Autor Tópico: Ateísmo em geral, por uns e outros  (Lida 3409 vezes)

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Offline _tiago

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Ateísmo em geral, por uns e outros
« Online: 19 de Dezembro de 2011, 18:53:01 »
Kentaro Mori, sobre por que ateísmo não pode ser considerado crença,
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Ateísmo Halsenflugel

Sobre essa história de nomes e palavras, vou contar a vocês outra história. [Quando eu era criança] costumávamos ir para as Catskill Mountains nas férias. … Estávamos brincando nos campos e esse menino disse para mim: ‘Vê aquele pássaro lá no galho? Qual é o nome dele?’. Eu disse, ‘Não tenho a menor ideia’. Ele disse: ‘É um tordo de papo marrom. Seu pai não lhe ensina muito sobre ciência’. Eu ri comigo mesmo, porque meu pai já tinha me ensinado que [o nome] não me diz nada sobre o pássaro. Ele me ensinou ‘Vê aquele pássaro? É um tordo de papo-marrom, mas na Alemanha é chamado um halsenflugel, e em chinês o chamam de chung ling e mesmo que você saiba todos esses nomes, você ainda não sabe nada sobre o pássaro – você só sabe algo sobre as pessoas, como elas o chamam. Agora, o tordo canta e ensina seus filhotes a voar, e voa muitos quilômetros de distância durante o verão e ninguém sabe como ele encontra seu caminho’. Há uma diferença entre o nome de algo e o que acontece”.
– Richard Feynman, “O que é ciência?”

Feynman abominava a filosofia e os filósofos, defendendo que o progresso científico, o conhecimento concreto sobre o mundo real que nos cerca só foi possível a despeito da filosofia. Ele efetivamente defendeu uma “filosofia de ignorância”, embora não louvasse, claro, a ignorância em si mesma, e sim o reconhecimento de nossa ignorância e a necessidade da dúvida, contraposta a uma espécie de escolasticismo filosófico que pretende extrair verdades absolutas a partir da tortura de definições.

O papel obscurantista que o escolasticismo desempenhou não foi devido à filosofia em si, há que se notar, e o ateísmo não é uma ciência. Mas o ponto de Feynman é importante ao considerar a crítica carregada de Eli Vieira àqueles que considerem o ateísmo como a “ausência de crença em deus”. Segundo Vieira, esta seria uma “gafe conceitual” grave contrária à filosofia, que já teria rejeitado essa ideia há muito.

A crítica estaria fundamentada na filosofia analítica aplicada por Gregory Gaboardi. Em “Por que o ateísmo é uma crença”, citando Dennett, Ryle, Searle e outros filósofos desta escola, Gaboardi defende que pensar que o ateísmo seja “ausência de crença” ou “descrença” seria um “grande erro”, assumindo grandes proporções.

“O computador crente”

A filosofia analítica busca abordar questões decompondo-as em sentenças menores. “atômicas”, que possam ser consideradas de forma mais clara, comumente através da lógica formal. É assim que Gregory Gaboardi ao defender “Por que o ateísmo é uma crença”, já inicia sua série decompondo argumentos que refutariam sua posição e mostrando o que seriam suas falácias, suas contradições lógicas.

Logo após, apresenta a Teoria dos Sistemas Intencionais (TSI) de Daniel Dennett. Ele ainda não concluiu sua série de textos, mas não é surpresa que o ateísmo seja considerado necessariamente uma crença, pois o é ao final, ou desde o início, por definição.

A TSI lida com intenções, com crenças mantidas por agentes racionais, a fim de entender e prever seu comportamento. O detalhe é que como o faz a partir do mesmo comportamento e como o objetivo de tal estratégia desde o início é apenas compreender e prever seu comportamento – sempre o comportamento – o próprio Dennett cita como exemplo de aplicação dos sistemas intencionais nada menos que um computador com um programa de xadrez. É útil considerá-lo como um agente racional, com um sistema intencional com crenças, para entender e prever seu comportamento.

Crenças, não só na TSI, como na filosofia, são um estado mental, e na TSI em particular a definição é tornada ainda mais abstrata porque não importa se o objeto, seja uma pessoa ou computador, “realmente” mantém algo como “crenças” no sentido mais popular da palavra. Basta observar seu comportamento e atribuir crenças a ele a partir de seu comportamento passado para melhor compreender e predizer seu comportamento. Ou pelo menos essa é a filosofia defendida por Dennett.

Não sei se Gaboardi defenderá ao final que não importa o que um ateu diga a respeito de suas próprias crenças, e sim apenas seu comportamento para considerá-lo como um agente racional com a crença de que deus não existe.

Filosofia über alles

Seja como for, a “gafe conceitual”, o “grande erro”, seriam apenas questões conceituais focadas nos nomes dos pássaros ao invés de em como voam ou criam seus filhotes.

Ao dizer que considerar o ateísmo necessariamente uma crença porque filosoficamente qualquer estado mental sobre uma proposição seria uma crença e o uso comum, que pode considerar o termo sinônimo de fé, entre tantos outros significados, é que seria frouxo e inadequado, pretende-se que a filosofia seja a norma linguística sobrepondo-se à linguagem natural.

