Tópico: Melhor colégio de SP "estuda" o aluno antes de aceitar matrícula

[Fabi]

Melhor colégio de SP no Enem por escola "estuda" o aluno antes de aceitar matrícula

O colégio Vértice, melhor escola de São Paulo e a terceira melhor do país no Enem (Exame Nacional do Ensino Médio) de 2010, não recebe matrículas de alunos para o 3º ano do ensino médio. Para ser aceito no 2º ano, o estudante deve estar "muito alinhado com o conteúdo". Segundo Adilson Garcia, um dos diretores do colégio, a maior entrada de alunos novos acontece no 1º ano - são aproximadamente 15 ingressantes.

Mesmo sem vestibular, não é tão fácil estudar no colégio. As vagas para a educação infantil (a partir de três anos) e para o fundamental 1 são preenchidas por ordem de chegada, após reuniões com os diretores e visitas monitoradas pela escola. Para ingressar no fundamental 2 ou no ensino médio, as exigências aumentam: "Damos prioridade para famílias que já tenham outras crianças na escola e para pais ou mães que já foram nossos alunos", explica Garcia. Alunos que não preencham essas condições são convidados a passar um dia no colégio, quando serão avaliadas as formas como eles registram as aulas e fazem os exercícios, além dos materiais que utilizam nas outras escolas.

De acordo com Garcia, se mesmo após estas etapas a dúvida sobre a aceitação do aluno persistir, é pedido que o interessado faça uma redação e exercícios de matemática. Se for aceito, o aluno ainda terá que pagar a quantia de R$ 2.998 por mês.
Entretanto, Garcia enfatiza que “nunca foi pretensão do colégio trabalhar só com uma elite intelectual”. Caso contrário, selecionariam seus alunos por meio de vestibulinho e a “média nas avaliações provavelmente subiria”. “O que nos interessa é que cada um deles [alunos] possa pensar um projeto de vida e que a escola consiga dar condições para isso. Trabalhamos com uma preparação para a vida realmente”, explicou o diretor.

“Os alunos estudam o tempo todo”

Além de um forte sistema de avaliações, os alunos do terceiro ano fazem também muitos simulados, “são 20 ou 25 por ano”. E alguns desses simulados são as provas anteriores do Enem.

A média dos alunos é composta por dois tipos de notas: as quantitativas, que medem o conhecimento específico das disciplinas, e as qualitativas, responsáveis por medir a atitude e o comprometimento dos alunos. O diretor explica que a nota qualitativa é mais importante que a quantitativa, pois “mede o conjunto das atitudes e a responsabilidade dos estudantes”.

Na visão de Garcia, uma característica que é muito forte no colégio e pode ser considerada um dos principais motivos de bons resultados, como no Enem por Escola, é a estratégia para formação de hábito de estudo. “Aqui, os alunos estudam o tempo todo e não somente nas épocas de prova”. Ele explica que esse trabalho é realizado desde cedo, com o objetivo de mostrar a importância da educação: “Primeiro é preciso despertar o interesse por meio da curiosidade, depois vem a vontade de estudar e a rotina, que acaba virando um hábito”.

“Não temos uma preparação especial para o Enem”

Garcia acredita que o surgimento do Enem foi uma feliz coincidência para o colégio, pois o exame aborda competências e habilidades desenvolvidas pela escola há 35 anos. Mesmo com a boa colocação, ele afirma que não existe nenhuma preparação especial para o exame: "Nós temos a preocupação de preparar nossos alunos para as melhores universidades e para o mercado de trabalho. Essa preparação também é muito importante para o Enem".

Segundo o diretor, o percentual de aprovações nas universidades públicas de São Paulo (USP, Unesp, Unicamp, UFSCar, Unifesp) fica em torno de 60%. “Ano passado tínhamos 62 alunos no 3º ano e 22 entraram na USP. É um percentual muito alto”, afirmou Garcia. Ele disse ainda que a maioria dos alunos quer cursar instituições públicas, mas alguns acabam optando por faculdades particulares como o Insper e a FGV.

