Autor Tópico: Geologia - A imensa variedade tectono-litológica da América do Sul  (Lida 1948 vezes)

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Geologia - A imensa variedade tectono-litológica da América do Sul
« Online: 23 de Outubro de 2011, 11:54:25 »
Na Revista Pesquisa FAPESP de número 188 (Outubro de 2011) há um bom artigo sobre a história geológica da América do Sul, com fácil compreensão para o público leigo, e que reproduzo abaixo com pequenas modificações, mais notadamente na disposição das figuras.

Reparem na figura 02, que é uma representação esquemática dos blocos crustais que compõe a América do Sul com as suas respectivas idades obtidas por geocronologia. A complexidade destes blocos destrói as simplóriais ideias "geológicas" criacionistas "terra jovem".


Citação de: Revista Pesquisa FAPESP
A estrutura geológica da América do Sul é um imenso caleidoscópio de blocos de rochas que se quebraram, se colaram e se movimentaram de modo impressionante. Em Pirapora do Bom Jesus, município a 60 quilômetros de São Paulo, o geólogo Colombo Tassinari, professor do Instituto de Geo-ciências (IGc) da Universidade de São Paulo (USP), exibe evidências dessas transformações, que dezenas de geólogos estudam em profundidade há pelo menos 50 anos e seu colega da USP Benjamim Bley Brito Neves sintetizou em um artigo recém-publicado na Journal of South American Earth Sciences. “Tudo isso aqui já foi o fundo do mar, há mais de 600 milhões de anos”, diz Tassinari, ao chegar ao alto de uma colina em um dos bairros do município de Pirapora do Bom Jesus. Em seguida, ele para em um terreno de esquina margeado por amoreiras frutificando – em frente há uma escola municipal de paredes brancas e um mercadinho que vende baldes, bolas de plástico e sandálias havaianas. No barranco ao lado de uma rua asfaltada, Tassinari exibe uma dessas evidências: as pillow lavas, corpos de magma basáltico em forma de bolhas ou, como o nome sugere, de travesseiros (ver fotos abaixo).



Figura 01. Foto de afloramento de lavas do tipo pillow no município de Pirapora do Bom Jesus, evidenciando que este local já foi base (crosta oceânica) de um fundo de mar no final do éon Proterozóico.


“A camada mais externa das pillow lavas se formou quando a lava quente que brotou da crosta oceânica se resfriou ao encontrar a água do mar”, explica Tassinari, que trabalha com Bley e com outros geólogos para reconstruir a turbulenta – e inacabada – história geológica da América do Sul. Há mais rochas desse tipo do outro lado do vale cortado pelo rio Tietê, aqui ainda bastante poluído, de águas escuras e lentas, cobertas com blocos brancos de espuma. Ao subir o morro ele já tinha mostrado um depósito natural de calcário e indicado a direção de uma antiga mina de magnetita – outros resquícios do fundo de um mar que se fechou como resultado do embate entre placas tectônicas que vinham em direções opostas. A força das placas era intensa a ponto de fazer com que fragmentos de crosta oceânica que estavam a estimados 4 mil metros de profundidade fossem lançados para dentro do continente e se apresentem hoje a cerca de 600 metros de altitude (possivelmente já formaram morros ainda mais altos).

Pesquisadores da USP, Universidade de Brasília (UnB), Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT) e de outros centros de pesquisa geológica do Brasil normalmente examinam a origem e a composição de partes desse imenso quebra-cabeça, por vezes oferecendo visões mais gerais como a de Bley. Ao mesmo tempo, especialistas de outros países – Argentina, Estados Unidos, Espanha, Alemanha, Inglaterra, Dinamarca e Austrália – trabalham para entender a formação de seus próprios continentes. Com frequência eles se encontram para se ajudar ou ver como os continentes se encaixavam, já que blocos de rochas hoje na América do Sul estiveram ao lado dos que hoje estão na América do Norte ou na China.

O artigo mais recente de Bley complementa outro, de 2008, publicado na revista Precambrian Research em conjunto com Reinhardt Fuck, da UnB, e Carlos Schbbenhaus, do Serviço Geológico Brasileiro. Os dois trabalhos oferecem uma visão abrangente sobre a impressionante diversidade de idades, formas, tamanhos, composição e origens de blocos de rochas da crosta terrestre que vieram de direções diferentes, se encontraram, se empurraram, se amalgamaram ou se destruíram, consolidando o esqueleto geológico do continente sul-americano. Blocos de rochas bastante antigos, com idade superior a 2,5 bilhões de anos, encontrados na Bahia e nas margens do rio Amazonas, se avizinham de outros, menos antigos, de cerca de 2 bilhões de anos, na Região Nordeste e em Mar del Plata, Argentina, e os mais jovens, de 500 milhões de anos, como a cadeia montanhosa da Mantiqueira, que começa no sul da Bahia e segue até o Uruguai. Essas camadas de rochas podem começar a poucos metros abaixo da superfície e chegar a 40 quilômetros de profundidade.



