Tópico: Miguel Nicolelis no Canal Livre

[Feynman]

Boa entrevista com o professor Miguel Nicolelis:




<a href="http://www.youtube.com/v/U9njpBgaVEs" target="_blank" class="new_win">http://www.youtube.com/v/U9njpBgaVEs</a>

<a href="http://www.youtube.com/v/uL5i21ziOqA&amp;feature=related" target="_blank" class="new_win">http://www.youtube.com/v/uL5i21ziOqA&amp;feature=related</a>

<a href="http://www.youtube.com/v/PiHia_Hrv80&amp;feature=related" target="_blank" class="new_win">http://www.youtube.com/v/PiHia_Hrv80&amp;feature=related</a>

<a href="http://www.youtube.com/v/L5x98zDik-8&amp;feature=related" target="_blank" class="new_win">http://www.youtube.com/v/L5x98zDik-8&amp;feature=related</a>



Elementos interessantes sobre como a ciência funciona no país, educação científica, perspectivas, e até futebol.

Fico um pouco com medo da promessa em relação ao exoesqueleto para a copa no Brasil. Não porque não seja possível, pelo contrário, mas porque vicissitudes várias podem atrasar o feito. E daí pode ser um tiro no pé, quando se trata da imagem pública em relação à ciência feita em nosso país. Mas, naturalmente, torço muito para que tudo dê certo. E torço muito para que o Nicolelis traga o primeiro Nobel para o país, embora sua importância enquanto cientista, per si, já seja inestimável para a ciência e para o estabelecimento de uma cultura científica no Brasil. Que bom que ele tem mais esperança do que eu, neste sentido.

A propósito, ontem o Nicolelis esteve no programa do Jô, para lançar o livro citado na entrevista acima, mas daí já viu, né? É aquele talento do Jô Soares para transformar pessoas inexpressivas em boas entrevistas, e pessoais geniais em entrevistas medíocres:



<a href="http://www.youtube.com/v/FHDV3SHVNmI" target="_blank" class="new_win">http://www.youtube.com/v/FHDV3SHVNmI</a>



P.S.: Por que diabos tanta gente fala "Hawkins"?

[Adriano]

Nicolelis lança manifesto da Ciência Tropical: “Ela vai ditar a agenda mundial do século XXI”
por Conceição Lemes

Ao pensar  o futuro da ciência no Brasil, boa parte dos pesquisadores brasileiros volta os olhos, automaticamente, sem pestanejar,  para Estados Unidos, Europa e Ásia. Miguel Nicolelis, um dos mais respeitados neurocientistas do mundo, não.

Formado em Medicina pela USP, ele está há 20 anos nos Estados Unidos, onde é professor e pesquisador na Universidade Duke. Já ganhou 38 prêmios internacionais por suas pesquisas. Dois deles, em 2010, dos Institutos Nacionais de Saúde (NIH) dos Estados Unidos.

Desde 2003 vive na “ponte aérea” Durham, Carolina do Norte (campus da Duke University) – Macaíba, Rio Grande do Norte, onde implantou o Instituto Internacional de Neurociências de Natal Edmond e Lilly Safra.

Em 11 de outubro, em entrevista a Luiz Carlos Azenha, Nicolelis afirmou ser desejável o desenvolvimento de uma “ciência tropical”. De lá para cá amadureu a ideia. Colocou “no papel” o que tem pensado sobre o tema nesses anos.

O resultado é o manifesto em defesa de um novo paradigma científico, que o Viomundo publica em primeira mão (abaixo da entrevista). Chama-se Manifesto da Ciência Tropical: Uso democrático da ciência para transformação social e econômica do Brasil.

“Optei por chamar o novo modelo de Ciência Tropical não por razões geográficas ou provincianas, mas porque é necessário caracterizarmos desde já o famoso onde, como e porque que permitiram a sua gestão”, explica o professor Miguel Nicolelis. “Afinal, esse novo modelo só teve condições de dar os primeiros passos e realizar as primeiras experiências nesses trópicos, que hoje oferecem à humanidade a mais fascinante esperança de preservar a própria espécie e o planeta.”

“É essa Ciência Tropical que vai possibilitar à humanidade manter e ampliar suas fontes de energia limpa, produzir alimentos e água potável necessários para bilhões de seres humanos”, traduz Nicolelis. “Também cultivar biomas naturais, de onde extrairemos novos medicamentos e curas para inúmeras doenças, preservar os serviços climáticos e ecológicos que manterão em cheque o aquecimento global e identificar novos agentes infecciosos capazes de destruir, numa única epidemia, toda a raça humana.”

