Autor Tópico: EUA tentam combater armas baratas e poderosas  (Lida 661 vezes)

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EUA tentam combater armas baratas e poderosas
« Online: 13 de Janeiro de 2012, 18:43:11 »
EUA tentam combater armas baratas e poderosas

Nova estratégia do governo Obama dá ênfase em armas como minas e ciberataques após década definida por terrorismo e insurgência

A nova estratégia militar do presidente Barack Obama chamou a atenção para uma ameaça cada vez mais presente: o uso de armas de baixo custo como minas e ataques cibernéticos, que não necessariamente visam derrotar os militares americanos em uma batalha, mas sim mantê-los à distância.


Presidente Barack Obama discura sobre a nova estratégia de defesa no Pentágono (5/1/2012)

O presidente e sua equipe de segurança nacional preveem que os desafios de segurança da próxima década serão definidos por essa ameaça, assim como os desafios da última foram definidos pelo terrorismo e pela insurgência.

Um número crescente de países cujas Forças Armadas são menos potentes que a dos Estados Unidos estão começando a utilizar essas armas, que podem retardar, interromper e talvez até mesmo por um fim a uma estratégia ofensiva americana. Planos de guerra podem ficar atolados em meio a defesas antiaérea, minas, mísseis, interferência eletrônica e ataques realizados por meio de uma rede de computadores e destinados a tirar as vantagens das tecnologias adotadas nos Estados Unidos.

Essa é uma lição que potenciais inimigos aprenderam no momento em que os Estados Unidos perderam o apoio público nas guerras do Iraque e do Afeganistão quando veículos blindados - cada um custando milhões de dólares - foram atingidos e seus soldados mortos e mutilados por bombas de beira de estrada fabricadas com um investimento de algumas centenas de dólares.

A China e o Irã foram identificados como os países que estavam liderando a busca de "meios assimétricos" para combater a força militar americana, de acordo com o documento que apresentou a nova estratégia, que advertiu que essas medidas relativamente baratas estão se espalhando por células terroristas e guerrilhas.

No discurso no Pentágono, na semana passada, Obama disse que o país deve investir "na capacidade de operar em ambientes aos quais os adversários tentam nos negar o acesso".

A nova estratégia ordena especificamente que os esforços para combater a ameaça, que os militares chamam de "anti-access, area-denial" (anti acesso, entrada negada, em tradução livre) se torne um dos dez principais objetivos militares dos Estados Unidos. Isso vai ajudar a definir a maneira como as forças armadas vão competir por uma parte de um orçamento do Pentágono que está cada vez mais menor.

"Os Estados Unidos devem manter a sua capacidade de projetar seu poder em áreas em que o nosso acesso e liberdade para operar são limitados", diz o documento que detalha a estratégia.

"Adversários mais sofisticados irão utilizar das capacidades assimétricas, que devem incluir mísseis eletrônicos e guerras cibernéticas, defesas aéreas avançadas, implementação de minas e outros métodos, para complicar o nosso cálculo operacional."

Em exercícios realizados recentemente do setor naval da Guarda Revolucionária, por exemplo, o Irã praticou um exercício de ataques por uma série de barcos pequenos em alta velocidade que podem ser carregados com explosivos de alta potência. Se um barco desses conseguir passar pelas defesas, pode abrir um buraco no casco de um navio de guerra dos Estados Unidos.

"A Marinha do Irã - especialmente o setor naval da Guarda Revolucionária - tem investido em navios e armamentos que estão bem adaptados para a guerra assimétrica, em vez do tipo de conflito entre navios maiores que o Irã certamente perderia", disse Michael Singh, diretor geral do Instituto de Washington para a Política do Oriente Próximo.

Com a ajuda dos chineses e dos russos, Singh acrescentou, o Irã também terá minas mais sofisticadas, mini-submarinos e mísseis de cruzeiro anti-navios.

Nathan Freier, um membro sênior do Centro para Estudos Internacionais e Estratégicos, disse que "a capacidade do Irã para impor custos elevados - aqueles que possam precisar forçar seu caminho através do Estreito de Ormuz, e aqueles na região a quem o os iranianos veem como possíveis cúmplices em permitir o acesso estrangeiro - é muito boa".