Figura 02. Representação esquemática dos blocos crustais que compõe a América do Sul e as suas respectivas idades geocronológicas.


Na América do Sul, como em todo o globo, há uma destruição e uma reconstrução contínuas. Outro exemplo a céu aberto dos embates tectônicos é o Parque Nacional de Itatiaia. Sua estrutura geológica básica resulta dos derrames de lava liberados por um vulcão, mas depois muita lava correu por lá. No livro Itatiaia – Sentinela das alturas (Editora Terra Virgem), Umberto Giuseppe Cordani e Wilson Teixeira, também da USP, apresentam a sequência de movimentos tectônicos que resultaram na formação do pico das Agulhas Negras e de penhascos cujas laterais lembram as raízes petrificadas de uma imensa árvore.

“Onde hoje está o Centro-Oeste havia um oceano do tamanho do Atlântico, entre 900 milhões e 600 milhões de anos atrás”, diz Fuck. Em 1969, depois de trabalhar por cinco anos no mapeamento geológico do Paraná, ele ingressou como professor na UnB e se pôs a estudar a geologia da região central do país. Suas análises indicaram que havia um arco de ilhas vulcânicas, como nas Filipinas, resultantes do choque de placas oceânicas. Da destruição das ilhas resultou uma cadeia de montanhas semelhante ao Himalaia, que se estendia por 1.500 quilômetros do sul do estado do Tocantins ao sul de Minas. E depois também desapareceu.

Tassinari acredita que a antiga bacia oceânica de Pirapora do Bom Jesus, que ele começou a estudar há 30 anos, deve ser valorizada. Mais ainda: pode se tornar mais uma atração da cidade, conhecida pelas festas religiosas e por uma igreja que começou a ser construída em 1725. “Já falamos com o prefeito e estamos batalhando para proteger melhor essas relíquias da história da Terra”, diz. Segundo ele, esse é o único trecho do estado de São Paulo com uma crosta oceânica relativamente bem conservada.

Outra indicação de braços de oceanos extintos são os sedimentos de mar profundo como os encontrados em Araxá, Minas, e em Afrânio e Dormentes, Pernambuco. “A vida de um oceano é muito curta, raramente vai muito além de 200 milhões de anos. A crosta oceânica, por ser mais fina que a continental, é constantemente reciclada”, diz Cordani. Ele, Bley e Tassinari atualmente são os pesquisadores principais de um projeto temático em curso coordenado por Miguel Basei, do Instituto de Geociências.

Mares de vida curta - Há outras sínteses em construção. Cordani e Victor Ramos, da Universidade de Buenos Aires, coordenam a elaboração do novo mapa tectônico – ou das grandes estruturas geológicas – da América do Sul, sob a supervisão dos serviços geológicos do Brasil e da Argentina. Esse trabalho reúne cerca de 40 geólogos do continente, que sintetizam informações acumuladas ao longo dos últimos 30 anos, desde quando a versão anterior foi feita. Cordani abre sobre a mesa uma das versões do novo mapa, na escala 1:5 milhões: é um mosaico de manchas em vários tons de vermelho, azul e amarelo, representando as diferentes idades e estruturas geológicas da América do Sul. “Não, ainda não pode publicar. É só um rascunho.” Eles pretendem apresentar a versão final em agosto de 2012 no congresso internacional de geologia na Austrália.

Muitas linhas pretas, de comprimentos diferentes, cortam o mapa. São as fraturas ou falhas, que podem separar os blocos de rochas e deixar espaço livre para outras rochas. Há cerca de 30 milhões de anos, rochas vulcânicas preencheram as fraturas formadas muito antes, em estruturas de mais de 600 milhões de anos, formando a base dos terrenos hoje ocupados pela Grande São Paulo, São José dos Campos, Taubaté e outras cidades do Vale do Paraíba. Ao norte, a cidade de Manaus se formou sobre sedimentos rochosos de poucos milhões de anos, mas sob eles há rochas que se uniram há cerca de 500 milhões de anos.

