Autor Tópico: O rastro sujo da energia limpa  (Lida 1690 vezes)

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Offline ByteCode

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O rastro sujo da energia limpa
« Online: 05 de Setembro de 2011, 14:09:14 »
Nos últimos 10 anos, países do mundo todo investiram pesado em programas de energia renovável. Afinal, sol e vento são grátis, não é mesmo? O que ambientalistas nem sempre veem é que convertê-los em energia tem um custo alto - em dinheiro e recursos naturais.

Pegue como exemplo a energia eólica. Uma turbina precisa de 50 toneladas de estanho para produzir 1 megawatt de energia. Já com gás natural, uma turbina produz essa mesma energia com apenas 0,3 tonelada de estanho. O vento pode sair de graça, mas precisamos de minérios para erguer a infraestrutura que permitirá gerar energia.

Os minérios não são o único recurso natural exigido pelas energias renováveis. Também temos de encontrar muita terra disponível. Os números mostram por quê: em cada metro quadrado de terreno, é possível gerar 1 watt com energia eólica, 20 vezes menos do que qualquer usina de gás natural. A energia solar precisa de áreas menores. É possível produzi-la no seu próprio telhado, como eu faço: gero 3,2 quilowatts com painéis solares sobre minha casa, o que dá cerca de 30% da eletricidade que eu, minha esposa e nossos 3 filhos consumimos. O custo de instalação dos painéis tem baixado cada vez mais, e hoje está em US$ 5 mil por quilowatt. Mas é um custo similar ao da energia nuclear - que tem a vantagem de funcionar também à noite.

A prática mostra quão dispendiosas podem ser as energias renováveis. O estado americano da Califórnia pretende obter um terço da sua energia (cerca de 17 mil megawatts) de fontes limpas em 2020. Se essa meta for dividida meio a meio entre sol e vento, será necessário ocupar uma área 5 vezes maior do que Manhattan para os painéis solares e outra 70 vezes maior do que a ilha para as turbinas eólicas.

Não que devamos parar de investir em energias renováveis. Mas precisamos ser claros quanto ao retorno que podemos ter com elas. O Brasil é um exemplo: tido como representante da importância do etanol, produz quase 28 bilhões de litros de álcool por ano. É pouco perto do que o país precisa. Petróleo e gás natural geram 9 vezes mais energia, segundo números da Petrobras. Sem contar o dinheiro que é preciso investir para alavancar as energias renováveis. Alguns países já perceberam que talvez seja um investimento alto demais. Nos EUA, o Senado cortou US$ 6 bilhões de subsídios para o etanol de milho. A Espanha reduziu o apoio financeiro à energia solar e eólica.

A solução correta para a questão energética depende das características de cada país. A energia solar pode ser uma boa alternativa para a Arábia Saudita. A hidrelétrica para o Brasil e para a África Central. Se queremos reduzir as emissões de carbono, devemos olhar para dados e fatos. E não excluir opções como a energia nuclear, que segue como uma das nossas melhores opções, apesar do acidente de Fukushima, no Japão, no início deste ano.


* Robert Bryce é pesquisador associado do Centro de Polícia Energética e Ambiental do Manhattan Institute e autor do livro Power Hungry: The Myths of "Green" Energy and the Real Fuels of the Future.

http://super.abril.com.br/ecologia/rastro-sujo-energia-limpa-638123.shtml

Offline ByteCode

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Re: O rastro sujo da energia limpa
« Resposta #1 Online: 05 de Setembro de 2011, 14:09:28 »
E aí?

Offline Sergiomgbr

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Re: O rastro sujo da energia limpa
« Resposta #2 Online: 05 de Setembro de 2011, 14:17:01 »
Viva a energia geotérmica.

Seria possível furar um buraco no chão até atingir rochas quentes o bastante para ferver a água para mover turbinas geradoras de eletricidade?

Com novas tecnologias cerâmicas seria possível fazer canos resistentes à corrosão.
Até onde eu sei eu não sei.

