Autor Tópico: Preconceito ronda jornada turística da nova classe média  (Lida 1412 vezes)

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Preconceito ronda jornada turística da nova classe média
« Online: 09 de Novembro de 2011, 15:52:08 »
Preconceito ronda jornada turística da nova classe média

Acesso da classe C a novos serviços e opções de lazer faz surgir tensões com classe média 'tradicional' brasileira em balneários como Trancoso.

O casal de aposentados Osmar e Maria Ferreira conseguiu realizar um sonho de longa data: pela primeira vez os dois viajaram em um avião a caminho de uma semana de descanso sob o sol de Porto Seguro, na Bahia.

As dez parcelas que eles ainda têm de pagar vão morder todo mês um bom pedaço da renda do pintor aposentado e dos lucros de Maria - que ainda trabalha em casa como manicure - mas eles têm a certeza que é dinheiro bem gasto.

"Comida não é a única coisa que precisamos para viver", diz Ferreira enquanto relaxa a beira-mar. "Isso é que é viver! Olha que beleza!"

À medida que a nova classe média chega a mais lugares e tem acesso a novos serviços, surgem, no entanto, tensões com a classe média tradicional brasileira, que parece sentir seu espaço sendo tomado.

Ao longo dos anos, a mistura de história e praias tropicais fez de Porto Seguro um dos principais destinos turísticos do Brasil.

Com a economia crescendo e o crédito em expansão, a "nova classe média" – ou classe C - tem pela primeira vez a oportunidade de desfrutar das maravilhas naturais do Brasil, que há não muito tempo eram privilégio de turistas estrangeiros ou brasileiros de maior renda.

Números do Instituto Data Popular - uma empresa de pesquisa de mercado especializada na classe C - mostram que entre 2002 e 2010 a participação desse grupo na indústria do turismo saltou de 18% para 34%. Eles já representam quase a metade (48%) das pessoas que viajam nas companhias aéreas do país.

Para Maria Ferreira, "é triste que exista esse preconceito".

"Espero que algum dia as pessoas comecem a compreender uns aos outros pelo que realmente somos. Eu conheço muitas pessoas ricas que não são felizes", diz.

'Resistência à igualdade'

Uma rápida travessia de balsa e a uma hora de carro ao sul de Porto Seguro fica a vila de Trancoso, bem mais exclusiva, graças à distância e aos preços mais altos. No entanto, mais gente está chegando e quem frequenta a região há mais tempo teme a invasão do turismo de massa.

"As pessoas que estão chegando agora a Trancoso têm que mostrar mais educação e mais respeito por este lugar. É um público muito diferente, que começou a vir aqui ao longo dos últimos anos", reclama a bombeira reformada Norma Sandes, que há mais de uma década frequenta a região.

O antropólogo brasileiro Roberto DaMatta, professor emérito da Universidade de Notre Dame (EUA), diz que o crescimento evidenciou a "resistência à igualdade" dos brasileiros.

"Nossa fixação por títulos e hierarquia é parte do nossa herança portuguesa. As pessoas aqui querem ser vistas como diferentes, como superiores aos outros, e não gostam de se misturar", diz ele.

Os turistas que vão para os grandes resorts em Porto Seguro costumam fazer apenas passeios de um dia em Trancoso - onde dormir e comer custa bem mais.

"Dá para ver que esse pessoal todo aqui hoje não é de classe A e B. Tem muita gente de classe C já vindo para cá," diz a jornalista Ana Campolino. “Dá para ver pelas roupas, pelos hábitos, pelo lugares que frequentam."

Desconforto

Uma pesquisa realizada pelo Data Popular dá algumas noção do desconforto sentido pelas classes mais elevadas, que agora tem que compartilhar alguns espaços.

De acordo os números, 48,4% dos entrevistados disseram que "a qualidade dos serviços piorou, agora que eles são mais acessíveis" e 49,7% disseram que preferem lugares "com pessoas de mesmo nível social."

