Autor Tópico: Como entrar em desacordo e argumentar de maneira intelectualmente honesta  (Lida 1240 vezes)

0 Membros e 1 Visitante estão vendo este tópico.

Offline Salazar

  • Nível 20
  • *
  • Mensagens: 659
  • Sexo: Masculino
Como entrar em desacordo e argumentar de maneira intelectualmente honesta
« Online: 04 de Setembro de 2011, 08:24:40 »
Editor: Francisco Boni
 Autor: Paul Graham*

Como entrar em desacordo

A internet transformou a escrita em conversação. Há vinte anos, escritores escreviam e leitores liam. A internet permitem que seus leitores respondam, e cada vez mais eles fazem — em comentários em posts, fóruns e em seus próprios blogs. Muitos daqueles que respondem tem algo a discordar sobre o que leem. Isso já é esperado. Concordar com um texto motiva menos as pessoas do que discordar. Quando você concorda, há menos para se dizer. Você pode expandir o que o autor afirmou, mas talvez ele já explorou todas as implicações interessantes. Quando você entra em desacordo, você está entrando em um território que o autor ainda não explorou.

O resultado é que há muito mais divergências acontecendo, e você pode medir isso pelas palavras e respostas por aí. Isso não significa que as pessoas tem se tornado raivosas. A mudança estrutural na maneira de como nós nos comunicamos já é suficiente para explicar isso. Apesar de não ser a raiva que está causando um aumento nos número de desacordos, há o perigo de que o aumento no número de deles faça com que as pessoas se tornem mais raivosas e infelizes umas com as outras. Particularmente online, onde é fácil dizer coisas que você nunca diria cara a cara.

Se nós vamos nos entrar em desacordo mais vezes, então nós deveríamos tomar cuidado com isso. Muitos leitores conseguem saber a diferença entre xingamentos e uma refutação cuidadosamente construída, mas eu acho que ajudaria se colocassemos nomes para os estágios intermediários. Então tentaremos estabelecer uma hierarquia do desacordo.

0) Xingamento

Essa é a forma mais baixa de desacordo e provavelmente a mais comum. Todos nós já vimos comentários assim:

Citar
“vc é uma bicha!!!”

Mas é mais importante perceber que uma forma mais articulada de xingamento também tem o mesmo peso. Um comentário do tipo

Citar
“O autor é pedante e o artigo é horrívelmente construído.”

não é nada além de uma versão pretensiosa de “vc é uma bicha!!!”.

1) Ad Hominem

Um ataque ad hominem não é tão fraco quanto um simples xingamento. Ele pode conter algum peso. Por exemplo, se um senador escreve um artigo dizendo que os salários dos senadores deveriam ser aumentados, alguém poderia rebater:

Citar
“Claro que ele diz isso. Ele é um senador.”

Isso não refutaria o argumento do autor, mas pode pelo menos parecer relevante para este caso. No entanto, ainda é uma forma bem fraca de desacordo. Se há algo de errado com o argumento do senador em si, então você deveria dizer o que está errado; e se não há, então que diferença faz o fato de ele ser um senador?

Dizer que um autor não tem autoridade para escrever sobre um assunto é uma variante de ad hominem — e particularmente uma variante inútil, pois as boas idéias geralmente vêm dos outsiders (aqueles que ainda são desconhecidos no meio). A questão é sobre o autor estar correto ou não. Se a sua falta de autoridade causou e fez com que ele cometa erros, então aponte-os. E se falta de autoridade não está ligada aos supostos erros, então ela é realmente irrelevante.

2) Respondendo ao tom

Nesse nível superior começamos a ver respostas ligadas diretamente ao conteúdo do texto, ao invés de serem ligadas ao autor. A forma mais inferior desse tipo de argumento é discordar do tom utilizado pelo autor no texto. Por exemplo:

Citar
“Eu não posso acreditar que o autor rebate o Design Inteligente de maneira tão arrogante.”