O desafio potencial da China é ainda mais significativo, segundo os analistas. A China tem uma frota de submarinos de ataque movida a diesel, que podem operar em silêncio e de forma eficaz em águas perto da costa da China e assim ameaçar navios de guerra estrangeiros. A China também possui mísseis de curto, médio e longo alcance que poderiam colocar em risco os navios de guerra e possuem uma grande quantidade de radares e de mísseis de superfície ao longo da costa.


Em imagem divulgada pela agência de notícias do Irã, navio da Marinha iraniana lança um míssil durante treino no mar de Omã (1/1/2012)

Encontrar, identificar e marcar um navio de guerra dos Estados Unidos é uma operação militar complexa. Mas o emaranhado de defesas chinesas poderia obrigar um porta-aviões americano e a sua frota aérea a operar a centenas de quilômetros longe da costa, diminuindo o número de ataques que seus aviões poderiam efetuar em um dia e assim diminuindo sua eficácia.

Talvez o mais preocupante seja o foco da China na guerra eletrônica e nos ataques a computadores em rede que podem confundir a precisão de munições americanas guiadas por satélite.

Para combater essas ameaças, a Força Aérea e a Marinha americana montaram um escritório para desenvolver táticas e armas para complementar o que eles estão chamando de batalha aérea-marinha.

Uma ideia é atacar um setor externo das defesas aéreas inimigas com caças F-35, abrindo um espaço para que um jato F-22 transportando unidades de vigilância possa entrar mais profundamente em um território contestado, onde poderia, por exemplo, servir de guia para um míssil de cruzeiro lançado pelo mar até um alvo móvel ou escondido.

O vice-almirante Bruce W. Clingan, vice-chefe de operações, planos e estratégia da Marinha, disse que os militares estão estudando cautelosamente a técnica anti-aérea de acesso negado para identificar potenciais pontos fracos na capacidade que um adversário possa ter em identificar e atacar alvos dos Estados Unidos.

"Você o impede de disparar? Você o elimina uma vez que tenha disparado? Você o impede de ter precisão uma vez que o míssil estiver no ar e então cria uma maior possibilidade para erro? " perguntou Clingan. "Você tem que pensar em todas essas questões e verificar como vai fazer tudo para impedir que os mísseis não sejam uma ameaça para você."

O General Martin E. Dempsey, o presidente do Estado-Maior Conjunto, em breve divulgará qual é o seu conceito para operar nesse ambiente. A diretiva de 65 páginas irá identificar 30 recursos dos quais as Forças Armadas precisarão para realizar missões em campos de batalha contestados.

http://ultimosegundo.ig.com.br/mundo/nyt/eua-tentam-combater-armas-baratas-e-poderosas/n1597570282954.html

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Re:EUA tentam combater armas baratas e poderosas
« Resposta #1 Online: 13 de Janeiro de 2012, 21:57:11 »
Citar
que não necessariamente visam derrotar os militares americanos em uma batalha, mas sim mantê-los à distância.
E desde quando isso é errado?

Offline Moro

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Re:EUA tentam combater armas baratas e poderosas
« Resposta #2 Online: 13 de Janeiro de 2012, 22:57:57 »
não entendo como uma "bomba de estrada de centenas de dolares" podem destruir um tanque americano de milhões de dolares e "mutilar sua tripulação"
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Re:EUA tentam combater armas baratas e poderosas
« Resposta #3 Online: 14 de Janeiro de 2012, 04:33:41 »
não entendo como uma "bomba de estrada de centenas de dolares" podem destruir um tanque americano de milhões de dolares e "mutilar sua tripulação"
Minas antitanque são muito mais baratas que um tanque.

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Re:EUA tentam combater armas baratas e poderosas
« Resposta #4 Online: 14 de Janeiro de 2012, 09:44:57 »
imaginei, mas pensava que explosivo tão poderosos eram caríssimos. Sabe do que se trata?
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Re:EUA tentam combater armas baratas e poderosas
« Resposta #5 Online: 14 de Janeiro de 2012, 10:44:03 »
não entendo como uma "bomba de estrada de centenas de dolares" podem destruir um tanque americano de milhões de dolares e "mutilar sua tripulação"

