Autor Tópico: Dirigir-se às crianças é a melhor maneira de influenciar os pais  (Lida 365 vezes)

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Offline Luiz Souto

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Dirigir-se às crianças é a melhor maneira de influenciar os pais
« Online: 30 de Dezembro de 2011, 10:04:24 »
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Dirigir-se às crianças é a melhor maneira de influenciar os pais
7 de outubro de 2011 Lisa Nainggolan
(Artigo original em Inglês, 08/29/11)

Paris, França — Um programa multidisciplinar educacional inédito na prevenção cardiovascular, dirigido à crianças em idade escolar no Brasil, gerou um grande impacto positivo sobre o comportamento e o risco cardiovascular posterior de seus pais.


Embora o estudo tenha sido pequeno — conduzido com cerca de 200 crianças em uma escola particular em São Paulo — a Dra. Luciana Fornari (Universidade de São Paulo, Brasil) disse em uma coletiva de imprensa no Congresso de 2011 da Sociedade Europeia de Cardiologia que sua equipe planeja estender o programa a diversas escolas públicas para avaliar se poderiam alcançar resultados semelhantes.

A pesquisa foi relatada por uma grande rede de televisão brasileira, a Rede Globo, e tem despertado interesse em todo o país latino-americano, disse Fornari, que buscou inspiração para realizar o estudo em sua própria experiência de maternidade. Ressaltando que já foi empregado muito esforço na tentativa de modificar o comportamento dos adultos, com sucesso muito limitado, Fornari disse: "Eu queria saber se ensinar as crianças poderia ser uma maneira de modificar o comportamento da família, e acho que nós provamos isso."

Ela e seu colega pesquisador, Dr. Bruno Caramelli (Universidade de São Paulo), disseram ao heartwire que não há razão para que um programa semelhante não possa ser adaptado para uso em qualquer país. "Isso nunca havia sido testado antes. É uma estratégia completamente diferente para se tentar alcançar a redução do risco cardiovascular. Má saúde e um estilo de vida ruim são absolutamente democráticos, encontrados em todos os níveis sociais e econômicos no Brasil e em todo o mundo, assim esta intervenção poderia valer a pena", observou Caramelli.

Ao longo de um ano de estudo, 197 crianças de seis a dez anos em uma escola na cidade de Jundiaí, a cerca de 60 km de São Paulo, juntamente com seus 323 pais, foram divididos em dois grupos. As crianças do grupo controle e seus 161 pais receberam um material educativo escrito no início e em meados de 2010, que incluiu informações sobre os benefícios de um estilo de vida saudável, por exemplo, conselhos sobre aumento da atividade física, melhora da alimentação o e interrupção do tabagismo. As crianças no grupo de intervenção, juntamente com seus 162 pais, receberam o mesmo material, mas as crianças também participaram de um programa semanal de educação sobre a prevenção cardiovascular por um ano que teve como objetivo ensinar - de formas diferentes, adaptadas às suas idades - a importância da alimentação saudável, da atividade física e de evitar o tabagismo.

O programa incluía filmes educativos, jogos, e discussões com a equipe multidisciplinar, composta de 50 a 60 pessoas, tais como enfermeiros, psicólogos, nutricionistas e professores de educação física. As crianças foram encorajadas a escrever histórias, desenhar e pintar sobre o que haviam aprendido. Eles também participaram de sessões de cozinha, em que aprenderam a fazer alimentos saudáveis e podiam discutir como fazer escolhas saudáveis. As famílias podiam também participar de passeios de bicicleta e de eventos esportivos, como uma olimpíada.

Foram coletadas informações dos pais e de seus filhos no início e no final de 2010, incluindo um questionário nutricional e de exercícios, medidas de peso, altura, circunferência abdominal, pressão arterial e perfil lipídico. Com esses dados, os pesquisadores calcularam o escore de risco de Framingham em dez anos dos pais.

No início do estudo, 15 pais (9,3%) no grupo controle e 11 pais (6,8%) no grupo de intervenção tinham um risco intermediário/alto (risco > 10% de doença cardíaca coronariana nos próximos 10 anos). Depois do programa, houve uma redução de 91% no número de pais com um risco intermediário/alto no grupo da intervenção (um pai com um risco >10%) em comparação com uma redução de apenas 13% no grupo controle (13 pais com um risco > 10%).

Embora a Dra. Fornari tenha dito que foi difícil apontar exatamente quais alterações comportamentais que mais contribuíram para as melhorias que observou entre os pais no grupo de intervenção, ela acredita que a maior mudança ocorreu devido às reduções na pressão arterial sistólica e no colesterol.

Ela disse que o custo do programa foi de cerca de US$ 60.000, e que o plano é repetir a experiência em uma série de escolas públicas no Brasil ao longo dos próximos dois anos, de preferência por mais de um ano.

Quando perguntada por um membro da conferência de imprensa se havia algum efeito psicológico sobre as crianças, que talvez se sentissem sobrecarregadas com a tarefa, ela explicou que ninguém da equipe multidisciplinar disse aos filhos que eles tinham que fazer escolhas pela sua família. "Nós simplesmente falamos com eles sobre uma vida mais saudável", ela respondeu.

Os autores não relatam nenhum conflito de interesse.
Fonte:http://www.theheart.org/article/1292021.do?utm_campaign=newsletter&utm_medium=email&utm_source=20111229_portuguese_bestOf
Se não queres que riam de teus argumentos , porque usas argumentos risíveis ?

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Offline Osler

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Re:Dirigir-se às crianças é a melhor maneira de influenciar os pais
« Resposta #1 Online: 30 de Dezembro de 2011, 11:07:12 »
Uma abordagem interessante, vou pesquisar se tem algum trabalho desses moldes em algum outro lugar
“Como as massas são inconstantes, presas de desejos rebeldes, apaixonadas e sem temor pelas conseqüências, é preciso incutir-lhes medo para que se mantenham em ordem. Por isso, os antigos fizeram muito bem ao inventar os deuses e a crença no castigo depois da morte”. – Políbio

 

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