"Decidimos fazer essa pesquisa quando começamos a perceber as pessoas reclamando, por exemplo, sobre os aeroportos, que estão muito mais lotados agora. E nossas pesquisas têm mostrado que há uma resistência muito forte das classes superiores em aceitar os recém-chegados", diz o presidente do Data Popular, Renato Meirelles.

Meirelles diz que a tensão só será resolvida quando o Brasil estiver preparado para oferecer esses serviços com qualidade para todos os seus cidadãos. "Os aeroportos, por exemplo, estão lotados para todo mundo. Se houvesse bastante espaço para todos as tensões, começariam a desaparecer."

Preconceito

Já os turistas de classe mais alta e empresários do setor negam a existência de qualquer "tensão" entre a velha e a nova classe média. Um porta-voz do Sindicato da Hotelaria de Porto Seguro e Região, Paulo Cesar Magalhães, diz que "há espaço para todos".

"Naturalmente os turistas vão para áreas que tenham a ver com seu perfil. Aqui no distrito-sede de Porto Seguro, onde há mais hotéis e restaurantes, há mais opções para as pessoas com um orçamento mais baixo. As praias mais distantes são as melhores opções para quem pode gastar mais dinheiro", diz ele.

Magalhães diz que, do ponto de vista das empresas, Porto Seguro não tem nada a reclamar sobre os novos clientes. "Para muitas pessoas este é um momento mágico, a primeira oportunidade de viajar pelo Brasil e toda esse deslumbramento acaba traduzido em gastos na nossa cidade", diz ele.

Se a economia do Brasil continuar a crescer a indústria do turismo deve seguir pelo mesmo caminho e com a nova classe média também viajando cada vez mais.

"Há preconceito, claro. Mas agora eu estou aqui e eles vão ter que me engolir", diz Osmar Ferreira no meio de uma gargalhada.

http://www.bbc.co.uk/portuguese/noticias/2011/11/111108_preconceito_classe_c_pc.shtml

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Offline uiliníli

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Re:Preconceito ronda jornada turística da nova classe média
« Resposta #1 Online: 09 de Novembro de 2011, 15:58:09 »
Eu concordo que isso se resolve com infra-estrutura. Se os aeroportos, hotéis e restaurantes tivessem como comportar essa gente toda com conforto não se veria esses conflitos. Acho que é uma chance também para aparecerem novos destinos turísticos, praia muito cheia realmente é uma furada...

Offline Dbohr

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Re:Preconceito ronda jornada turística da nova classe média
« Resposta #2 Online: 09 de Novembro de 2011, 16:09:47 »
Eu costumo ir à praia de Ipanema. Desde a expansão do Metrô e das linhas de ônibus muita "gente diferenciada" começou a frequentar o lugar. Às vezes são um pouco mais barulhentos do que eu gostaria, mas nunca vi ninguém causando problema.

E usam mais as latas de lixo que certos playboys e madames locais.

Offline Diegojaf

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Re:Preconceito ronda jornada turística da nova classe média
« Resposta #3 Online: 18 de Novembro de 2011, 20:30:09 »
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18/11/2011 - 13h14
Para 'velha' classe média, 'pobre' com mais dinheiro só aumenta filas, diz pesquisa
Do UOL Economia, em São Paulo
 
Comentários67
Os brasileiros da classe média tradicional consideram que o aumento do consumo da população emergente resultou na piora de alguns serviços.

Segundo pesquisa do Instituto Data Popular, 48,4% desses consumidores acham que houve uma piora na qualidade dos serviços depois que a população emergente, que forma a nova classe média, passou a frequentar novos lugares.

Ainda de acordo com o estudo, 62,8% reclamam do aumento da fila nos cinemas.

A pesquisa mostra também que 55,3% dos consumidores consideram que as empresas deveriam oferecer produtos diferentes para ricos e para pobres. Segundo o estudo, 49,7% deles preferem frequentar ambientes com pessoas de mesmo nível social.

