Autor Tópico: Educação pública e temas "polêmicos"  (Lida 2392 vezes)

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Offline Buckaroo Banzai

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Educação pública e temas "polêmicos"
« Online: 23 de Maio de 2011, 15:56:01 »
Não precisam comentar fazendo digressões sobre porque não deveria haver educação pública ou sequer estado para começar.


Supondo que devesse, ou que não é realista supor que isso vá mudar em breve, como deve ser a educação sobre temas como sexualidade, reprodução, evolução, vacinas, relgião? A partir de que idade a escola deve abordar e como deve ser o material?

Os pais devem ter o direito de privar as crianças do acesso a essas aulas?

Como vocês avaliam o material que receberam sobre esses temas na infância e adolescência? Foi informativo/saudável, poderia ser mais completo, ou ainda, causou alguma espécie de dano ou trauma? Que ressalvas fariam?

Offline Derfel

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Re: Educação pública e temas "polêmicos"
« Resposta #1 Online: 23 de Maio de 2011, 16:46:06 »
Não precisam comentar fazendo digressões sobre porque não deveria haver educação pública ou sequer estado para começar.


Supondo que devesse, ou que não é realista supor que isso vá mudar em breve, como deve ser a educação sobre temas como sexualidade, reprodução, evolução, vacinas, relgião? A partir de que idade a escola deve abordar e como deve ser o material?

Reprodução, evolução e vacinas já são dados dentro das aulas de ciências e biologia. Reprodução é dado desde o nono ano (acho). Evolução parece que é apenas pincelada no oitavo ano e é dado mesmo no ensino médio. Minha esposa dá esses três assuntos na rede pública, tanto no fundamental quanto no ensino médio (e reprodução é a aula que mais desperta interesse nos alunos, já que eles possuem muitas dúvidas e ideias erradas). Evolução sempre tem algum problema com alunos evangélicos, mas nada muito grande. Sexualidade me parece que também já está sendo abordado na sala de aula, só não sei de que forma e em qual disciplina. Religião está sendo dado no sentido geral, algo como história das religiões.

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Os pais devem ter o direito de privar as crianças do acesso a essas aulas?

Se você considerar o pátrio poder, então sim. Porém significa alienar o aluno de um conhecimento que poderá ou será importante em sua vida acadêmica ou profissional. Por essa ótica, então não.

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Como vocês avaliam o material que receberam sobre esses temas na infância e adolescência? Foi informativo/saudável, poderia ser mais completo, ou ainda, causou alguma espécie de dano ou trauma? Que ressalvas fariam?

Sou da época da EMC! :biglol: E aula de religião era quase catecismo! :biglol: Agora, com relação aos outros tópicos, o único que nunca foi ministrado foi sexualidade. O resto foi bem ministrado na época.

Offline Diegojaf

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Re: Educação pública e temas "polêmicos"
« Resposta #2 Online: 23 de Maio de 2011, 19:11:13 »
No colégio onde estudei, em 95 (6ª série) eles decidiram passar a dar aulas de Ed. Sexual. No início, meninos separados de meninas e depois, quando os "hihihihis" parassem, juntariam as turmas. Quando isso aconteceu, de início as meninas ficaram um pouco sem jeito, mas logo em seguida, graças ao método da professora, não houve problemas. Acho que nessa idade ou uns 2 anos a menos, já está na hora de ed. sexual orientada a doenças venéreas e métodos contraceptivos.

Na época, os pais não chiaram muito. Houve muito "isso é um absurdo" nas casas, mas o pessoal foi mais da "resistência passiva" e isso não se manifestou no colégio.
"De tanto ver triunfar as nulidades; de tanto ver prosperar a desonra, de tanto ver crescer a injustiça. De tanto ver agigantarem-se os poderes nas mãos dos maus, o homem chega a desanimar-se da virtude, a rir-se da honra e a ter vergonha de ser honesto." - Rui Barbosa

http://umzumbipordia.blogspot.com - Porque a natureza te odeia e a epidemia zumbi é só a cereja no topo do delicioso sundae de horror que é a vida.

