologia, à neurobiologia e à psicologia aplicada, o “sistema” tem disfrutado de um conhecimento e avançado do ser humano, tanto no aspecto físico quanto no psicológico. O sistema conseguiu conhecer melhor o indivíduo comum do que ele a si mesmo. Isso significa que, na maioria dos casos, o sistema exerce um controle maior e um grande poder sobre os indivíduos, maior do que o dos indivíduos sobre si mesmos.

As pessoas em geral não fazem idéia do quanto suas mentes são estudas e, consequentemente, invadidas sem elas notarem.

Offline Luiz F.

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Re: As 10 estratégias de manipulação midiática
« Resposta #2 Online: 14 de Abril de 2011, 11:53:16 »
Deixando de lado a clara teoria conspiratória:
1. A estratégia da distração. O elemento primordial do controle social é a estratégia da distração, que consiste em desviar a atenção do público dos problemas importantes e das mudanças decididas pelas elites políticas e econômicas, mediante a técnica do dilúvio ou inundação de contínuas distrações e de informações insignificantes. A estratégia da distração é igualmente indispensável para impedir que o público se interesse pelos conhecimentos essenciais, na área da ciência, da economia, da psicologia, da neurobiologia e da cibernética. “Manter a atenção do público distraída, longe dos verdadeiros problemas sociais, cativada por temas sem importância real. Manter o público ocupado, ocupado, ocupado; sem nenhum tempo para pensar; de volta à granja com outros animais (citação do texto “Armas silenciosas para guerras tranquilas”).

Na média as pessoas realmente não se interessam por ciências e economia. Não precisa de qualquer estratégia de distração

2. Criar problemas e depois oferecer soluções. Esse método também é denominado “problema-ração-solução”. Cria-se um problema, uma “situação” previsa para causar certa reação no público a fim de que este seja o mandante das medidas que desejam sejam aceitas. Por exemplo: deixar que se desenvolva ou intensifique a violência urbana, ou organizar atentados sangrentos, a fim de que o público seja o demandante de leis de segurança e políticas em prejuízo da liberdade. Ou também: criar uma crise econômica para forçar a aceitação, como um mal menor, do retrocesso dos direitos sociais e o desmantelamento dos serviços púbicos.

Alguém ou alguma instituição cria crises econômicas para tirar os direitos sociais ou comete atentados para restringir a liberdade dos cidadãos? :o Teoria da conspiração grosseira que chega a beirar a loucura
"Você realmente não entende algo se não consegue explicá-lo para sua avó."
Albert Einstein

Offline uiliníli

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Re: As 10 estratégias de manipulação midiática
« Resposta #3 Online: 14 de Abril de 2011, 12:11:18 »
Este artigo do Cracked deveria ganhar um Pullitzer. Não, melhor ainda, deveriam trocar o nome "Pullitzer" para prêmio "Coville", em homenagem ao cara que escreveu isto: 6 Subtle Ways The News Media Disguises Bullshit As Fact.

Offline ByteCode

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Re: As 10 estratégias de manipulação midiática
« Resposta #4 Online: 14 de Abril de 2011, 12:39:01 »
Deixando de lado a clara teoria conspiratória:
1. A estratégia da distração. O elemento primordial do controle social é a estratégia da distração, que consiste em desviar a atenção do público dos problemas importantes e das mudanças decididas pelas elites políticas e econômicas, mediante a técnica do dilúvio ou inundação de contínuas distrações e de informações insignificantes. A estratégia da distração é igualmente indispensável para impedir que o público se interesse pelos conhecimentos essenciais, na área da ciência, da economia, da psicologia, da neurobiologia e da cibernética. “Manter a atenção do público distraída, longe dos verdadeiros problemas sociais, cativada por temas sem importância real. Manter o público ocupado, ocupado, ocupado; sem nenhum tempo para pensar; de volta à granja com outros animais (citação do texto “Armas silenciosas para guerras tranquilas”).

Na média as pessoas realmente não se interessam por ciências e economia. Não precisa de qualquer estratégia de distração

E isto você acha que se deve a que exatamente?