Talvez surpreenda, mas esta posição filosófica não é consenso nem mesmo na filosofia. Mesmo entre os que a defendem boa parte acaba reconhecendo a dificuldade de transpor a linguagem comum para o campo filosófico e mesmo na filosofia analítica em sua busca por formalismo e clareza, na figura do próprio Gilbert Ryle, mentor de Dennett, reconhecem-se as dificuldades e limitações dessa tarefa. Há mesmo uma escola filosófica, a filosofia da linguagem comum, defendendo como alguns problemas filosóficos seriam problemas conceituais da filosofia ao distorcer ou esquecer o que eles significam na linguagem comum!

Ao definir crença como um estado mental sobre uma proposição, pode-se derivar daí que o ateísmo seja uma crença sobre a existência de deuses, isto é, um estado mental sobre a proposição da existência de deuses. Que poderia ser mesmo nulo, ou simplesmente implícito, no que tange afirmar ou negar essa existência. Neste sentido, o ateísmo como “crença sobre a existência de deuses” pode ser equivalente à “ausência de crença na existência de deuses” em seu uso mais diverso na linguagem natural.

E como podem ser equivalentes – aqui está exatamente o que Feynman abominava, com razão, na filosofia – a definição filosófica estaria sendo promovida veementemente em desfavor do uso comum, para nenhum efeito exceto revelar mais sobre como as pessoas definem e interpretam crença e ateísmo do que no que de fato acreditam ou não.

Mesmo para os que considerem que a filosofia deva sim ser promovida como norma linguística, é preciso notar que há correntes filosóficas que mantêm que o próprio conceito de crença e estados mentais não existe. E que o próprio Dennett adere a uma delas, daí porque ao rejeitar o conceito de qualia trata a crença como um estado mental interpretado a partir do comportamento de um agente, e não necessariamente algo que ele “realmente” experimente.

“Todos não-crentes crêem”

A filosofia analítica foi fundada entre outros pelo trabalho de Bertrand Russell. Sua ênfase na clareza de conceitos da lógica formal foi levado ao extremo da pureza no Principia Mathematica. Se a linguagem comum é repleta de ambiguidades e contradições, a “matemática pura deriva de premissas puramente lógicas e usa apenas conceitos definíveis em termos lógicos”.

Logo no início do projeto logicista, contudo, Russell se deparou com o que ficou conhecido como paradoxo de Russell. O conjunto de todos conjuntos que não contêm a si mesmos é um paradoxo: ele não pode conter a si mesmo por definição, mas se não contiver, a mesma definição diz que ele deve conter a si mesmo.

A raiz do paradoxo está na auto-referência, e Russell tentou colocá-la de lado defendendo que o círculo vicioso de declarações fazendo referências a si mesmas não teria sentido, seria um uso frouxo da linguagem que a formalização poderia aniquilar.

Se o problema era a linguagem comum, como defendeu Russell, Kurt Gödel demonstrou que é possível codificar todas sentenças bem formadas de um sistema formal como números de Gödel. Essa ideia fundamenta um dos maiores avanços filosóficos e científicos do século passado. As sentenças são literalmente traduzidas em números e vice-versa. E números naturais são justamente a representação da matemática pura em contraposição às ambiguidades da linguagem; cada afirmação ou fórmula transformada em um número único.

Para seu horror Gödel descobriu no entanto uma prova de que o projeto de Russell era impossível. Ele notou que se pode construir uma fórmula como “O número x não pode ser provado”. E que em alguns casos, não todos mas em apenas alguns, esse número seria justamente o número de Gödel representando essa fórmula. A auto-referência paradoxal estava lá mesmo nesta codificação mais pura de uma linguagem formal.

A auto-referência que Russell tentou extirpar da lógica atribuindo-a à imprecisão da linguagem estava lá mesmo em seu Principia. Como notou Gödel, as proposições paradoxais que descobriu:

“não envolvem circularidade falaciosa, uma vez que apenas afirmam que uma certa fórmula bem-definida … não pode ser provada. Apenas subsequentemente (e por assim dizer por acaso) descobre-se que essa fórmula é exatamente aquela pela qual a proposição é expressa”.

Em seus Teoremas de Incompletude, Gödel demonstrou que não só o Principia estava incompleto, como qualquer sistema formal capaz de expressar algo tão simples quanto a aritmética elementar não pode ser ao mesmo tempo consistente e completo.

O Principia era consistente, isto é, a partir de premissas puramente lógicas era sim possível chegar a declarações definíveis em termos lógicos como verdadeiras ou falsas. Mas ele não era completo: haveria declarações paradoxais que não poderiam ser definidas como verdadeiras ou falsas sem que fossem adicionadas novas premissas. E isso jamais teria fim.

O problema não é apenas a linguagem comum, mesmo sistemas axiomáticos rigorosos como o Principia de Russell ou a aritmética de Peano são incompletos. A lógica foi tão longe que demonstrou seus próprios limites.

O que não significa que a lógica não tenha valor, muito pelo contrário, ou que nenhum sistema formal sofisticado possa ser consistente ou completo – apenas não o serão ambos simultaneamente. Mas se nem todas as afirmações da matemática podem ser decididas sem que se considerem infinitos axiomas, é muito duvidoso que a filosofia analítica tenha chances melhores. Nem mesmo filósofos analíticos parecem pretendê-lo.