As rochas mais antigas do Brasil estão no Nordeste. Nos anos 1960, como um dos fundadores e coordenador do laboratório de geocronologia da USP, Cordani acompanhou as equipes da Secretaria de Minas da Bahia que faziam o levantamento geológico do estado. Na região central da Bahia encontraram uma rocha que se mostrava como a mais antiga do país, mas os métodos de datação ainda eram bastante imprecisos, com uma margem de erro próxima a 100 milhões de anos.

Mesmo assim, Cordani apresentou seus resultados em um congresso em Pequim em 1983 e as rochas da Bahia, com estimados 3,4 bilhões de anos, figuraram entre as mais antigas do mundo. “Em 1991 levei para analisar na Austrália e confirmei.” Hoje ele poderia simplesmente atravessar o gramado em frente à sua sala e usar a microssonda iônica de alta resolução, um sofisticado equipamento de datação de rochas que entrou em operação há poucos meses em um prédio em frente ao Instituto de Geociências.

Há dois anos, Bley, Fuck e Elton Dantas, da UnB, identificaram no oeste de Pernambuco as rochas ainda mais antigas do continente sul-americano, com 3,6 bilhões de anos. Para Bley, esse episódio teve um sabor especial – e não só por ter nascido ali perto, em Campina Grande, Paraíba. Ele percorreu o oeste de Pernambuco há 50 anos, recém-saído do curso de geologia em Recife. “Eu andava por ali durante o dia e à noite lia Os sertões à luz de querosene, na calçada em frente ao hotel São Pedro em um vilarejo do município de Ouricuri”, recorda-se. “Vi que tudo aquilo era muito pouco estudado e prometi para mim mesmo que voltaria.”

As rochas de Pernambuco eram quase tão antigas quanto as do Canadá, com 4 bilhões de anos. São os poucos testemunhos dos primeiros tempos da Terra, formada há 4,7 bilhões de anos como resultado de uma nuvem de gás e poeira em rotação. Só havia rocha derretida, erupções vulcânicas e uma atmosfera tóxica, que durou milhões de anos. As primeiras bactérias, capazes de se manter a temperaturas próximas a 100º Celsius, só sobreviveram a partir de 3,5 bilhões.

A serra de Carajás, no Pará, e o Quadrilátero Ferrífero, em Minas, contêm rochas também bastante antigas, de 3 bilhões de anos. “Quando chegaram aqui e de onde vieram, não sabemos”, diz Bley. No Instituto de Astronomia, Geofísica e Ciências Atmosféricas (IAG) da USP, os físicos Franklin Bispo Santos e seu orientador de doutorado Manoel D’Agrella Filho trabalham para determinar a direção magnética de rochas de Mato Grosso e Roraima no momento em que se formaram, entre 1,9 e 1,4 bilhão de anos. Sabendo disso, talvez consigam determinar de onde vieram e se viajaram juntas ou não. Essa técnica, chamada paleomagnetismo, pode reiterar ou enfraquecer hipóteses dos geólogos. “O problema”, diz Santos, “é que é muito trabalhosa e por vezes demoramos anos para completar as interpretações”.

Um rio e uma ilha - A América do Sul se formou a partir desses núcleos mais antigos, que cresceram incorporando outros. Segundo Cordani, o cráton amazônico dobrou de tamanho no Proterozoico, o mais longo dos períodos geológicos, com uma duração de cerca de 2 bilhões de anos. Crátons são imensos blocos formados por vários tipos de rocha, normalmente com mais de 1 bilhão de anos, que funcionam como um conjunto relativamente estável da crosta por pelo menos 100 milhões de anos. O cráton amazônico tem 4,4 milhões de quilômetros quadrados, equivalente a 52% do território brasileiro. Sua porção mais antiga, com mais de 2,6 bilhões de anos, está em Roraima e no oeste do Pará, à qual se uniram outros blocos de granito que formam as Guianas e parte da Venezuela, e depois outros, mais recentes. As rochas mais altas deixaram um vale por onde começou a correr o rio Amazonas, cujos sedimentos formaram a ilha de Marajó.

Há 2,5 bilhões de anos houve uma reviravolta na história da Terra, com picos de perda de calor, que permitiram a formação da crosta, a camada mais superficial do planeta, antes tomado por uma sopa quente de magma. Um supercontinente chamado Kenorano pode ter se formado nessa época, quando a atmosfera começou a receber oxigênio, essencial para a sobrevivência de microrganismos mais sofisticados, a partir dos quais se desenvolveram os multicelulares. “O grau de certeza desse supercontinente? De 20% a 30%. Ainda há muita controvérsia”, alerta Bley.

