David Hume já argumentava bem contra o DI antes de Darwin:
http://pt.wikipedia.org/wiki/David_Hume#O_argumento_teleol.C3.B3gico...E fez isso quase antevendo (!) a evolução:
"Em sua obra póstuma Diálogos Sobre a Religião Natural, Hume considera a analogia do relógio 6 , questiona se a ordem natural pode provar a existência de design, e faz hipóteses, com as quais não se compromete, sobre um princípio auto-ordenador na matéria, que explicaria a aparência de design, antevendo em quase um século a teoria da evolução. E ele faz isso não apenas ao longo de toda a sua obra, na verdade faz tudo isso num só parágrafo.
...de acordo com esse método de raciocínio [...] se segue que a ordem, arranjo, ou o ajustamento das causas finais, não constituem, por si sós a prova alguma de um desígnio, mas apenas na medida em que se tenha constatado pela experiência que eles procedem de um tal princípio. Por tudo o que nos é dado saber a priori, a matéria pode conter originalmente em si mesma a fonte o ou o móvel da ordem, do mesmo modo que a mente os contém. Supor que os diversos elementos – a partir de uma causa interna desconhecida – possam arranjar-se da maneira mais elaborada não é mais difícil do que imaginar que suas idéias, a partir de uma causa interna desconhecida semelhante, venham a dispor-se dessa mesma maneira no interior da grande mente universal. A igual possibilidade dessas duas suposições é admitida." [Diálogos Sobre a Religião Natural, páginas 35]
[...]
"Mas a crítica contra a possibilidade em geral de se fazer analogias não é o único golpe de Hume contra o argumento do desígnio. Talvez ainda mais forte seja a crítica contra a comparação específica dos artefatos humanos e os artefatos naturais, para os quais não temos conhecimentos tão amplos quanto temos sobre os artefatos humanos.
Após a constatação de que duas espécies de objetos surgem sempre associados, posso inferir, pelo costume, a existência de um deles onde quer que eu veja que o outro está presente; e a isto chamo um argumento a partir da experiência. Mas seria difícil explicar como esse argumento pode ser aplicado a um caso – como o que estamos presentemente considerando – no qual os objetos são singulares, individuais, sem paralelo ou semelhança específica. Poderá alguém dizer-me seriamente que um universo ordenado deve provir de algum pensamento ou artifício humano, porque disso temos experiência? Para comprovar esse raciocínio, seria preciso que tivéssemos experiência da origem dos mundos, e é claro que não basta ter visto navios e cidades serem produzidos pela arte e engenhos humanos... [ Diálogos Sobre a Religião Natural, página 41]
[...]
"Quando Hume levantou o argumento da impropriedade de comparar artefatos humanos aos objetos naturais, ele não se referiu especificamente a sistemas vivos, embora a analogia também funcione neste último caso. Porém, a próxima crítica de Hume nos sugere que ele considerou uma propriedade intrínseca à vida como portadora de uma possível capacidade de auto-organização.
Do mesmo modo que uma árvore espalha suas sementes nos campos vizinhos e ocasiona o surgimento de outras árvores, assim também o grande vegetal – o mundo, ou esse sistema planetário – produz dentro de si certas sementes que, dispersando-se no caos circundante, fazem germinar novos mundos. Um cometa, por exemplo, é a semente de um mundo, e, após atingir o pleno amadurecimento, pela passagem de um sol a outro e de uma estrela a outra, é finalmente lançado em meio aos elementos informes que jazem por toda parte ao redor do universo, fazendo brotar imediatamente um novo sistema. [Diálogos Sobre a Religião Natural, página 95]
Citado por Marcus Valério XR:
http://www.xr.pro.br/MONOGRAFIAS/KosmoseTelos.html#dialogosUma resposta resumida boa também é encontrada no Talk Origins Archive:
Claim CI001:
Intelligent design theory is science.Source:
Dembski, William A., 1998. The Design Inference. Cambridge University Press.
Response:
The terms used in design theory are not defined. "Design", in design theory, has nothing to do with "design" as it is normally understood. Design is defined in terms of an agent purposely arranging something, but such a concept appears nowhere in the process of distinguishing design in the sense of "intelligent design." Dembski defined design in terms of what it is not (known regularity and chance), making intelligent design an argument from incredulity; he never said what design is.
A solution to a problem must address the parameters of the problem, or it is just irrelevant hand waving. Any theory about design must somehow address the agent and purpose, or it is not really about design. No intelligent design theorist has ever included agent or purpose in any attempt at a scientific theory of design, and some explicitly say they cannot be included (Dembski 2002, 313). Thus, even if intelligent design theory were able to prove design, it would mean practically nothing; it would certainly say nothing whatsoever about design in the usual sense.
Irreducible complexity also fails as science because it, too, is an argument from incredulity that has nothing to do with design.
Intelligent design is subjective. Even in Dembski's mathematically intricate formulation, the specification of his specified complexity can be determined after the fact, making "specification" a subjective concept. Dembski now talks of "apparent specified complexity" versus "actual specified complexity," of which only the latter indicates design. However, it is impossible to distinguish between the two in principle (Elsberry n.d.).
Intelligent design implies results that are contrary to common sense. Spider webs apparently meet the standards of specified complexity, which implies that spiders are intelligent. One could instead claim that the complexity was designed into the spider and its abilities. But if that claim is made, one might just as well claim that the spider's designer was not intelligent but was intelligently designed, or maybe it was the spider's designer's designer that was intelligent. Thus, either spiders are intelligent, or intelligent design theory reduces to a weak Deism where all design might have entered into the universe only once at the beginning, or terms like "specified complexity" have no useful definition.
The intelligent design movement is not intended to be about science. Phillip Johnson, who spearheaded and led the movement, said in so many words that it is about religion and philosophy, not science (Belz 1996).
References: Belz, Joel. 1996. Witnesses for the prosecution. World Magazine 11(28): 18.
http://www.leaderu.com/pjohnson/world2.html Dembski, William A., 2002. No Free Lunch. Lanham, MD: Rowman & Littlefield.
Elsberry, Wesley R., n.d. What does "intelligent agency by proxy" do for the design inference?
http://www.talkreason.org/articles/wre_id_proxy.cfm Further Reading:Elsberry, Wesley, 2000. The anti-evolutionists: William A. Dembski.
http://www.antievolution.org/people/dembski_wa/sc.htmlFrank, Patrick, 2004. On the assumption of design. Theology and Science 2(1): 109-130.
Pennock, Robert T., 2003. Creationism and intelligent design. Annual Review of Genomics and Human Genetics 4: 143-163.
Fonte: http://www.talkorigins.org/indexcc/CI/CI001.html