Para 16,5%, pessoas malvestidas deveriam ser barradas
Os dados do Data Popular mostram que, para 16,5% dos integrantes da classe média tradicional, pessoas malvestidas deveriam ser barradas em alguns estabelecimentos; 26,4% acham que a existência de estações de metrô aumenta a frequência de pessoas indesejáveis em determinadas regiões e, para 17,1%, todos os estabelecimentos deveriam ter elevadores separados.

Segundo o Data Popular, existe um certo desconhecimento da população de renda mais alta sobre a que classe pertence. De acordo com o estudo, 55% da população de classe AB acham que pertencem à classe média.

http://economia.uol.com.br/ultimas-noticias/redacao/2011/11/18/para-velha-classe-media-pobre-com-mais-dinheiro-so-aumenta-filas-diz-pesquisa.jhtm
"De tanto ver triunfar as nulidades; de tanto ver prosperar a desonra, de tanto ver crescer a injustiça. De tanto ver agigantarem-se os poderes nas mãos dos maus, o homem chega a desanimar-se da virtude, a rir-se da honra e a ter vergonha de ser honesto." - Rui Barbosa

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Offline Moro

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Re:Preconceito ronda jornada turística da nova classe média
« Resposta #4 Online: 18 de Novembro de 2011, 23:57:55 »
é um bom problema..  antes ter de lidar com babaquice de gentinha metida a rica do que ver essas pessoas sem acesso a esses "luxos"

se são tão diferenciadas assim, os babaquinhas poderiam ir para Aspen ou Nice

Esta acabando o tempo que o cara tinha uma empregada em casa e pagava uma merreca porque tinha zilhões de outras empregadas querendo o seu lugar.
“If an ideology is peaceful, we will see its extremists and literalists as the most peaceful people on earth, that's called common sense.”

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Offline TMAG

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Re:Preconceito ronda jornada turística da nova classe média
« Resposta #5 Online: 19 de Novembro de 2011, 02:00:54 »
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A pesquisa mostra também que 55,3% dos consumidores consideram que as empresas deveriam oferecer produtos diferentes para ricos e para pobres. Segundo o estudo, 49,7% deles preferem frequentar ambientes com pessoas de mesmo nível social.

Para 16,5%, pessoas malvestidas deveriam ser barradas
Os dados do Data Popular mostram que, para 16,5% dos integrantes da classe média tradicional, pessoas malvestidas deveriam ser barradas em alguns estabelecimentos; 26,4% acham que a existência de estações de metrô aumenta a frequência de pessoas indesejáveis em determinadas regiões e, para 17,1%, todos os estabelecimentos deveriam ter elevadores separados.

Nossa, absurdo isso, a mentalidade retrográda das ''zelites'' brasileiras é nojenta. :nojo:
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Offline Gaúcho

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Re:Preconceito ronda jornada turística da nova classe média
« Resposta #6 Online: 19 de Novembro de 2011, 02:16:31 »
As vezes eu gostaria que existisse um inferno só para pessoas que se acham melhores que outras.
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Offline _Juca_

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Re:Preconceito ronda jornada turística da nova classe média
« Resposta #7 Online: 19 de Novembro de 2011, 09:03:48 »
É que a classe média e média alta brasileira se acostumou a sempre ter mais que a maioria dos vizinhos, e agora a vizinhada inteira tem as mesmas coisas...  :lol:

Offline DDV

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Re:Preconceito ronda jornada turística da nova classe média
« Resposta #8 Online: 19 de Novembro de 2011, 09:24:21 »
É a mentalidade ibérica. É muito difícil mudar uma cultura de 5 séculos em pouco tempo.

Não acredite em quem lhe disser que a verdade não existe.

