Não, no Brasil não se pode definir quem é um e quem é outro numa divisão binaria. Prova disso são os casos de exame de fotos para conseguir cotas em alguns lugares, e aqueles casos como quando dois irmãos gêmeos identicos univitelinos, em que um foi aceito e o outro não. Em outros lugares, fazem questionarios indeologicos inclusive alguns deles orais, para ver se deixam ou não entrar pelas cotas, e provavelmente alguma avaliação informal da aparência também, embora nesses outros lugares, não reconhecidas oficialmente.
Agora o pior é que os mais atingidos por esse tipo de coisa são os com alguma aparência mulata perceptivel ou os de aparência branca mas antepassados negros ou mulatos escuros recentes e que acreditaram nos mitos da dicotomia e pensavam que ia ser como nos EUA.
Nos EUA, há documentos mostrando quem tem antepassados negros e quem não, e os que tem os documentos mostrando que tem antepassados negros ou mesmo um só antepassado negro em 200 anos, nas décadas de 1970, 1980 e parte da de 1990 quando havia cotas nos EUA, eram aceitos para as cotas para negros, mesmo sendo loiros naturais e de olhos azuis naturais.
Agora, no Brasil, métodos como procurar documentos (até houve fases com cor na certidão de nascimento) ou de exame de DNA (que realmente mostram a ancestralidade) não são aceitos pelos movimentos negros, por que se não, sobretudo no caso dos exames de DNA, uns 66% da população brasileira ia entrar pelas cotas, e se incluissem sangue indígena para entrar pelas cotas então,uns 80% da população brasileira ia entrar pelas e isso diluiria as cotas. E depois no fundo, o pessoal dos movimentos negros sabem que são os de aparência mais mulata escura os mais discriminados, seguidos pelos de aparência mulata media, depois os de aparência mulata clara ainda perceptivel, mas esses só levemente discriminados, e por fim, os de aparência 100% brancas mesmo com algum antepassado negro, que não são nada discriminados e no fundo, os membros dos movimentos negros não querem que os menos discriminados sejam beneficiados ou alguns em alguns casos não-discriminados, sejam beneficiados de coisas como cotas, só que com isso eles agem de forma totalmente incoerente com a sua suposta busca por um critério bi-racial no Brasil e só afastam apoios de todos esses grupos.