Offline Mr. Mustard

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Re: O rastro sujo da energia limpa
« Resposta #3 Online: 05 de Setembro de 2011, 14:25:42 »
Eu concordo quando o autor afirma que cada país precisa dimensionar sua matriz energética de acordo com sua Geografia, Recursos Naturais, etc.

E eu tenho um sentimento de que a corrida pelo selo "Verde" ganhou uma muita importância, sem ter tanta importância.

É como diz o texto: [...]Petróleo e gás natural geram 9 vezes mais energia. Eu acredito que uma empresa que depende de muita energia para suas operações, pode conciliar Meio Ambiente x Produtividade, reduzindo emissões, mantendo seus equipementos sempre calibrados, meios de transporte inspecionados e assim por diante.

Também acho pouco provável que até que o Petróleo se esgote, a sociedade adote outros tipos de energia que possam impactar em suas produtividades e consequentemente, em seus lucros.

Offline Derfel

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Re: O rastro sujo da energia limpa
« Resposta #4 Online: 05 de Setembro de 2011, 19:48:48 »
O autor esquece de uma coisa: são 50 t de estanho para produzir 1MW, mas esse custo em infraestrutura é diluído no tempo, já que após instalada resta apenas a manutenção. Quanto ao caso da Califórnia o autor desconsidera o desenvolvimento tecnológico (que é uma das coisas que a Califórnia está investindo: P&D).

Offline Sergiomgbr

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Re: O rastro sujo da energia limpa
« Resposta #5 Online: 05 de Setembro de 2011, 20:07:39 »
Matéria interessante para energia geotérmica.

Vantagens e Desvantagens do uso da Energia Geotérmica nas suas diversas aplicações.

Energia geotérmica é a energia obtida a partir do calor proveniente da Terra, mais precisamente do seu interior. Funciona graças à capacidade natural da Terra e/ou da sua água subterrânea em reter calor.


Para que possamos entender como é aproveitada a energia do calor da Terra devemos primeiramente entender como nosso planeta é constituído. A Terra é formada por grandes placas, que nos mantém isolados do seu interior, no qual encontramos o magma, que consiste basicamente em rochas derretidas.

Com o aumento da profundidade a temperatura dessas rochas aumenta cada vez mais, no entanto, há zonas de intrusões magmáticas, onde a temperatura é muito maior. Essas são as zonas onde há elevado potencial geotérmico.

.

VANTAGENS DE USAR ENERGIA GEOTÉRMICA

        Limpa. As centrais geotérmicas, como vento e centrais solares, não têm de queimar combustíveis para manufacturar o vapor para mover as turbinas. A geração de electricidade com a energia geotérmica ajuda a conservar combustíveis fósseis não renováveis, e reduzindo o uso desses combustíveis, reduzimos emissões que prejudicam a nossa atmosfera. Não há nenhum ar fumegante à volta de centrais geotérmicas – de facto algumas são construídas no meio de colheitas de quintas e florestas, e partilham terreno com o gado e vida selvagem local.

        Não prejudica a terra. A área de terreno necessária para centrais geotérmicas é mais pequena por megawatt do que para quase cada outro tipo de centrais. As instalações geotérmicas não precisam de barrar rios ou de colher florestas – e não há cabos de minas, túneis, covas abertas, pilhas de lixo ou derramamentos de óleo.

        Fiável. As centrais geotérmicas são projectadas para funcionar 24 horas por dia, durante todo o ano. Uma central geotérmica situa-se directamente por cima da sua fonte de combustível. É resistente a interrupções de geração de energia devido a condições atmosféricas, catástrofes naturais ou cisões políticas que podem interromper o transporte de combustíveis.

        Flexível. As centrais geotérmicas podem ter desenhos modulares, com unidades adicionais instaladas em incrementos quando necessário para se ajustar à crescente procura de electricidade.

