Mas é aquela coisa, né, um livro mais difícil de ler, mais intricado, possivelmente "maçante", como diz o Borges, não quer dizer maior valor intelectual, artístico, emotivo, o que for. Um dos meus livros prediletos, que eu vivo relendo, belíssimo belíssimo, é O Velho e o Mar, e é um livro escrito de forma bastante simples. O seu horizonte intelectual também aumenta ao ler livros que são prazerosos de cara.
É claro, o inverso também não é verdadeiro. Mas tem leituras maçantes, mesmo consagradas, que eu não consigo ver o valor intelectual, artístico, emotivo, o que for, mesmo forçando um pouquinho (10 páginas, vai). Tenho minhas limitações cognitivas (poesia, por ex, são poucos poetas que gosto). É por essas que eu acho que nunca terei prazer ao ler O Paraíso Perdido. E o Borges me convence a dizer que o livro não foi feito para mim.