Autor Tópico: Sensacionalismo na mídia: até que ponto estamos aptos a superar os equívocos vol  (Lida 666 vezes)

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Offline PTAH2

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Sensacionalismo na mídia: até que ponto estamos aptos a superar os equívocos voluntários/involuntários

Com a expansão da comunicação, via internet, estamos cada vez mais expostos a uma mídia menos comprometida e mais amadora. Não que isso seja novidade, porém é algo mais 'eficiente' em termos de repercutir em falsos entendimentos.
Uma reportagem comprometida com a realidade, geralmente tende a apontar fatos e deixar as conclusões por parte do leitor. Porém, o que se vê sendo cada vez mais contumaz, é partidarismos, achismos e criações que muitas vezes nada tem a ver com o artigo em questão, e apontam para uma crença ou vontade de crer de quem está redigindo o artigo. É flexionar os 'fatos' de forma que estes venham corroborar uma visão parcial do autor ou uma visão deformada da verdade sujerida primordialmente.

Hoje li uma matéria que me levantou suspeitas pelo simples título. Logo descobri que, realmente, era sensacionalismo sobre um tema polêmico. Mas o problema era o seguinte: um artigo em inglês comentando sobre um artigo em português. TODOS os comentários que li sobre o assunto eram de nativos da língua inglesa que não tiveram como consultar o artigo original e constatar as divergências presentes.

Para um leigo ou um acrítico da mídia, é tarefa praticamente impossível. De que nós, adeptos do raciocinio lógico e do empirismo, podemos nos valer para superar estes - quase invisíveis - obstáculos*?

Então questiono, até que ponto, estamos aptos a filtrar o improvável, o impossível e o inverídico e como podemos fazê-lo ?

* Por exemplo: Barreiras idiomáticas(outros idiomas), culturais(outras realidades sociais), intelectuais(níves diversos de aprofundamento / jargões), preconceituosas(opiniões falaciosas destiladas no texto), etc.

Offline Geotecton

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Re: Sensacionalismo na mídia: até que ponto estamos aptos a superar os equívocos vol
« Resposta #1 Online: 11 de Julho de 2011, 23:17:54 »
Mesmo em documentários de informação científica, produzidos por entidades respeitáveis, há algum tipo de "condução" nas conclusões.
Foto USGS

Offline Adriano

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Re: Sensacionalismo na mídia: até que ponto estamos aptos a superar os equívocos vol
« Resposta #2 Online: 11 de Julho de 2011, 23:29:16 »
É um velho problema de nosso tempo, e que Carl Sagan destaca muito bem no seu livro O mundo assombrado pelos demônios. O ceticismo científico ainda é a melhor ferramenta.
Princípio da descrença.        Nem o idealismo de Goswami e nem o relativismo de Vieira. Realismo monista.

Offline rizk

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Re: Sensacionalismo na mídia: até que ponto estamos aptos a superar os equívocos vol
« Resposta #3 Online: 11 de Julho de 2011, 23:41:25 »
TODOS os comentários que li sobre o assunto eram de nativos da língua inglesa que não tiveram como consultar o artigo original e constatar as divergências presentes.
Conhece? http://www.lmgtfy.com
Essas pessoas não tinham acesso ao google translate nem a nenhum conhecido que falasse português? Tipo, NA INTERNET INTEIRA não encontraram nada?

Não acredito.

Outro dia ouvi um senhor de mais idade contando que, na época da guerra, todo mundo sabia  muito de geografia política porque o rádio e os jornais iam "contextualizando" os eventos da guerra: tipo, hoje ocorreu uma batalha a 50km de distância da cidade X, nas proximidades do rio Y, morreram 200 soldados, o general Fulano disse que, taltal. Eles são saudosistas. Mas hoje é ainda mais fácil!

Talvez (e é um grande talvez) a educação formal que a gente teve, de ouvir o professor, copiar a lousa, "another brick in the wall", tenha feito isso com o povo. Não questione, não pesquise. O triste é que não custa praticamente nada, são ali 10min da sua vida.

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O meu método é o seguinte: determinados veículos dão muito mais mancada que outros. Esses veículos eu já tenho por PRESSUPOSTO que estão errados - leio ainda assim, mas já procurando o erro.
Os outros eu dou o benefício da dúvida. Se derem mancada, vão pra lista negra também.

O que é foda é o seguinte. Por exemplo, Folha x Estadão. Eu prefiro o Estadão à Folha, porque na Folha é praticamente impossível discernir o que é notícia e o que é agenda; o Estadão, já é sabido que é de direita e reacionário mesmo, e que isso EM REGRA  fica ali no editorial e não se espalha pelo resto.

Offline PTAH2

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Re: Sensacionalismo na mídia: até que ponto estamos aptos a superar os equívocos vol
« Resposta #4 Online: 16 de Julho de 2011, 22:07:50 »
Essas pessoas não tinham acesso ao google translate nem a nenhum conhecido que falasse português? Tipo, NA INTERNET INTEIRA não encontraram nada?
Não acredito.

Agora irei apelar para achismos:

Acho que isso é mais uma questão de QUERER do que de PODER, ou seja...
Realmente com a internet pode-se, quase, qualquer coisa... mas as pessoas, geralmente, não querem... não querem perder tempo procurando/confirmando algo, e , desta forma, perder 'suas preciosas energias' quando pederiam estar 'fazendo algo mais interessante' (=usando orkut, facebook, twitter, formspring, etc -->  :histeria: )

É um velho problema de nosso tempo, e que Carl Sagan destaca muito bem no seu livro O mundo assombrado pelos demônios. O ceticismo científico ainda é a melhor ferramenta.

Sim, lembro-me de ter lido sobre isso nesse interessantíssimo livro do Sagan. Mas sempre é bom ver que existem mais pessoas - que não são cientístas e famosos -  que compartilham deste mesmo ponto de vista.

Mesmo em documentários de informação científica, produzidos por entidades respeitáveis, há algum tipo de "condução" nas conclusões.

Sim, em mais de um documentário (e em mais de um canal) percebi essas 'sutilezas' sendo 'semeadas'.  E o pior nem é apenas isso, é a utilização da falácia da autoridade/notoriedade de algumas pessoas,  para corroborar algumas aberrações.

 

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