        Mantém os Euros em Casa. O dinheiro não tem de ser exportado para importar combustível para centrais geotérmicas. O “combustível” geotérmico – como o sol e o vento – está sempre onde a central está; os benefícios económicos permanecem na região e não há nenhum choque de preços de combustível.

        Ajuda os Países em Desenvolvimento. Os projectos geotérmicos podem oferecer todos os benefícios acima mencionados para ajudar os países em desenvolvimento a crescer sem poluição. E as instalações em localizações remotas podem levantar o nível e qualidade de vida trazendo electricidade a pessoas longe dos centros demográficos “electrificados”.

Desde que a primeira electricidade gerada geotermicamente no mundo foi produzida em Larderello, a Itália, em 1904, que o uso da energia geotérmica para electricidade cresceu a nível mundial para aproximadamente 7,000 megawatts em vinte e um países em todo o mundo. Só os Estados Unidos produzem 2700 megawatts de electricidade de energia geotérmica, electricidade comparável a queimar sessenta milhões de barris de petróleo por ano.

VIABILIDADE PARA O USO DA ENERGIA GEOTÉRMICA.

        Se não for usado em pequenas zonas onde o calor do interior da Terra vem á superfície através de géiseres e vulcões, então a perfuração dos solos para a introdução de canos é dispendiosa.

        Os anti-gelificantes usados nas zonas mais frias são poluentes: apesar de terem uma baixa toxicidade, alguns produzem CFCs e HCFCs.

        Este sistema tem um custo inicial elevado, e a barata manutenção da bomba de sucção de calor (que por estar situada no interior da Terra ou dentro de um edifício não está exposta ao mau tempo e a vandalismo), é contrabalançada pelo elevado custo de manutenção dos canos (onde a água causa corrosão e depósitos minerais).

http://www.portal-energia.com/vantagens-e-desvantagens-da-energia-geotermica/
Até onde eu sei eu não sei.

Offline ByteCode

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Re: O rastro sujo da energia limpa
« Resposta #6 Online: 06 de Setembro de 2011, 09:02:06 »
O autor esquece de uma coisa: são 50 t de estanho para produzir 1MW, mas esse custo em infraestrutura é diluído no tempo, já que após instalada resta apenas a manutenção. Quanto ao caso da Califórnia o autor desconsidera o desenvolvimento tecnológico (que é uma das coisas que a Califórnia está investindo: P&D).

Verdade.

Offline Geotecton

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Re: O rastro sujo da energia limpa
« Resposta #7 Online: 06 de Setembro de 2011, 09:05:16 »
O autor esquece de uma coisa: são 50 t de estanho para produzir 1MW, mas esse custo em infraestrutura é diluído no tempo, já que após instalada resta apenas a manutenção. Quanto ao caso da Califórnia o autor desconsidera o desenvolvimento tecnológico (que é uma das coisas que a Califórnia está investindo: P&D).

Duvido que o autor não saiba disto. Eu entendo que eles quis desmistificar esta tolice de "energia limpa" mostrando que no processo de obtenção e distribuição de energia sempre há impactos ambientais e que são "esquecidos" pelos ambientalistas ignorantes em ciência e gestão ambiental.
Foto USGS

Offline ByteCode

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Re: O rastro sujo da energia limpa
« Resposta #8 Online: 06 de Setembro de 2011, 09:07:28 »
Também acho pouco provável que até que o Petróleo se esgote, a sociedade adote outros tipos de energia que possam impactar em suas produtividades e consequentemente, em seus lucros.

Concordo, pois os custos na mudança da estrutura para produção e utilização de fontes de energias alternativas e em pesquisa, não valem a pena para os capitalistas cuja meta principal é dinheiro e não um planeta menos poluido.

Offline Mr. Mustard

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Re: O rastro sujo da energia limpa
« Resposta #9 Online: 06 de Setembro de 2011, 10:09:34 »
Também acho pouco provável que até que o Petróleo se esgote, a sociedade adote outros tipos de energia que possam impactar em suas produtividades e consequentemente, em seus lucros.