Skorpios

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Re: Educação pública e temas "polêmicos"
« Resposta #3 Online: 24 de Maio de 2011, 08:00:46 »
Na minha época sexualidade e reprodução se aprendia na rua. No ginasio se falou algo a respeito nas aulas de Ciências Físicas e Biologicas...


Offline Buckaroo Banzai

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Re: Educação pública e temas "polêmicos"
« Resposta #5 Online: 24 de Maio de 2011, 09:58:15 »

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Os pais devem ter o direito de privar as crianças do acesso a essas aulas?

Se você considerar o pátrio poder, então sim. Porém significa alienar o aluno de um conhecimento que poderá ou será importante em sua vida acadêmica ou profissional. Por essa ótica, então não.

Mas a interpretação legal atual é de que esse "pátrio poder" não vale uma titica, não? Afinal, até ensinar os filhos em casa, se você acha que as aulas no colégio são ruins, é proibido.

http://www.gazetadopovo.com.br/ensino/conteudo.phtml?tl=1&id=1101573&tit=Quando-o-saber-nao-vem-da-escola

Offline Titoff

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Re: Educação pública e temas "polêmicos"
« Resposta #6 Online: 24 de Maio de 2011, 10:23:28 »
Já vi professores defendendo que é problemático que durante toda a vida escolar dos alunos, quando se aborda sobre orgãos sexuais, colocaca-se apenas a visão de reprodução sexual.

Dizem isto por entenderem (e é fato) que a função do sexo não é apenas reprodução (aliás, na grande maioria das vezes, não é).

A questão é quando e como abordar isso. Parece que ainda falta jeito.

Offline Barata Tenno

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Re: Educação pública e temas "polêmicos"
« Resposta #7 Online: 24 de Maio de 2011, 10:35:12 »
A tv Record esta fazendo uma campanha agressiva e tendenciosa contra o kit homofobia.
He who fights with monsters should look to it that he himself does not become a monster. And when you gaze long into an abyss the abyss also gazes into you. Friedrich Nietzsche

Offline Titoff

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Re: Educação pública e temas "polêmicos"
« Resposta #8 Online: 24 de Maio de 2011, 10:37:33 »
A tv Record esta fazendo uma campanha agressiva e tendenciosa contra o kit homofobia.

Tem algum site mostrando como é o material, em que idades e como serão utilizados? Só vejo notícias...

Offline Barata Tenno

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Re: Educação pública e temas "polêmicos"
« Resposta #9 Online: 24 de Maio de 2011, 10:46:14 »
A tv Record esta fazendo uma campanha agressiva e tendenciosa contra o kit homofobia.

Tem algum site mostrando como é o material, em que idades e como serão utilizados? Só vejo notícias...
Tem os videos no youtube.
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Offline Liddell Heart

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Re: Educação pública e temas "polêmicos"
« Resposta #10 Online: 24 de Maio de 2011, 14:38:59 »
Só no Brasil um kit gay/anti-homofobia causa mais rebuliço que o péssimo desempenho no PISA.  :(
"Onde mora a liberdade, ali está a minha pátria."
Benjamin Franklin

"Posso não concordar com uma só palavra sua, mas defenderei até a morte o seu direito de dizê-la."
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Offline Chemistry

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Re: Educação pública e temas "polêmicos"
« Resposta #11 Online: 24 de Maio de 2011, 21:19:39 »
pois é, não aguentei quando um dos secretários de educação foi ao congresso e disse que debateram 3 messes um beijo lésbico, detalhe, não era sobre mostrar ou não no vídeo, e sim sobre até onde a língua iria..

pqp..


 :chicote:
"O que me preocupa não é o grito dos maus,

é o silêncio dos bons."

Offline Nina

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Re: Educação pública e temas "polêmicos"
« Resposta #12 Online: 24 de Maio de 2011, 21:28:40 »
Até durante a votação do código florestal (sic) levantaram a polêmica do "kit gay", como chamou a bancada católica... claro, estavam, segundo eles, a favor da moral e dos bons costumes cristãos.
"A ciência é mais que um corpo de conhecimento, é uma forma de pensar, uma forma cética de interrogar o universo, com pleno conhecimento da falibilidade humana. Se não estamos aptos a fazer perguntas céticas para interrogar aqueles que nos afirmam que algo é verdade, e sermos céticos com aqueles que são autoridade, então estamos à mercê do próximo charlatão político ou religioso que aparecer." Carl Sagan.