Professores são diferencial

O Vértice possui um quadro atual de 86 professores. Segundo Garcia, 80% deles trabalham somente no colégio e 60% estão no Vértice há pelo menos 10 anos. Outros 10% são ex-alunos que resolveram torna-se professores e trabalhar na ex-escola.
“Os professores são nosso diferencial. Por isso, é importante que você dê condições adequadas de trabalho e pague um salário digno para que eles consigam viver bem. Temos também muita preocupação com o aperfeiçoamento dos nossos docentes e investimos em capacitação permanente”, disse Garcia.

Aulas e estrutura

Os alunos do 3º ano do ensino médio têm aulas em período integral - todas as manhãs e tardes. Já para os 1º e 2º anos, as aulas são semi-integrais: todas as manhãs e duas tardes. Na segunda metade da tarde, as aulas são opcionais e extracurriculares. “Um grupo faz aulas de arte e modelagem, outro arte e fotografia, arte e sapateado, filosofia. Os pequenos têm aulas de culinária, música, teatro. A escola é dinâmica, toda semana temos palestras e oficinas. É difícil acompanhar tudo, temos até aula de tricô”, disse Garcia.

No ensino médio, os estudantes ainda contam com orientação vocacional, plantões e reforços. Acompanhando a tendência de muitos vestibulares, algumas aulas são ministradas de forma interdisciplinar. O diretor do colégio conta que muitas vezes dois ou três professores dão aulas juntos para uma mesma sala.

As maiores turmas da escola têm 34 alunos, sendo duas do 2º ano do ensino médio e uma do 3º. O ano letivo começou com 1.014 alunos matriculados. Apresentando uma baixa taxa de desistência, o colégio tem hoje aproximadamente 995 estudantes.

Fonte: http://noticias.uol.com.br/educacao/2011/09/12/melhor-colegio-de-sp-no-enem-por-escola-nao-aceita-matriculas-no-3-ano-e-estuda-o-aluno-antes-de-aceitar-o-ingresso.jhtm

No meu prézinho* 30 pessoas se inscreveram pra usp, e 19 passaram.
*prézinho sem acento fica parecendo presinho (de preso).

[Derfel]

“Os alunos estudam o tempo todo”

Além de um forte sistema de avaliações, os alunos do terceiro ano fazem também muitos simulados, “são 20 ou 25 por ano”. E alguns desses simulados são as provas anteriores do Enem.

Como não se preparam para o Enem?

[Geotecton]

Eu acho que eles não focam no ENEM, mas usam-no como um objetivo secundário.

[Derfel]

Será?

[Geotecton]

Será?

E porque não?

[Derfel]

[Barata Tenno]

Lembrando que o Enem não serve para as duas universidades mais cobiçadas de SP.

[Derfel]

Ainda não. Mas serve como propaganda para uma escola

[Barata Tenno]

Propaganda pra quem? A elite paulista não da a menor bola pro Enem, a propaganda mais importante é a quantidade de aprovanos nos principais vestibulares. E venhamos e convenhamos, escola que treina aluno pra passar na USP e UNICAMP tiram Enem de letra.

[Derfel]

Bem, na verdade nunca fiz o enem nem usp ou unicamp. Essa escola em específico pode não usar o enem como propaganda, mas muitas outras usam.

[Hold the Door]

Enem tem nível de teste psicotécnico. Preparar para esse exame não é motivo de orgulho para nenhuma escola decente...

[Geotecton]

Derfel.

A linha de argumentos que eu ia usar (e não o fiz porque tive que me ausentar momentaneamente por causa de um "fator de 6 anos") foi apresentada pelo Barata e pelo Angelo Melo.

[Hold the Door]

Pelo menos aqui em SP o carro-chefe de todos os cursinhos e escolas de elite é o número de aprovados em medicina na USP. No caso das escolas, aprovação direta do 3º ano do ensino médio "sem cursinho" (porque na verdade essas escolas são um ensino médio junto com cursinho próprio por 3 anos). Gabaritar o enem é praticamente uma obrigação para os alunos dessas escolas e cursinhos.