É especialmente curioso que a discussão aqui se centra em considerar a “ausência de crença” da linguagem comum como uma crença. Há uma auto-referência e uma contradição aparentes, que podem ser resolvidas especificando o escopo e objeto a que cada crença se refere. No que é todavia algo que ainda assim soa como a teoria dos tipos de Russell. Será mesmo? Não sei.

Apenas espero que este longo texto tenha adicionado algo positivo à questão, apresentando não só uma crítica dura e seca, como também divulgação científica e mesmo filosófica partindo de um não-cientista e não-filósofo de como essas questões sejam ou não relevantes em um passeio pela floresta observando pássaros ou não acreditando em deus.

Fonte: http://scienceblogs.com.br/100nexos/2011/12/atesmo-halsenflugel/
« Última modificação: 19 de Dezembro de 2011, 18:56:54 por _tiago »

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Re:Ateísmo em geral, por uns e outros
« Resposta #1 Online: 19 de Dezembro de 2011, 18:55:56 »
Hélio Schwartsman, em sua coluna aberta na folha.com, sobre o "fundamentalismo ateu" defendido por Ives Gandra Martins e negado pelo Daniel Sottomaior
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Paraísos seculares
Na semana passada, escrevi para a edição impressa da Folha uma coluna em que metia a colher na polêmica entre meus amigos Ives Gandra Martins e Daniel Sottomaior acerca do "fundamentalismo" ateu. Como sempre ocorre quando abordo o tema, minha caixa de correspondências ficou atulhada de mensagens, contra e a favor.

Aproveito a infinitude do espaço proporcionado pela internet para retornar ao problema, desenvolvendo melhor alguns pontos importantes que, a julgar pelos e-mails, não ficaram muito claros.

Basicamente, coloquei-me do lado de Daniel, quando afirma que não existe algo como fundamentalismo ateu, pelo menos não se definirmos o ateísmo como a posição daqueles que não acreditam em afirmações extraordinárias como a existência de um Deus pessoal, milagres e demais violações ao que sabemos sobre a física e a lógica sem que elas se façam acompanhar de evidências palpáveis.

A palavra fundamentalismo, compreendida como uma adesão irrestrita a dogmas e crenças axiomáticas, não combina com ateísmo, porque o incréu racional se veria compelido a mudar de opinião com a apresentação de provas. Se o Criador surgisse nos céus e se comunicasse com a totalidade da população mundial demonstrando seus poderes, por exemplo. Convenhamos que, se o Deus judaico-cristão de fato existisse e tivesse apenas uma fração dos poderes que a tradição lhe atribui, não teria nenhuma dificuldade para realizar um truque desses.

Já um fundamentalista religioso é alguém que não muda de opinião, pois não há uma forma lógica possível de indicar para além de qualquer dúvida que o Deus judaico-cristão não existe. Ele é definido de modo que sempre pode escapar para os interstícios do discurso e da própria epistemologia. Ou, para colocar o problema num exemplo concreto, eu poderia demonstrar a existência de Papai Noel capturando-o e o apresentando aos céticos, mas não há como provar que o bom velhinho não existe, pois o fato de eu não encontrá-lo mesmo com séculos e séculos de busca pode significar apenas que não o procurei direito. Nesse sentido, os ateus estão do lado confortável da equação, já que, por idiossincrasias da lógica (é difícil refutar um juízo particular negativo), caberia aos religiosos provar que o Deus monoteísta existe, o que ainda não fizeram em cerca de 2.000 anos de cristianismo e 3.000 de judaísmo.

Se a questão da existência ou não de um Criador é tão elusiva do ponto de vista formal, por que a maioria da população do planeta continua, com tão pouca base concreta, acreditando em algum tipo de entidade metafísica que comanda ou pelo menos influi nos destinos dos homens?

O meu palpite, que é referendado por um número crescente de psicólogos e neurocientistas como Catherine Caldwell-Harris, Andrew Newberg, David Comings, é o de que estamos aqui lidando com diferentes estilos cognitivos. Ateus privilegiam as camadas mais externas e frontais do cérebro, além do córtex anterior cingulado, dando preferência a raciocínios lógicos e exatos, enquanto os crentes se fiam mais nos lobos temporais, confiando em suas intuições. Não é um acaso que uma resposta religiosa comum às objeções dos ateus seja: "eu sei que Ele existe".

Pessoalmente, já adotei um ateísmo mais militante. Achava que era importante expor o maior número de pessoas a ideias ateias para que elas pelo menos soubessem que é possível pensar fora do registro das religiões e chegassem a suas próprias conclusões. Continuo pensando que o debate franco é positivo, mas estou cada vez mais inclinado a considerar que o que define a religiosidade de uma pessoa é uma complexa combinação de fatores genéticos e socioculturais. Nesse contexto, a militância (seja ela do lado religioso ou ateu) se torna menos importante, pois acaba sendo uma espécie de pregação para convertidos.

