Autor Tópico: Mensagem de Homenagem a Razão - Formatura.  (Lida 1922 vezes)

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Offline ReVo

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Mensagem de Homenagem a Razão - Formatura.
« Online: 07 de Julho de 2011, 00:30:44 »
CC,

Estou me formando no final do ano e há nos convites da formatura uma seção para mensagens/homenagens. Desta vez, além da clássica “homenagem a Deus”, consegui que houvesse um espaço para homenagear a razão. Assim, gostaria do auxílio de vocês na sugestão de um trecho de texto ou citação que refletisse bem o pensamento/ideário racionalista.

Conto com a ajuda de vocês, obrigado.
"Most men love money and security more, and creation and construction less, as they get older." John Maynard Keynes

"Plus ça change, plus c´est la même chose." Giuseppe Tomasi di Lampedusa

Offline Hold the Door

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Re: Mensagem de Homenagem a Razão - Formatura.
« Resposta #1 Online: 09 de Julho de 2011, 12:13:30 »
Se a página no antigo site da STR só com frases e citações ainda estivesse onlin, talvez pudesse lhe ajudar. Você também pode pesquisar por "rationalism quotes" no google e ver se acha algo que sirva.

Eu sugeriria a frase de Descartes "Cogito ergo sum" (ou a variação apócrifa "Dubito, ergo cogito, ergo sum", que até acho mais interessante para fins de homenagem, já que deixa implícito uma mentalidade cética).

É uma frase icônica do início do racionalismo e como é bem conhecida não haveria nenhuma resistência ao seu uso nos convites de formatura, ao invés de outras frases mais "ásperas".
Hold the door! Hold the door! Ho the door! Ho d-door! Ho door! Hodoor! Hodor! Hodor! Hodor... Hodor...

Offline Geotecton

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Re: Mensagem de Homenagem a Razão - Formatura.
« Resposta #2 Online: 09 de Julho de 2011, 12:58:35 »
[...]
É uma frase icônica do início do racionalismo e como é bem conhecida não haveria nenhuma resistência ao seu uso nos convites de formatura, ao invés de outras frases mais "ásperas".

Além de ser uma crítica elegante e velada à referência de deus nos convites. :)
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Offline Unknown

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Re: Mensagem de Homenagem a Razão - Formatura.
« Resposta #3 Online: 09 de Julho de 2011, 14:27:02 »
CC,

Estou me formando no final do ano e há nos convites da formatura uma seção para mensagens/homenagens. Desta vez, além da clássica “homenagem a Deus”, consegui que houvesse um espaço para homenagear a razão. Assim, gostaria do auxílio de vocês na sugestão de um trecho de texto ou citação que refletisse bem o pensamento/ideário racionalista.

Conto com a ajuda de vocês, obrigado.

Qual o tamanho que a mensagem deve ter? Se não for muito longa, acho que esses links podem te ajudar:
http://www.citador.pt/textos/t/razao
http://www.citador.pt/frases/citacoes/t/razao
http://www.citador.pt/proverbios.php?sobre=Razao&op=8&theme=216&firstrec=0
http://www.citador.pt/poemas/t/razao

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Offline Pagão

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Re: Mensagem de Homenagem a Razão - Formatura.
« Resposta #4 Online: 09 de Julho de 2011, 14:50:41 »
"A Razão é escrava, quando a Fé e a Autoridade são senhoras." - Marquês de Maricá

... ou será que é uma das ásperas de que fala Geotecton?   ::)
Nenhuma argumentação racional exerce efeitos racionais sobre um indivíduo que não deseje adotar uma atitude racional. - K.Popper

Offline Hold the Door

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Re: Mensagem de Homenagem a Razão - Formatura.
« Resposta #5 Online: 09 de Julho de 2011, 15:04:11 »
... ou será que é uma das ásperas de que fala Geotecton?   ::)

Ei! Eu ainda não estou tão velho assim pra ser confundido com ele!  |( 

:P
Hold the door! Hold the door! Ho the door! Ho d-door! Ho door! Hodoor! Hodor! Hodor! Hodor... Hodor...

Offline Geotecton

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Re: Mensagem de Homenagem a Razão - Formatura.
« Resposta #6 Online: 09 de Julho de 2011, 15:13:42 »
... ou será que é uma das ásperas de que fala Geotecton?   ::)

Ei! Eu ainda não estou tão velho assim pra ser confundido com ele!  |( 

:P

 :hmph:

 :biglol:
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Offline Geotecton

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Re: Mensagem de Homenagem a Razão - Formatura.
« Resposta #7 Online: 09 de Julho de 2011, 15:14:23 »
"A Razão é escrava, quando a Fé e a Autoridade são senhoras." - Marquês de Maricá

... ou será que é uma das ásperas de que fala Geotecton?   ::)

A "aspereza" é do Angelo Melo.
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Offline Pagão

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Re: Mensagem de Homenagem a Razão - Formatura.
« Resposta #8 Online: 09 de Julho de 2011, 16:25:03 »
... ou será que é uma das ásperas de que fala Geotecton?   ::)