2. Criar problemas e depois oferecer soluções. Esse método também é denominado “problema-ração-solução”. Cria-se um problema, uma “situação” previsa para causar certa reação no público a fim de que este seja o mandante das medidas que desejam sejam aceitas. Por exemplo: deixar que se desenvolva ou intensifique a violência urbana, ou organizar atentados sangrentos, a fim de que o público seja o demandante de leis de segurança e políticas em prejuízo da liberdade. Ou também: criar uma crise econômica para forçar a aceitação, como um mal menor, do retrocesso dos direitos sociais e o desmantelamento dos serviços púbicos.

Alguém ou alguma instituição cria crises econômicas para tirar os direitos sociais ou comete atentados para restringir a liberdade dos cidadãos? :o Teoria da conspiração grosseira que chega a beirar a loucura

Um exemplo bem básico e nítido da estratégia “problema-ração-solução” foi o que os EUA fizeram em relação ao Iraque. Inventaram que lá haviam armas de destruição em massa prontas para serem colocadas nas mãos de terroristas. Assim, a opinião pública passou a aceitar a invasão do Iraque, mesmo passando por cima da ONU.

E sabemos que até hoje nunca foi encontrada nenhuma arma de destruição em massa no Iraque.

[modo irônico on]
Mas eu vi as fotos de satélite do Pentágono com várias setinhas apontando a localização das armas de destruição em massa. Se tem setinha apontando é por que só pode existir ali armas de destruição em massa! Setinhas nunca mentem!!
[modo inrônico off]
« Última modificação: 15 de Abril de 2011, 09:48:12 por ByteCode »

Offline ByteCode

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Re: As 10 estratégias de manipulação midiática
« Resposta #5 Online: 14 de Abril de 2011, 14:11:47 »
Este artigo do Cracked deveria ganhar um Pullitzer. Não, melhor ainda, deveriam trocar o nome "Pullitzer" para prêmio "Coville", em homenagem ao cara que escreveu isto: 6 Subtle Ways The News Media Disguises Bullshit As Fact.

Sorry, mas meu inglês é um tanto quanto precário. Então deixa eu ver se entendi bem...

O texto afirma que tais manipulações seriam apenas fruto de comportamento humano não intencional, ao afirmar que os seres humanos contaminam a informação com sua idéias pessoais (paixões, preconceitos, ideologias...)?

Offline DDV

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Re: As 10 estratégias de manipulação midiática
« Resposta #6 Online: 14 de Abril de 2011, 16:09:02 »
Maquiavel discorda da "estratégia da gradualidade". Ele afirmava que o correto para o governante era fazer o mal todo de uma só vez e o bem aos pouquinhos.


A "estratégia da distração", conforme foi dito, ocorre espontaneamente com a grande maioria dos indivíduos sem necessitar nenhuma "manobra" midiática para tal. Se de repente a Rede Globo começasse a exibir documentários da Discovery Channel, informações importantes com análise imparcial dos fatos , entrevistas com cientistas, economistas e políticos e teleaulas de diversos tipos, iria perder toda a sua audiência...

Criar problemas para oferecer soluções é uma clássica e muito eficaz estratégia para quem pretende tomar o poder. Quase todas as pessoas que buscaram a ditadura tiveram que recorrer a isso (até em Star Wars!!). O problema é que, em um regime democrático, é uma estratégia perigosa e suicida para quem já está no poder. É muito difícil que um problema surgido no meio de um mandato deixe o governante imune (só em casos raros, como no mensalão com Lula). Além disso, existe o parlamento a buscar evitar os problemas, principalmente se a sua dissolução for possível (como nos regimes parlamentaristas).

Resumindo: é uma boa estratégia para quem está fora do poder.

A "estratégia de diferir" é o oposto do que a maioria dos políticos fazem. Os políticos costumam priorizar medidas imediatistas, que dêem resultados antes das próximas eleições. Muitas coisas exigem um longo prazo para darem frutos (não só na economia pública), e se um político enveredar por elas, verá os seus sucessores colherem os frutos e os louros. É complicado!