Offline Derfel

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Re: Educação pública e temas "polêmicos"
« Resposta #13 Online: 25 de Maio de 2011, 11:20:09 »
Lenha para a fogueira:

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http://forum.antinovaordemmundial.com/arquivos/KIT-GAY-Cartilha-o-Caderno-Das-Coisas-Importantes.pdf



Ficou mesmo bem interessante a cartilha, não conhecia. O Che encontra-se ali porque é um símbolo da cultura pop. Agora, não entendo porque é chamado de kit gay se praticamente nada fala sobre homossexualidade, apenas sugere uns poucos filmes.

Offline Südenbauer

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Re: Educação pública e temas "polêmicos"
« Resposta #14 Online: 25 de Maio de 2011, 18:24:31 »
Já vi professores defendendo que é problemático que durante toda a vida escolar dos alunos, quando se aborda sobre orgãos sexuais, colocaca-se apenas a visão de reprodução sexual.

Dizem isto por entenderem (e é fato) que a função do sexo não é apenas reprodução (aliás, na grande maioria das vezes, não é).

A questão é quando e como abordar isso. Parece que ainda falta jeito.
Não sei como abordar direito o homossexualismo e outras esquisitices porque meu colégio era conservador e falava superficialmente sobre os temas. Mas a sexualidade em si não tinha problema, no primeiro sinal de que nossos hormônios estavam fora de controle, o colégio contratou uma psicóloga para falar 2 horas por semana com a gente (1 hora para ambos os sexos e outra com os gêneros separados). Isso por uns dois meses ou até menos. Além do mais, sempre tinham palestras promovidas pela escola ou pela prefeitura abordando gravidez e DSTs.

Não há motivo para constrangimento para falar abertamente sobre isso. É melhor que a criança aprenda por exemplos experientes (professores, palestrantes e pais) do que fazendo merda.

Offline Buckaroo Banzai

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Re: Educação pública e temas "polêmicos"
« Resposta #15 Online: 25 de Maio de 2011, 20:23:36 »


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Digo NÃO ao “Kit Gay”!

Publicado em 16/12/2010 por Eleições HoJE
 
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Por Karla Joyce

[...] Programas de TV, como o Superpop e o Programa do Ratinho, fizeram o debate em torno dessas informações erradas, reforçando mais a homofobia.

 

Eu mesma não sabia dessa iniciativa e resolvi procurar, depois dessa confusão toda. Descobri que o principal objetivo desse seminário foi apresentar os resultados do projeto “Escola Sem Homofobia”, cujos integrantes eram gestores do MEC e pessoas integrantes de entidades da sociedade civil. O resultado da pesquisa apenas reafirmou o resultado de uma pesquisa feita pelo MEC em 2009, cujo resultado mostra que escolas públicas são ambientes homofóbicos.

O projeto Escola sem Homofobia é um braço do programa Brasil sem Homofobia. Um grupo de trabalho foi criado para discutir a questão da homofobia em ambiente escolar. É composto por gestores do MEC (Ministério da Educação) e ONG’s como a ABGLT, Ecos – Comunicação em Sexualidade, Pathfinder, Reprolatina, Galé International , entre outras. A primeira ação do grupo foi realizar uma pesquisa nacional para diagnosticar a situação das escolas públicas brasileiras no que diz respeito da homofobia.

A pesquisa foi realizada em 11 capitais: Manaus, Porto Velho, Recife, Natal, Goiânia, Cuiabá, São Paulo, Belo Horizonte, Rio de Janeiro, Porto Alegre e Curitiba. Os resultados não foram nada animadores! A seguir, vou pontuar alguns resultados dessa pesquisa que foram apresentados no seminário realizado na Câmara, apresentados por Carlos Laudari, da Pathfinder:

    Em geral, havia desconhecimento dos conceitos, orientação sexual e identidade de gênero, conforme definidos os marcos da pesquisa. A sigla LGBT é pouco conhecida. Gênero é o jeito da pessoa, a personalidade.
    Existe uma invisibilidade dos estudantes LGBT nas escolas. A percepção é que a quantidade de gays é muito pouca, mas é maior do que a de lésbicas. Não foi visto nenhuma travesti ou transexual nas 44 escolas analisadas. “Nunca existiu na escola um caso de gay ou lésbica, porque os alunos daqui são muito novos. É depois dos 15 anos que você vira gay.” “O homem, para diagnosticar, é mais fácil, percebemos alguma coisa.”
    Percepção da escola como ambiente hostil. “Travestis frequentam essa escola ou não?” “Não, não, não, graças a Deus, não!” Um aluno disse isso: “Graças a Deus, não!”
    Percepção da diversidade sexual com base nos estereótipos. “Gay a gente conhece pelo jeito de andar, a própria anatomia, porque geralmente as lésbicas não têm cintura afinada”, disse um professor.
    O sentimento de autoridades, educadores e de estudantes em relação à pessoa LGBT variaram, em uma escala que vai de normal até estranhamento, repulsa e nojo. “Eu, quando vejo dois caras se beijando, acho supernojento”. Disse um estudante. Uma professora de Goiânia disse: “Eu não acho normal, eu não acho bonito. Eu não. Para mim não é normal. Eu acho que Deus fez o homem e a mulher. Só, só.”
    Postura, atitudes da escola perante estudantes. Não há uma diretriz oficial. A postura da escola é tratar todos com igualdade e respeito, mas, na prática, a escola dificulta que estudantes LGBT assumam sua orientação sexual. “Se o comportamento deles fosse condizente com o dos outros normais, não haveria problema”.
    Existe a homofobia na escola, mas, de certa forma, é negada, primeiro, pelo discurso que refuta a existência de LGBT estudantes “Não, aqui não tem estudante LGBT, então, não pode ter homofobia.”
    A percepção da homofobia na escola é maior entre os estudantes que as autoridades. Os estudantes sabem mais que a homofobia está lá que os professores. “Teve outra vez que ele apanhou, veio à Secretaria e falou, mas não adiantou muito. Ele foi para outra escola, trocou de turma, mas não adianta, os garotos pegaram e bateram nele mesmo.”
    A homofobia é vista como fenômeno natural. Existe uma influência religiosa importante, a culpabilidade da população LGBT.  Causa e conseqüências: “Isso é coisa do diabo”, disse um professor de Porto Velho. Acho que é um certo machismo dos homens, mas muito forte.
    As consequências da homofobia relatadas foram: tristeza; depressão; baixa autoestima; perda de rendimento escolar; evasão escolar; violência e suicídio.

 

Os resultados escancararam uma realidade que muitos LGBT’s já conhecem na pele, infelizmente: a escola pública é um ambiente muito hostil à diversidade sexual, seja quanto a sua manifestação até a sua discussão. No ano de 2009, o MEC realizou uma pesquisa sobre a mesma temática. Seus resultados indicaram que “87% da comunidade – sejam alunos, pais, professores ou servidores – têm algum grau de preconceito contra homossexuais. (…) O levantamento foi realizado com base em entrevistas feitas com 18,5 mil alunos, pais, professores, diretores e funcionários, de 501 unidades de ensino de todo o país”. A pesquisa foi realizada com 18,5 mil alunos, pais profesores, diretores e funcionários sendo que foram mais de 10 mil alunos entrevistados. Desta quantidade de alunos, 2780 disseram rejeitar homossexuais como colegas de classe. Fonte: Portal MundoMais: Nota Zero e “Homofobia: O Preconceito Nas Escolas”

A forma pelo o qual o grupo de trabalho optou para combater esta realidade foi por meio da educação, com o uso de materiais didáticos para que este tema fosse abordado de forma adequada para o ambiente escolar. Dentro do seminário foi apresentada uma forma de combater essa homofobia: a construção de um material para distribuição em mais de 6 mil escolas públicas do país, inicialmente para estudantes de Ensino Médio. O grifo é proposital: é para deixar claro quem é o verdadeiro público alvo, ao contrário do que Jair Bolsonaro e Paes de Lira insistem em afirmar. De acordo com uma matéria publicada pelo Portal IG no dia 14/12/2010, o MEC afirma que o material é voltado para esses estudantes.