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Offline Geotecton

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Re:Preconceito ronda jornada turística da nova classe média
« Resposta #9 Online: 19 de Novembro de 2011, 09:28:49 »
Eu concordo que isso se resolve com infra-estrutura. Se os aeroportos, hotéis e restaurantes tivessem como comportar essa gente toda com conforto não se veria esses conflitos. Acho que é uma chance também para aparecerem novos destinos turísticos, praia muito cheia realmente é uma furada...

Eis o principal problema.

Houve um aumento na procura por bens e serviços, principalmente conseguidos por crédito maior (o que aumenta a dívida do brasileiro, mas isto é outra história), mas não existiu o aumento correspondente na oferta de infra-estrutura, o que acabou gerando uma sobrecarga nos atuais equipamentos e instalações.
Foto USGS

Offline Diegojaf

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Re:Preconceito ronda jornada turística da nova classe média
« Resposta #10 Online: 19 de Novembro de 2011, 09:42:26 »
<a href="http://www.youtube.com/v/cmOYg439LtQ" target="_blank" class="new_win">http://www.youtube.com/v/cmOYg439LtQ</a>

E isso é extremamente diário em áreas comerciais e residenciais...
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Offline Gaúcho

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Re:Preconceito ronda jornada turística da nova classe média
« Resposta #11 Online: 19 de Novembro de 2011, 12:37:42 »
Se não estou enganado, racismo é crime inafiançável, correto? No caso dessa Sra, ela deve ter ficado presa até o fim do processo?
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Offline uiliníli

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Re:Preconceito ronda jornada turística da nova classe média
« Resposta #12 Online: 19 de Novembro de 2011, 12:45:30 »
Eu concordo que isso se resolve com infra-estrutura. Se os aeroportos, hotéis e restaurantes tivessem como comportar essa gente toda com conforto não se veria esses conflitos. Acho que é uma chance também para aparecerem novos destinos turísticos, praia muito cheia realmente é uma furada...

Eis o principal problema.

Houve um aumento na procura por bens e serviços, principalmente conseguidos por crédito maior (o que aumenta a dívida do brasileiro, mas isto é outra história), mas não existiu o aumento correspondente na oferta de infra-estrutura, o que acabou gerando uma sobrecarga nos atuais equipamentos e instalações.

Não é só no turismo que isso acaba criando problemas. Veja o caso do trânsito, com a classe C podendo comprar os seus carrinhos e a malha rodoviária das cidades continuando a mesma. O vídeo abaixo criou o mesmo tipo de polêmica um tempinho atrás, pelo suposto "ódio de classe" do apresentador.

<a href="http://www.youtube.com/v/uwh3_tE_VG4" target="_blank" class="new_win">http://www.youtube.com/v/uwh3_tE_VG4</a>

Offline Dbohr

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Re:Preconceito ronda jornada turística da nova classe média
« Resposta #13 Online: 19 de Novembro de 2011, 12:48:47 »
"Suposto"?

Ele afirma textualmente que o problema do trânsito em seu precioso estado são todos os miseráveis desqualificados que agora têm crédito para comprar carros :-P

Offline uiliníli

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Re:Preconceito ronda jornada turística da nova classe média
« Resposta #14 Online: 19 de Novembro de 2011, 13:12:07 »
É que o tópico sobre esse vídeo deu uma certa polêmica e resolvi atenuar para não mudar o tema aqui :lol:
Mas espelha perfeitamente o caso do turismo, e certamente deve haver outros campos de disputa também.

Offline Gaúcho

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Re:Preconceito ronda jornada turística da nova classe média
« Resposta #15 Online: 19 de Novembro de 2011, 13:23:04 »
Leiam livros antes de comprarem um carro.
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Offline Dr. Manhattan

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Re:Preconceito ronda jornada turística da nova classe média
« Resposta #16 Online: 19 de Novembro de 2011, 13:34:38 »
é um bom problema..  antes ter de lidar com babaquice de gentinha metida a rica do que ver essas pessoas sem acesso a esses "luxos"

se são tão diferenciadas assim, os babaquinhas poderiam ir para Aspen ou Nice

Esta acabando o tempo que o cara tinha uma empregada em casa e pagava uma merreca porque tinha zilhões de outras empregadas querendo o seu lugar.