Outro supercontinente pode ter se formado entre 2,2 e 2 bilhões de anos. Bem depois se quebrou e seus pedaços se uniram outra vez formando Rodínia, que reuniu praticamente toda a massa continental da Terra entre 1 bilhão e 850 milhões de anos. Rodínia começou a se quebrar há cerca de 800 milhões de anos, formando oito continentes, que vagaram e depois se encontraram, outra vez formando um único supercontinente chamado Pangea.

“Olhe aqui”, diz Bley, mostrando um dos mapas na parede atrás de sua mesa de trabalho. “Pangea também se despedaçou, há cerca de 230 milhões de anos, formando os grandes oceanos, Atlântico, Índico, Ártico e Antártico. O mar de Tethys, que era imenso, se fechou. Este bloco, a Índia, subiu 200 quilômetros, veio do sul para o norte.” Inicialmente unidas em um só bloco da Pangea, a América do Sul e a África começaram a se separar dos outros há cerca de 220 milhões de anos. “Os atuais estados de Pernambuco e Paraíba formam as últimas pontes que se despregaram da África”, conta Bley.

A maior parte da América do Sul tornou-se relativamente estável por volta de 60 milhões de anos atrás. Os fragmentos de Rodínia formaram uma área relativamente estável da Venezuela à Argentina, a plataforma Sul-Americana, vasto conjunto de blocos de rochas completados com bacias sedimentares com a da bacia do Paraná, com cerca de cinco quilômetros de sedimentos. “Sobre esse pacote de rochas sedimentares e vulcânicas formaram-se depressões onde correm o rio Paraná e seus afluentes”, explica Bley.

A oeste, porém, existe uma área ainda geologicamente instável, a cordilheira dos Andes, resultado da convergência entre a placa de Nazca e a placa continental sul-americana. Os Andes ainda crescem, incorporando as rochas de Nazca, que afundam no manto da Terra, derretem e depois voltam para a superfície. “A placa de Nazca se movimenta um centímetro por ano”, observa Tassinari.

Os oceanos também estão em transformação. “O Atlântico está se expandindo e o Pacífico se fechando”, informa Bley. O resultado? “Daqui a 200 milhões de anos, os continentes vão se unir de novo.” Embora distante, o continente que deve resultar dessa fusão já ganhou vários nomes. Um deles é Amásia, já que deve unir outra vez a América e a Ásia.

Fonte.
« Última modificação: 25 de Outubro de 2011, 13:37:02 por Geotecton »
Foto USGS

Offline JJ

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Re:Geologia - A imensa variedade tectono-litológica da América do Sul
« Resposta #1 Online: 11 de Maio de 2016, 16:56:19 »
Principais formações geológicas entre as cidades de Mossoró e Lajes no interior do estado do Rio Grande do Norte

Viagem realizada entre Mossoró e Lajes, no interior do Rio Grande do Norte, onde foram percorridos cerca de 160 km na BR 304. Ao partirmos de Mossoró, sentido Natal, foram sete paradas, onde observou-se as diferentes formações rochosas presentes em um pequeno espaço percorrido.

Figura 1: Mapa geológico do Rio Grande do Norte – 1977 à 1980.

A primeira parada foi explicado um pouco da geologia do estado do Rio Grande do Norte, onde apresenta uma grande diversidade geológica de rochas e de solos. Nesta parada foi localizada na depressão periférica da Chapada do Apodi, onde da origem ao grupo Apodi formada pelo Arenito Açu e pelo Calcário Jandaíra, onde é bastante comum nesta região.

As rochas calcária sedimentar é são formadas pela sedimentação e pela diagênese, pelo qual os sais da água do mar, se precipita formando carbonato de cálcio e carbonato de magnésio. Essas rochas apresentam camadas em sua constituição ocasionado pelo intercalamento entre períodos de verão e de inverno, elas também abrigam um aquífero (reservatório subterrâneo de água), denominado Aquífero Calcário Jandaíra, localizado entre 70 à 100 metros de profundidade e a sua água apresenta concentrações de sais, ou seja, água salgada, nelas também há presenças de fósseis.
A depressão periférica da Chapada do Apodi é um local de recarga do aquífero, ou seja, quando chove nesta região a água que cai no solo é  infiltrada abastece o aquífero do arenito Açu, que está localizado entre 800 e 1000 metros de profundidade, logo, é de fundamental importância se conhecer o local de recarga, por conta do seu rebaixamento e para se evitar problemas futuros relacionados a água como contaminação por substâncias tóxicas. O calcário quando entra em contato tem uma relação forte, portanto, no geral usa-se essa forma de reconhecimento, onde pode chegar até 800 metros de profundidade da rocha.