Segundo o jornal Correio Braziliense, foi firmado um convênio entre o MEC, com recursos do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE), e a ONG Comunicação em Sexualidade (Ecos) para a produção deste material. O kit é composto por vídeos, boletins e cartilhas com histórias de adolescentes homossexuais.

Esta reportagem da TV Câmara também retrata o kit contra a homofobia:

[ Download ]

Se você estiver com preguiça de assisti-lo, vou fazer um destaque importante. Entre 1min 4seg e 1min 36seg desse vídeo existe a explicação do que é o kit, feita por Toni Reis, presidente da ABGLT:

“A partir desta pesquisa nós fizemos um kit que vai ser distribuído para 6 mil escolas de todo o Brasil. São seis informativos. São 5 vídeos que tratam da questão do que é uma lésbica, do que é uma pessoa travesti, do que é uma pessoa transexual, do que é uma pessoa gay, como se dá essa questão da homofobia, quais os problemas da homofobia.
Nós temos os manuais e o guia para o professor trabalhar isso na sala de aula de forma bastante responsável. O que nós queremos é que esse material não faça apologia à homossexualidade, mas que faça apologia à cidadania e o respeito aos direitos humanos”.

A parte que causou a maior ira dos tais deputados foram os vídeos. Tem-se conhecimento do conteúdo de três vídeos. Para eu não ser imparcial, vou transcrever as descrições dos vídeos feitas pelo Portal IG e do Correio Braziliense:

“No vídeo intitulado Encontrando Bianca, um adolescente de aproximadamente 15 anos se apresenta como José Ricardo, nome dado pelo pai, que era fã de futebol. O garoto do filme, no entanto, aparece caracterizado como uma menina, como um exemplo de uma travesti jovem. Em seu relato, o garoto conta que gosta de ser chamado de Bianca, pois é nome de sua atriz preferida e reclama que os professores insistem em chamá-lo de José Ricardo na hora da chamada”. (Em “Material didático contra homofobia mostra adolescente que virou travesti”; Correio Braziliense, 2010.

“Um adolescente que tentava gostar de futebol para agradar o pai, mas nunca conseguiu se sair bem no esporte é o pano de fundo da narrativa do curta “Encontrando Bianca”, produzido por uma empresa para o Ministério da Educação (MEC)”. (Em “Vídeo que trata de homofobia a adolescentes gera ira de deputado”; Portal IG, 2010.

“Os outros dois filminhos – que têm cerca de cinco minutos de duração – falam de outros temas relacionados à diversidade sexual. “Torpedo” conta a história de duas amigas que se apaixonam. Em uma festa, elas trocam carinhos (mãos no cabelo uma da outra, troca de olhares e sorrisos, um abraço mais carinhoso) e são fotografadas por colegas, que publicam as fotos na internet e fazem chacotas das duas. Elas decidem, então, assumir o que sentem. O vídeo termina com um abraço entre elas no pátio do colégio. Sem nenhum beijo (como descrito pelo deputado Bolsonaro).


O último, chamado de “Probabilidade”, mostra as dúvidas e conflitos vividos por um jovem de 15 anos, Leonardo. Quando se descobre vivendo o primeiro amor, o rapaz tem de mudar de cidade, por conta do trabalho do pai. Na nova morada, faz amizade com um menino que é muito atencioso com ele desde o primeiro dia de aula. Aos poucos, os dois se tornam amigos e viram alvos de piada, porque o amigo, chamado Mateus, é gay. Leonardo sabe disso, mas não se importa. Nunca houve nada entre os dois. Certo dia, eles vão a uma festa, e Mateus apresenta um primo a Leonardo. Os dois conversam a noite toda e descobrem afinidades. Na hora de ir embora, Leonardo sente vontade de beijar o rapaz e se espanta com isso, mas nada acontece. Já em casa, passa a noite pensando nos próprios sentimentos. No dia seguinte, durante a aula, observa o quanto também se sente atraído por uma amiga. Nesse instante, ele “percebe” que não quer lutar contra o que sente e acha que pode gostar de pessoas, independentemente do sexo”. (Em “Vídeo que trata de homofobia a adolescentes gera ira de deputado”; Portal IG, 2010)

Os filmetes “Torpedo” e “Probabilidade” ainda são inéditos para o público em geral. Quem afirmar que viu todos os vídeos pode estar falando uma mentira! Mas você que lê este texto poderá conferir o vídeo “Encontrando Bianca”:

[ Download ]

Digam-me: com o vídeo e as imagens, o que há de desrespeitoso? Nesse vídeo “Encontrando Bianca” há alguma apologia à “homossexualidade”, à “pederastia”? Você enxergou alguma mensagem subliminar incentivando a pederastia?