É claro que, no que concerne a direitos e liberdades, tanto religiosos como ateus estão autorizados a dizer o que bem entendem. Enquanto permanecermos no reino das palavras, estamos seguindo as regras do jogo democrático. Tentar converter ou desconverter alguém é plenamente legítimo, tanto para Richard Dawkins como para os testemunhas de Jeová. E nem é preciso que os argumentos sejam bons. Só o que não pode acontecer é que saiamos do campo da semântica para adotar técnicas mais físicas de persuasão, como a censura a ideias, sob pena de prisão, e as fogueiras, que já foram utilizadas no passado. É também por aí que acho que não podemos falar em fundamentalismo ateu, uma vez que jamais ouvi falar de um que adotasse outra arma que não o discurso. Na verdade, considerando que foi só muito recentemente que conquistaram o direito de expor livremente seus pontos de vista, ateus até que fazem um uso bastante parcimonioso da palavra.

Aproveito este restinho de coluna para falar de um bom livro a respeito de secularismo que li há pouco. Trata-se de "Society without God" (sociedade sem Deus), de Phil Zuckerman. Nele, o autor, um estudioso das religiões, relata sua experiência de viver por 14 meses na Escandinávia, entrevistando centenas de dinamarqueses e suecos a respeito de suas convicções religiosas.
Estes dois países são provavelmente as sociedades mais seculares que já existiram no planeta. Menos de 20% dos suecos acredita em um Deus pessoal e, mesmo para os que creem, a religião ocupa um pedaço bem pequeno de suas vidas. Entre os dinamarqueses a posição do Criador não é muito mais confortável. Não obstante, contrariando todos aqueles que afirmam que é da fé que surge a moral, as irreligiosas Suécia e Dinamarca estão entre os melhores lugares do mundo para viver, com democracias sólidas, muita riqueza e bem distribuída, amplo sistema de seguridade social, baixíssimas taxas de criminalidade, ótima educação etc. etc. De acordo com Zuckerman, elas são o "paraíso terrestre para as pessoas seculares".

Curiosamente, e isso pode incomodar alguns ateus mais veementes, dinamarqueses e suecos, gostam de declarar-se cristãos, mesmo quando não acreditam em Deus. Segundo Zuckerman, isso se deve a um mecanismo de identificação cultural, não muito diferente daquele pelo qual ateus de ascendência judaica se dizem judeus. Mais do que isso, boa parte dos escandinavos não deixa de pagar o "imposto da igreja" (1% da renda), o que lhes dá o direito de casar-se, batizar seus filhos e ser enterrados de acordo com os ritos luteranos. Mesmo cientes de que é um mau negócio do ponto de vista financeiro, não abandonam a igreja oficial nem a liturgia, que entendem como parte de sua herança étnica. Para Zuckerman, eles conservaram os ritos de passagem esvaziando-os de seu significado religioso.

O movimento desses escandinavos em direção ao secularismo não se deu da noite para o dia, mas ao longo de gerações. Filhos foram ficando menos religiosos que seus pais que já eram menos religiosos que seus avós. Zuckerman levanta várias hipóteses para explicar o fenômeno, mas não é o caso de reproduzi-las aqui. O que vale a pena reter é o fato de que é perfeitamente possível viver em sociedades morais e não religiosas. Do que se depreende da Escandinávia, seria até tentador afirmar que a taxa de religiosidade é inversamente proporcional ao grau de desenvolvimento social e material, mas isso seria forçar as regras da lógica. Correlação, afinal, não é sinônimo de causa.

Depois de muitos e muitos séculos de censura religiosa, chegamos no Ocidente a um estágio em que todos os lados podem expor seus argumentos como e quando quiserem. Não chamaria isso de fundamentalismo, mas de democracia.

Fonte: http://www1.folha.uol.com.br/colunas/helioschwartsman/1021348-paraisos-seculares.shtml

Offline _tiago

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Re:Ateísmo em geral, por uns e outros
« Resposta #2 Online: 19 de Dezembro de 2011, 18:59:20 »
Do Daniel Sottomaior, resposta sobre o fundamentalismo ateu
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O fudamentalismo nosso de cada dia nos dai hoje

(Publicado na seção Tendências/Debates da Folha de S. Paulo de 8/12/2011)

Segundo Ives Gandra, em recente artigo nesta Folha ("Fundamentalismo ateu", 24/11), existe uma coisa chamada "fundamentalismo ateu", que empreende "guerra ateia contra aqueles que vivenciam a fé cristã". Nada disso é verdade, mas fazer os religiosos se sentirem atacados por ateus é uma estratégia eficaz para advogados da cúria romana. Com o medo, impede-se que indivíduos possam se aproximar das linhas do livre-pensamento.

É bom saber que os religiosos reconhecem o dano causado pelo fundamentalismo, mas resta deixar bem claro que essa conta não pode ser debitada também ao ateísmo.

Os próprios simpatizantes dos fundamentos do cristianismo, que pregam aderência estrita a eles, criaram a palavra "fundamentalista". Com o tempo, ela se tornou palavrão universal. O que ninguém parece ter notado é que, se esses fundamentos fossem tão bons como querem nos fazer crer, então o fundamentalismo deveria ser ótimo!

