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Um futuro sombrio para a OTAN?
« Online: 21 de Junho de 2011, 18:25:30 »
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Às vésperas de aposentadoria, Gates vê futuro "sombrio" para Otan


O secretário de Defesa americano disse em entrevista que está "preocupado" com a Otan

Em entrevistas recentes, o secretário de Defesa americano, Robert Gates, tem falado sobre "envelhecimento", mas não se refere à sua iminente aposentadoria. O envelhecimento citado por Gates é da geração americana que apoia a postura dos Estados Unidos ao "adotar" a Europa como parte de sua estratégia militar. A preocupação do secretário com o apoio popular à Otan foi expressada dias depois dele fazer críticas à falta de vontade política e de contribuição de recursos militares por parte de alguns países aliados à missão na Líbia.

"Ficou amplamente claro que as deficiências em cooperação e vontade política têm o potencial de comprometer a capacidade da Aliança de efetuar uma campanha integrada, eficaz e sustentada por ar e mar", afirmou Gates em uma conferência em Bruxelas na sexta-feira. O secretário americano afirmou que a aliança de 62 anos tem um futuro "obscuro, senão sombrio". "Eu estou preocupado", disse em entrevista à agência AP na segunda-feira.

A Otan foi fundada em 1949, como parte dos esforços contra a União Soviética e seus aliados do leste europeu na Guerra Fria. Neste período, a aliança militar e política com a Europa Ocidental foi fundamental para a política de defesa dos Estados Unidos. Mas nos 20 anos desde o fim da União Soviética, o cenário de segurança foi modificado - e para um grande número de americanos, a Otan é uma lembrança obscura de uma época antiga.

Segundo Gates, não é apenas a relutância da maioria dos governos europeus em assumir uma parte maior nos encargos financeiros de sua própria defesa que o incomoda - embora ele afirme que este é o cerne do problema. O que preocupa o secretário de Defesa dos EUA é o que ele vê como uma nova visão emergente entre os jovens americanos sobre o que deveriam ser as prioridades para a política externa e de defesa do país.

"Pessoas como eu, que têm uma ligação emocional com a Europa e a Otan, estão envelhecendo", disse Gates na entrevista à AP. "Muitas das pessoas mais jovens não têm essas preocupações", afirmou o secretário de Defesa. Robert Gates afirmou não se arrepender do discurso contundente proferido em Bruxelas - que incluiu um aviso explícito de que os membros europeus da Otan enfrentam a possibilidade de "irrelevância militar coletiva".

Otan e a paz duradoura
A Otan foi fundada em uma época ambígua, com milhões de pessoas ainda sofrendo os horrores da Segunda Guerra. O consenso mundial era de que a humanidade nunca mais poderia chegar a um conflito tão arrasador, e a paz duradoura parecia ser o objetivo de todas as nações. Ao mesmo tempo, no entanto, crescia outra ameaça ainda maior: os tensos anos de Guerra Fria e o seu iminente confronto nuclear entre Estados Unidos e União Soviética.

No dia 4 de abril de 1949, representantes de 11 países (Reino Unido, Portugal, Noruega, Holanda, Luxemburgo, Itália, Islândia, França, Dinamarca, Canadá e Bélgica) foram recebidos em Washington por Dean Acheson, então secretário de Estado dos Estados Unidos, e assinaram o tratado que deu nome à organização. A Otan nascia então com o objetivo de "garantir a liberdade e a segurança dos países-membros", nem que para isso fosse preciso usar a força. O que os Estados alinhados ao capitalismo ocidental queriam dizer era que "qualquer agressão (ou ameaça) a um dos membros seria considerada uma agressão a todos os outros". Essa mensagem tinha destinatário bem claro: a União Soviética e seus aliados.

http://noticias.terra.com.br/mundo/noticias/0,,OI5188002-EI8141,00-As+vesperas+de+aposentadoria+Gates+ve+futuro+sombrio+para+Otan.html
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Gates critica Otan e aponta deficiências na operação na Líbia

Robert Gates concede entrevista coletiva em Bruxelas, na Bélgica; O chefe do Pentágono criticou a Otan

O secretário de Defesa dos Estados Unidos, Robert Gates, criticou nesta sexta-feira a falta de vontade política e de contribuição de recursos militares por parte de alguns países aliados à missão na Líbia, e advertiu que podem comprometer a operação.

"Ficou amplamente claro que as deficiências em cooperação e vontade política têm o potencial de comprometer a capacidade da Aliança de efetuar uma campanha integrada, eficaz e sustentada por ar e mar", afirmou Gates em uma conferência em Bruxelas.

O chefe do Pentágono disse que essas deficiências se apresentam apesar da missão contar com um amplo apoio político e se tratar de uma operação na qual não há tropas em terra e que se desenvolve no "quintal" da Europa. E mais, acrescentou, "menos da metade se uniu à missão e menos de um terço esteve disposto a participar dos bombardeios", lamentou.

A Noruega e a Dinamarca apresentaram 12% dos aviões que realizam bombardeios, mas os projéteis que lançaram só atingiram um terço dos alvos estabelecidos, afirmou. Bélgica e Canadá fizeram importantes contribuições à missão de bombardeios na Líbia, acrescentou Gates, que lamentou que "estes exemplos são a exceção".

