Autor Tópico: Como o conhecimento humano é passado por dezenas de milhares de gerações?  (Lida 3147 vezes)

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Offline acazsouza

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Opa, bom dia galera.

Tentei obter resposta da minha questão nessa comunidade de perguntas e respostas http://bit.ly/zTukrC mas não obtive sucesso, espero poder contar com a paciência e ajuda de vocês.

Como o ser humano fez e continua fazendo para a gestão do conhecimento?

Eu faço essa pergunta porque, o conhecimento humano aumenta a cada dia, hoje por exemplo é extremamente raro encontrar alguém que consiga construir do zero um computador, porque tudo vai ficando cada vez mais complexo.

Assim, existe a perda de conhecimento humano com o passar dos anos?

(Eu não sei se vocês conseguiram entender o meu ponto de vista ou aonde quero chegar, mas eu acho que com o desenrolar da discussão a gente consiga ter um entendimento da questão)

Offline Derfel

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Re:Como o conhecimento humano é passado por dezenas de milhares de gerações?
« Resposta #1 Online: 26 de Janeiro de 2012, 11:53:48 »
Hoje, não. Em um passado remoto, sim.

Offline Contini

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Re:Como o conhecimento humano é passado por dezenas de milhares de gerações?
« Resposta #2 Online: 26 de Janeiro de 2012, 12:06:28 »
Aliás vi algo sobre a capacidadede comunicação maior do homo sapiens em relação ao homo neandertalis ter sido umfator importante para que esse primeiro suplantasse seu concorrente, pois a cultura e conhecimento eram mais eficientemente passados a outras gerações. Como esse é um processo de crescimento "logarítmico"....
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Offline Lakatos

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Re:Como o conhecimento humano é passado por dezenas de milhares de gerações?
« Resposta #3 Online: 26 de Janeiro de 2012, 20:01:12 »
Opa, bom dia galera.

Tentei obter resposta da minha questão nessa comunidade de perguntas e respostas http://bit.ly/zTukrC mas não obtive sucesso, espero poder contar com a paciência e ajuda de vocês.

Como o ser humano fez e continua fazendo para a gestão do conhecimento?

Eu faço essa pergunta porque, o conhecimento humano aumenta a cada dia, hoje por exemplo é extremamente raro encontrar alguém que consiga construir do zero um computador, porque tudo vai ficando cada vez mais complexo.

Assim, existe a perda de conhecimento humano com o passar dos anos?

(Eu não sei se vocês conseguiram entender o meu ponto de vista ou aonde quero chegar, mas eu acho que com o desenrolar da discussão a gente consiga ter um entendimento da questão)
Acho que uma das respostas diz respeito à especialização. Mesmo que ninguém saiba construir um computador, existem pessoas que sabem construir alguns de seus componentes, e, trabalhando em conjunto, podem construir um computador do zero juntando o conhecimento de todos. Dessa forma, quanto mais um campo de conhecimento avança em complexidade, mais tende a se dividir em diferentes especialidades, para que pessoas possam aprender a fundo apenas uma pequena parte do conteúdo total daquela área e, mais tarde, trabalhando em conjunto, possibilitar a construção de algo maior e mais interdisciplinar. E o conhecimento fica para as próximas gerações em livros, mídias ou por transmissão oral mesmo (dependendo do local e finalidade).

Não sei se respondi sua pergunta, e também não dei uma opinião de especialista, só minha opinião de leigo.

E seja bem-vindo ao fórum e apresente-se!  :ok:

Offline Geotecton

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Re:Como o conhecimento humano é passado por dezenas de milhares de gerações?
« Resposta #4 Online: 26 de Janeiro de 2012, 21:36:50 »
[...]
Como o ser humano fez e continua fazendo para a gestão do conhecimento?

Há muitas maneiras de produzir, distribuir e arquivar conhecimento nas sociedades mais modernas, entre os quais estão os livros e os meios digitais.


[...]
Assim, existe a perda de conhecimento humano com o passar dos anos?

É muito menos frequente do que a um século, por exemplo, mas ainda existe. Um caso conspícuo é o dos idiomas de povos em franco declínio ou beirando a extinção.
Foto USGS

Offline acazsouza

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Re:Como o conhecimento humano é passado por dezenas de milhares de gerações?
« Resposta #5 Online: 31 de Janeiro de 2012, 14:20:05 »
Entendo,

mas tente olhar pela minha ótica. A cada dia que passa são vários novos livros, vários novos artigos, como a geração mais nova consegue reter tudo isso? Como a geração futura vai conseguir reter tudo isso e mais o que a nossa geração produzir?

Ou eles não retém todo o conhecimento do passado? Usando a lógica pode se ver que muitos bons livros (ou nem tão bom assim, por isso foi esquecido) com o tempo são esquecidos na prateleira. Até que um dia no futuro um alguém consegue conectar algo desse conhecimento antigo com atual e inovar. Nossa é incrível o número de possibilidades... Eu queria entender de verdade o fluxo do conhecimento nesse nosso mundo.