Reconhecer o fundamentalismo como uma praga é dizer implicitamente que a religião só se torna aceitável quando não é levada lá muito a sério, ideia com que enfaticamente concordam centenas de milhões de "católicos não praticantes" e religiosos que preferem se distanciar de todo tipo de igrejas e dogmas.

Já o ateísmo é somente a ausência de crença em todos os deuses, e não tem qualquer doutrina. Por isso, fundamentalismo ateu é um oximoro: uma ficção ilógica como "círculo quadrado".

Gandra defende uma encíclica papal dizendo que "quem não é católico não deveria se preocupar com ela". No entanto, quando ateus fazem pronunciamentos públicos preocupa-se tanto que chama isso de "ataque orquestrado aos valores das grandes religiões".

Parece que só é ataque orquestrado se for contra a religião. Contra o ateísmo, "não se preocupem".

Aparentemente, para ele os ateus não têm os mesmos direitos que religiosos na exposição de ideias.

A religião nunca conviveu bem com a crítica mesmo. Já era hora de aprender. Se há ateus que fazem guerra contra cristãos, eu não conheço nenhum. Nossa guerra é contra ideias, não contra pessoas.

Os ateus é que são vistos como intrinsecamente maus e diuturnamente discriminados pelos religiosos, não o contrário. Existem processos movidos pelo Ministério Público e até condenação judicial por causa disso.

O jurista canta loas ao "respeito às crenças e aos valores de todos os segmentos da sociedade", mas aqui também pratica o oposto do que prega: ele está ao lado da maioria que defende com entusiasmo que o Estado seja utilizado como instrumento de sua própria religião.

Para entender como se sente um ateu no Brasil, basta imaginar um país que dá imunidade tributária e dinheiro a rodo a organizações ateias, mas nenhum às religiosas; que obriga oferecimento de estudos de ateísmo em escolas públicas, onde nada se fala de religião.

Um país que assina tratados de colaboração com países cuja única atividade é a promoção do ateísmo; cujos eleitores barram candidatos religiosos; que ostenta proeminentes símbolos da descrença em tribunais e Legislativos (onde se começam sessões com leitura de Nietzsche) e cuja moeda diz "deus não existe".

E depois os fundamentalistas que fazem ataque orquestrado somos nós.

(Daniel Sottomaior é presidente da Associação Brasileira de Ateus e Agnósticos)

fonte: http://www.atea.org.br/

Offline genjikhan

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Re:Ateísmo em geral, por uns e outros
« Resposta #3 Online: 19 de Dezembro de 2011, 19:51:36 »
Fundamentalismo ateu não existe . O que mais perto chega disso é o fundamentalismo anti-teísta,que será uma das novas pragas do mundo moderno,com a ascensão do ateismo ao redor do mundo . Pelo menos é mais fácil lidar com os fundamentalistas anti-teístas,já que estão cegados pelo vicio em matar um deus que já está morto do que lidar com fundamentalistas religiosos .
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"Quem conhece a sua ignorância revela a mais profunda sapiência. Quem ignora a sua ignorância vive na mais profunda ilusão" - Lao Tsé

Offline O Pistoleiro

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Re:Ateísmo em geral, por uns e outros
« Resposta #4 Online: 19 de Dezembro de 2011, 20:39:57 »
Esse texto do Kentaro, é consequência de uma briga que vem de uns tempos para cá. A resposta acima do Daniel ao Ives na Folha, fez com que o Eli Vieira(presidente da LIHS) criticasse o Daniel e daí desencadeou uma briga feia entre quem acha ateísmo uma crença e quem não acha.
Se Deus é nosso Pai (você que pensa), então Satã deve ser nosso Primo. Por que ninguém entende essas coisas importantes?

Offline Feynman

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Re:Ateísmo em geral, por uns e outros
« Resposta #5 Online: 19 de Dezembro de 2011, 23:07:04 »
Achei este texto do Sottomaior particularmente pertinente.

Eu fico fulo comigo mesmo cada vez que sou totalmente obrigado a associar crença com incompetência de discernimento, inépcia argumentativa e indoutice histórica.
"Poetas dizem que a Ciência tira toda a beleza das estrelas - meros globos de átomos de gases. Eu também posso ver estrelas em uma noite limpa e sentí-las. Mas eu vejo mais ou menos que eles?" - Richard Feynman

Offline Moro

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Re:Ateísmo em geral, por uns e outros
« Resposta #6 Online: 19 de Dezembro de 2011, 23:11:39 »
o primeiro texto é típico da maioria dos filósofos.. fala fala e diz muito muito pouco.
“If an ideology is peaceful, we will see its extremists and literalists as the most peaceful people on earth, that's called common sense.”

Faisal Saeed Al Mutar


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Offline Sergiomgbr

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Re:Ateísmo em geral, por uns e outros
« Resposta #7 Online: 20 de Dezembro de 2011, 00:31:26 »
Assim como cristãos passaram de simples entusiastas da mensagem de Jesus para loucos inquisidores queimadores de hereges, assim como marxistas idealistas de uma sociedade justa e igualitária distorceram completamente a mensagem de Marx, a ponto de cometerem barbaridades sem precedentes desde épocas imemoriais, pessoas que não encontram consistência na possibilidade de existência de um deus se tornam ativistas e para criarem um Esprit de Corps começam por apontar a presença de umbigos na representação de figuras de Adão e Eva, depois escrevem Deus com d minúsculo, desrespeitando regras básicas de gramática ( como se Deus mesmo se tratando de um nome de uma personagem fosse um substantivo comum e não um nome próprio) e se tornando renhidos propositores de tudo que é anti religioso.