De saída, esse novo modelo implica libertar a ciência brasileira da subserviência acrítica aos modelos importados e massificar a educação científica, observa Nicolelis nesta parte da entrevista que me concedeu. Ouçam.

Áudio 1

“Ninguém constrói uma nação com 10 mil pessoas de um bairro da cidade de São Paulo. Você precisa de todo o país”, assegura Nicolelis. “É esse casamento da saúde pública, particularmente a da mulher e a da primeira infância, com o projeto educacional brasileiro, público, que precisa ser feito”.

Áudio 2

É indispensável também investir pesado em ciência e tecnologia. “O investimento maciço em novas formas de explorar petróleo em alta profundidade foi que capacitou a Petrobras a ser o que ela é hoje”, exemplifica Nicolelis. “E isso é apenas a ponta do iceberg. A Ciência Tropical vai ditar a agenda mundial neste século XXI.”

Aqui, Nicolelis sugere como e por quê.

Áudio 3

Para implementar essa revolução educacional, Nicolelis defende que o ideal seria unir a filosofia do educador Paulo Freire (1921-1997) com a de Alberto Santos-Dumont (1873-1932), inventor do voo controlado. Também que, do ponto de vista científico, os nossos parceiros estratégicos não são mais os Estados Unidos, Europa ou Ásia, mas a África e a América Latina. “Pode parecer paradoxal, mas é a pura verdade”, sustenta na última parte da nossa entrevista.

Áudio 4

E continua com o manifesto da ciência tropical...

http://www.viomundo.com.br/entrevistas/nicolelis-lanca-manifesto-da-ciencia-tropical-vai-ditar-a-agenda-mundial-do-seculo-xxi.html

A proposta de política científica dele é muito avançada, pois adequa esta a questão como fundamental ao desenvolvimento do próprio pais 

[Geotecton]

Nicolelis lança manifesto da Ciência Tropical: “Ela vai ditar a agenda mundial do século XXI”
por Conceição Lemes
[...]
O resultado é o manifesto em defesa de um novo paradigma científico, que o Viomundo publica em primeira mão (abaixo da entrevista). Chama-se Manifesto da Ciência Tropical: Uso democrático da ciência para transformação social e econômica do Brasil.
[...]
“É essa Ciência Tropical que vai possibilitar à humanidade manter e ampliar suas fontes de energia limpa, produzir alimentos e água potável necessários para bilhões de seres humanos”, traduz Nicolelis. “Também cultivar biomas naturais, de onde extrairemos novos medicamentos e curas para inúmeras doenças, preservar os serviços climáticos e ecológicos que manterão em cheque o aquecimento global e identificar novos agentes infecciosos capazes de destruir, numa única epidemia, toda a raça humana.”
[...]

Com todo respeito ao pesquisador, mas certas trechos desta entrevista parecem panfletos nacionalistas dos anos 60 mesclados com sensacionalismo. Não existirá, jamais, uma "ciência tropical" assim como não existe uma "ciência temperada". Ou é ciência ou não é.

Nunca houve um agente infeccioso capaz de destruir toda a raça humana em uma só pandemia. Porque isto poderia ocorrer agora?

E como é possível "cultivar" um bioma natural?

[Adriano]

O principal é o modelo pedagógico que ele pretende para o Brasil e até mesmo para a África como parceiros. Aproveitar esse capital cognitivo, no qual ele considera os principais aspectos de aproveitar jovens talentos. Entende que os Estados Unidos estão falidos neste processo, devido a falta de uma educação pública de qualidade, que ensine de forma sistemática o método científico. Vai contra o ensino tecnológico, devido a ter muitos alunos potenciais para ciência puras e que ficam perdidos neste sistema. Enfim, me tornei fã de sua proposta de política científica, já materializado o embrião no seu projeto em Natal. 

[Geotecton]

[...]
Entende que os Estados Unidos estão falidos neste processo, devido a falta de uma educação pública de qualidade, que ensine de forma sistemática o método científico.
[...]

Ainda bem que o EUA não tem uma escola pública de qualidade, pois se o EUA com este "sistema falido" já possui as melhores universidades do mundo, imagine-se o que aconteceria se eles tivessem uma educação de "qualidade"?