[Derfel]

Aqui também se usa o índice aprovados em medicina (espalhados em outdoor por toda a cidade), mas ainda vejo que a classificação da escola é usada em propaganda.
PS: Geo, você está melhor que eu
 Tenho aqui que lidar com fator 6 anos e fator 4 meses

[Adriano]

De acordo com Garcia, se mesmo após estas etapas a dúvida sobre a aceitação do aluno persistir, é pedido que o interessado faça uma redação e exercícios de matemática. Se for aceito, o aluno ainda terá que pagar a quantia de R$ 2.998 por mês.

Por isso que os serviços prestados pelo estado tem maior procura 

Garcia acredita que o surgimento do Enem foi uma feliz coincidência para o colégio, pois o exame aborda competências e habilidades desenvolvidas pela escola há 35 anos.

Claro que foi uma feliz coincidência. O Enem faz parte de um programa público voltado para toda a sociedade brasileira e não para um punhadinho de gente privilegiados economicamente. O Conbrasd milita para uma melhor política pública de educação para atender os superdotados de todos os níveis sociais.

Professores são diferencial

O Vértice possui um quadro atual de 86 professores. Segundo Garcia, 80% deles trabalham somente no colégio e 60% estão no Vértice há pelo menos 10 anos. Outros 10% são ex-alunos que resolveram torna-se professores e trabalhar na ex-escola.
“Os professores são nosso diferencial. Por isso, é importante que você dê condições adequadas de trabalho e pague um salário digno para que eles consigam viver bem. Temos também muita preocupação com o aperfeiçoamento dos nossos docentes e investimos em capacitação permanente”, disse Garcia.

Eu diria que o principal diferencial é a alta demanda de clientes que possibilita a estruturação desse empreendimento educacional com alta qualidade perante o restante da população. O que não é nenhuma novidade para nós que queremos e não podemos estudar. Somos muitos talentos perdidos e que carregamos a culpa pela falta de acesso a uma boa educação formal 

[Fabi]

O que não é nenhuma novidade para nós que queremos e não podemos estudar. Somos muitos talentos perdidos e que carregamos a culpa pela falta de acesso a uma boa educação formal   

Tirando as escolas públicas perdidas no meio do nordeste, que não tem luz, janelas e as vezes nem teto. O resto das escolas ensinam razoalvemente bem, a diferença é que escolas particulares cobram muito mais dos alunos e professores. Então são mais lições de casa, as provas são mais dificeis....

O colégio público que eu estudei tirou uma média acima de 500 (a melhor escola particular tirou uma média de 600). E a que tirou a maior nota no meu estado é um colégio público. Então não tem essa de muitos talentos perdidos.

[Liddell Heart]

O que não é nenhuma novidade para nós que queremos e não podemos estudar. Somos muitos talentos perdidos e que carregamos a culpa pela falta de acesso a uma boa educação formal   

Tirando as escolas públicas perdidas no meio do nordeste, que não tem luz, janelas e as vezes nem teto. O resto das escolas ensinam razoalvemente bem, a diferença é que escolas particulares cobram muito mais dos alunos e professores. Então são mais lições de casa, as provas são mais dificeis....

Creio que a falta de autonomia das escolas públicas contribua para o péssimo desempenho acadêmico das mesmas.

[Derfel]

Na verdade é uma conjunção de fatores, nem todos ligados diretamente à escola e aos professores.

[Adriano]

O que não é nenhuma novidade para nós que queremos e não podemos estudar. Somos muitos talentos perdidos e que carregamos a culpa pela falta de acesso a uma boa educação formal   

Tirando as escolas públicas perdidas no meio do nordeste, que não tem luz, janelas e as vezes nem teto. O resto das escolas ensinam razoalvemente bem,

Aqui você está mencionando as escolas, dizendo que tem um ensino razoável. E de certa maneira é uma realidade, considerando que existem ótimos programas educacionais para os superdotados no ensino público e até em ongs. O que já demonstra uma seleção de alunos, assim como esta da reportagem faz, com o mesmo diferencial qualitativo sendo avaliado.

a diferença é que escolas particulares cobram muito mais dos alunos e professores. Então são mais lições de casa, as provas são mais dificeis....