 Tudo que vira cultura de massas sofre o efeito da descaracterização e do descontrole compulsórios promovidos pela entidade chamada turba.
Até onde eu sei eu não sei.

Offline gilberto

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Re:Ateísmo em geral, por uns e outros
« Resposta #8 Online: 20 de Dezembro de 2011, 04:25:24 »
... escrevem Deus com d minúsculo, desrespeitando regras básicas de gramática ( como se Deus mesmo se tratando de um nome de uma personagem fosse um substantivo comum e não um nome próprio) ...
Sergio,
deus (substantivo comum) assim como presidente.
Se os cristãos querem dar o nome próprio Deus a categoria deus, ok pra eles, mas os ateus não tem a obrigação de adotar essa convenção unilateral.
Seria a mesma coisa que alguém batizar o seu cachorro de Cachorro e todo mundo fosse obrigado a escrever Cachorro quando fosse se referir ao cachorro dele.

Offline _tiago

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Re:Ateísmo em geral, por uns e outros
« Resposta #9 Online: 20 de Dezembro de 2011, 07:30:10 »
o primeiro texto é típico da maioria dos filósofos.. fala fala e diz muito muito pouco.
Na verdade, o texto é uma crítica ao uso inútil de termos na filosofia, como o caso explicitado por ele: "ateus crêem na ausência de deus."

Offline Sergiomgbr

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Re:Ateísmo em geral, por uns e outros
« Resposta #10 Online: 20 de Dezembro de 2011, 12:51:44 »
... escrevem Deus com d minúsculo, desrespeitando regras básicas de gramática ( como se Deus mesmo se tratando de um nome de uma personagem fosse um substantivo comum e não um nome próprio) ...
Sergio,
deus (substantivo comum) assim como presidente.
Se os cristãos querem dar o nome próprio Deus a categoria deus, ok pra eles, mas os ateus não tem a obrigação de adotar essa convenção unilateral.
Seria a mesma coisa que alguém batizar o seu cachorro de Cachorro e todo mundo fosse obrigado a escrever Cachorro quando fosse se referir ao cachorro dele.
Se eu me refiro a deus assim sem D maiúsculo, precisa contexto assim como presidente. Com minusculas eu teria que perguntar qual deus, pois não existe um só. Teria que ser deus hindú Vishnú, deus do candomblé tal, deus romano Apolo, deus tolteca tal. Com cachorro é exatamente isso. Se tem o Rex porque é o nome do seu cachorro, tem que ser Cachorro porque é o nome do seu cachorro assim como Homem é sobrenome de um homem. Aquí em B.H. tem uma avenida chamada Barão Homem de Melo!
« Última modificação: 20 de Dezembro de 2011, 12:55:42 por sergiomgbr »
Até onde eu sei eu não sei.

Offline gilberto

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Re:Ateísmo em geral, por uns e outros
« Resposta #11 Online: 20 de Dezembro de 2011, 15:45:32 »
Mas o contexto é que muitos ateus usam a palavra deus se referindo ao deus cristão, assim como usamos a palavra presidente para se referir ao presidente norte americano.
O meu ponto é que dentro das regras da gramática é possível usar as duas formas deus e Deus se referindo ao deus cristão que os cristãos chamam de Deus.
Não há necessariamente preconceito ou birra em nenhuma das duas formas, somente conveniência. Se vc vai escrever uma carta para o Papa e quer que ela seja bem recebida para por exemplo aprovar um pedido seu, escreva Deus. Se vc é ateu e está discutindo o seu ponto de vista, é até mais conveniente que se escreva deus, pois deixa mais claro o seu ponto de vista.
Outra comparação é que se você está escrevendo um estudo literário ou teológico sobre o personagem Deus da bíblia talvez seja melhor escrever em maiúsculo para ficar claro a quem se refere. Mas se for escrever uma reflexão filosófica sobre o conceito do deus bíblico, pode-se perfeitamente escrever em minúsculo.

deus - conceito
Deus - personagem específico da bíblia (corão ou torá)

Pra nós ateus tanto o conceito como o personagem são superstições.
« Última modificação: 20 de Dezembro de 2011, 15:57:22 por gilberto »

Offline Sergiomgbr

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Re:Ateísmo em geral, por uns e outros
« Resposta #12 Online: 20 de Dezembro de 2011, 16:16:01 »
Ainda acho que é desdém. Se a posição de um descrente/não crente fosse magnânima mesmo esse detalhe seria irrelevante.
Até onde eu sei eu não sei.

