Autor Tópico: [LIVRO]Professor elege as 13 equações essenciais da matemática  (Lida 615 vezes)

0 Membros e 1 Visitante estão vendo este tópico.

Offline 4 Ton Mantis

  • Nível 32
  • *
  • Mensagens: 2.330
  • Sexo: Masculino
[LIVRO]Professor elege as 13 equações essenciais da matemática
« Online: 10 de Agosto de 2011, 08:36:39 »
http://www1.folha.uol.com.br/livrariadafolha/956597-professor-elege-as-13-equacoes-essenciais-da-matematica.shtml




Robert P. Crease, professor do departamento de filosofia na Universidade Stony Brook, em Nova York, reuniu as histórias das equações mais importantes e a trajetória dos homens que as criaram em "As Grandes Equações".

 "Para o livro, eu selecionei não as mais frequentemente mencionadas, mas as que parecem transformar nosso entendimento da natureza de forma mais dramática", explica.

 O autor dedica cada capítulo a uma ou mais descobertas que constituíram uma mudança científica relevante, como o teorema de Pitágoras ou as leis de Newton. O texto parte de equações relativamente simples e chega aos foguetes espaciais e à nanotecnologia. Leia um trecho do exemplar.

A jornada de uma equação tem um cenário diferente de qualquer outro momento histórico. O surgimento de uma equação não se dá em campos de batalha sangrentos ou pelo embate de forças políticas. As equações têm uma tendência a surgir em lugares tranquilos, como escritórios e bibliotecas, longe das distrações e intromissões. Maxwell escreveu suas equações revolucionárias em sua sala de estudos; Heisenberg começou a vislumbrar a dele numa ilha isolada. Esses ambientes permitem aos cientistas confrontar suas insatisfações, explorar a sensação incômoda de que as peças não estão se encaixando e que precisam de ajustes ou do acréscimo de algo completamente novo. Nesses ambientes, os cientistas podem se concentrar em algum problema que geralmente pode ser enunciado com simplicidade enganadora: qual o tamanho deste lado de um triângulo retângulo? Qual a intensidade da força entre os objetos celestes? Como a eletricidade se move? Será que um determinado par de teorias contraditórias pode ser forçado a entrar em acordo? Isso faz sentido?

 Quando surge a solução, ela parece lógica e até inevitável. Esse resultado é "recebido universalmente", escreve Roger Cotes, que contribuiu para o prefácio à segunda edição da famosa obra-prima de Newton, Princípios matemáticos da filosofia natural. Os descobridores em geral sentem que tropeçaram em algo que sempre esteve ali. Assim, as equações parecem tesouros, são descobertas por algum indivíduo com mais discernimento, escavadas e examinadas, expostas nas prateleiras do grande armazém do conhecimento humano, passadas de geração a geração. Essa maneira de apresentar uma descoberta científica é tão conveniente, e tão útil aos livros-texto, que pode ser chamada de "conhecimento tipo caça ao tesouro". Ela amplifica um processo complicado e nos dá um inventor, uma data, um local e, na maioria das vezes, uma causa ou um motivo. Um incidente ou um momento, como, por exemplo, a queda de uma maçã, se torna a sinédoque que cristaliza o longo processo do descobrimento. Gerações de estudiosos têm feito suas carreiras criticando o modelo e complicando o cenário. A "caça ao tesouro" é útil para todos!

 O cenário de "caça ao tesouro", por mais útil que seja, promove a ideia de que as equações são características fundamentais do mundo, e não que são criadas por seres humanos. De fato, nós nascemos num mundo que já possuía equações que não foram criadas por "nós". É por isso que, por vezes, elas parecem algo que não tem origem humana, que estão por aí desde muito antes de nós: no oitavo dia, Deus criou as equações, como a planta de seu trabalho. Ou, como disse Galileu, o "livro da natureza" é escrito com linguagem matemática.

 Mas toda e qualquer equação tem uma gênese humana. Ela foi montada por alguém em particular. Em algum lugar e em algum momento, uma pessoa que sentiu uma necessidade - que não estava satisfeita com a situação -, queria entender algo ou queria apenas transformar algo desesperadamente complicado em alguma coisa mais fácil de ser entendida. Vez por outra, esse processo criativo se enraíza na Antiguidade, caso do teorema "pitagórico", cujo princípio era conhecido muito antes de Pitágoras. Algumas vezes o processo criativo é conhecido em detalhes, graças a correspondências, rascunhos e anotações de seus inventores, como as equações produzidas por Newton e Einstein. Em todo caso, porém, elas não podem ser consideradas a totalidade do trabalho desses cientistas, pois eles - mesmo quando trabalhando sozinhos - estavam envolvidos em inúmeros diálogos com outros cientistas, num processo comum de tentar compreender a natureza.

 Quando o cientista britânico Oliver Heaviside rearrumou o trabalho de Maxwell no que é hoje sua forma famosa - o que chamamos de "equações de Maxwell" -, ele comentou que simplesmente estava tentando entender melhor trabalho de Maxwell. Essa motivação - imaginar que alguém pode expressar de maneira mais simplificada algo que já se sabe, ainda que vagamente - pode ser atribuída a todos os inventores de equações.



"As Grandes Equações"
Autor: Robert P. Crease
Editora: Zahar
Páginas: 280
Quanto: R$ 33,90 (preço promocional*)
\"Deus está morto\"-Nietzsche

\"Nietzsche está morto\"-Deus

 

Do NOT follow this link or you will be banned from the site!