Retomando a questão:
Um novo estudo publicado esta semana propõe que um breve período de intenso decaimento radioativo derreteu o gelo de Encelado, permitindo às rochas migrarem para o seu centro, formando um núcleo derretido.
Essa proposta é da equipe de pesquisadores liderada por Julie Castillo-Rogez do JPL-NASA em Pasadena, Califórnia.
Os jatos gelados de Encelado espalham partículas para o espaço, formando o difuso anel E de Saturno.
Crédito: NASA/JPL/Space Sciente Institute Encelado teria acumulado uma grande proporção de isótopos alumínio-26 e ferro-60 ao "varrer" pequenos objetos rochosos ricos nos dois isótopos. Chamados inclusões ricas em cálcio e alumínio, estes objetos com centímetros encontram-se embebidos em alguns meteoritos. Estão entre os primeiros sólidos a se formarem no Sistema Solar há cerca de 4.6 mil milhões de anos atrás, sugerindo que Encelado também coalesceu bem cedo.
Durante uns quantos milhões de anos, depois da formação de Encelado, estes isótopos terão decaído rapidamente e aquecido a lua. "O gelo dentro do satélite derreteu completamente," diz Castillo-Rogez. "Como resultado disto, a rocha separa-se do gelo e afunda-se para o centro."
No centro da lua, a rocha formaria um núcleo derretido, e a força das marés faria com que permanecesse aquecido até hoje em dia. O calor transportado do núcleo, que deveria ainda conter algumas bolsas derretidas, providenciaria calor suficiente para produzir as plumas, dizem os cientistas.
O quadro geral é que os isótopos de curta-duração são os responsáveis pelas plumas. "O decaímento dos radioisótopos de curta-duração não fazem este trabalho todo, mas podem iniciá-lo, para outros processos tomarem o seu lugar," diz Dennis Matson do JPL, membro da equipe de estudo.
O cenário poderá também explicar a observação do nitrogénio molecular nas plumas de Encelado observadas pela Cassini.
O nitrogénio poderá originar a quebra de amoníaco onde o núcleo da lua se encontra com a água e amoníaco. Para esta reação ocorrer, a temperatura precisa de estar pelo menos a 300º Celsius. Eventualmente chega à superfície e escapa para o espaço onde pode ser observado.