Offline Sergiomgbr

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Re:Como o conhecimento humano é passado por dezenas de milhares de gerações?
« Resposta #6 Online: 31 de Janeiro de 2012, 15:21:29 »
O conhecimento simplesmente é acumulado. Como Roma, que vai crescendo sobre outras Romas anteriores, que esporadicamente se revelam em escavações de fundações de edifícios novos, linhas de metrô, abertura de túneis, o conhecimento novo é erguido sobre o solo do conhecimento arquétipo, que se revela ocasionalmente quando há a demanda por se referendar o conhecimento novo em bases mais profundas, ou se quer fazer ligações entre a base epírica de um ramo de conhecimento como a física, com outro, como a biologia.

Há qualquer coisa de intrigante em como o homem, apesar de todo conhecimento acumulado, que aparentemente não teria como ser resgatado, ter esse conhecimento sempre à tona. É como se enquanto uns tratassem de ampliar conhecimento e outros de o manterem, reavivarem ou redescobrirem o que já é existente. Como se o ser humano tratasse de sua relação com o conhecimento como uma entidade coletiva!

Edição para acrescentar sintaxe.
« Última modificação: 31 de Janeiro de 2012, 16:59:52 por sergiomgbr »
Até onde eu sei eu não sei.

Offline Geotecton

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Re:Como o conhecimento humano é passado por dezenas de milhares de gerações?
« Resposta #7 Online: 31 de Janeiro de 2012, 15:37:49 »
Entendo,

mas tente olhar pela minha ótica. A cada dia que passa são vários novos livros, vários novos artigos, como a geração mais nova consegue reter tudo isso? Como a geração futura vai conseguir reter tudo isso e mais o que a nossa geração produzir?

Ou eles não retém todo o conhecimento do passado? Usando a lógica pode se ver que muitos bons livros (ou nem tão bom assim, por isso foi esquecido) com o tempo são esquecidos na prateleira. Até que um dia no futuro um alguém consegue conectar algo desse conhecimento antigo com atual e inovar. Nossa é incrível o número de possibilidades... Eu queria entender de verdade o fluxo do conhecimento nesse nosso mundo.

A quantidade de informações geradas e acessíveis ao público hoje supera em muito o que foi produzido e acessado há 50 anos, por exemplo. Então não há como absorver tudo, mesmo porque há muito material "descartável".

O mais fascinante, para mim, é que as atuais ferramentas digitais permitem voce obter informações básicas sobre todos os assuntos, servindo como um "norte" para se guiar na busca de fontes e referências para um maior detalhamento nos assuntos.
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Offline PauloH

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Re:Como o conhecimento humano é passado por dezenas de milhares de gerações?
« Resposta #8 Online: 01 de Fevereiro de 2012, 15:04:40 »
Ótima pergunta, parabéns.

Tudo me leva a crer que é por meio da cultura. A cultura faz com que costumes sejam passados, de geração a geração.
 Por isso é tão importante ser conservador! Conservar uma cultura que atingiu um nível que preza pela liberdade de informação, e de direitos humanos.


 Talvez esse seja um dos motivos de eu não gostar do ateísmo, ele quer jogar fora toda uma cultura em nome do novo homem.

Mas que novo homem vai ser esse? Muito provavelmente o homem que cria a sua própria lei, e sua própria cultura, ou seja, só pode dar merd@....
« Última modificação: 01 de Fevereiro de 2012, 15:07:55 por PauloH »

Offline J Ricardo

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Re:Como o conhecimento humano é passado por dezenas de milhares de gerações?
« Resposta #9 Online: 01 de Fevereiro de 2012, 16:11:00 »
Muito do conhecimento da humanidade não foi documentado em sua originalidade, em épocas remotas as condições culturais obrigavam os povos levar o conhecimento verbal, que era naturalmente corrompido pois era documentado somente quando surgia oportunidades. Sem esquecer que independente de épocas, sempre houve tentativas e manipulação do conhecimento humano provocados pelos lideres de povos e religiosos.

Offline Derfel

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Re:Como o conhecimento humano é passado por dezenas de milhares de gerações?
« Resposta #10 Online: 01 de Fevereiro de 2012, 20:50:00 »
O problema é que você está vendo a questão do conhecimento como a absorção de um único indivíduo, mas a absorção do conhecimento se dá pela humanidade como um todo e ela possui uma capacidade hoje muito grande tanto na produção quanto no armazenamento e processamento da informação.

Offline genjikhan

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Re:Como o conhecimento humano é passado por dezenas de milhares de gerações?
« Resposta #11 Online: 01 de Fevereiro de 2012, 21:17:15 »
Ótima pergunta, parabéns.

Tudo me leva a crer que é por meio da cultura. A cultura faz com que costumes sejam passados, de geração a geração.
 Por isso é tão importante ser conservador! Conservar uma cultura que atingiu um nível que preza pela liberdade de informação, e de direitos humanos.