Concordo, pois os custos na mudança da estrutura para produção e utilização de fontes de energias alternativas e em pesquisa, não valem a pena para os capitalistas cuja meta principal é dinheiro e não um planeta menos poluido.

Na verdade, eu nem diria os "Capitalistas", eu diria a Sociedade com um todo. Há muita gente envolvida, que vai desde o frentista que abastece o seu carro até o Engenheiro de Produção ou Inspeção de Qualidade.

Nossa realidade Corporativa, Social, Comercial, Industrial e afins, está moldada num processo de produção de energia que invariavelmente polui e entendo que isto é uma consequencia natural do progresso, mas também pagamos ao longo da história um preço por isto: rios contaminados, baixa qualidade do ar e claro, uma sobrecarga para a saúde pública e assim por diante.

Assim como a Revolução Indústrial promoveu uma Sociedade capitalizada, é natural que em alguns séculos, as grandes empresas mudem seu paradigma comercial para outras fontes de energia, mas não somente pela qualidade do planeta, mas por razões de produtividade e lucratividade.

Enquanto a Sociedade estiver moldada na produção em massa de bens de consumo, bens duráveis, transportes mais rápidos, etc., eu entendo que sempre haverá a necessidade de energia em grande quantidade, o que consequentemente acarreta produzir despojos que nem sempre agradam e/ou contribuem o meio-ambiente.

Sem falar nas fontes de energias que mesmo aparentemente limpas, podem promover uma tragédia, vide as Usinas Nucleares.

Offline ByteCode

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Re: O rastro sujo da energia limpa
« Resposta #10 Online: 06 de Setembro de 2011, 10:41:35 »
Na verdade, eu nem diria os "Capitalistas", eu diria a Sociedade com um todo. Há muita gente envolvida, que vai desde o frentista que abastece o seu carro até o Engenheiro de Produção ou Inspeção de Qualidade.

Mas quando me referi a capitalistas, estava englobando todo mundo. Todos que vivem em uma socieade capitalista, são capitalistas querendo ou não. Mas a pressão maior vem de cima, certamente.

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Nossa realidade Corporativa, Social, Comercial, Industrial e afins, está moldada num processo de produção de energia que invariavelmente polui e entendo que isto é uma consequencia natural do progresso, mas também pagamos ao longo da história um preço por isto: rios contaminados, baixa qualidade do ar e claro, uma sobrecarga para a saúde pública e assim por diante.

Isto é totalmente irracional e desnecessário, visto já existirem tecnologias que podem ser utilizadas para melhor muito tudo isto. O que falta é mais empenho e disposição/corgaem para enfrentar algumas perdas iniciais, advindas da mudança da estrutura e da necessidade de mais pesquisa.

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Assim como a Revolução Indústrial promoveu uma Sociedade capitalizada, é natural que em alguns séculos, as grandes empresas mudem seu paradigma comercial para outras fontes de energia, mas não somente pela qualidade do planeta, mas por razões de produtividade e lucratividade.

Será que o maior problema é a produtividade e lucratividade da sociedade diminuir ou a produtividade e lucrativdiade (portanto, poder) dos mandachuvas do mundo (grandes capitalistas globais) diminuir?

Citar
Enquanto a Sociedade estiver moldada na produção em massa de bens de consumo, bens duráveis, transportes mais rápidos, etc., eu entendo que sempre haverá a necessidade de energia em grande quantidade, o que consequentemente acarreta produzir despojos que nem sempre agradam e/ou contribuem o meio-ambiente.

Mas já é possível extrair estas grandes quantidades energéticas de outros meios. Além disso, o sistema capitalista totalmente mercadológico que necessita de consumismo exacerbado e obsolescência programada para se sustentar, é totalmente irracional e autodestrutivo.

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Sem falar nas fontes de energias que mesmo aparentemente limpas, podem promover uma tragédia, vide as Usinas Nucleares.

Isto é verdade.
« Última modificação: 06 de Setembro de 2011, 10:43:38 por ByteCode »

 

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