Figura 2: Calcário Jandaíra.

Figura 3: Calcário Jandaíra.

Na segunda parada teve como referência a Rocha Arenito Açu, que é formado pela deposição de sedimento, onde neste caso o constituinte principal é a areia, que foram sendo depositadas, pressionadas, até formar rochas arenosas. Toda a água que entra nesta rocha é filtrada, entretanto quem da a qualidade desta água filtrada é o teor de argila presente na sua constituição, portanto, quanto maior o teor de argila maior será o grau de pureza desta água. Outra importância desta rocha é que nela também pode ser armazenada o petróleo, nesta rocha também comprova que nesta região um dia já foi um deserto de areia.

Uma outra rocha esta presente nesta região, que é o foleólo, popularmente conhecida como rocha quebradiça, ela fica localizada entre o calcário e o arenito, comprovando mais uma vez que um dia o mar esteve nesta região, onde este mar era calmo e raso. Nesta região há uma grande deposição de materiais pelos fatores externos que mudam a terra.

Figura 4: Arenito Açu.

Figura 5: Foleólo.

Figura 6: Foleólo formado sob o Arenito Açu.

Na terceira parada teve como referência uma região cristalina próxima ao vale do Açu, onde foi deparado com a rocha sedimentar, denominada de Formação Moura ou Conglomerado. Esse material é recente (formado no período terciário), onde ele foi carregado pela ação da água (Rio Piranhas-Açu), pelo qual veio rolando durante longas distâncias, que também é conhecido como seixo rolado, devido ao seu formato arredondado. Esse material de solos aluvionais, são justificados pela ação dos rios, onde esta região é caracterizada pela exploração de argila, bem como a utilização para construção de aterros (conhecida como piçarra), na construção civil, dentre outros ramos. Estes solos que apresentam essa característica são de difícil cultivo de vegetações, por serem rasos, e constituídos basicamente por óxidos.

Figura 7: Formação Moura, Conglomerado ou Seixo Rolado.

Figura 8: Formação Moura.

Na quarta parada, foi encontrada rochas Cristalinas (metamórficas e ígneas), onde apresenta um paralelismo de minerais, sendo esta a principal característica das rochas metamórficas. Nas rochas metamórficas há uma mistura entre minerais escuros e claros, que tem origem a partir do granito. Essa rocha sofreu com intensos fatores internos, ou seja, sofreu um intenso metamorfismo. Esse mineral tem grande importância na construção civil. As quebras são devido as intensas pressões exercidas no interior da terra, e ao aflorar sobre o solo ela sofre uma quebra, ou seja, intensa ação intempérica, denominadas saprolíto (rochas alterada).

Figura 9: Rochas Metamórficas.

Figura 10: Rochas Metamórficas.

Na quinta parada foi encontrada as rochas ígneas ou magmáticas (pigmatídeo), que tem a sua formação a vários quilômetros de profundidade. São formadas rochas encaixantes, ou seja, rochas mais novas são encaixadas em rochas mais velhas. Essas rochas tem uma grande presença de mica e de feldspatos, nelas também se procuram rochas preciosas como o diamante. Essas rochas são muito resistentes em profundidades, entretanto, elas são rochas ácidas devido a presença de silicatos (mica, feldspatos, quartzo), que constitui cerca de 65% da mesma.

Figura 11: Rochas Ígneas.

Figura 12: Rochas Ígneas.

 Na sexta parada deparamos com as rochas ígneas (granitos), onde tem a sua formação mais próxima da superfície, favorecendo a uniformidade. Netas região é comum a presença de rochas aflorando sobre a superfície, elas são as rochas mais antigas do planeta, com mais de 2 bilhões de anos, são de formatos arredondados devido o seu intenso intemperismo esferoidal, elas também são ácidas devido os seus sais de formação e está localizadas no pé de plano 1, ou plano de rebaixamento.

Figura 13: Rochas Ígneas (Granitos).

 Figura 14: Rochas Ígneas (Granitos).