Offline gilberto

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Re:Ateísmo em geral, por uns e outros
« Resposta #13 Online: 20 de Dezembro de 2011, 16:43:36 »
Ok, concordo que tem muito desdém por parte dos ateus, mas tem muito mais birra e mimimi por porte dos religiosos.
São poucos ateus que se sentem ofendidos por que alguém escreve Deus, mas parece que os religiosos são mais sensíveis se escrevemos deus.
Quem está se ofendendo por bobagem são eles. Sem falar que eles gostariam de impor uma forma de grafia como norma para destacar o personagem deles. Pra nós ateus tanto faz, tanto fez, somos mais democráticos nesse ponto em específico.

Quem tá sendo mais imaturo nessa estória?

Offline Gaúcho

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Re:Ateísmo em geral, por uns e outros
« Resposta #14 Online: 20 de Dezembro de 2011, 16:47:47 »
Deus não é um nome próprio, é um substantivo. O nome do deus cristão é Javé, o nome do deus islãmico é Allah, estes sim escritos em maiúsculas, respeitando a gramática.
"— A democracia em uma sociedade livre exige que os governados saibam o que fazem os governantes, mesmo quando estes buscam agir protegidos pelas sombras." Sérgio Moro

Offline cney75

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Re:Ateísmo em geral, por uns e outros
« Resposta #15 Online: 20 de Dezembro de 2011, 19:11:34 »
Senhores, voltando ao texto do Hélio Schwartsman, Phil Zuckerman tem uma entrevista interessante sobre os 'Paraísos Seculares':


Só o fato de existirem paises majoritariamente ateus bem sucedidos, já quebra a argumentação de que -Sem deus no coração...

Abraços.
"A estupidez coloca-se na primeira fila para ser vista; a inteligência coloca-se na retaguarda para ver." - Bertrand Russell

Offline uiliníli

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Re:Ateísmo em geral, por uns e outros
« Resposta #16 Online: 20 de Dezembro de 2011, 19:58:08 »
Deus não é um nome próprio, é um substantivo. O nome do deus cristão é Javé, o nome do deus islãmico é Allah, estes sim escritos em maiúsculas, respeitando a gramática.

Deus é nome próprio e substantivo. Todo nome próprio é substantivo. O que acontece com o nome Deus, porém, é o mesmo que ocorre com os nomes Sol e Lua, pois ambos são nomes próprios com a mesma grafia de substantivos comuns: o Sol é o sol da Terra, a Lua é a lua da Terra e Deus é o deus dos monoteístas (não só dos cristãos, muitos islâmicos inclusive chamam seu deus de Deus, em vez de Alá.) O deus de uma fé monoteísta não precisa de outro nome, já que é o único deus.

Offline Sergiomgbr

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Re:Ateísmo em geral, por uns e outros
« Resposta #17 Online: 20 de Dezembro de 2011, 22:52:37 »
Deus não é um nome próprio, é um substantivo. O nome do deus cristão é Javé, o nome do deus islãmico é Allah, estes sim escritos em maiúsculas, respeitando a gramática.

Deus é nome próprio e substantivo. Todo nome próprio é substantivo. O que acontece com o nome Deus, porém, é o mesmo que ocorre com os nomes Sol e Lua, pois ambos são nomes próprios com a mesma grafia de substantivos comuns: o Sol é o sol da Terra, a Lua é a lua da Terra e Deus é o deus dos monoteístas (não só dos cristãos, muitos islâmicos inclusive chamam seu deus de Deus, em vez de Alá.) O deus de uma fé monoteísta não precisa de outro nome, já que é o único deus.
Cobertorzinho de cama de campanha. Puxa pra cima, tampa a cabeça, descobre os pés. Manual do ateísta. Igualzinho as explicações de um religioso.  :hihi:
« Última modificação: 20 de Dezembro de 2011, 22:56:45 por sergiomgbr »
Até onde eu sei eu não sei.

Offline Cientista

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Re:Ateísmo em geral, por uns e outros
« Resposta #18 Online: 21 de Dezembro de 2011, 01:52:41 »
É verdade. E um desperdício total que, pelo que vi, você deflagrou, conseguiu arrastar o Gilberto, que tem coisas muito melhores para fazer e pensar, para essa perdulariedade. Depois ainda entram o Di Gaúcho e o uiliníli para comprovar que estão todos certos e errados ao mesmo tempo. O mais triste é que, enquanto tudo isso rola aqui embaixo, tem um texto extraordinário lá no topo, digno de ser debatido, que um daqui não conseguiu entender patavinas, tendo, como única "brilhante" conclusão, que o texto diz pouco. É exigente demais para ele, claro. Deve-se dar o desconto.

Offline Titoff

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Re:Ateísmo em geral, por uns e outros
« Resposta #19 Online: 21 de Dezembro de 2011, 10:23:50 »
Deus não é um nome próprio, é um substantivo. O nome do deus cristão é Javé, o nome do deus islãmico é Allah, estes sim escritos em maiúsculas, respeitando a gramática.

Deus é nome próprio e substantivo. Todo nome próprio é substantivo. O que acontece com o nome Deus, porém, é o mesmo que ocorre com os nomes Sol e Lua, pois ambos são nomes próprios com a mesma grafia de substantivos comuns: o Sol é o sol da Terra, a Lua é a lua da Terra e Deus é o deus dos monoteístas (não só dos cristãos, muitos islâmicos inclusive chamam seu deus de Deus, em vez de Alá.) O deus de uma fé monoteísta não precisa de outro nome, já que é o único deus.