Apesar de ser melhor do que atacar o autor, esse ainda é uma forma fraca de divergir. É muito mais importante saber se o autor está certo ou errado do que apontar os dedos para o tom utilizado em sua escrito. Especialmente porque é tão difícil de julgá-los de maneira isenta. Alguém que está emocionalmente envolvido com determinado tema pode sentir-se ofendido por um determinado tom, enquanto o mesmo pode ter sido percebido como neutro por outros leitores.

Então, se a pior coisa que você pode dizer a respeito de algo é criticar o seu suposto tom, então você não está dizendo muito. O autor é rude, porém correto em seus argumentos? Melhor isso do que ser grosseiro e estar errado. E se o autor está errado em alguma afirmação, aponte onde está o erro e refute.

3) Contradição

É nesse estágio que nós finalmente encontramos respostas minimamente substanciais para o que foi dito, ao invés de respostas para como tais coisas foram ditas ou por quem elas foram ditas. A forma mais baixa de se responder à um argumento é simplesmente afirmar o oposto, contradizendo o autor, com nenhuma ou pouca evidência, através de um argumento falacioso ou simplesmente frágil.

Esse tipo de argumento é muitas vezes combinado com argumentos do tipo (2), de resposta ao tom:

Citar
“Eu não posso acreditar que o autor rebate o Design Inteligente de maneira tão arrogante. O Design Inteligente é sim uma teoria científica.”

A contradição pode ter algum peso. Às vezes, apenas contradizer e afirmar o oposto explicitamente pode ser suficiente para verificar-se que está correto. Na maioria dos casos, evidências e uma argumentação mais rica são necessárias.

4) Contra-argumento

No nível (4) encontramos a primeira forma de desacordo convincente: o contra-argumento. Até esse ponto, todas as formas anteriores podem ser ignoradas como irrelevantes e muito inferiores. O contra-argumento pode provar ou refutar algo. O problema é que pode ser difícil verificar o que um contra-argumento realmente prova.

Um contra-argumento é uma contradição expressa em conjunto de evidências confiáveis e argumentação lógica sólida. Quando direcionado diretamente contra o argumento original do autor, ele pode ser convincente. Mas infelizmente é comum encontrar contra-argumentos que estão atacando posições diferentes daquelas alçadas originalmente pelo autor. Nesse sentido, podemos dizer que um bom contra-argumento pode estar tentando atacar um “espantalho” do argumento original do autor — criado conscientemente ou não — e que é uma versão distorcida do argumento, geralmente fácil de ser rebatida. Muitas vezes, duas pessoas estão discutindo passionalmente sobre duas coisas completamente diferentes. Os indivíduos até concordam um com o outro, mas estão tão profundamente envolvidos no embate que acabam cegando para esse fato.

É possível que exista uma razão legítima para argumentar contra alguma coisa ligeiramente diferente daquela que sustentada originalmente pelo autor: quando você percebe que ele deixou escapar o âmago ou ponto central da questão. Mas quando você fizer isso, deve dizer explicitamente, de maneira textual e direta, que você percebeu que o autor errou por pouco o alvo.

5) Refutação

A maneira mais convincente divergir de seu proponente é a refutação. É também a mais rara, já que é a mais difícil. De fato, a hierarquia do desacordo forma uma espécie de pirâmide, no sentido de que as formas que se encontram no topo são as mais raras de se encontrar.

Para refutar alguém, é preciso que provavelmente você faça uma citação do argumento do mesmo. Você precisa ser capaz de achar uma “fumaça” ou “ponto fraco” em uma passagem do texto do autor que você percebe que está errada, e então explicar por que ela está errada. Se você não consegue encontrar uma passagem textual, de preferência clara e objetiva, então é possível que você esteja correndo o risco de estar argumentando contra um “espantalho” criado pela sua própria sede de encontrar uma falha nos argumentos do autor.