O secretário admitiu que muitos dos países que se mantêm à margem da operação militar contra o regime de Muammar Kadafi não o fazem porque querem, mas porque simplesmente não podem colaborar mais. "As capacidades militares simplesmente não existem, em particular há uma deficiência nos ativos que servem para dirigir tarefas de inteligência", disse. "Os aviões mais sofisticados servem para pouco se os aliados não puderem identificar, processar e eliminar alvos", afirmou.

Embora os aliados lutem contra um regime fracamente armado, em um país no qual a população não está muito concentrada, muitos países começaram a notar a escassez de munição após 11 semanas de operações, requerendo novamente a ajuda dos EUA, indicou. "Apesar das necessidades urgentes para que se invista mais em equipamentos vitais e no pessoal adequado, necessidades que são evidentes há duas décadas, muitos países aliados não estão dispostos a fazer mudanças fundamentais na hora de definir as prioridades e localizar os recursos", lamentou.

Gates qualificou como "inaceitável" o abismo que existe entre aqueles que estão dispostos a compartilhar a carga da operação militar e a pagar o preço por isso e aqueles que mostram uma falta de vontade e de contribuição de recursos. Contudo, Gates reconheceu que a Otan foi capaz de cumprir seus objetivos iniciais e que apesar da missão ter evidenciado algumas deficiências, também demonstrou o potencial que a Aliança tem de executar uma operação liderada pelos países europeus com o apoio dos EUA.

http://noticias.terra.com.br/mundo/noticias/0,,OI5179537-EI17839,00-Gates+critica+Otan+e+aponta+deficiencias+na+operacao+na+Libia.html
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Antes de partir, Gates avisa que Otan arrisca virar irrelevante

O secretário de Defesa dos Estados Unidos, Robert Gates, fez críticas duras aos aliados europeus dos EUA na sexta-feira, dizendo que a Otan corre o risco de "irrelevância militar coletiva" se não começar a arcar com uma parte maior do ônus e elevar seus gastos militares. Em um último discurso político antes de se aposentar, no final do mês, Gates disse que as operações lideradas pela Otan no Afeganistão e na Líbia chamaram a atenção para insuficiências importantes nas capacidades militares e vontade política entre os aliados.

Com os EUA diante da obrigação de fazer cortes orçamentários dolorosos em casa, na medida em que o presidente Barack Obama enfrenta um déficit de US$ 1,4 trilhão, Gates avisou que os parlamentares americanos podem começar a questionar o fato de Washington custear 75% dos gastos da Otan com a defesa. Isso significa, disse ele, que existe "uma possibilidade real de um futuro desanimador, se não lúgubre, para a aliança transatlântica".

"A realidade nua e crua é que haverá vontade e paciência decrescentes (dos EUA) de gastar recursos cada vez mais preciosos em prol de países aparentemente não dispostos a dedicar os recursos necessários ou fazer as modificações necessárias para serem parceiros sérios e capazes em sua própria defesa", disse Gates. "Se as tendências atuais de declínio nas capacidades de defesa europeias não foram sustadas e revertidas, líderes políticos futuros dos EUA - para quem a Guerra Fria não foi a experiência formativa que foi para mim - podem não considerar que os retornos sobre os investimentos da América na Otan justificam os custos."

Apesar de contarem com mais de 2 milhões de soldados uniformizados, os países da Otan, excetuando os EUA, têm dificuldade em manter 25 mil a 45 mil soldados no Afeganistão, "não apenas em termos de soldados em campo, mas em equipamentos de apoio cruciais como helicópteros, aviões de transporte, manutenção, inteligência e vigilância." Gates disse que as operações aéreas contra as forças do líder líbio Muammar Kadafi expuseram outras limitações, com um centro de operações aéreas projetado para lidar com mais de 300 saídas de aviões por dia tendo dificuldade em lançar 150 e os Estados Unidos sendo obrigado a completar as munições escassas.

Gates disse que os problemas com os investimentos em defesa constituem um mau presságio quanto a assegurar que a Otan possua capacidades comuns cruciais e atualizadas. De acordo com ele, os EUA enfrentam uma crise econômica profunda, e a defesa terá que ser incluída entre os grandes cortes de despesas.

Suas declarações foram feitas após dois dias de reuniões da Otan em que Gates disse que poucos países estavam carregando o ônus maior das operações na Líbia e assinalou cinco países que exortou a fazerem mais. Ele teria pedido que Espanha, Turquia e Holanda façam missões aéreas de ataque além das missões aéreas que já estão empreendendo. E exortou a Alemanha e Polônia, que não estão contribuindo, a encontrar maneiras de ajudar.

A porta-voz da Otan Oana Lungescu disse que o secretário-geral da aliança, Anders Fogh Rasmussen, compartilha as preocupações de Gates.

Gates disse que apenas cinco dos 28 aliados - Estados Unidos, Grã-Bretanha, França, Grécia e Albânia - gastam 2% de seus PIBs com defesa, conforme prevê a Otan. Obama nomeou o chefe da CIA, Leon Panetta, para assumir o lugar de Gates à frente do Pentágono.

http://noticias.terra.com.br/mundo/noticias/0,,OI5180359-EI8142,00-Antes+de+partir+Gates+avisa+que+Otan+arrisca+virar+irrelevante.html

"That's what you like to do
To treat a man like a pig
And when I'm dead and gone
It's an award I've won"
(Russian Roulette - Accept)

 

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