 Na sétima e última parada, nos deparamos com o Pico do Cabugi, que é uma formação rochosa de um vulcão extinto, localizado no município de Angicos, onde tem-se uma grande importância geológica por ser caracterizado com um monumento geológico, denominado Parque Ecológico Cabugi, sendo uma área protegida para preservação ambiental. Uma das primeiras citações sobre a existência do Pico do Cabugi foi feita por Moraes, em 1920, que reconheceu o pico como um vulcão extinto. O Pico do Cabugi é um das mais altas serra no estado do Rio Grande do Norte, sua forma cônica se elevando a cerca de 500m acima do nível do mar, onde é composto por rochas basálticas extrusivas, que apresentam granulação mais grossa que os basaltos.

Figura 15: Rochas Basálticas Extrusivas no topo do Pico do Cabugi.

Figura 16: Vista frontal do Pico do Cabugi.

Nesta matéria podemos observar que o estado do Rio Grande do Norte existem grande variação da sua formação rochosa, podendo encontrar rochas de formação recente até rochas com bilhões de ano como rochas ígneas. Possibilitou-se também conhecermos as duas formações rochosas que dão origem aos dois principais aquíferos (jandaíra e o arenito açu) que abastecem o estado.

Postado por Francisco Girolando de Freitas Júnior às 1/09/2014 09:20:00 PM Nenhum comentário: 
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terça-feira, 7 de janeiro de 2014

Um pouco da geologia do estado do Rio Grande do Norte

No território do Rio Grande do Norte, aproximadamente 60% das rochas são de origem cristalina da idade Pré-Cambriana, isto é, são originárias da era mais antiga da história do Planeta. Ocupam grandes áreas na parte sul do Estado, com destaque para as serras, inselbergues e afloramento de rochas. Destaque para Serra Caiada, a Serrinha, Serra Rajada, Pico do Cabugi, entre outras formações rochosas. O restante do território, 40% da litosfera potiguar são formados por rochas sedimentares do Grupo Apodi, Formação Serra de Martins, Formação Barreiras e Bacia Potiguar, sendo de idade geológica mais recente, do Mesozóico e Cenozóico.

O Estado do Rio Grande do Norte localiza-se geotectonicamente na Província Borborema, Subprovíncia Setentrional. Seu substrato é constituído por rochas pré-cambrianas que ocupam cerca de 65% de sua área territorial e por rochas sedimentares mesocenozóicas que recobrem a porção restante. O substrato pré-cambriano compreende três domínios tectonoestruturais, o Domínio Jaguaribeano, a oeste, o Domínio Rio Piranhas-Seridó, parte central e o Domínio São José do Campestre, a leste, limitados por duas importantes zonas de cisalhamento brasilianas, a oeste a zona de cisalhamento Portalegre e a leste a zona de cisalhamento Picuí-João Câmara (ANGELIM et. al., 2006).

A Bacia Potiguar situa-se no extremo nordeste do Brasil, em sua maior parte, no território norte-riograndense, com pequena porção no Estado do Ceará. A Bacia Potiguar é controlada por falhas profundas, que continuam na direção da plataforma continental, onde se desenvolve uma sedimentação de margem passiva (ANGELIM et. al., 2006).

A formação Açu se caracteriza por camadas espessas de arenitos médios a muito grossos de cor esbranquiçada, com intercalações de folhelhos, argilitos verdes claros e siltitos castanho-avermelhados. Esses sedimentos estão sotopostos concordantemente às rochas carbonáticas, da Formação Jandaíra e sobrepostos discordantemente, na porção submersa da bacia, aos sedimentos da Formação Alagamar (Grupo Areia Branca). Sua espessura pode alcançar até 1.000 m na parte submersa da bacia. Os polimorfos encontrados na formação apontam para uma idade cretácea (Albiano-Cenomaniano). A Formação Açu é o principal aquífero da Bacia Potiguar. Suas águas, exploradas como água mineral, onde são utilizadas em hotéis, para abastecimento público e na agricultura irrigada (ANGELIN et. al., 2006).

A Formação Jandaíra é composta tipicamente por calcarenitos bioclásticos com foraminíferos bentônicos, por vezes associados a algas verdes a sua formação é recoberta por rochas sedimentares cenozóicas. A Formação Jandaíra é datada como cretácea (Turoniano ao Eocampaniano), a partir do seu conteúdo fossilífero. As mineralizações associadas a esta formação constante de calcários calcíticos e magnesianos, depósitos de gipsita e de argilito (ANGELIN et. al., 2006).