Todo esse material ainda está sob avaliação do MEC. E várias discussões foram e continuam sendo feitas para que este kit seja elaborado de forma responsável, sem fazer apologias ou ter cenas que possam não ser adequadas para os jovens. Assim que for aprovado, um processo de licitação do kit será realizado para que esse material seja produzido em larga escala e distribuído.

[...]

http://eleicoeshoje.wordpress.com/2010/12/16/kit-gay/



Sexo com animais é tema na 1ª comunhão
THIAGO REIS
DA AGÊNCIA FOLHA


Um questionário com as opções "vou à zona", "sexo com animais" e "com bonecos" foi passado a um grupo de crianças de uma pequena cidade de Santa Catarina. A enquete, que indignou pais e mobilizou o Ministério Público, foi feita durante uma aula de primeira comunhão.
O caso ocorreu em Iomerê, cidade com 2.500 habitantes. As crianças, que têm em média 11 anos, receberam, após uma aula de primeira comunhão, um "exame de consciência" -uma espécie de confissão- que pedia a elas para "marcar ou pintar os quadradinhos dos seus pecados cometidos".
As opções eram divididas por mandamentos. No sexto ("não pecar contra a castidade"), havia os quadradinhos "vou à zona", "pratico relações homossexuais", "sexo com animais".
No quinto ("não matar"), as opções eram "cometi aborto", "abuso no volante", "tentei suicídio". Os formulários foram recebidos na semana passada. Participam do curso 32 crianças.
O pároco é Clair Kozik e disse lamentar o caso, que a intenção foi a mais reta possível e que ninguém pensou em atingir o lado maléfico.
A promotora de Justiça Maria Regina Forlin Lakus afirmou que já está investigando o caso.
Uma das mães, que preferiu não se identificar, disse que foi até a paróquia pedir explicações e que "só faltou o padre me chamar de retardada". À Folha, disse que soube do formulário quando sua filha, de dez anos, lhe perguntou: "Mãe, estou com duas dúvidas: O que é uma relação de lesbianismo e o que é sexo com animais?".
"Minha reação foi de revolta. Tentei conversar com o pároco, e ele disse que aquilo era normal, que os pais não querem enxergar os filhos que têm", afirmou.
De acordo com ela, após o caso ser denunciado ao Conselho Tutelar, foi pedido [por alguém da igreja] para que as crianças queimassem as folhas, pois assim estariam queimando também os pecados.
A mãe afirmou que as crianças ficaram constrangidas, e que sua filha chorou ao falar com o padre.
De acordo com o Estatuto da Criança e do Adolescente, é crime "submeter criança ou adolescente a vexame ou a constrangimento". A pena pode chegar a dois anos de prisão.

Caso isolado
Para o filósofo Alípio Casali, da pós-graduação em educação da PUC-SP, o caso é isolado. "Isso nos remete a um padrão medieval da igreja (...) Quando ela se dava ao direito de controlar as consciências das pessoas", disse.
A enquete, afirma o educador, é "descabida" e "representa uma violação". Para ele, "é um absurdo. É uma violência moral, intelectual, social e cultural fazer perguntas dessa natureza".


