Acabei de assistir a uma entrevista de Jimmy Carter, ex-presidente estadunidense, no Charlie Rose Show, um programa regular da
Management TV, onde foram abordados desde questões relativas ao seu mandato (1977 a 1980) até a eleição de Obama em 2008, passando por muitas e interessantes informações sobre bastidores da política internacional.
Carter foi um cidadão por quem tive um sentimento de certo desprezo (eu acho que estava na minha fase de Republicano

) entre 1974 e 1976 e que depois passou para um sentimento de compreensão (final de 1977) e então de admiração (a partir de 1978), situação esta que até hoje é mantida.
Ele teve a coragem de dizer ao estadunidense médio que era inviável, tanto econômica como ambientalmente, se deslocar em veículos de 2,5 toneladas com uma motorização suficiente para deslocar um
Main Battle Tank.
Ele teve a coragem de assinar o acordo SALT 2, que foi o primeiro a propor uma redução no número e no tipo de armas nucleares.
Ele teve a coragem de lançar o primeiro programa de pesquisa de 'energias alternativas e limpas' em larga escala do EUA.
Ele teve a coragem de começar a corrigir as distorções econômicas decorrentes do sustento da Guerra do Vietnã mas que levaram o EUA a uma inflação de dois dígitos pela primeira vez desde a crise de 1929, causando um estrago político imenso e que resultou na não-reeleição dele em 1980, quando perdeu para Ronald Reagan.
Ele teve a coragem de denunciar acordos e cessar o apoio a países comandados por ditadores, em especial na América Latina, embora tenha havido pressão interna para que o EUA mantivesse o apoio para alguns países não-democráticos essenciais ao EUA, como a Arábia Saudita.
Enfim, ele é um democrata e um humanista e eu o respeito muito, mesmo ele sendo um cristão fervoroso.