Dirigir ao público como se fossem menores de idade, é uma variante da estratégia da distração já comentada. A maioria dos indivíduos são realmente meio Homer Simpsons.

Utilizar o aspecto emocional mais do que a reflexão, também é devido ao público. Quem for usar essa estratégia em um simpósio científico ou aqui no Clube Cético vai se dar mal...  :D

Levar o público a ser complacente com a mediocridade: na verdade, é o público que GOSTA da mediocridade. A emissora que começar a transmitir programas "cabeça" irá amargar baixa audiência.

Reforçar a autocupabilidade. É uma estratégia que funciona com religiões, por existirem "autoridades" intangíveis e "acima de qualquer suspeita", das quais as pessoas não se incomodam de serem acusadas. Mas na política, principalmente se for uma democracia sem populismo ou culto à personalidade, acusar seus eleitores não dá muitos frutos. O melhor é acusar minorias (sejam étnicas, comportamentais ou sociais).

Conhecer os indivíduos melhor do que eles mesmos. É o objetivo de qualquer profissional que pretanda lidar com pessoas. Não é algo "errado" e nem mesmo reprovável.

 


 
« Última modificação: 14 de Abril de 2011, 16:11:32 por DDV »
Não acredite em quem lhe disser que a verdade não existe.

"O maior vício do capitalismo é a distribuição desigual das benesses. A maior virtude do socialismo é a distribuição igual da miséria." (W. Churchill)

Offline uiliníli

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Re: As 10 estratégias de manipulação midiática
« Resposta #7 Online: 14 de Abril de 2011, 16:13:26 »
Este artigo do Cracked deveria ganhar um Pullitzer. Não, melhor ainda, deveriam trocar o nome "Pullitzer" para prêmio "Coville", em homenagem ao cara que escreveu isto: 6 Subtle Ways The News Media Disguises Bullshit As Fact.

Sorry, mas meu inglês é um tanto quanto precário. Então deixa eu ver se entendi bem...

O texto afirma que tais manipulações seriam apenas fruto de comportamento humano não intencional, ao afirmar que os seres humanos contaminam a informação com sua idéias pessoais (paixões, preconceitos, ideologias...)?

Ele não fala que é apenas fruto do comportamento humano. Ele fala que não é apenas conspiração, que existem casos em que há contaminação por ideias pessoais. Mas no corpo do artigo, ao mencionar as estratégias da mídia ele cita os casos mais desonestos mesmo.

Offline Geotecton

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Re: As 10 estratégias de manipulação midiática
« Resposta #8 Online: 14 de Abril de 2011, 16:20:34 »
[...]
http://www.viomundo.com.br/voce-escreve/noam-chomsky-as-10-estrategias-de-manipulacao-midiatica.html
[...]

Estou estranhando o estilo deste texto, pois ele não parece de Noam Chomsky, embora ele pense de modo muito similar ao que foi escrito.
Foto USGS

Offline ByteCode

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Re: As 10 estratégias de manipulação midiática
« Resposta #9 Online: 14 de Abril de 2011, 16:31:00 »
A "estratégia da distração", conforme foi dito, ocorre espontaneamente com a grande maioria dos indivíduos sem necessitar nenhuma "manobra" midiática para tal. Se de repente a Rede Globo começasse a exibir documentários da Discovery Channel, informações importantes com análise imparcial dos fatos , entrevistas com cientistas, economistas e políticos e teleaulas de diversos tipos, iria perder toda a sua audiência...

Levar o público a ser complacente com a mediocridade: na verdade, é o público que GOSTA da mediocridade. A emissora que começar a transmitir programas "cabeça" irá amargar baixa audiência.

Na sua opinião, ao que se deve tal comportamento humano? É algo cultural, biológico ou os dois ao mesmo tempo? Se for os dois, qual tem mais peso neste caso?


Citar
Conhecer os indivíduos melhor do que eles mesmos. É o objetivo de qualquer profissional que pretanda lidar com pessoas. Não é algo "errado" e nem mesmo reprovável.