"Lamento o fato, mas a intenção era a mais reta possível", diz padre

O padre Clair Kozik, 32, disse que os catequistas elaboraram as perguntas. "Eu lamento o fato, mas acredito que a intenção foi a mais reta possível."
Kozik disse que não consentiu com a distribuição e que concorda que a linguagem poderia ser mais infantil. "Mas ninguém pensou em atingir o lado maléfico."
Segundo ele, o caso só veio à tona devido a um problema pessoal de duas ou três pessoas. "As mães não estão de acordo com o que está ocorrendo. São 32 mães e apenas uma é que denunciou."
O bispo de Caçador (389 km de Florianópolis), Luiz Carlos Eccel, 53, afirmou ontem que o padre não será advertido nem punido. O bispo disse não entender o por que da discussão em torno do assunto. "O questionário apenas expressa a realidade." Segundo ele, foram pessoas de "má-fé" que alimentaram a polêmica. Para o bispo, as crianças já têm idade para discernir o que foi colocado no questionário. Questionado sobre a gravidade das perguntas, disse: "Você está subestimando as crianças". Ele também eximiu o padre de culpa. "Não foi nem ele que fez [o questionário]. Foi o conjunto da catequese."
Eccel disse que as perguntas eram fruto de uma aula sobre os dez mandamentos. "Não era bem para responder. Era só para terem consciência do que é pecado."
"Se as pessoas querem seus 15 minutos de fama, vamos dar, né?", disse o bispo, que questionou a reportagem. "Isso já chegou à Folha de S.Paulo? É, onde tem carniça, tem abutre."


Questionário (alguns exemplos):

1° Amar a deus sobre todas as coisas. pecados:
( ) frequentei umbanda
( ) frequentei centro espirita

5° Não matar. pecados:
( ) tentei suicídio
( ) cometi aborto
( ) abuso no volante

6° Não pecar contra a castidade. pecados:
( ) assisto ou divulgo filmes pornôs
( ) pratico relações de lesbianismo
( ) vou a zona
( ) motel com amantes
( ) sexo com animais
( ) sexo com bonecos
( ) uso materiais do shopping do sexo
( ) meu namoro é avançado

Offline JJ

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Re:Educação pública e temas "polêmicos"
« Resposta #16 Online: 28 de Maio de 2019, 13:45:17 »
Direitos LGBT na Suécia


SUÉCIA  /  4 de janeiro de 2018

Home / Suécia

Direitos LGBT na Suécia


A Suécia é um dos países mais gay-friendly do mundo. Aqui a comunidade LGBTQ+ é respeitada assim como todo o resto da sociedade, e, mesmo ainda tendo muito trabalho pela frente, o governo e os cidadãos lutam para que o país seja cada vez mais justo e seguro para todos. Vem descobrir quais são os direitos LGBT na Suécia.


Direitos LGBT na Suécia

A Suécia foi o primeiro país do mundo a permitir a cirurgia de redesignação sexual (que é erroneamente conhecida no Brasil como “cirurgia de mudança de sexo”). Além disso, desde 1988 casais homoafetivos podem viver em união estável, e desde 2005 casais lésbicos tem direito a inseminação artificial.

Sabia que é obrigatório ter Seguro de Viagem para entrar na Europa?
Seja para morar ou visitar, a imigração pode exigir esse documento no país destino. Se você não tiver, será obrigado a voltar ao Brasil.


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Linha do tempo dos direitos da comunidade LGBTQ+ na Suécia

Direitos da comunidade LGBT

O site oficial da Suécia fez uma linha do tempo dos direitos já conquistados no país.

1944: Relações homoafetivas deixam de ser ilegal.

1972: A Suécia se torna o primeiro país a permitir legalmente a cirurgia de redesignação sexual (além de fornecer terapia hormonal gratuitamente).

1979: O Conselho Nacional de Saúde e Bem-Estar da Suécia (Socialstyrelsen) deixa de considerar a homosexualidade uma doença.

1987: Passa a ser proibido a discriminação de pessoas homosexuais por parte de funcionários do governo e de empresas.

1988: Casais homoafetivos agora podem coabitar em um mesmo imóvel.

1995: Casais homoafetivos agora podem ter sua união estável reconhecida pelo governo da Suécia (é importante ressaltar que na Suécia qualquer tipo de casal que vive em união estável tem muitos direitos).

1999: Foi criado o HomO, um órgão governamental sueco que lutava contra a discriminação contra pessoas LGBT. Mais tarde este órgão foi substitido pelo DO (mais sobre ele daqui a pouco).
2003: A Suécia muda a constituição e passa a ser proibido por lei ter discurso de ódio baseado em orientação sexual.

2003: Casais homoafetivos agora também tem direito de adotar.

2005: Casais lésbicos agora tem direito a inseminação artificial.

