Acho que ignorância é o fator menos importante, embora não desprezível, e seja realmente muito prevalente.
Cada vez mais acho que mais significativo é a pessoa ter sido convencida de que sua religião tem como base imprescindível a parte em que os animais brotam da lama por milagre (ou talvez o fato disso ser narrado assim num livro que deveria ser inerrante). E talvez em menor grau (nos casos onde basta o "projeto inteligente"), que há grande importância em Jeová ter desenhado minuciosamente o olho humano (comumente fazendo vista grossa ao verme que por vezes parasita o mesmo olho), embora aí haja uma região turva entre criacionismo e a aceitação da evolução por um teísta, apenas com umas leves pitadas milagrosas ou algo assim.
Não fosse de fundamental importância os animais e demais seres brotarem da terra, é difícil imaginar que houvesse tanta resistência em aceitar que as espécies se originam essencialmente pelo mesmo processo que fez com que o chihuahua e o dogue alemão sejam provenientes de um mesmo ancestral, apenas em maiores intervalos de tempo.
Ignorância em alguns casos, no que se refere a muitos autores criacionistas, pode ser definitivamente excluída, uma vez que fica implícito um considerável grau de conhecimento em suas mentiras. Mas friso que se tratam dos autores de publicação criacionista -- e nem todos, muitos apenas ecoam o que outros escrevem -- e não dos criacionistas em geral, que "adquirem sua ignorância" lendo apenas dessas fontes. Um misto de enganação de massa e auto-enganação.