Mesmo que a refutação geralmente venha forma de criação de citações de passagens do texto do autor, o fato de estar citando passagens diretas do texto do autor não implica que uma refutação está realmente acontecendo. Algumas pessoas citam partes do texto que elas discordam apenas para dar a aparência de que estão prestando atenção nos argumentos, e de que estão produzindo uma refutação legítima, quando na verdade estão construíndo uma resposta tão inferior quanto uma (3) contradição ou um (0) xingamento.

6) Refutando o ponto central.

A força de uma refutação depende daquilo que você refuta. A forma mais poderosa de desacordo é refutar o ponto central afirmado por alguém.

Muitas vezes, mesmo em níveis alto como (5), encontramos desonestidade intelectual deliberada, como por exemplo quando alguém refuta apenas os argumentos acessórios ou adjacentes ao argumento central proposto pelo autor — que ainda se mantém forte em seu ponto central. A refutação do ponto central é tão forte e avassaladora que, na maioria das vezes, é percebida pelo público como um grande ad hominem ou como arrogância e abuso de intelectualidade por parte do refutador, ao invés de um argumento legítimo.

Para verdadeiramente refutar algo, é necessária uma refutação do ponto central ou pelo menos de alguns deles. E isso significa se comprometer em expressar textualmente, da maneira mais objetiva possível, qual é o ponto central que está sendo refutado no momento. Então, uma refutação verdadeiramente efetiva se parece com isso:

Citar
“O ponto central do autor parece ser x. Como ele mesmo diz:

<citação>

Mas isso está errado por diversas razões, como por exemplo y e z…”

A citação apontada não precisa ser necessariamente uma afirmação textual exata àquela expressa originalmente pelo autor em seu ponto central. Algumas vezes, alguma citação que prove uma dependência essencial em relação ao ponto central já é suficiente.

O que isso tudo significa

Agora nós temos uma maneira ligeiramente informal de classificar formas de desacordo. Qual o benefício disso? Uma coisa que a hierarquia do desacordo não nos dá é uma maneira de escolher um argumento vencedor. Os níveis apenas descrevem o formato dos argumentos e não se eles são corretos. Uma resposta (6) de refutação do ponto central, ainda que sólida, pode estar completamente errada.

Mesmo que os níveis de desacordo não estremem um limite inferior sobre o grau de convencimento de respostas e replicas em uma discussão, eles acabam sim delimitando um limite superior. Uma resposta (6) de refutação do ponto central pode não ser convincente, mas uma (2) de resposta ao tom do texto do autor é sempre fraca e inconvincente.

A vantagem mais óbvia de se classificar formas de entrar em divergência é que isso pode ajudar as pessoas a avaliar o que elas estão lendo. Em particular, vai ajudar elas a identificar argumentos intelectualmente desonestos. Um orador eloquente ou escritor pode causar a impressão de estar subjugando oponentes apenas por estar usando palavras de impacto. De fato, essa é a qualidade dos demagogos. Ao dar nomes para as diferentes formas de entrar em desacordo, damos aos leitores um alfinete para estourar tais balões argumentativos.

Tais rótulos podem ajudar os escritores também. A maioria das desonestidades intelectuais são não-intencionais, muitas vezes irracionais e inconscientes. Alguém que está argumentando contra o tom empregado pelo autor em um texto pode realmente acreditar que o texto está falando algo válido. Dar um passo para trás e ver a figura de longe pode inspirá-lo a tentar mover as suas respostas para o status de (4) contra-argumento ou (5) refutação.

Mas o grande benefício de entrar em desacordo de maneira racional e inteligente não é que isso pode fazer com que as nossas conversas fiquem melhores, mas fazer com que as pessoas envolvidas nelas tornem-se mais felizes. Se você estudar as conversas, perceberá que os argumento próximos de (1) contém muita mesquinhez e maldade. Para destruir um argumento você não precisa destruir o oponente. De fato, você não quer. Se você se concentrar em subir a hierarquia da pirâmide do desacordo, farás com que a maioria das pessoas tornem-se felizes. A maioria das pessoas não gosta de mesquinhez; elas só fazem isso porque se envolvem emocionalmente.