2009: Passa a ser proibido por lei discriminar pessoal transsexuais.

2009: Agora casais homoafetivos podem se casar legalmente (a Suécia foi o sétimo país do mundo a permitir o casamento entre pessoas do mesmo sexo).

2011: A discriminação baseada em orientação sexual passa a ser totalmente proibida pela constituição da Suécia.

2013: Deixa de ser obrigatória a esterilização de pessoas que irão passar por uma cirurgia de redesignação sexual.

Se você está interessado em visitar a Suécia, é útil saber se é preciso visto para Suécia.


“Casamento gay” na igreja

Em 2009 a Igreja da Suécia (Svenska kyrkan em sueco) – igreja protestante e luterana – passou a reconhecer e a permitir a celebração de casamento entre pessoas do mesmo sexo dentro da instituição após uma votação interna.

Gays podem servir ao exercito na Suécia?

Sim. Não existe nenhuma discriminação baseada em orientação sexual, sendo que a pessoa pode se declarar gay publicamente ou não.

Gays podem doar sangue na Suécia?

Sim, esse é dos direitos LGBT na Suécia, mas existem condições. O assunto está em alta aqui na Suécia porque atualmente homens gays que queiram doar sangue só podem fazer a doação após não ter relações sexuais por no mínimo um ano (o mesmo vale para mulheres que queiram doar mas que tenham tido relação com um homem que teve relação sexual com outro homem), sendo que mulheres lésbicas devem esperar no mínimo três meses.

Você também pode conferir como é o sistema de saúde na Suécia.

O sangue é testado em todas as situações

É importante chamar atenção para o fato de que o sangue de qualquer doador é testado aqui na Suécia, independente de orientação sexual.

O tempo de espera é muito críticado
Este tempo de espera enfrenta muitas críticas, especialmente da RFSL, a maior organização que luta em prol dos direitos LGBTQ+ na Suécia.


No site oficial a RFSL declara que “não é justo que homens gays tenham que se abster de suas vidas sexuais por um ano para doar sangue. O tempo de espera de quatro meses deveria ser suficiente”.

A Suécia é um lugar perfeito para gays?

Como já mencionado, a Suécia é um dos países que mais acolhe pessoas LGBTQ+ no mundo, porém ainda dá para melhorar os direitos LGBT na Suécia.

A presidente da RFSL disse ao site sweden.se que “Já tivemos muitas conquista na legislação. Muita coisa já aconteceu, mas ainda há muito o que ser feito. É perigoso pensar que restam apenas alguns ajustes mínimos”.

Veja as principais curiosidades sobre a Suécia.

Veja como é ser gay na Suécia


E se existe “cura gay” na Suécia?


Homofobia na Suécia

Infelizmente não existe nenhum lugar no mundo que seja livre de homofobia, mas no geral os suecos estão bem longe de ser homofóbicos. Estima-se, por exemplo, que cerca de 91% da população da Suécia entende a importância dos direitos LGBTQ+ e 78% apoia a igualdade de direito de adotar.

ILGA: entenda o que é essa sigla e as conquistas dos direitos na Europa.

Homofobia é crime

Homofobia na Suécia é crime, e as vítimas podem procurar o Diskrimineringsombudsmannen (DO), órgão do governo sueco que trabalha contra todos os tipos de preconceito (clique aqui para saber como entrar em contato).

Homofobia é crime na Suécia

Asilo para pessoas LGBTQ+

Como já te contei neste texto, a Suécia oferece asilo não só para pessoas que estão fugindo de guerras e/ou perseguições políticas e/ou religiosas.

Para além dos direitos LGBT na Suécia para os residentes, o país também oferece asilo para pessoas que sofrem perseguições e riscos relacionados a orientação sexual ou identidade de gênero.

Veja também porque eu escolhi morar na Suécia.



Taís Fernandes


Taís é natural do Espírito Santo e mora na Suécia há mais de 6 anos. Criou o Aqui no Exterior, um canal no YouTube, página no Facebook e perfil no Instagram onde ela mostra tudo sobre a vida no exterior, sobre viagens, sobre intercâmbio e tudo que tem a ver com esses temas.



https://www.eurodicas.com.br/direitos-lgbt-na-suecia/




 

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