Agora já não me lembro palavra por palavra então posso estar distorcendo, mas não é meramente como sinônimo de fertilidade que ele está usando a expressão, mas como algo comportamental.
O que eu até não acharia tão tosco se em vez desse fraseamento fosse mais preciso e falasse de fatores genéticos ou em graus de impulso sexual e/ou de controle de impulsividade, que isoladamente ou em combinação podem resultar numa "genética" da gravidez na adolescência, mas ao mesmo tempo acho que simplesmente não se pode desprezar a cultura e o desenvolvimento individual, o que parece que ele está mais disposto a fazer, que é praticamente a intenção, se não distorço demais ele diz algo como "costumávamos pensar que era algo cultural, mas isso é/pode ser genético".
É uma falsa dicotomia, não há como falar em seres humanos fora do contexto cultural, e quaisquer que sejam suas tendências genéticas individuais, simplesmente não há como se defender essa programação "robótica" que acaba ficando meio implicitamente sugerida, a cultura e o desenvolvimento/vivência modulam sim. No fim das contas o único jeito não-exagerado seria se dizer que a gravidez na adolescência tem, num "nível estatístico", fatores genéticos, além dos culturais/vivenciais. Ou seja, nada de "genes para gravidez na adolescência" como se fala em genes para cores dos olhos ou mesmo estatura, mas mais algo como que, de N garotas com os genes X, Y e Z, N/A acabam engravidando na adolescência, B a mais do que garotas sem tais alelos que se estima terem tido vivências suficientemente similares.
Eu não sei se isso é só picuinha minha, mas não gosto desse tipo de fraseamento simplista.