*Paul Graham, Ph.D. em Ciência da Computação pela Havard University e B.A. em Filosofia pela Cornell University, empreendedor do Vale do Silício e famoso pelo seu trabalho na linguagem de programação Lisp (autor de ‘On Lisp’ e ‘ANSI Common Lisp’).


Fonte: http://bulevoador.haaan.com/2011/09/26323/#more-26323

Ótimo texto publicado no bule, não podia faltar aqui no fórum.

Offline Paulo MC

  • Nível 02
  • *
  • Mensagens: 22
Re: Como entrar em desacordo e argumentar de maneira intelectualmente honesta
« Resposta #1 Online: 04 de Setembro de 2011, 08:55:23 »
Excelentes considerações as levantadas pelo texto. Como se pode notar, mais da metade das hierarquias definidas pela pirâmide dizem respeito a subterúgios ou estratagemas ardilosas que muitos usam para se esquivarem de questionamentos - e acredito que todos nós já tivemos contato com a maior desses níveis de desacordos.
Aliás, ótima iniciativa a sua de divulgação do texto por aqui. Assim poderemos fazer desse espaço um instrumento para trocas de artigos ou publicações pertinentes.

Offline _Juca_

  • Nível Máximo
  • *
  • Mensagens: 12.923
  • Sexo: Masculino
  • Quem vê cara, não vê coração, fígado, estômago...
Re: Como entrar em desacordo e argumentar de maneira intelectualmente honesta
« Resposta #2 Online: 04 de Setembro de 2011, 11:09:22 »
Mais um tópico para fixar.

Offline Adriano

  • Nível Máximo
  • *
  • Mensagens: 8.672
  • Sexo: Masculino
  • Ativismo quântico
    • Filosofia ateísta
Re: Como entrar em desacordo e argumentar de maneira intelectualmente honesta
« Resposta #3 Online: 04 de Setembro de 2011, 11:20:37 »
Citação de: Paul Graham
Concordar com um texto motiva menos as pessoas do que discordar. Quando você concorda, há menos para se dizer. Você pode expandir o que o autor afirmou, mas talvez ele já explorou todas as implicações interessantes.
O que posso mais dizer?  :hihi:
Princípio da descrença.        Nem o idealismo de Goswami e nem o relativismo de Vieira. Realismo monista.

Offline José H.

  • Nível 13
  • *
  • Mensagens: 254
  • Sexo: Masculino
Re: Como entrar em desacordo e argumentar de maneira intelectualmente honesta
« Resposta #4 Online: 04 de Setembro de 2011, 13:32:22 »
Muito bom o texto, mas com todos os religiosos que já discuti os argumentos ficaram entre os níveis xingamentos e contradições, algumas vezes contradições com ad hominem  e xingamento indiretos. Aí quando se está cansado de ser indiretamente ofendido e se responde ao mesmo nível, tratam logo de invocar o princípio da liberdade de crença, o mesmo que eles se esquecem quando estão injuriando ateus.

Offline Geotecton

  • Moderadores Globais
  • Nível Máximo
  • *
  • Mensagens: 28.345
  • Sexo: Masculino
Re: Como entrar em desacordo e argumentar de maneira intelectualmente honesta
« Resposta #5 Online: 04 de Setembro de 2011, 14:05:33 »
Citar
[...]
0) Xingamento

Essa é a forma mais baixa de desacordo e provavelmente a mais comum. Todos nós já vimos comentários assim:

Citar
“vc é uma bicha!!!”

Mas é mais importante perceber que uma forma mais articulada de xingamento também tem o mesmo peso. Um comentário do tipo

Citar
“O autor é pedante e o artigo é horrívelmente construído.”

não é nada além de uma versão pretensiosa de “vc é uma bicha!!!”.

Uau.