Mas não acha errado ou anti-ético as pessoas estarem sendo submetidas a técnicas psicológicas de persuasão sem estarem cientes disto?

Offline ByteCode

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Re: As 10 estratégias de manipulação midiática
« Resposta #10 Online: 14 de Abril de 2011, 16:38:03 »
[...]
http://www.viomundo.com.br/voce-escreve/noam-chomsky-as-10-estrategias-de-manipulacao-midiatica.html
[...]

Estou estranhando o estilo deste texto, pois ele não parece de Noam Chomsky, embora ele pense de modo muito similar ao que foi escrito.

Gosto desta frase dele: "a propaganda representa para a democracia aquilo que o cacetete (isto é, a polícia política) significa para o estado totalitário."

Offline Liddell Heart

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Re: As 10 estratégias de manipulação midiática
« Resposta #11 Online: 14 de Abril de 2011, 17:19:51 »


3. A estratégia da gradualidade. Para fazer com que uma medida inaceitável passe a ser aceita basta aplicá-la gradualmente, a conta-gotas, por anos consecutivos. Dessa maneira, condições socioeconômicas radicalmente novas (neoliberalismo) foram impostas durante as décadas de 1980 e 1990. Estado mínimo, privatizações, precariedade, flexibilidade, desemprego em massa, salários que já não asseguram ingressos decentes, tantas mudanças que teriam provocado uma revolução se tivessem sido aplicadas de uma só vez.

Duvido que Chomsky tenha tanta ignorância em história sócio-econômica. Sério mesmo.

1-Neoliberalismo é muito ambíguo. No geral é o nome que a "esquerda" dá ao movimento conservador que surgiu nos anos 80, que pregava uma certa abertura econômica; mas também pode significar exclusivamente o monetarismo, ou mesmo algumas idéias de Hayek, adaptadas pelos ingleses. Enfim, é subjetivo, cada grupo tem sua definição.
2- Neoliberalismo não foi radical(nunca visou uma minarquia!), e não foi novo!
O liberalismo imperava em muitas nações européias, por exemplo, até 1920(Inglaterra), 1928(Noruega) e 1936(Suécia). Na Ásia temos Hong Kong, aonde tal sistema passou a vigorar desde os tempos coloniais, quando a qualidade de vida começou a dar saltos.

Citar
7. Manter o público na ignorância e na mediocridade. Fazer com que o público seja incapaz de compreender as tecnologias e os métodos utilizados para seu controle e sua escravidão. “A qualidade da educação dada às classes sociais menos favorecidas deve ser a mais pobre e medíocre possível, de forma que a distância da ignorância que planeja entre as classes menos favorecidas e as classes mais favorecidas seja e permaneça impossível de alcançar (ver “Armas silenciosas para guerras tranquilas”).

Só para deixar claro que as nações mais liberais tiveram maior pontuação no PISA.  E estes mesmos países possuem alta mobilidade social.
"Onde mora a liberdade, ali está a minha pátria."
Benjamin Franklin

"Posso não concordar com uma só palavra sua, mas defenderei até a morte o seu direito de dizê-la."
Voltaire

Offline EuSouOqueSou

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Re: As 10 estratégias de manipulação midiática
« Resposta #12 Online: 14 de Abril de 2011, 23:06:46 »
[modo irônico on]
Mas eu vi as fotos de satélite do Pentágono com várias cetinhas apontando a localização das armas de destruição em massa. Se tem cetinha apontando é por que só pode existir ali armas de destruição em massa! Cetinhas nunca mentem!!
[modo inrônico off]

Um dos sintomas de pessoas fortemente influenciadas pela mídia são os horriveis erros de portugues.  :twisted:
Qualquer sistema de pensamento pode ser racional, pois basta que as suas conclusões não contrariem as suas premissas.

Mas isto não significa que este sistema de pensamento tenha correspondência com a realidade objetiva, sendo este o motivo pelo qual o conhecimento científico ser reconhecido como a única forma do homem estudar, explicar e compreender a Natureza.