O Pico do Cabugi, está localizado a 7 km a oeste de Lages, Rio Grande do Norte, sendo considerado o mais jovem magmatismo continental do Brasil. Consiste de ankaratritos, basanitos e olivina-basaltos com afinidades basaníticas ou toleíticas, sendo composto principalmente de olivina, titanoaugita, minerais de óxido de ferro, plagioclásio, apatita e vidro ocasional. Os basaltos são moderadamente a fortemente subsaturados em sílica, SiO2  variando de 39% a 45%, com quase todas as amostras sendo nefelina-normativas, e exibindo concentrações altas de alguns elementos incompatíveis, como Ti, K, Sr, e Ba. O posicionamento desta suite basáltica Terciária está relacionado ou a um reajuste interno dentro da placa Sul-americana, durante seu deslocamento para oeste, ou a um alívio de pressão de zonas arqueadas formadas no Mesozóico Superior durante a abertura do Oceano Atlântico sul.

ANGELIM, L. A. A., et al.. Geologia e recursos minerais do Estado do Rio Grande do Norte - Escala 1:500.000. Recife: CPRM - Serviço Geológico do Brasil, 2007.


http://agriculturanosemiarido.blogspot.com.br/2014_01_01_archive.html




Offline JJ

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Re:Geologia - A imensa variedade tectono-litológica da América do Sul
« Resposta #2 Online: 30 de Maio de 2018, 13:07:16 »
Conglomerado São Miguel no Vale da Lua, sul da Chapada dos Veadeiros, GO


Cenário exótico de rara beleza modelado pela erosão fluvial


O Vale da Lua, constituído pela melhor exposição conhecida da unidade basal do Grupo Paranoá, é enquadrado nas categorias de sítio sedimentológico, estratigráfico e geomorfológico. As rochas dessa unidade são representadas por paraconglomerados, mal selecionados, de coloração cinza e ricos em carbonato, sendo esta última característica responsável pela ação diferencial da erosão fluvial, que resulta em formas peculiares de grande beleza natural esculpidas nas rochas. O Paraconglomerado São Miguel foi afetado por importantes processos diagenéticos responsáveis pela recristalização da maior parte do carbonato presente originalmente na matriz, dando margem à formação de um “pseudocimento”, que atualmente corresponde, em média, a quase metade da composição das rochas dessa unidade. O conjunto, representado por fragmentos líticos e matriz, sofreu anquimetamorfismo, como evidenciado em análises de lâminas petrográficas. O Vale da Lua encontra-se em boas condições de preservação. É necessário informar os visitantes sobre as condições de formação das rochas (incluindo ambientes deposicionais e processos sedimentares), uma vez que há grande confusão por parte do público em geral, que, em muitos momentos acredita estar diante de uma rocha de origem vulcânica, e não sedimentar. É importante ainda que se dê maior ênfase aos avisos sobre a importância da preservação da área, sobre a proibição de retirada de amostras de rocha e sobre a manutenção da limpeza do local.


Palavras-chave: conglomerado, rio São Miguel, erosão fluvial.


http://sigep.cprm.gov.br/sitio077/sitio077.pdf





« Última modificação: 30 de Maio de 2018, 13:11:58 por JJ »

Offline JJ

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Re:Geologia - A imensa variedade tectono-litológica da América do Sul
« Resposta #3 Online: 30 de Maio de 2018, 13:10:10 »
Eu estava vendo fotos do Vale da Lua  (Chapada do Veadeiros) , e justamente cometi o erro de achar que a formação tinha origem vulcânica. Procurei informações geológicas sobre a origem e achei o artigo acima, o qual informa que a origem não é vulcânica como eu havia imaginado.


« Última modificação: 30 de Maio de 2018, 13:12:54 por JJ »


Offline Gigaview

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Re:Geologia - A imensa variedade tectono-litológica da América do Sul
« Resposta #5 Online: 30 de Maio de 2018, 14:56:42 »
Esse "Vale da Lua" deve atrair muitos geólogos.
Brandolini's Bullshit Asymmetry Principle: "The amount of effort necessary to refute bullshit is an order of magnitude bigger than to produce it".

Pavlov probably thought about feeding his dogs every time someone rang a bell.

Offline Geotecton

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Re:Geologia - A imensa variedade tectono-litológica da América do Sul
« Resposta #6 Online: 30 de Maio de 2018, 16:58:24 »
Esse "Vale da Lua" deve atrair muitos geólogos.

Por causa das rochas ou "dos veadeiros"?