E o ensino no EUA é tão "falido" que ele está lá há mais de 20 anos fazendo pesquisa. Porque ele não fez isto por aqui?

[Adriano]

[...]
Entende que os Estados Unidos estão falidos neste processo, devido a falta de uma educação pública de qualidade, que ensine de forma sistemática o método científico.
[...]

Ainda bem que o EUA não tem uma escola pública de qualidade, pois se o EUA com este "sistema falido" já possui as melhores universidades do mundo, imagine-se o que aconteceria se eles tivessem uma educação de "qualidade"?

E o ensino no EUA é tão "falido" que ele está lá há mais de 20 anos fazendo pesquisa. Porque ele não fez isto por aqui?

Tem que defender os coitadinhos dos ianques 

Mas eu penso que ele tem mais conhecimento de causa, por estes anos todos no meio acadêmico internacioanal. E ele está comentando o ensino de ciência no nível fundamental. São ótimas propostas e está fazendo isto dentro da estrutura política que temos, exercendo a sua influência como grande homem da ciência. Muito válido, política se faz assim e ele não está sendo omisso, diante da grande repercussão que está tendo.

[Feynman]

Pois é, como eu disse em relação ao exoesqueleto, parece que o Nicolelis está vestindo bem a túnica de salvador da ciência brasileira, em um sentido semi-pejorativo. Parece-me que é necessária uma maior cautela com algumas coisas que se diz.

[...]
Entende que os Estados Unidos estão falidos neste processo, devido a falta de uma educação pública de qualidade, que ensine de forma sistemática o método científico.
[...]

Ainda bem que o EUA não tem uma escola pública de qualidade, pois se o EUA com este "sistema falido" já possui as melhores universidades do mundo, imagine-se o que aconteceria se eles tivessem uma educação de "qualidade"?

E o ensino no EUA é tão "falido" que ele está lá há mais de 20 anos fazendo pesquisa. Porque ele não fez isto por aqui?

Isto é muito procedente. Serve para nos deixar alertas em relação ao que é dito, e ao que efetivamente ocorre. Sabe-se que a educação pública americana é bastante injusta (já viram o documentário "Wainting for Superman"?), assim como seu sistema de saúde. Em contrapartida, por melhores que sejam algumas de NOSSAS instituições de ensino superior, nenhuma pode ser comparada em influência (pode e efetivamente o é em alguns setores, apenas) a instituições como o MIT ou Caltech. Os americanos têm, isto sim, um grande abismo entre estes dois setores (educação básica e superior), maior ainda que no Brasil. Mas este já é um debate um pouco distinto das críticas de Necolelis em relação à educação básica, que, parece-me, acerta em cheio em muitos de seus pontos.

A propósito (ou sem propósito), só um trecho de uma outra entrevista, onde Nicolelis afirma a posição da ciência em relação à deus (em 7:15 do vídeo):

<a href="http://www.youtube.com/v/v1VsNWa7FEk" target="_blank" class="new_win">http://www.youtube.com/v/v1VsNWa7FEk</a>

Gostaria de ver ele falando mais sobre isto, em suas entrevistas e colóquios. Mas entendo perfeitamente sua provável relutância em fazê-lo.

[ByteCode]

O Nicolelis está certissimo, mesmo que seu entusiasmo seja algo meio utópico. Pois se nem o próprio autor da iniciativa for extremamente otimista, como conseguirá influenciar outros a apostarem em suas idéias? Certamente não é com pessimismo e sindrome de "vira lata sulamericano" que iremos conquistar as coisas. Meu pai sempre me diz: "pense alto, muito alto, pois se acaso conseguir ao menos a metade do que pretendia, já estará muito bom."

Ele está mais do que certo ao afirmar que: 1) se quisiermos um país desenvolvido devemos investir em massa na ciência e tecnologia e 2) devemos valorizar o nosso talento nacional e nossa capacidade própria de iventividade, deixando de ser meros serviçais de EUA, Europa e Japão.

Nicolelis é meu idolo!

[ByteCode]

Esta notícia é meio antiga, mas muito pertinente ao tema:

Comissão do Futuro

O ministro da Ciência e Tecnologia (MCT), Aloizio Mercadante, acertou os últimos detalhes da composição da chamada Comissão do Futuro.

O grupo terá a incumbência de discutir os rumos da ciência brasileira a longo prazo.