Ei! Eu ainda não estou tão velho assim pra ser confundido com ele!  |( 

:P

Ups... Lapso :vergonha:.
Nenhuma argumentação racional exerce efeitos racionais sobre um indivíduo que não deseje adotar uma atitude racional. - K.Popper

Offline Sergiomgbr

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Re: Mensagem de Homenagem a Razão - Formatura.
« Resposta #9 Online: 09 de Julho de 2011, 16:33:30 »
"A Razão é escrava, quando a Fé e a Autoridade são senhoras." - Marquês de Maricá

... ou será que é uma das ásperas de que fala Geotecton?   ::)
Autoridade é razão, o que excede isso é autoritarismo.
Quanto a homenagear a razão... É certo que agradecer a quem te apoia, entre mestres e família e amigos já traga a luz toda a razão que se suponha haver inerente.
No entanto, elocubrações a parte, a máxima de Protoágoras talvez seja fulminante...
"O homem é a medida de todas as coisas, das coisas que são, enquanto são, das coisas que não são, enquanto não são."
Ou talvez ...“A verdade é sempre um argumento mais forte.” (Sófocles, poeta trágico grego, 495-406 a.C.)
« Última modificação: 09 de Julho de 2011, 17:09:47 por sergiomgbr »
Até onde eu sei eu não sei.

Offline rizk

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« Resposta #10 Online: 09 de Julho de 2011, 21:04:20 »
Revo, me ajuda!

Você se gradua em quê??

--> De todo modo, independentemente disso, acho que o MELHOR texto sobre o assunto, que inclusive foi proferido numa palestra para estudantes, é o "ciência como vocação", do Max Weber.
http://en.wikisource.org/wiki/Science_as_a_Vocation é o texto em inglês. Com certeza você encontra na sua biblioteca. Ele costuma vir num livrinho chamado "ciência e política: duas vocações", tem edição baratinha de papel jornal, vai na fé.

Citar
Scientific work is chained to the course of progress; whereas in the realm of art there is no progress in the same sense. (...) In science, each of us knows that what he has accomplished will be antiquated in ten, twenty, fifty years. That is the fate to which science is subjected; it is the very meaning of scientific work, to which it is devoted in a quite specific sense, as compared with other spheres of culture for which in general the same holds. Every scientific 'fulfilment' raises new 'questions'; it asks to be 'surpassed' and outdated. Whoever wishes to serve science has to resign himself to this fact. Scientific works certainly can last as 'gratifications' because of their artistic quality, or they may remain important as a means of training. Yet they will be surpassed scientifically--let that be repeated--for it is our common fate and, more, our common goal. We cannot work without hoping that others will advance further than we have. In principle, this progress goes on ad infinitum. And with this we come to inquire into the meaning of science. For, after all, it is not self-evident that something subordinate to such a law is sensible and meaningful in itself. Why does one engage in doing something that in reality never comes, and never can come, to an end?

One does it, first, for purely practical, in the broader sense of the word, for technical, purposes: in order to be able to orient our practical activities to the expectations that scientific experience places at our disposal. Good. Yet this has meaning only to practitioners. What is the attitude of the academic man towards his vocation--that is, if he is at all in quest of such a personal attitude? He maintains that he engages in 'science for science's sake' and not merely because others, by exploiting science, bring about commercial or technical success and can better feed, dress, illuminate, and govern. But what does he who allows himself to be integrated into this specialized organization, running on ad infinitum, hope to accomplish that is significant in these productions that are always destined to be outdated? This question requires a few general considerations.

Scientific progress is a fraction, the most important fraction, of the process of intellectualization which we have been undergoing for thousands of years and which nowadays is usually judged in such an extremely negative way. Let us first clarify what this intellectualist rationalization, created by science and by scientifically oriented technology, means practically.

Does it mean that we, today, for instance, everyone sitting in this hall, have a greater knowledge of the conditions of life under which we exist than has an American Indian or a Hottentot? Hardly. Unless he is a physicist, one who rides on the streetcar has no idea how the car happened to get into motion. And he does not need to know. He is satisfied that he may 'count' on the behavior of the streetcar, and he orients his conduct according to this expectation; but he knows nothing about what it takes to produce such a car so that it can move. The savage knows incomparably more about his tools. When we spend money today I bet that even if there are colleagues of political economy here in the hall, almost every one of them will hold a different answer in readiness to the question: How does it happen that one can buy something for money--sometimes more and sometimes less ? The savage knows what he does in order to get his daily food and which institutions serve him in this pursuit. The increasing intellectualization and rationalization do not, therefore, indicate an increased and general knowledge of the conditions under which one lives.

It means something else, namely, the knowledge or belief that if one but wished one could learn it at any time. Hence, it means that principally there are no mysterious incalculable forces that come into play, but rather that one can, in principle, master all things by calculation. This means that the world is disenchanted. One need no longer have recourse to magical means in order to master or implore the spirits, as did the savage, for whom such mysterious powers existed. Technical means and calculations perform the service. This above all is what intellectualization means.