Offline ByteCode

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Re: As 10 estratégias de manipulação midiática
« Resposta #13 Online: 15 de Abril de 2011, 09:46:57 »
[modo irônico on]
Mas eu vi as fotos de satélite do Pentágono com várias cetinhas apontando a localização das armas de destruição em massa. Se tem cetinha apontando é por que só pode existir ali armas de destruição em massa! Cetinhas nunca mentem!!
[modo inrônico off]

Um dos sintomas de pessoas fortemente influenciadas pela mídia são os horriveis erros de portugues.  :twisted:

:P

Nem foi dos piores.
« Última modificação: 15 de Abril de 2011, 09:49:09 por ByteCode »

Offline ByteCode

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Re: As 10 estratégias de manipulação midiática
« Resposta #14 Online: 15 de Abril de 2011, 10:01:04 »
Pra mim não existe essa de tendência natural dos seres humanos de se interessarem apenas por coisas fúteis e pela mediocridade. Isto ao meu ver é claramente cultural. Se vivessemos numa sociedade onde fosse incentivado o pensamento crítico e o conhecimento, as coisas seriam diferentes.

Desligue a TV:

<a href="http://www.youtube.com/v/cVMN_1AWpCw" target="_blank" class="new_win">http://www.youtube.com/v/cVMN_1AWpCw</a>
« Última modificação: 15 de Abril de 2011, 11:18:43 por ByteCode »

Offline DDV

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Re: As 10 estratégias de manipulação midiática
« Resposta #15 Online: 15 de Abril de 2011, 16:07:46 »
A "estratégia da distração", conforme foi dito, ocorre espontaneamente com a grande maioria dos indivíduos sem necessitar nenhuma "manobra" midiática para tal. Se de repente a Rede Globo começasse a exibir documentários da Discovery Channel, informações importantes com análise imparcial dos fatos , entrevistas com cientistas, economistas e políticos e teleaulas de diversos tipos, iria perder toda a sua audiência...

Levar o público a ser complacente com a mediocridade: na verdade, é o público que GOSTA da mediocridade. A emissora que começar a transmitir programas "cabeça" irá amargar baixa audiência.

Na sua opinião, ao que se deve tal comportamento humano? É algo cultural, biológico ou os dois ao mesmo tempo? Se for os dois, qual tem mais peso neste caso?



ByteCode, você sabe (provavelmente) que a grande maioria da população em todo o mundo (inclusive nos países desenvolvidos) não é "intelectual" (sentido elogioso) ou "nerd" (sentido pejorativo).

A fração da população que tem um interesse muito alto por atividades e desafios intelectuais e gosta de obter conhecimentos por diversão é pequena.

A sua pergunta é se isso é biológico ou cultural. Para ser sincero, eu não sei.

Mas acredito que a cultura pode fazer o interesse por atividades intelectuais aumentar ou diminuir em grande parte das pessoas "limítrofes".

Na história da civilização ocidental, houve épocas em que o interesse e prestígio do intelectualismo foi às alturas, fazendo com que muitas pessoas "não-nerds" buscasse posar de intelectual devido ao prestígio que isso representava. Cito aqui como exemplos a Atenas durante o Século de Péricles e a Europa durante a Belle Èpoque.

A partir do pós-guerra, a prosperidade e a "terceira onda" do avanço industrial permitiu e ao mesmo tempo exigiu que os jovens demorassem bem mais tempo para entrarem no mercado de trabalho. As novas exigências de qualificação aumentou de forma extraordinária o tempo livre dos jovens, o que se tornou um prato cheio para o surgimento de uma "cultura jovem".

Se antes os adolescentes começavam bem cedo a trabalhar como aprendizes, tendo o desejo de se tornarem adultos o quanto antes e a referência dos mesmos, agora surgiu toda uma cultura de "curtir a vida" e curtir a juventude. Essa cultura jovem ganhou o gosto de todos, espalhando-se por todas as faixas etárias e dominando os meios de comunicação. Atualmente, são os adultos e velhos que tentam imitar os jovens, e não o contrário.