São 21 membros (veja lista abaixo), entre cientistas brasileiros e internacionais, presididos pelo neurocientista Miguel Nicolelis.

Nicolelis é um dos cientistas brasileiros de maior prestígio internacional e criticou duramente a indicação de Mercadante para o MCT, alegando que o cargo era importante demais para servir como prêmio de consolação para quem perdera a eleição.

Desde que tomou posse, aparentemente o Ministro tem feito todos os esforços para tentar se situar em uma área na qual ele não tem nenhuma experiência - sua agenda tem sido lotada com visitas a inúmeros centros de pesquisa ao redor do país.

Discutir o Brasil

A primeira reunião da Comissão do Futuro será em abril, mas apenas com os cientistas brasileiros. Entre os 21 convidados, há sete pesquisadores estrangeiros.

"Temos uma comissão internacional de grande respeito, a exemplo do que acontece na Europa e nos Estados Unidos," disse Mercadante.

A seleção dos membros para a Comissão do Futuro foi capitaneada pelo próprio Miguel Nicolelis.

O critério utilizado foi o de cientistas de renome, participantes de diversas áreas como Filosofia, Matemática, Física, Biologia, com disposição para discutir o Brasil e o futuro da ciência. Duas jornalistas também fazem parte da equipe.

"Queremos discutir o futuro antes que o futuro nos discuta, antes que sejamos ultrapassados por ele", explicou Nicolelis. "A intenção é fazer as pessoas discutirem ciência neste país como discutem futebol," complementou.

Comissão do Futuro da Ciência Brasileira


Presidente: Miguel A. L. Nicolelis, Duke University e ELS-IINN
Alan Rudolph, Biólogo, International Neuroscience Foundation, EUA
Alexander Triebnigg, Médico, Presidente da Novartis, Brasil
Conceição Lemes, Jornalista, Brasil
Débora Calheiros, Pesquisadora, EMBRAPA, Brasil
Jon H. Kaas, Neurocientista, Vanderbilt University, US National Academy of Science, EUA
Luiz A. Baccalá, Engenheiro, Escola Politécnica, USP, Brasil
Luiz Belluzzo, Economista, Professor Emérito UNICAMP, Brasil
Mariano Sigman, Neurocientista, Universidade de Buenos Aires, Argentina
Marilena Chauí, Filósofa e Professora, USP, Brasil
Mariluce Moura, Jornalista, FAPESP, Brasil
Mauro Copelli, Físico, UPFE, Brasil
Patrick Aebischer, Neurocientista, Presidente da École Polytechnique Fédérale de Lausanne, Suíça
Ricardo Abramovay, Cientista Político, FEA-USP, Brasil
Robert Bishop, Cientista Computacional, ex-CEO da Silicon Graphics, EUA
Ronald Cicurel, Matemático e Filósofo, Suíça
Selma Jerônimo, Médica-Pesquisadora, UFRN, Brasil
Stevens Rehens, Biólogo, UFRJ, Brasil
Thereza Brino, Educadora em Tecnologia da Informação, Brasil
Victor Nussenzweig, Médico, New York University, Brasil/EUA
William Feiereisen, Cientista Computacional, Intel, EUA

http://www.inovacaotecnologica.com.br/noticias/noticia.php?artigo=comissao-do-futuro&id=010175110304

[ByteCode]

Nicolelis é um dos cientistas brasileiros de maior prestígio internacional e criticou duramente a indicação de Mercadante para o MCT, alegando que o cargo era importante demais para servir como prêmio de consolação para quem perdera a eleição.

Esta nossa política mediocre é f...

Até quando gezuis??

[Feynman]

Desde que tomou posse, aparentemente o Ministro tem feito todos os esforços para tentar se situar em uma área na qual ele não tem nenhuma experiência - sua agenda tem sido lotada com visitas a inúmeros centros de pesquisa ao redor do país.

A contingência de cargos políticos por acordos e dotes partidários, que transcendem uma adequada meritocracia, é uma das coisas mais nojentas que existem na política.

"A intenção é fazer as pessoas discutirem ciência neste país como discutem futebol"

Tá. 

[ByteCode]

Mercadante quer acelerar programa para repatriar talentos brasileiros

Animado, após conhecer os resultados de um programa chinês semelhante, Mercadante disse que o Brasil tem pressa na questão.

