Denervação renal no tratamento da hipertensãoCerca de 30% a 40% da população mundial adulta é portadora de hipertensão arterial, uma das principais causas de doenças cardíacas no mundo ocidental. Por outro lado, desse contingente, cerca de 5% a 10% apresentam hipertensão resistente, definida como uma pressão arterial sistólica de 160 mm Hg, mesmo usando três ou mais medicamentos anti-hipertensivos, incluindo um diurético. Existe uma relação entre a hiperatividade do sistema nervoso simpático (a inervação renal é simpática) e a progressão da pressão arterial elevada, da doença renal crônica e da insuficiência cardíaca.
Estudo realizado na Universidade de Melbourne, Austrália, entre junho de 2007 e novembro de 2008, envolveu 45 pacientes portadores de hipertensão resistente que foram submetidos a um procedimento conhecido como tratamento baseado em cateter percutâneo por radiofrequência. Concretamente, o tratamento consistiu em introduzir um cateter pela artéria femoral até a artéria renal para alcançar a área onde se encontram os nervos renais. Uma vez atingida essa área, se utilizou energia de radiofrequência para suprimir a atividade nervosa dos rins.
Antes do tratamento, a pressão arterial média dos pacientes era de 177x101 mm Hg e depois se reduziu de forma considerável e constante nas avaliações que foram feitas a cada três meses no primeiro ano pós-tratamento. Observou-se que a redução da pressão foi vista logo no primeiro mês e não ocorreram efeitos adversos sérios. Novos ensaios clínicos serão conduzidos para se investigar com mais profundidade a utilidade desse procedimento no manuseio da hipertensão resistente.

Artigo da UNIMED João Pessoa