 :lol:
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Offline André Luiz

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Re:Geologia - A imensa variedade tectono-litológica da América do Sul
« Resposta #7 Online: 30 de Maio de 2018, 18:10:37 »
E hippies também, só pelos viados chapados da lua.

Offline Gigaview

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Re:Geologia - A imensa variedade tectono-litológica da América do Sul
« Resposta #8 Online: 30 de Maio de 2018, 19:11:50 »
Vocês levam tudo para a sacanagem.... :hmph:
Brandolini's Bullshit Asymmetry Principle: "The amount of effort necessary to refute bullshit is an order of magnitude bigger than to produce it".

Pavlov probably thought about feeding his dogs every time someone rang a bell.

Offline Buckaroo Banzai

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Re:Geologia - A imensa variedade tectono-litológica da América do Sul
« Resposta #9 Online: 30 de Maio de 2018, 21:46:17 »
Esse "Vale da Lua" deve atrair muitos geólogos.

Parece que eles gostam de agendar reuniões de acordo com alinhamentos geo-zodiacais/planetários, que crêem canalizar uma energia positiva, aumentando o alto-astral, cujas vibrações emanam dos cristais.

Offline Gigaview

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Re:Geologia - A imensa variedade tectono-litológica da América do Sul
« Resposta #10 Online: 30 de Maio de 2018, 22:27:46 »
Esse "Vale da Lua" deve atrair muitos geólogos.

Parece que eles gostam de agendar reuniões de acordo com alinhamentos geo-zodiacais/planetários, que crêem canalizar uma energia positiva, aumentando o alto-astral, cujas vibrações emanam dos cristais.

Usam astro-geologia avançada para marcar esses encontros e fazer previsões. Isso nunca foi mistério para ninguém.


Brandolini's Bullshit Asymmetry Principle: "The amount of effort necessary to refute bullshit is an order of magnitude bigger than to produce it".

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Offline JJ

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Re:Geologia - A imensa variedade tectono-litológica da América do Sul
« Resposta #11 Online: 31 de Maio de 2018, 09:10:55 »
Esse "Vale da Lua" deve atrair muitos geólogos.

Parece que eles gostam de agendar reuniões de acordo com alinhamentos geo-zodiacais/planetários, que crêem canalizar uma energia positiva, aumentando o alto-astral, cujas vibrações emanam dos cristais.




Pedras e Cristais – Energias da Natureza




Cada cristal ou pedra possui vários níveis de energia. Basicamente, seus níveis mais interiores, os núcleos, mantém a integridade apesar das energias desarmônicas. Já os níveis secundários são relativamente sensíveis ao meio ambiente energético e, à medida que as energias estáticas se acumulam nestes níveis, podem bloquear a emissão energética do mesmo.


A força áurica de um cristal ou pedra repelirá um percentual significativo de energia negativa. São as energias fortes e constantes que mais afetam os mesmos, assim sendo, quando estiver sentindo raiva, frustração, tristeza, ou quando ocorreu alguma briga ou discussão no local em que estão dispostos, não se afaste de seu cristal ou pedra; mas assim que ele tiver cumprido com a sua missão de aliviar este sentimento, trate dele com carinho limpando-o e energizando-o.


A energia que sai dos Cristais, é uma composição dos elementos da natureza e de raios vibracionais, que absorvidos pelo corpo humano, desbloqueiam e alinham os chakras, que são os sete centros de energia.


Cristais e pedras preciosas são ferramentas poderosas. Tente usar pedras brutas, não lapidadas, para preservar seus campos energéticos originais. O processo de polimento da pedra transforma suas ondas energéticas em quadradas,  não naturais.


Os cristais e pedras preciosas, após sua aquisição, devem passar por um tratamento especial de limpeza, energização e programação, pois antes deste processo essas pedras absorveram muitas energias positivas e negativas dos corpos físicos com os quais entram em contato.


Mestres Reiki, ativam seus yantras e mantras sobre as mesmas, segurando-as com a mão não dominante e com a outra acima delas, ative, declarando suas intenções e limpando-as, programando-as.


A limpeza de um cristal é fazer com que seja afastada toda energia negativa e positiva anteriormente absorvida por ele, mantendo-se a um ponto morto.


Para que a energia do cristal ou pedra ficar em harmonia com a sua é necessário fazer de vez em quando, uma limpeza energética, especialmente antes de seu primeiro contato com os cristais e ou quando eles estão acostumados a trabalhar com outras pessoas.


[...]



http://escolaflordavida.com/pedras-preciosas-e-cristais/



 

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