A divindade dos muçulmanos é o mesmo Javé dos cristãos e judeus. "Allah" é "deus" em árabe.*

*ou "o deus", para dizer que é um só.
« Última modificação: 21 de Dezembro de 2011, 10:26:44 por Titoff »

Offline uiliníli

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Re:Ateísmo em geral, por uns e outros
« Resposta #20 Online: 21 de Dezembro de 2011, 10:54:13 »
É verdade. E um desperdício total que, pelo que vi, você deflagrou, conseguiu arrastar o Gilberto, que tem coisas muito melhores para fazer e pensar, para essa perdulariedade. Depois ainda entram o Di Gaúcho e o uiliníli para comprovar que estão todos certos e errados ao mesmo tempo. O mais triste é que, enquanto tudo isso rola aqui embaixo, tem um texto extraordinário lá no topo, digno de ser debatido, que um daqui não conseguiu entender patavinas, tendo, como única "brilhante" conclusão, que o texto diz pouco. É exigente demais para ele, claro. Deve-se dar o desconto.

Eu acho o nível do fórum muito baixo para alguém como você, Cientista, se eu fosse inteligente você eu ia embora.

Offline _Juca_

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Re:Ateísmo em geral, por uns e outros
« Resposta #21 Online: 21 de Dezembro de 2011, 12:09:22 »
É verdade. E um desperdício total que, pelo que vi, você deflagrou, conseguiu arrastar o Gilberto, que tem coisas muito melhores para fazer e pensar, para essa perdulariedade. Depois ainda entram o Di Gaúcho e o uiliníli para comprovar que estão todos certos e errados ao mesmo tempo. O mais triste é que, enquanto tudo isso rola aqui embaixo, tem um texto extraordinário lá no topo, digno de ser debatido, que um daqui não conseguiu entender patavinas, tendo, como única "brilhante" conclusão, que o texto diz pouco. É exigente demais para ele, claro. Deve-se dar o desconto.

Eu acho o nível do fórum muito baixo para alguém como você, Cientista, se eu fosse inteligente você eu ia embora.

É verdade. E um desperdício total que, pelo que vi, você deflagrou, conseguiu arrastar o Gilberto, que tem coisas muito melhores para fazer e pensar, para essa perdulariedade. Depois ainda entram o Di Gaúcho e o uiliníli para comprovar que estão todos certos e errados ao mesmo tempo. O mais triste é que, enquanto tudo isso rola aqui embaixo, tem um texto extraordinário lá no topo, digno de ser debatido, que um daqui não conseguiu entender patavinas, tendo, como única "brilhante" conclusão, que o texto diz pouco. É exigente demais para ele, claro. Deve-se dar o desconto.

Eu acho o nível do fórum muito baixo para alguém como você, Cientista, se eu fosse inteligente você eu ia embora.

É troll uili, só quer atenção...

Offline Sergiomgbr

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Re:Ateísmo em geral, por uns e outros
« Resposta #22 Online: 21 de Dezembro de 2011, 13:02:21 »
(..) tem um texto extraordinário lá no topo, digno de ser...
De fato, é bem contundente, Cientista.
« Última modificação: 21 de Dezembro de 2011, 13:04:54 por sergiomgbr »
Até onde eu sei eu não sei.

Offline Enio

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Re:Ateísmo em geral, por uns e outros
« Resposta #23 Online: 21 de Dezembro de 2011, 20:08:58 »
Será que o conceito de uma "causa primeira" pode ser diferente do conceito de deus? Será que poderia ter uma interpretação diferente de qualquer deus religioso? Pessoalmente diria que seja possível. Neste caso não um deus sobrenatural, mas algo mais mecânico, natural, lógico do que teológico. Quem sabe uma forma mais "científica" ou natural de entender a idéia de uma causa primeira, sem que esta seja uma entidade ou uma intenção? O que você sacham dessa possibilidade? Será que é possível conceber isso do ponto de vista científico e não teológico?

Offline genjikhan

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Re:Ateísmo em geral, por uns e outros
« Resposta #24 Online: 21 de Dezembro de 2011, 22:08:30 »
Será que o conceito de uma "causa primeira" pode ser diferente do conceito de deus? Será que poderia ter uma interpretação diferente de qualquer deus religioso? Pessoalmente diria que seja possível. Neste caso não um deus sobrenatural, mas algo mais mecânico, natural, lógico do que teológico. Quem sabe uma forma mais "científica" ou natural de entender a idéia de uma causa primeira, sem que esta seja uma entidade ou uma intenção? O que você sacham dessa possibilidade? Será que é possível conceber isso do ponto de vista científico e não teológico?

Considerando deus como o conceito de um ser sobrenatural,com consciência ,eu te pergunto:O que é mais simples de existir : A existência de uma causa primeira com consciência ou sem consciência?? Pessoalmente,eu diria que uma causa primeira sem consciência é mais simples de existir,porque a propria origem da consciência nos seres humanos é dificil de definir .
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"Os males de que padece o ser humano vêm em seu maior número,vêm dele mesmo" - Plínio

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