http://www.jb.com.br/ciencia-e-tecnologia/noticias/2011/10/16/especialista-nem-paises-ricos-estao-prontos-para-epidemia-grave/Com lançamento nos cinemas brasileiros previsto para 28 de outubro, o filme Contagion(Contágio, no Brasil) deixa muitas pessoas preocupadas nos Estados Unidos. A possibilidade de uma pandemia exterminar centenas de milhares de pessoas em questão de semanas, retratada na ficção, não é algo longe da realidade mundial no atual cenário globalizado, dizem especialistas.
Na produção hollywoodiana, Mitch Emhoff e Erin Mears, interpretados respectivamente por Matt Damon e Kate Winslet, são alguns dos personagens envolvidos na batalha contra um vírus que é transmitido de forma indireta, ou seja, sem a necessidade de contato humano (roupas, telefones, copos podem ser agentes transmissores, por exemplo). As vítimas são contaminadas e morrem rapidamente, fazendo com que a sociedade seja dominada pelo medo. "O filme é bem realista em termos de transmissão de vírus", afirma Trish Perl, especialista em epidemiologia e doenças infecciosas da Johns Hopkins Medicine, organização líder mundial em pesquisa médica, em entrevista exclusiva ao Terra.
O que tem assustado os americanos é que, se uma pandemia como a da ficção ocorresse hoje, o cenário seria igualmente trágico, conforme alerta a especialista. Segundo Trish, poucos países teriam real condição para tratar e curar uma grande parcela da população. Nem mesmo os mais ricos e desenvolvidos, geralmente com mais unidades de tratamento intensivo, antibióticos para tratar infecções secundárias e drogas antivirais, seriam capazes controlar a pandemia com eficácia em um curto espaço de tempo. Faltam, de acordo com ela, instalações e recursos médicos realmente adequados.
Em países em desenvolvimento, então, ocorreriam consequências tão graves quanto as que ficaram registradas na história - como a gripe espanhola, que entre junho de 1918 e dezembro de 1920 matou entre 50 e 100 milhões de pessoas. Ainda que tenhamos acesso mais imediato a medicamentos e novos tratamentos, o número de vítimas ainda seria catastrófico no caso de uma contaminação realmente forte. "A disparidade nas consequências da doença de acordo com o país atingido será cada vez mais evidente", afirma Perl.
O perigo que está por vir O pânico dos americanos que assistem ao filme ganha eco na opinião de Trish Perl. Segundo ela, a ocorrência de uma pandemia grave em um futuro relativamente próximo é praticamente certa. "Os vírus são inacreditavelmente sofisticados e, conforme há mais interação entre humanos e animais e estes compartilham um ambiente, a chance de ocorrer uma pandemia aumenta", afirma.Além disso, hoje as pandemias se disseminam de maneira acelerada. Com os milhares de voos internacionais diários, novos tipos de gripe são disseminados a uma velocidade alarmante. Em questão de horas, pessoas em diferentes lugares do planeta podem ser infectadas por um vírus saído de um mesmo lugar. "Hoje, só demora o tempo dos aviões irem de um ponto a outro", reforça a epidemiologista.Contudo, a expectativa é de que, unida, a comunidade científica global consiga desenvolver uma vacina contra uma nova pandemia em um prazo de um a três meses. "O grande desafio é o teste e a regulamentação de novas vacinas em um âmbito global", diz.
Quando o medo toma conta Segundo Joshua Epstein, médico diretor do Centro Johns Hopkins de Modelos Avançados para Ciências Sociais, Comportamento e Saúde, há outro fator, também explorado no filme, a ser considerado nesses casos: "O medo pode ser altamente contagioso em situações de desastre e pode fazer com que as pessoas ajam de maneira bastante imprevisível", diz.Para Epstein, o medo faz com que as pessoas percam controle sobre as emoções e sejam dominadas pela desconfiança. E isso pode fazer com que elas não acreditem nas diretrizes emitidas pelas autoridades e evitem as vacinações necessárias, fazendo com que uma situação já desafiadora passe a ser uma catástrofe.
Como se prevenir Hábitos simples, como lavar as mãos com frequência, usar máscara e ficar em casa quando tiver gripe, cobrir a boca com o braço ao tossir em vez de usar a mão, além de usar desinfetantes com álcool para as mãos, ainda são as maneiras mais eficazes de se evitar a disseminação de influenza, o vírus causador da gripe.Estudos indicam que o simples uso em salas de aula de desinfetante com álcool para as mãos chega a reduzir a disseminação da gripe em 30% nas escolas.
Com lançamento nos cinemas brasileiros previsto para 28 de outubro, o filme Contagion(Contágio, no Brasil) deixa muitas pessoas preocupadas nos Estados Unidos. A possibilidade de uma pandemia exterminar centenas de milhares de pessoas em questão de semanas, retratada na ficção, não é algo longe da realidade mundial no atual cenário globalizado, dizem especialistas.
Na produção hollywoodiana, Mitch Emhoff e Erin Mears, interpretados respectivamente por Matt Damon e Kate Winslet, são alguns dos personagens envolvidos na batalha contra um vírus que é transmitido de forma indireta, ou seja, sem a necessidade de contato humano (roupas, telefones, copos podem ser agentes transmissores, por exemplo). As vítimas são contaminadas e morrem rapidamente, fazendo com que a sociedade seja dominada pelo medo. "O filme é bem realista em termos de transmissão de vírus", afirma Trish Perl, especialista em epidemiologia e doenças infecciosas da Johns Hopkins Medicine, organização líder mundial em pesquisa médica, em entrevista exclusiva ao Terra.