“Isso vai sair o mais rápido possível, ainda neste semestre”, disse o ministro, acrescentando que os detalhes o projeto serão divulgados posteriormente.

O ministro Mercadante faz parte da delegação brasileira que fica na China até sábado. A presidente Dilma Roussef tem, nesta quarta-feira, seu terceiro dia de visita com encontro com o primeiro-ministro chinês, Wen Jiabao, e também com o presidente da Assembleia Nacional Wu Bangguo. Pela manhã, visitou a Cidade Proibida.

À tarde, parte para Sanya, no sul da China, para participar de um encontro de cúpula dos países que compõem os BRICS (Brasil, Rússia, Índia e China e África do Sul, que integra agora também o grupo).

Diáspora

A China tem um programa para atrair profissionais de destaque no exterior batizado de "Esquema de 1.000 Talentos". Ele vem atraindo cerca de 100 profissionais dos mais diversos ramos para o país a cada ano. Não apenas na área de ciência e tecnologia, que seria o foco principal do Brasil, como também em outras áreas como finanças e até jornalismo.

Na China, o governo oferece uma espécie de prêmio para incentivar o retorno da diáspora que vai de US$ 150 mil até US$ 600 mil, além de salários competitivos.

“Já conseguiram atrair cerca de 600 talentos”, disse o ministro, dizendo que o programa no Brasil seria diferente, não haveria esse incentivo financeiro oferecido na China.

Ainda assim, Mercadante acredita que o Brasil seria um destino atraente para brasileiros hoje no exterior se forem oferecidos salários de nível mundial e excelentes condições de trabalho e pesquisa na área de ciência e tecnologia.

“Temos visto um interesse grande de brasileiros da diáspora em projetos em universidades, por exemplo”, disse.

Além de tentar atrair esses “cérebros” para o trabalho no Brasil, por meio de empregos ou bolsas de estudo, o ministro quer que se criem redes de contato com brasileiros no exterior para intercâmbio de experiências e atividades mais práticas, como organização de palestras e seminários no Brasil.

Mercadante disse ainda não ter uma estimativa do total de brasileiros em posições de ponta no mundo, mas, apenas nos Estados Unidos, segundo foi informado pelo governo americano, há por volta de três mil professores universitários de origem brasileira.

“Mas há exemplos no mundo inteiro e não apenas no mundo acadêmico. Também na iniciativa privada”, disse.

'Pólo de Tecnologia da Informação'

Mercadante disse ainda querer transformar o Brasil em um pólo regional de Tecnologia da Informação, aproveitando o impulso dado pela promessa de investimento da Foxconn de US$ 12 bilhões em cinco anos para a construção de uma planta de fabricação de telas de cristal líquido no Brasil. A empresa anunciou ainda que começará a montar Ipads no Brasil a partir de novembro.

Questionado sobre se, aproveitando o impulso desta promessa de investimento, o Brasil já está buscando ou vai buscar outros investimentos de grande porte do ramo no Brasil, Mercadante destacou que muitas destas negociações exigem sigilo, mas que outro contato de grande porte está sendo feito.

“Tudo exige muita negociação, mas nossa visão para o Brasil vai por aí”.

Além da promessa de investimento bilionária da Foxconn, o governo comemorou outros possíveis avanços na relação com a China e alguns investimentos de menor porte.

Entre esses avanços, está o compromisso firmado pelo governo chinês, no comunicado conjunto divulgado na terça-feira, de tentar diversificar os investimentos e comércio bilateral com o Brasil.

http://www.bbc.co.uk/portuguese/noticias/2011/04/110413_china_mercadante_ss.shtml

[Adriano]

[...]
Entende que os Estados Unidos estão falidos neste processo, devido a falta de uma educação pública de qualidade, que ensine de forma sistemática o método científico.
[...]

Ainda bem que o EUA não tem uma escola pública de qualidade, pois se o EUA com este "sistema falido" já possui as melhores universidades do mundo, imagine-se o que aconteceria se eles tivessem uma educação de "qualidade"?

E o ensino no EUA é tão "falido" que ele está lá há mais de 20 anos fazendo pesquisa. Porque ele não fez isto por aqui?

