http://forum.outerspace.terra.com.br/showthread.php?t=353872Muita gente já deve ter percebido a influencia que a mitologia teve na igreja cristã moderna. Pode-se reparar muitas coisas similares entre o conceito de inferno corrente com o Hades mitologico. Isso provavelmente porque os cristãos da idade média liam as obras clássicas e isso os influenciava na imaginação diretamente.
O
Hades (do
grego Aidòs), é a terra dos mortos da
mitologia grega, governada pelo
deus homônimo. Situado no
mundo inferior, em baixo da
superfície terrestre, é conhecido também como casa ou domínio de Hades (
dómos Aidaoú) e é o lugar para onde vão as
almas das pessoas mortas (sejam elas boas ou más), guiadas por
Hermes, o emissário dos
deuses, para lá tornarem-se sombras. É governado por Hades, usa-se seu nome freqüentemente para designar seu mundo.
Os
deuses olímpicos saíram vitoriosos da batalha travada contra os
Titãs (a
Titanomaquia), e
Zeus,
Posídon e
Hades partilharam entre si o universo; Zeus ficou com os céus e as terras, Posídon ficou com os oceanos e Hades ficou com o mundo dos mortos.
[1] Do mundo inferior, os titãs pediram socorro à
Érebo, ao que Zeus respondeu lançando Érebo para lá também, onde se tornou a noite eterna do Hades (Érebo pode ser também outra designação do mundo inferior).
Inicialmente, acreditava-se que o Hades ficava para oeste, para lá do horizonte onde começava o rio
Oceano, que dava a volta ao mundo.
[carece de fontes] Posteriormente, o escritor
romano Virgílio diz que sua entrada seria perto do
Vesúvio, uma região vulcânica que sofre tremores e desprende um cheiro terrível vindo das profundezas. As almas mortas têm primeiro de passar por vários deuses maléficos e monstros. Independente de por onde entrarem os mortos poderiam sempre confiar em Hermes para indicar-lhes o caminho.
Caronte e o rio AqueronteAntes de chegar ao Hades, os mortos pegam a balsa de
Caronte para atravessar o rio Aqueronte (das dores). Caronte transporta os heróis, as crianças, os ricos e os pobres para o Hades propriamente dito. Caronte cobra moedas para fazer a passagem.
[1] Era costume grego colocar uma moeda, chamada
óbolo, sob a língua do cadáver, para pagar Caronte pela viagem. Se a alma não pudesse pagar, ficaria forçadamente na margem do Aqueronte para toda a eternidade, e os gregos temiam que pudesse regressar para perturbar os vivos.
Hades ordenou-lhe que não transportasse vivos, fossem quais fossem as razões para atravessar o rio, ameaçando-o com um pesado castigo, mas alguns, com muita habilidade, conseguiam enganar Caronte ou convencê-lo a abrir uma exceção.
Cérbero (Ilustração de
Gustave Doré para a
Divina Comédia)
Em algumas versões, em vez do rio Aqueronte aqui estaria o rio Estige, entretanto se considerarmos que o Estige é o rio da imortalidade, é mais provável sua localização nos Campos Elísios.
Na outra margem do Aqueronte ficaria
Cérbero, o cão de guarda de três cabeças do Hades. Era muito dócil e gentil com as almas que chegavam, mas demonstrava sua face violenta caso elas tentassem fugir.
Os juízes do Inferno No Hades as almas eram julgadas por três juizes, com responsabilidades específicas:
Minos, tinha o voto decisivo,
Éaco, julgava as almas européias e
Radamanto, julgava as almas asiáticas. Nem mesmo Hades interferia no julgamente deles, a não ser em raras ocasiões.
Quando um morto caía no Tártaro parece que ele recebia uma punição específica, como
Sísifo que foi condenado a rolar uma pedra com suas mãos até o alto de uma montanha, e toda vez que estava alcançando o topo, a pedra rolava novamente montanha abaixo até o ponto de partida.
Os juízes não são deuses e sim mortos que devido à sua forte personalidade e seu senso de justiça tornaram-se juízes. Em algumas versões Hades seria o presidente do tribunal dos mortos.
O Tártaro Ver artigo principal: Tártaro O Tártaro é semelhante ao
inferno da
mitologia cristã, para onde vão as almas malignas. Em outra versão, Tártaro é exclusivamente onde estão aprisionados os titãs, vigiados pelos três
Hecatônquiros:
Coto,
Briareu e
Giges.
O mundo primordial, segundo a Mitologia Grega
Sendo que os mortos caem simplesmente no mundo inferior, em algumas versões ele possuía um largo portão de bronze que era fechado por dentro, abrindo-se apenas para dar entrada a mais uma sombra, cercado por muralhas triplas que rodeavam os condenados, e não consta que nenhum conseguisse escapar. Nele trabalhava
Hécate, as
Harpias (Aelo, Ocípite e Celeno), as
Górgonas (
Medusa,
Esteno, e
Euríale). Interessante observar que as harpias e as górgonas já morreram e agora servem a Hades. As
Erínias, deusas da vingança (
Tisífone,
Megaira e
Alecto), ficariam parte do tempo punindo os mortos no Tártaro e outro punindo os vivos na Terra. Também trabalhariam no Tártaro as
Queres, deusas da morte violenta (existem várias Queres, algumas são
Híbride,
Limos e
Poinê), apesar de em algumas versões as Queres trabalharem ao lado de Tânatos (enquanto Tânatos representa a morte tranqüila, as Queres representam a morte cruel, antes da hora), e em outras trabalham com
Ares, deus da guerra.
