Autor Tópico: Cibercultura: Você humano é um aplicativo?  (Lida 313 vezes)

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Offline Adriano

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Cibercultura: Você humano é um aplicativo?
« Online: 30 de Setembro de 2011, 12:18:16 »
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Cibercultura: Você humano é um aplicativo?



Comecei hoje a ler o livro “Gadget – Você não é um aplicativo” do Jaron Lanier, cientista da velha guarda do Vale do Silício, um dos responsáveis por cunhar o termo “Inteligência artificial”. Segundo a revista Time (2010), esse rastafari de 51 anos, apelidado de “o marginal do vale do silício”, é uma das 100 personalidades mais influentes no mundo.

O Livro tem 248 páginas e uma linguagem acessível que flui rapidamente, com pouquíssimas citações e nehuma bibliografia, “Gadget” é um livro relato, filosófico e pessimista sobre a atualidade e futuro da cibertecnologia em relação a nossa cultura, em especial no design de softwares e na apropriação corporativa do uso da internet.

<a href="http://www.libraryjournal.com/articles/images/LJ/20100201/ljx100201JaronLanier.jpg" target="_blank" class="new_win">http://www.libraryjournal.com/articles/images/LJ/20100201/ljx100201JaronLanier.jpg</a>
Jaron Lanier

Os pessimistas da Cibercultura sempre me pareceram interessantes. Comecei minha leituras no tema por eles, Baudrillard e Virilio estão entre meus preferidos, tenho certeza que aprendi muito com eles, nadar contra a corrente nos faz pensar o que seria “impensável”, procurar atrito nas idéias é essencial, como afirma Wittgenstein (citei aqui no blog em 2006):

“Chegamos ao gelo escorregadio em que não há atrito e onde, portanto, em certo sentido, as condições são ideais, mas onde também, justamente por isso, não conseguimos andar. Queremos andar, portanto precisamos de atrito. De volta a terra firme!”  Wittgenstein – Investigações filosóficas, 107.

Ainda que fã da “turma do contra”, não me entendo como pessismista com relação a internet, me colocaria como um realista que acredita na necessidade de ver a internet levando em conta sua complexidade, não apenas seu impacto na comunicação, relevante sem dúvida, mas infinitamente pequeno perto da influência em setores como o financeiro.

Sigamos a leitura impressa então, deixo abaixo o prefácio do livro,  já bem provocativo.

Estamos no início do século XXI, o que significa que estas palavras serão lidas em grande parte por “não pessoas” –  autômatos ou multidões entorpecidas compostas de pessoas que deixaram de agir como indivíduos. As palavras serão moídas até se transformarem em palavras-chave atomizadas para ferramentas de busca dentro de instalações industriais de nuvens computacionais em locais muitas vezes secretos e remotos ao redor do mundo. Elas serão copiadas milhões de vezes por algoritmos elaborados para enviar um anúncio em algum lugar a alguma pessoa que possa ter algum interesse em algum fragmento do que eu digo. Elas serão escaneadas, reprocessadas e deturpadas por multidões de leitores rápidos e pouco atentos em wikis e agregadas automaticamente em streams de mensagens de texto sem fio.

As reações se degenerarão repetidamente em cadeias descuidadas de insultos anônimos e controvérsias inarticuladas. Algoritmos encontrarão correlações entre aqueles que leem minhas palavras e as compras que fazem, suas aventuras românticas, suas dívidas e, em breve, seus genes. No final, estas palavras contribuirão para o destino daqueles poucos que conseguiram se posicionar como senhores das nuvens computacionais.

A ampla disseminação do destino destas palavras ocorrerá quase inteiramente no mundo sem vida das informações puras. Olhos humanos lerão estas palavras apenas em uma minúscula minoria dos casos.

No entanto, é você, a pessoa, a raridade entre meus leitores, que espero atingir.
As palavras deste livro foram escritas para pessoas, não computadores.
Minha mensagem é: você precisa ser alguém antes de poder se revelar.

http://relatividade.wordpress.com/2011/09/24/cibercultura-gadget-internet-software-jaron-lanier/

Gostei das referências sobre o pessimismo cibernético. São nomes que me marcaram muito em relação a filosofia da informação  :|
Princípio da descrença.        Nem o idealismo de Goswami e nem o relativismo de Vieira. Realismo monista.

Offline Adriano

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Re: Cibercultura: Você humano é um aplicativo?
« Resposta #1 Online: 30 de Setembro de 2011, 12:28:29 »
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The 2010 TIME 100
In our annual TIME 100 issue we name the people who most affect our world


Jaron Lanier



Jaron Lanier, 49, is many things — composer, performer, computer scientist, philosopher — but one thing he is not is a machine. His book You Are Not a Gadget, published this year, compels readers to take a fresh look at the power — and limitations — of human interaction in a socially networked world.
In the 1980s, Lanier's pioneering work on virtual reality reshaped our concept of how sensory interfaces enable human-computer interaction. As a musician, he has fused Eastern and Western traditions with artistry and technology. His ability to synthesize these forces — so often held in opposition — is the hallmark of his mind and the guiding philosophy of his book, in which he celebrates the potential of the Internet but also laments the way its misuse can suppress the individual voice.
With an expertise earned through decades of work in the field, Lanier challenges us to express our essential humanity via 21st century technology instead of disappearing in it.

http://www.time.com/time/specials/packages/article/0,28804,1984685_1984745_1985490,00.html
Princípio da descrença.        Nem o idealismo de Goswami e nem o relativismo de Vieira. Realismo monista.

 

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