Essas atividades diferenciadas destas escolas já perfazem um perfil diferente e superior em relação as demais que tem um ensino razoável, segundo a sua fala.

O colégio público que eu estudei tirou uma média acima de 500 (a melhor escola particular tirou uma média de 600). E a que tirou a maior nota no meu estado é um colégio público.

Eu gostei muito dos princípios da escola da reportagem, para mim já demonstram um grande referencial de embasamento pedagógico e apoio esta linha. Apenas contrastei com a política pública de altas habilidades, uma abordagem muito mais abrangente. É uma escola dos sonhos, mas pense na problemática de aplicar os métodos pedagógicos desta escola em todo o país 

Então não tem essa de muitos talentos perdidos.

Bela conclusão sobre altas habilidades 

Pena que não é o consenso entre os especialistas, principalmente entre os americanos que são a liderança em pesquisas nessa área 

[Adriano]

O que não é nenhuma novidade para nós que queremos e não podemos estudar. Somos muitos talentos perdidos e que carregamos a culpa pela falta de acesso a uma boa educação formal   

Tirando as escolas públicas perdidas no meio do nordeste, que não tem luz, janelas e as vezes nem teto. O resto das escolas ensinam razoalvemente bem, a diferença é que escolas particulares cobram muito mais dos alunos e professores. Então são mais lições de casa, as provas são mais dificeis....

Creio que a falta de autonomia das escolas públicas contribua para o péssimo desempenho acadêmico das mesmas.

A URSS teve em seu início, com a pedagogia histórico cultural, com excelentes exemplos de educação inclusiva. Como a proposta era a construção de um novo homem, muito foi conquistado em função disto, com forte inclusão das diferenças. O que mais me impressionou foi a metodologia de ensino dos surdo-cegos. E por isto o nome de Vygostky é referência na valorização da escola como fator importante para uma boa educação.

Na verdade é uma conjunção de fatores, nem todos ligados diretamente à escola e aos professores.

Tem o fator político com grande importância. Lenin estabeleceu uma simbiose entre a política e a educação, através do busca da educação política do quadro partidário. Tem um trabalho nacional sobre isto: Lenin, educação e revolução na construção da república dos sovietes.

E um outro pedagogo marxista que se fundamenta no materialismo dialético é Wallon, com muita influência no Brasil. Em contraposição a Piaget, que foi mais focado no indivíduo, dando origem assim ao cognitivismo.

[Derfel]

Não é somente uma questão política, ainda que essa também tenha importância, mas também o meio social em que a escola se encontra e de onde provém o aluno, bem como o meio familiar são também muito importantes.

[Titoff]

Não preciso nem ir muito longe: No Rio de Janeiro mesmo (onde resido), conheço gente que diz que o filho não teve aula de matemática em determinados anos, por exemplo.

Fica bem complicado...

[guicn]

E pra piorar estão tirando horas-aula de matemática e português para enfiar 'cultura afro', 'cultura disso' e 'cultura daquilo', para formar "cidadãos conscientes". É o desastre absoluto.

[Adriano]

Além do político e o social o aspecto econômico também é importante. Esta escola faz bem esse contraste, onde quem pode pagar, tem um ensino de excelente qualidade e quem não pode fica sem a opção de escolha, que é estritamente econômica neste caso. O valo entre as faculdades particulares e as públicas é um velho conhecido 

[Barata Tenno]

Além do político e o social o aspecto econômico também é importante. Esta escola faz bem esse contraste, onde quem pode pagar, tem um ensino de excelente qualidade e quem não pode fica sem a opção de escolha, que é estritamente econômica neste caso. O valo entre as faculdades particulares e as públicas é um velho conhecido 

Depende do curso.