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Offline Christiano

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Astrônomo amador contribui com a ciência e assina na Nature
« Online: 16 de Julho de 2011, 01:11:43 »
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DESTAQUE
Astrônomo amador contribui com a ciência e assina na Nature

Ele tirou fotos do planeta no seu observatório, localizado em Assis

HINDIANARA PAIÃO


Com uma simples câmera fotográfica e um tripé, Fábio Henrique Carvalho, junto com um colega de escola, começou a fotografar satélites artificiais e descobriu há alguns anos que era possível não só registrar as trajetórias dos satélites, como também fotografar os astros e registrar eventos diversos (chuva de meteoros, eclipses, as fases da lua, etc.).

E foi assim que a astronomia passou de algo do âmbito teórico a uma atividade muito mais corriqueira. "Naquela época eu já me interessava por astronomia, porém, mais como leitor de revistas especializadas e livros do que como observador. Fotografar e estudaros astros nas imagens tornou-se mais interessante do que simplesmente ler revistas e livros sobre o assunto", lembra o astrônomo amador.

O que o estudante de Aviação Civil da Universidade Anhembi-Morumbi e aeronauta formado pelo Aeroclube de São Paulo não imaginou é que seu trabalho, que ele classifica como hobby e diversão, seriam utilizados em pesquisas astronômicas de ponta, como no caso, as pesquisas publicadas na revista Nature. "É uma grande honra poder contribuir com a ciência dessa forma, fazendo o que gosto por pura paixão. Não tenho grandes pretensões quando faço as imagens, faço porque gosto de fazer. Apesar de praticar a astronomia de modo amador, é sempre gratificante saber que aquela imagem foi utilizada em uma pesquisa de cunho internacional e que foi importante para o entendimento de tal fenômeno, contribuindo assim para o conhecimento humano.

Em 2008, Fábio Carvalho já havia aparecido entre os autores de um trabalho na Nature. Suas imagens possibilitaram a um grupo de espanhóis descobrir sobre os mistérios de Júpiter. Recentemente, no dia 06 de junho, seu nome novamente foi mencionado na revista científica. Dessa vez, o estudo era sobre a gigantesca tempestade em Saturno, que equivale a cerca de 30 anos terrestres. Porém essa tempestade atual é uma das maiores já vistas e sua peridiocidade, acredita-se que seja uma vez a cada 30 anos. Desse modo, uma tempestade igual a esta torna=se um evento pouco comum de ser observado", explica Fábio.

O telescópio usado por ele é um refletor Newtoniano com espelho principal de 25 cm de abertura em razão focal f/6. Possui uma base motorizada que serve para compensar o movimento da Terra, desse modo, pode-se manter o objeto que se quer fotografar fixo no campo do telescópio, o que possibilita o registro e a obtenção das imagens. O astrônomo comenta que a potência do instrumento também é um fator importante, especialmente na astrofotografia planetária. "Com um instrumento igual ao meu, seria possível fotografar um ônibus espacial na rodoviária do Tietê, em São Paulo, estando o telescópio, por exemplo, em Presidente Prudente. Com o telescópio e uma câmera acoplada a ele, é possível registrar muitos objetos diferentes, desde os astros mais próximos de nós como a Lua e os planetas, como também objetos extremamente distantes como as galáxias", salienta.

Seu observatório fica na cidade de Assis, no Jardim Paulista, próximo ao DER. Atualmente é membro da British Astronomical Association of Lunas and Planetary Observers, da International Other Planet Watch e do HST International Jupiter Group. Trabalhos que consistem em fotografar periodicamente os planetas do Sistema Solar para fins de monitoramento, disponibilizando as imagens em bancos de imagens internacionais que são utilizados pelos pesquisadores em seus estudos.

ASTRÔNOMO AMADOR - Os astrônomos profissionais cada vez mais recrutando os amadores de modo a utilizar sus imagens em suas pesquisas, já que elas são riquíssimas em dados e um custo operacional praticamente zero, segundo Fábio Carvalho.”

Atualmente, os astrônomos amadores conseguem imagens planetárias tão boas quanto as das primeiras sondas espaciais lançadas para fotografar os planetas  nas décadas de 60 e 70, além de fazer imagens de galáxias distantes com nível de resolução equivalente aos dos grandes observatórios da década de 80. Desse modo, a cooperação entre os astrônomos amadores e os astrônomos profissionais traz vantagens para ambos os lados. Os profissionais conseguem dados para suas pesquisas e os amadores ganham o reconhecimento por suas imagens, sendo mencionaods nos artigos publicados. A astronomia amadora é, por fim, uma ferramente importante que produz anualmente milhares de dados que enriquecem a ciência e o desenvolvimento humano nas ciências astronômicas,” destaca.

No entanto, o astrônomo amador se depara com diversas dificuldades que, de acordo com Fábio, é justamente a própria natureza. "Não é possível observar quando o céu está encoberto por nuvens. Desse modo, não são todas as noites propícias a se fotografar o céu. A estabilidade atmosférica também dificulta demai, esecialmente para se fotorgrafar planetas. Podemos ter um céu extremamente limpo, mas se houver vento intenso e muita turbulência, as imagens aparecerão borradas e pouco será registrado", diz.

Fora natureza, ele cita outro grande impecilho. A carga tributária absurda do nosso país é algo que contribui para os obstáculos. Boa parte do instrumental avançado voltado à astronomia amadora não existe à venda aqui no Brasil. Dessa forma, o único jeito é importar. Com as taxas absurdas de importação, os valores costumam ser altíssimos, o que torna os instrumentos e assessórios de ponta quase itens de luxo por aqui. Instrumentos que custam baratos nos EUA, acabam custando quase 5x mais aqui no Brasil", conclui.
Fonte: Voz da Terra, quinta-feira, 14 de julho de 2011, página 11

O Estadão também publicou uma matéria com Fábio: http://www.estadao.com.br/estadaodehoje/20110707/not_imp741707,0.php
"A ridícula situação de alguém que critica o que confessa nunca ter lido ou estudado, já é suficiente para desqualificar a sua crítica."
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Offline Geotecton

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Re: Astrônomo amador contribui com a ciência e assina na Nature
« Resposta #1 Online: 16 de Julho de 2011, 01:18:05 »
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Astrônomo amador contribui com a ciência e assina na Nature
[...]
Fora natureza, ele cita outro grande impecilho. A carga tributária absurda do nosso país é algo que contribui para os obstáculos. Boa parte do instrumental avançado voltado à astronomia amadora não existe à venda aqui no Brasil. Dessa forma, o único jeito é importar. Com as taxas absurdas de importação, os valores costumam ser altíssimos, o que torna os instrumentos e assessórios de ponta quase itens de luxo por aqui. Instrumentos que custam baratos nos EUA, acabam custando quase 5x mais aqui no Brasil", conclui.

Impostos que encarecem?

Não, não pode ser porque os impostos não são um fator importante na composição final do preço. ::)
Foto USGS

 

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