Os sismos são uma resposta ao alívio de tensões em maciços rochosos provenientes dos campos de esforços da crosta terrestre, e geralmente são associados a deslocamentos de blocos de rocha nos planos de falha. Eles são mais conhecidos como “sismos tectônicos”.
Mas há sismos que não são oriundos da tectônica, incluindo aqueles que são produzidos ou induzidos pelo homem. Os sismos não-tectônicos naturais mais comuns provem da queda de corpos provindos do espaço; do solapamento de camadas de rochas em ambientes kársticos; do deslizamento de encostas e da acomodação isostática de locais em que se instalaram, de modo rápido, corpos massivos de gelo ou de água.
Os sismos não-tectônicos induzidos ou produzidos pelo homem acontecem em diversas circunstâncias. A mais comum é pela detonação de explosivos em sub-superfície, sendo os exemplos mais conspícuos o que ocorre nas pedreiras e nos campos de testes nucleares. Neste caso não há, necessariamente, a ativação de importantes estruturas geológicas porque a liberação de energia ocorre sob a forma de calor e de ondas mecânicas da explosão, sendo muito rápida e pontual. Quem morou (ou mora) perto de pedreiras sabe a exata sensação do passar das ondas mecânicas, tanto no ar como no solo.
O segundo tipo mais comum de sismos antrópicos são os que decorrem de recalque hidráulico em ambientes kársticos e sob as grandes represas. Nas regiões com rochas calcárias (karsts), formam-se locais ocos pela dissolução do carbonato e que geralmente são preenchidos por água. Com a expansão urbana, é comum que sejam erigidas edificações sobre os locais ocos nas regiões de karsts. Enquanto a água se mantiver confinada, não há nenhum problema, mas se ela tiver como fluir rapidamente (um poço, por exemplo), poderá haver um grande recalque até o grau de solapamento, e que pode gerar um sismo, muito pouco intenso na maioria das vezes.
O caso dos sismos em grandes represas é o mais perigoso, porque pode envolver a destruição da própria estrutura de contenção no que resultará em uma enchente maciça à jusante. Neste caso o que ocorre é uma infiltração de água ao longo de estruturas planares pré-existentes (fraturas e falhas) que “lubrifica” estas descontinuidades naturais e que somada ao "esforço" exercido pela massa da coluna de água pode gerar um deslizamento ao longo dos planos de falhas.
Por fim, os sismos por fraturamento hidráulico são muito comuns nas regiões onde se explota petróleo e gás natural, em especial naquela fase próxima do esgotamento devido à queda na pressão natural do poço. Em determinado momento, um volume considerável de óleo e gás fica retido nos poros pela tensão intersticial. Para retirá-los procede-se a uma injeção de água, gás ou outras substâncias adequadas ao tipo de jazimento explotado. Em decorrência desta injeção, há um aumento da tensão no maciço rochoso e alguma estrutura geológica pode ser afetada. Se for uma falha ou uma fratura, a tensão pode ser aliviada pelo deslocamento de blocos de rocha ao longo do plano de falha, e com isto são produzidos sismos.