Concordo. E DDV: não acho que isso tenha nada a ver com a cultura ibérica. Isso é coisa de humanos mesmo. As pessoas tendem a se acostumar com privilégios ao ponto de passar a vê-los como direitos.
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Offline Moro

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Re:Preconceito ronda jornada turística da nova classe média
« Resposta #17 Online: 19 de Novembro de 2011, 15:36:36 »
é humano. E para não ser hipócrita, não posso dizer que gosto de estar em uma praia tranquila e de repente receber um ônibus lotado de gente ouvindo pagode alto.

Mas esse cenário tão estereotipado iria me irritar caso o ônibus viesse lotado com ricos ou pobres... E a ordem é "os incomodados que se mudem"

O fato é que classes sociais distintas podem ter gostos distintos advindos da convivência entre seus pares e se alguma característica de algum grupo lhe irrita mas é legal (dentro da lei) cabe a você procurar outro lugar onde a frequência lhe seja mais agradável.

O que não podemos fazer é ter esses espasmos de ódio ao diferente.
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Offline TMAG

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Re:Preconceito ronda jornada turística da nova classe média
« Resposta #18 Online: 19 de Novembro de 2011, 15:42:26 »
Concordo com o DDV, a tendencia de se achar melhor que os outros é universal, mas em algumas culturas essa característica é exacerbada, como na cultura ibérica. Viajantes ingleses e alemães (e lembrem-se que no até o século XX esses países estavam longe de possuir a mínima ''igualdade'' entre seus cidadãos) que vinham ao Brasil no século XIX ficavam chocados com o exclusivismo das elites.
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Offline Negão

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Re:Preconceito ronda jornada turística da nova classe média
« Resposta #19 Online: 19 de Novembro de 2011, 16:58:05 »
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A pesquisa mostra também que 55,3% dos consumidores consideram que as empresas deveriam oferecer produtos diferentes para ricos e para pobres. Segundo o estudo, 49,7% deles preferem frequentar ambientes com pessoas de mesmo nível social.

Para 16,5%, pessoas malvestidas deveriam ser barradas
Os dados do Data Popular mostram que, para 16,5% dos integrantes da classe média tradicional, pessoas malvestidas deveriam ser barradas em alguns estabelecimentos; 26,4% acham que a existência de estações de metrô aumenta a frequência de pessoas indesejáveis em determinadas regiões e, para 17,1%, todos os estabelecimentos deveriam ter elevadores separados.

Nossa, absurdo isso, a mentalidade retrográda das ''zelites'' brasileiras é nojenta. :nojo:
Acho que os números estão apresentados de forma muito exagerada. Sem falar que "mal-vestido" é subjetivo, isso se refere a alguém usar uma camiseta velha (estilo Seu Madruga) ou estar usando trapos e carregando um cobertor velho?

Me dá um pouco de desgosto, mas também consigo entender. Acho muito incomodo estar em um super-mercado e alguém (dentro do estabelecimento) vir pedir esmola.

Offline Irracionalista

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Re:Preconceito ronda jornada turística da nova classe média
« Resposta #20 Online: 19 de Novembro de 2011, 21:26:35 »
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Concordo com o DDV, a tendencia de se achar melhor que os outros é universal, mas em algumas culturas essa característica é exacerbada,

Não só na Ibéria, os campeões em esnobismo quanto à quem ganha dinheiro são os franceses.

Basta ver que quase todos termos ofensivos para alguém que "ficou rico" (mas não nasceu rico, ou seja, "Old Money") vem desse idioma: Arriviste, Parvenu, Nouveau Riche, "Burgeouisie" (usado ofensivamente nos EUA e Inglaterra), Débutante (quando um Nouveau Riche tenta inserir seus filhos e filha no meio da "Old Money").
"Make Money, Not War."

 

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