O autor pode estar usando de hipérbole, mas o fato é que inúmeros blindados (não sei se também MBTs) foram destruídos no Iraque e Afeganistão por bombas baratas. Isso porque a blindagem é colocada principalmente na frente e nos lados dos veículos, enquanto as bombas explodiam principalmente embaixo deles.
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Re:EUA tentam combater armas baratas e poderosas
« Resposta #6 Online: 14 de Janeiro de 2012, 10:46:25 »
Sobre o artigo: não vejo o que os EUA poderão fazer que seja eficaz contra essas táticas assimétricas. Essas táticas são muito eficazes se o inimigo não se importar com o número de baixas do seu lado (i.e. China). Talvez os americanos sejam obrigados a usar cada vez mais robôs.
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Re:EUA tentam combater armas baratas e poderosas
« Resposta #7 Online: 14 de Janeiro de 2012, 10:47:34 »
Ou apelar para armamento pesado (destruição em massa)
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Re:EUA tentam combater armas baratas e poderosas
« Resposta #8 Online: 14 de Janeiro de 2012, 10:50:55 »
Armamento pesado não é necessariamente eficaz. A imagem que me vem à mente é a de um "Carrier Battle Group" enfrentando 50+ lanchas rápidas equipadas com mísseis e torpedos. Dependendo do agressor, mesmo se apenas 5 deles conseguirem atingir o porta-aviões, isso já seria um golpe contra os americanos.
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Offline Diegojaf

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Re:EUA tentam combater armas baratas e poderosas
« Resposta #9 Online: 14 de Janeiro de 2012, 11:02:30 »
Citar
que não necessariamente visam derrotar os militares americanos em uma batalha, mas sim mantê-los à distância.
E desde quando isso é errado?

Enquanto isso objetivar a defesa da soberania, também não vejo tantos problemas. A questão que causa mais desconforto é que são países que não são nada democráticos e nem um pouco fãs de transparência e liberdade dentro de seus territórios.
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Offline genjikhan

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Re:EUA tentam combater armas baratas e poderosas
« Resposta #10 Online: 14 de Janeiro de 2012, 20:31:45 »
não entendo como uma "bomba de estrada de centenas de dolares" podem destruir um tanque americano de milhões de dolares e "mutilar sua tripulação"

Três fatores contribuem para isso: A explosão é certeira,o dano é fortemente concentrado e ainda é no ponto que recebe menos proteção de um tanque,que é a parte de baixo dele . Se fosse um ataque na lateral,a armadura reativa do tanque amenizaria o impacto causado e a própria blindagem do tanque aguentaria mais alguns misseis .

http://en.wikipedia.org/wiki/Reactive_armour
« Última modificação: 14 de Janeiro de 2012, 20:36:25 por genjikhan »
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Re:EUA tentam combater armas baratas e poderosas
« Resposta #11 Online: 15 de Janeiro de 2012, 00:00:22 »
imaginei, mas pensava que explosivo tão poderosos eram caríssimos. Sabe do que se trata?
http://ciencia.hsw.uol.com.br/minas-terrestres3.htm
http://en.wikipedia.org/wiki/Anti-tank_mine

E como já disseram, a parte de baixo é a menos protegida. Por isso uma mina dessas pode inutilizar um tanque e ferir gravemente os tripulantes.

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Offline Geotecton

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Re:EUA tentam combater armas baratas e poderosas
« Resposta #12 Online: 15 de Janeiro de 2012, 00:42:13 »
Armamento pesado não é necessariamente eficaz. A imagem que me vem à mente é a de um "Carrier Battle Group" enfrentando 50+ lanchas rápidas equipadas com mísseis e torpedos. Dependendo do agressor, mesmo se apenas 5 deles conseguirem atingir o porta-aviões, isso já seria um golpe contra os americanos.

Este cenário é factível mas apenas quando a frota estiver operando próxima ao litoral do país inimigo, pois em mar aberto as tais lanchas seriam 'varridas do mapa'.
Foto USGS

Offline Moro

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Re:EUA tentam combater armas baratas e poderosas
« Resposta #13 Online: 15 de Janeiro de 2012, 03:11:08 »
imaginei, mas pensava que explosivo tão poderosos eram caríssimos. Sabe do que se trata?
http://ciencia.hsw.uol.com.br/minas-terrestres3.htm
http://en.wikipedia.org/wiki/Anti-tank_mine

E como já disseram, a parte de baixo é a menos protegida. Por isso uma mina dessas pode inutilizar um tanque e ferir gravemente os tripulantes.

Obrigado Unk
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