Now, this process of disenchantment, which has continued to exist in Occidental culture for millennia, and, in general, this 'progress,' to which science belongs as a link and motive force, do they have any meanings that go beyond the purely practical and technical? You will find this question raised in the most principled form in the works of Leo Tolstoi. He came to raise the question in a peculiar way. All his broodings increasingly revolved around the problem of whether or not death is a meaningful phenomenon. And his answer was: for civilized man death has no meaning. It has none because the individual life of civilized man, placed into an infinite 'progress,' according to its own imminent meaning should never come to an end; for there is always a further step ahead of one who stands in the march of progress. And no man who comes to die stands upon the peak which lies in infinity. Abraham, or some peasant of the past, died 'old and satiated with life' because he stood in the organic cycle of life; because his life, in terms of its meaning and on the eve of his days, had given to him what life had to offer; because for him there remained no puzzles he might wish to solve; and therefore he could have had 'enough' of life. Whereas civilized man, placed in the midst of the continuous enrichment of culture by ideas, knowledge, and problems, may become 'tired of life' but not 'satiated with life.' He catches only the most minute part of what the life of the spirit brings forth ever anew, and what he seizes is always something provisional and not definitive, and therefore death for him is a meaningless occurrence. And because death is meaningless, civilized life as such is meaningless; by its very 'progressiveness' it gives death the imprint of meaninglessness. Throughout his late novels one meets with this thought as the keynote of the Tolstoyan art.

What stand should one take? Has 'progress' as such a recognizable meaning that goes beyond the technical, so that to serve it is a meaningful vocation? The question must be raised. But this is no longer merely the question of man's calling for science, hence, the problem of what science as a vocation means to its devoted disciples. To raise this question is to ask for the vocation of science within the total life of humanity. What is the value of science?

E daí em diante é muita beleza e lágrimas.

Ainda que você não o use no seu discurso, leia. E viva o sonho.  :)
« Última modificação: 09 de Julho de 2011, 21:53:20 por rizk »

Offline Contini

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Re: Mensagem de Homenagem a Razão - Formatura.
« Resposta #11 Online: 10 de Julho de 2011, 11:35:42 »
"Ubi dubium ibi libertas"
"A idade não diminui a decepção que a gente sente quando o sorvete cai da casquinha"  - anonimo

"Eu não tenho medo de morrer, só não quero estar lá quando isso acontecer"  - Wood Allen

    “O escopo da ciência é limitado? Sim, sem dúvida: limitado a tratar daquilo que existe, não daquilo que gostaríamos que existisse.” - André Cancian

Offline Adriano

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Re: Mensagem de Homenagem a Razão - Formatura.
« Resposta #12 Online: 10 de Julho de 2011, 11:53:30 »
Gosto muito desta frase:

Citação de: Popper
Desde a ameba até Einstein, o crescimento do conhecimento é sempre o mesmo: tentamos resolver nossos problemas e obter, por um processo de eliminação, algo que se aproxime da adequação em nossas soluções experimentais.

Conhecimento Objetivo 1975, p. 239

Resume bem a filosofia do racionalismo crítico e toda a epistemologia da falseabilidade que dominou o cenário científico atual, seja nas ciências naturais, nas ciências cognitivas, ou até mesmo abrangendo as ciências humanas*  :ok:


* Com destaque para a economia.
Princípio da descrença.        Nem o idealismo de Goswami e nem o relativismo de Vieira. Realismo monista.

Offline Cientista

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Re: Mensagem de Homenagem a Razão - Formatura.
« Resposta #13 Online: 10 de Julho de 2011, 13:17:01 »
Proposição claramente indutivista (e ingênua até às vísceras) vinda do papaizinho do falsificabobismo! Incrível!

É, Adriano, finalmente você conseguiu me convencer que maior que a sua veneração por Bobber, só mesmo a dele por Einstein. Acho que ele foi um dos quase todos os humanos que não entenderam a relatividade. Deve ser isso. Como já dito, tecnologia ou ciência extremamente avançada para as possibilidades do observador é indistinguível de magia. Aí surgem esses beatos.


Quanto ao tópico, minha sugestão é...

It works, bitches!

Não consigo lembrar nada mais racional que isso, agora.

Offline ReVo

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Re: Mensagem de Homenagem a Razão - Formatura.
« Resposta #14 Online: 10 de Julho de 2011, 20:18:19 »
CC,

Obrigado pelas contribuições. A homenagem deve ter um ou dois parágrafos. Mas de qualquer forma, as citações têm me ajudado. Se não encontrar um texto do tamanho exato, vou tentar encaixar as ideias e fazer um texto anônimo/apócrifo razoável.
Para mim, o espaço é importante, por mais insignificante que pareça, pois lutei por ele num meio que me dói a cabeça por ser tão conservador e inexplicavelmente resistente a ideia de homenagear a razão.
[]´s
Revo, me ajuda!

Você se gradua em quê??

Oi Rizk,
Direito. []´s
« Última modificação: 10 de Julho de 2011, 20:20:40 por ReVo »
"Most men love money and security more, and creation and construction less, as they get older." John Maynard Keynes

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