Isto é muito procedente. Serve para nos deixar alertas em relação ao que é dito, e ao que efetivamente ocorre. Sabe-se que a educação pública americana é bastante injusta (já viram o documentário "Wainting for Superman"?), assim como seu sistema de saúde. Em contrapartida, por melhores que sejam algumas de NOSSAS instituições de ensino superior, nenhuma pode ser comparada em influência (pode e efetivamente o é em alguns setores, apenas) a instituições como o MIT ou Caltech. Os americanos têm, isto sim, um grande abismo entre estes dois setores (educação básica e superior), maior ainda que no Brasil. Mas este já é um debate um pouco distinto das críticas de Necolelis em relação à educação básica, que, parece-me, acerta em cheio em muitos de seus pontos.

Os Estados Unidos tem uma política educacional, no nível superior, de ter os melhores alunos do mundo. Assim eles caçam os melhores cérebros, e o tema de fuga de cérebros faz parte da pauta nacional. E concordo que as críticas dele com relação a educação básica são boas, e que devemos apostar em suas propostas como um diferencial para o país, apesar dos riscos. Achei muito bom seus projetos de educação científica, me lembram até Sagan comentando a sua "iniciação científica" na infância 

[gilberto]

Pessoal,
falar que o sistema de educação básica dos EUA tem pouca qualidade é complicado hein. Eu não sei de dados, mas os caras são primeiro mundo faz um tempão.
Uma coisa é querer que os alunos nos EUA tenham os mesmos níveis de média de notas escolares dos países asiáticos que tem uma cultura educacional muito mais rígida derivada de uma cultura mais rígida como um todo. Agora acho difícil dizer que as escolas públicas, os professores, as condições de trabalho e aprendizado, material didático, etc, nos EUA não tenham qualidade.

[Derfel]

Geo, ele lança uma proposta e estar nos EUA foi que o permitiu lançar e visualizar essa proposta. A ideia dele é que o eixo de produção de conhecimento irá se deslocar do Norte (EUA, Europa e Ásia) para as regiões tropicais (talvez, mais especificamente, os países emergentes dessa região) e é nesse contexto que ele nomeia de ciência tropical, não que seja uma forma diferente de fazer ciência, assim como quando nos referimos à ciência americana ou ciência japonesa não estamos dizendo que se trata de tipos diferentes de Ciência.
Com relação ao instituto em Natal, já começou a briga de egos e parece-me que a UFRN já abandonou o barco e levou alguns equipamentos de volta.

[Geotecton]

Geo, ele lança uma proposta e estar nos EUA foi que o permitiu lançar e visualizar essa proposta.

Exatamente. Ele se baseou na qualidade da ciência feita no EUA para projetar algo similar para o Brasil.

A ideia dele é que o eixo de produção de conhecimento irá se deslocar do Norte (EUA, Europa e Ásia) para as regiões tropicais (talvez, mais especificamente, os países emergentes dessa região) e é nesse contexto que ele nomeia de ciência tropical, não que seja uma forma diferente de fazer ciência, assim como quando nos referimos à ciência americana ou ciência japonesa não estamos dizendo que se trata de tipos diferentes de Ciência.

É plausível a hipótese que o eixo de produção científica mude do Norte para os países tropicais. Mas eu duvido que isto ocorra em menos de três gerações, porque a Ciência necessita de pessoas qualificadas e instalações adequadas, e em ambos os quesitos o Brasil é deficitário, ainda que pontualmente o Brasil se destaque, em especial naquelas áreas onde existe uma "vocação natural", como na biotecnologia voltada para a agricultura.

E o uso da expressão "ciência tropical" me parece ter duplo sentido, sendo que o primeiro voce já destacou (deslocamento do eixo principal de produção). O segundo soa como um chamado nacionalista para mostrar que nós podemos - e seremos - "grandes".

Com relação ao instituto em Natal, já começou a briga de egos e parece-me que a UFRN já abandonou o barco e levou alguns equipamentos de volta.

Nada diferente do que eu já vi em outras universidades brasileiras.

[Sergiomgbr]

Miguel Nicolelis... uma daquelas bombinhas que você acende, espera que haja um estouro épico, hiperapoteótico, transmegaúltrico,  corre pra longe, esconde atraz da parede, agacha, tapa os ouvidos bem forte, fecha os olhos e tranca os dentes e fica alí... aí depois desconfia, primeiro abre os olhos ainda meio ressbiado, depois levanta e toma coragem e espia de menesgueio, aí vê aquela fumaceira e ainda meio arisco cutuca a bombina com uma vareta, fica alí pensativo,  depois pega a "negoça", abre, cheira...