Concordo em partes com o texto, John Gray é conhecido por muitos pelo epíteto de catastrofista, e não é por coincidência, como esse texto mostra. Também acho que o aumento vertiginoso da população humana é um problema, mas não acho que ele se resolverá por meios destrutivos em todos os lugares da terra, penso que as regiões mais ricas e com taxas de natalidade decrescentes se manterão relativamente seguras e bem protegidas das catástrofes que possam vir a ocorrer no decorrer do século XXI. Por outro lado é provável que regiões como a África e a Ásia poderão sofrer drásticas reduções populacionais, principalmente a primeira por ter total falta de estrutura e o aumento desordenado de sua população. Há ainda a possibilidade de uma ''invasão dos bárbaros'' aos moldes do que aconteceu no império romano, com grandes massas humanas (em escala bem maior do que já ocorre nos fluxos migratórios do ''terceiro mundo'' para Europa e EUA) de países em estados de calamidade devido a possíveis combinações de fome, guerra e danos ambientais, para países com melhores condições tecnológicas para suportar tais coisas. Não acho que uma redução global da população humana aos moldes de uma ''grande extinção'' irá ocorrer como Gray insinua nesse texto e deixa claro em outros. Sobre o autor em si, simpatizo bastante com suas críticas ao antropocentrismo humanista, que ele considera algo completamente contrário ao naturalismo e também acho bastante interessante sua visão cíclica da história da civilização humana, em que o progresso moral segue caminhos distintos do progresso tecnológico, ou seja, não estamos em direção ao mundo perfeito gerido pela tecnologia.