Uma das características dessa "cultura jovem" é a indiferença ou mesmo aversão ao intelectualismo, que ao invés de dar préstigio e status, trás má impressão. É essa a cultura que predomina atualmente.

Essa cultura empurra todas as pessoas "limítrofes" para o campo dos anti-intelectuais. Apenas os nerds de carteirinha persistem nisso.



Qual a conclusão disso tudo?

Acredito que existem pré-disposições biológicas que separam os indivíduos em interessados e não-interessados por atividades "cabeça". Existe no entanto uma gigantesca parcela de indivíduos limítrofes, que seguirão a tendência ditada pela cultura do momento.









Não acredite em quem lhe disser que a verdade não existe.

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Re: As 10 estratégias de manipulação midiática
« Resposta #16 Online: 15 de Abril de 2011, 16:26:49 »
A "estratégia da distração", conforme foi dito, ocorre espontaneamente com a grande maioria dos indivíduos sem necessitar nenhuma "manobra" midiática para tal. Se de repente a Rede Globo começasse a exibir documentários da Discovery Channel, informações importantes com análise imparcial dos fatos , entrevistas com cientistas, economistas e políticos e teleaulas de diversos tipos, iria perder toda a sua audiência...

Levar o público a ser complacente com a mediocridade: na verdade, é o público que GOSTA da mediocridade. A emissora que começar a transmitir programas "cabeça" irá amargar baixa audiência.

Na sua opinião, ao que se deve tal comportamento humano? É algo cultural, biológico ou os dois ao mesmo tempo? Se for os dois, qual tem mais peso neste caso?


Na história da civilização ocidental, houve épocas em que o interesse e prestígio do intelectualismo foi às alturas, fazendo com que muitas pessoas "não-nerds" buscasse posar de intelectual devido ao prestígio que isso representava. Cito aqui como exemplos a Atenas durante o Século de Péricles e a Europa durante a Belle Èpoque.

A partir do pós-guerra, a prosperidade e a "terceira onda" do avanço industrial permitiu e ao mesmo tempo exigiu que os jovens demorassem bem mais tempo para entrarem no mercado de trabalho. As novas exigências de qualificação aumentou de forma extraordinária o tempo livre dos jovens, o que se tornou um prato cheio para o surgimento de uma "cultura jovem".

Se antes os adolescentes começavam bem cedo a trabalhar como aprendizes, tendo o desejo de se tornarem adultos o quanto antes e a referência dos mesmos, agora surgiu toda uma cultura de "curtir a vida" e curtir a juventude. Essa cultura jovem ganhou o gosto de todos, espalhando-se por todas as faixas etárias e dominando os meios de comunicação. Atualmente, são os adultos e velhos que tentam imitar os jovens, e não o contrário.

Uma das características dessa "cultura jovem" é a indiferença ou mesmo aversão ao intelectualismo, que ao invés de dar préstigio e status, trás má impressão. É essa a cultura que predomina atualmente.

Essa cultura empurra todas as pessoas "limítrofes" para o campo dos anti-intelectuais. Apenas os nerds de carteirinha persistem nisso.

Visão interessante sobre o assunto. Vou ver se pesquiso algo sobre isto. Se tiver algum link sobre isto para me indicar, agradeço.

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Qual a conclusão disso tudo?

Acredito que existem pré-disposições biológicas que separam os indivíduos em interessados e não-interessados por atividades "cabeça". Existe no entanto uma gigantesca parcela de indivíduos limítrofes, que seguirão a tendência ditada pela cultura do momento.

Pra mim a cultura é algo predominante em relação a este tipo de pensamento/comportamento. Penso é que existem personalidades diferentes, onde certos individuos não acham tão interessante assim a intelectualidade ou o acúmulo de conhecimento sobre diversas áreas. Mas existe diferença entre não ter uma personalidade "nerd" e menosprezar ou ignorar o conhecimento e ser complacente com a mediocridade. Se a mídia agisse no sentido de incentivar a cultura do conhecimento e não da futilidade, pessoas mesmo que não intelectuais ou nerds, veriam a necessidade de se informar como algo muito mais importante do que é visto hoje.

 

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