O indivíduo que conseguiu ler isto

Citar
“vc é uma bicha!!!”

nesta mensagem

Citar
“O autor é pedante e o artigo é horrívelmente construído.”

é um gênio em termos de imaginação. :P

Foto USGS

Offline Fabrício

  • Nível Máximo
  • *
  • Mensagens: 7.318
  • Sexo: Masculino
Re: Como entrar em desacordo e argumentar de maneira intelectualmente honesta
« Resposta #6 Online: 04 de Setembro de 2011, 16:20:33 »
Citar
[...]
0) Xingamento

Essa é a forma mais baixa de desacordo e provavelmente a mais comum. Todos nós já vimos comentários assim:

Citar
“vc é uma bicha!!!”

Mas é mais importante perceber que uma forma mais articulada de xingamento também tem o mesmo peso. Um comentário do tipo

Citar
“O autor é pedante e o artigo é horrívelmente construído.”

não é nada além de uma versão pretensiosa de “vc é uma bicha!!!”.

Uau.

O indivíduo que conseguiu ler isto

Citar
“vc é uma bicha!!!”

nesta mensagem

Citar
“O autor é pedante e o artigo é horrívelmente construído.”

é um gênio em termos de imaginação. :P



Deve ser uma bicha!
"Deus prefere os ateus"

Offline Sergiomgbr

  • Nível Máximo
  • *
  • Mensagens: 11.712
  • Sexo: Masculino
  • uê?!
Re: Como entrar em desacordo e argumentar de maneira intelectualmente honesta
« Resposta #7 Online: 04 de Setembro de 2011, 20:42:04 »
Podería-se acrescentar a tentativa de aviltar os argumentos do seu interlocutor tentando torná-lo ridículo,
Citar
você quer manipilar uma liga de aço para torná-lo adamantiun?
Quando alguém diz simplesmente que é preciso manipular o aço para lhe conferir mais qualidade.
Até onde eu sei eu não sei.

Offline Gigaview

  • Nível Máximo
  • *
  • Mensagens: 15.604
Re: Como entrar em desacordo e argumentar de maneira intelectualmente honesta
« Resposta #8 Online: 07 de Setembro de 2011, 00:56:57 »
Brandolini's Bullshit Asymmetry Principle: "The amount of effort necessary to refute bullshit is an order of magnitude bigger than to produce it".

Pavlov probably thought about feeding his dogs every time someone rang a bell.

Offline Contini

  • Nível Máximo
  • *
  • Mensagens: 8.610
  • Sexo: Masculino
Re: Como entrar em desacordo e argumentar de maneira intelectualmente honesta
« Resposta #9 Online: 07 de Setembro de 2011, 11:44:35 »
Citar
[...]
0) Xingamento

Essa é a forma mais baixa de desacordo e provavelmente a mais comum. Todos nós já vimos comentários assim:

Citar
“vc é uma bicha!!!”

Mas é mais importante perceber que uma forma mais articulada de xingamento também tem o mesmo peso. Um comentário do tipo

Citar
“O autor é pedante e o artigo é horrívelmente construído.”

não é nada além de uma versão pretensiosa de “vc é uma bicha!!!”.

Uau.

O indivíduo que conseguiu ler isto

Citar
“vc é uma bicha!!!”

nesta mensagem

Citar
“O autor é pedante e o artigo é horrívelmente construído.”

é um gênio em termos de imaginação. :P


A forma politicamente correta de xingar de bixa:
"cidadão de orientação sexual não ortodoxa"
"A idade não diminui a decepção que a gente sente quando o sorvete cai da casquinha"  - anonimo

"Eu não tenho medo de morrer, só não quero estar lá quando isso acontecer"  - Wood Allen

    “O escopo da ciência é limitado? Sim, sem dúvida: limitado a tratar daquilo que existe, não daquilo que gostaríamos que existisse.” - André Cancian

 

Do NOT follow this link or you will be banned from the site!