No Tártaro correria o rio Cócito (das lamentações), Flegetonte (do fogo) e Erídano.
Os Campos Elísios Ver artigo principal: Campos Elísios É o paraíso, onde estão as almas dos heróis,
santos, poetas e etc. Hades também era ajudado por dois deuses que ficavam nos Campos Elísios,
Tânatos, o deus da morte e
Hipnos, o deus do sono.
Aqui correria o rio Estige (da imortalidade), que aparece em várias lendas e uma delas é quando a
nereida Tétis tentou tornar
Aquiles imortal mergulhando-o neste rio, porém, ao mergulhá-lo, segurou-o por um dos calcanhares (daí a expressão "calcanhar de Aquiles" significando ponto vulnerável), assim, esta parte ficou vulnerável, podendo levá-lo à morte.
Aqui brilhava o sol e havia cascatas de vinho, mas independentemente de quanto se bebesse, ninguém ficava embriagado. Segundo algumas versões seus habitantes ficavam aqui 1000 anos até apagar-se tudo de terreno neles, depois disto esqueciam toda a sua vida (provavelmente bebendo do rio Lete) e
reencarnavam ou realizavam
metempsicose - reencarnar em animais. Os mortos dos campos elísios podem voltar à Terra, mas como sua nova vida é tão boa, raramente o fazem, mesmo por pouco tempo.
Hades moraria num palácio nos campos elísios com sua esposa Perséfone, circundado por um bosque de
álamos e
salgueiros estéreis. O solo era recoberto de
"asfódelo", planta das ruínas e dos cemitérios. Lá havia um vale por onde corria o rio Lete e onde as almas dos que iam voltar a Terra esperavam por um corpo, no momento devido. Em algumas versões o palácio de Hades ficava junto ao tribunal de julgamento. Certas versões obsoletas colocam o juiz Radamanto como cuidando dos campos elísios, e um de seus servos, seria
Cronos, anteriormente o líder dos titãs, um deus maligno e cruel, mesmo assim Cronos nunca incomodou ninguém no paraíso.
[kdesconfia]
http://pt.wikipedia.org/wiki/Hades_(reino)
[kaham]
http://pt.wikipedia.org/wiki/InfernoParece bastante hein? Porém sabemos que a mitologia grega é anterior logo já dá pra ver a influencia nessa arquetipo de inferno cristão que muita gente tem na cabeça. Porém é bom lembrar que não é descrito na biblia, isso é um arquetipo que os padres e pastores passam para os fiéis indiretamente.[kdesconfia]
Não tem nada na biblia descrevendo como é o inferno e se o mesmo existe.
O Dicionário Expositivo de Palavras do Velho e do Novo Testamento diz a respeito do uso de
inferno para traduzir as palavras originais do
hebraico Sheol e do
grego Hades (Bíblia):
Hades . . . Corresponde a Sheol no Antigo Testamento. Na Versão Autorizada do A.T. e do N. T., foi vertido de modo infeliz por Inferno.[9] A Enciclopédia da Collier diz a respeito de
Inferno:
Primeiro representa o hebraico Seol do Antigo Testamento, e o grego Hades, da Septuaginta e do Novo Testamento. Visto que Seol, nos tempos do Antigo Testamento, se referia simplesmente à habitação dos mortos e não sugeria distinções morais, a palavra ‘inferno’, conforme entendida atualmente, não é uma tradução feliz.[10] O Terceiro Novo Dicionário Internacional de Webster diz:
Devido ao entendimento atual da palavra inferno (Latim Infernus) é que ela constitui uma maneira tão infeliz de verter estas palavras bíblicas originais. A palavra inferno não transmitia assim, originalmente, nenhuma idéia de calor ou de tormento, mas simplesmente de um lugar coberto ou oculto (de . . . helan, esconder).
[11] A Enciclopédia Americana diz:
Muita confusão e muitos mal-entendidos foram causados pelo fato de os primitivos tradutores da Bíblia terem traduzido persistentemente o hebraico Seol e o grego Hades e Geena pela palavra inferno. A simples transliteração destas palavras por parte dos tradutores das edições revistas da Bíblia não bastou para eliminar apreciavelmente esta confusão e equívoco.[12] O significado atribuído à palavra
inferno atualmente é o representado em
A Divina Comédia de Dante[13], e no Paraíso Perdido de Milton[14], significado este completamente alheio à definição original da palavra. A idéia dum inferno de tormento ardente, porém, remonta a uma época muito anterior a Dante ou a Milton.