Com cultura,você quis dizer tradição . E você devia saber que uma postura conservadora possui muitas desvatangens,como por exemplo,a abordagem que a pessoa teria com soluções para problemas que os antepassados criaram .


Talvez esse seja um dos motivos de eu não gostar do ateísmo, ele quer jogar fora toda uma cultura em nome do novo homem.

O ateísmo é uma consequência do conhecimento filosófico e cientifico acumulado desde que o Filósofo Epicuro propôs o "Paradoxo do Mal" para expôr aos outros porque as religiões dogmáticas,que possuem como finalidade,venerar seres sobrenaturais são inúteis . 


Mas que novo homem vai ser esse? Muito provavelmente o homem que cria a sua própria lei, e sua própria cultura, ou seja, só pode dar merd@....

A humanidade cria as suas próprias leis desde o começo da existência da nossa espécie . A única diferença que havia entre as diferentes culturas e as civilizações é a forma que eles usaram para legitimar isso .
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"Quem conhece a sua ignorância revela a mais profunda sapiência. Quem ignora a sua ignorância vive na mais profunda ilusão" - Lao Tsé

Offline Derfel

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Re:Como o conhecimento humano é passado por dezenas de milhares de gerações?
« Resposta #12 Online: 02 de Fevereiro de 2012, 00:01:11 »
Sociedades conservadoras (ou tradicionais) em excesso acabam por ser engessadas e extintas, como aconteceu com a espartana, por exmplo. Da mesma maneira, também impediriam o aparecimento do monoteísmo, do cristianismo, do protestantismo que foram ao seu tempo trasgressões à cultura e tradição vigentes.

Offline Geotecton

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Re:Como o conhecimento humano é passado por dezenas de milhares de gerações?
« Resposta #13 Online: 02 de Fevereiro de 2012, 00:11:30 »
[...]
Mas que novo homem vai ser esse? Muito provavelmente o homem que cria a sua própria lei, e sua própria cultura, ou seja, só pode dar merd@....

Ao menos este "novo homem" teria de assumir a responsabilidade pelos seus atos e seu destino, e não deixá-los nas mãos 'invisíveis' de um deus, que não existe a não ser em fábulas.
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Offline acazsouza

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Re:Como o conhecimento humano é passado por dezenas de milhares de gerações?
« Resposta #14 Online: 06 de Maio de 2012, 01:04:08 »
Agora acho que percebo melhor essa questão, não existe nada exato, tudo é incerto. Não existe uma lógica garantida de que nada se perca. Este documentário da BBC me ajudou muito a pensar sobre isso, estamos num mar de incertezas, temos infinitos níveis de conhecimento, ou seja, não que o conhecimento de uma cultura indígena por exemplo seja fraco e ingenuo, mas por que a nossa cultura de hoje (lê se mundo morderno) tomou rumos diferente de uma cultura indígena desenvolvendo assim uma das infinitas linhas de conhecimento e que não está livre de ter o fim que muitas culturas tiveram, de se perder:

Citar
[BBC - Conhecimento Perigoso]
Neste documentário único, da BBC4, David Malone analisa quatro matemáticos brilhantes - Georg Cantor, Ludwig Boltzmann, Kurt Gödel e Alan Turing - cujos conhecimentos têm nos afetado profundamente, mas que, tragicamente, levou-os à loucura e à morte.

O filme começa com Georg Cantor, o grande matemático cujo trabalho mostrou ser a fundação para muito da matemática do século 20. Ele acreditava ser o mensageiro de Deus e acabou sendo levado à loucura tentando provar suas teorias sobre o infinito.

Ludwig Boltzmann luta para provar a existência de átomos o que eventualmente o levou ao suicídio.
Kurt Gödel, o introvertido confidente de Einstein, provou que haveria sempre problemas que estavam fora da lógica humana. Sua vida terminou num sanatório, onde jejuou até a morte.

Por último, Alan Turing, o grande Bletchley Park criptógrafo, o pai da ciência da computação e homossexual, morreu tentando provar que algumas coisas são fundamentalmente sem provas.

O filme também fala com o último na linha de pensadores que continuaram a exercer a questão de saber se há coisas que a matemática e a mente humana não podem saber. Eles incluem Greg Chaitin, matemático da IBM TJ Watson Research Center, de Nova York, e Roger Penrose.

Conhecimento Perigoso (Dangerous Knowledge) aborda algumas das questões profundas sobre a verdadeira natureza da realidade que os pensadores matemáticos ainda estão tentando responder hoje.
« Última modificação: 06 de Maio de 2012, 01:43:32 por acazsouza »

Offline Cientista

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Re:Como o conhecimento humano é passado por dezenas de milhares de gerações?
« Resposta #15 Online: 06 de Maio de 2012, 18:17:27 »
Parece uma muito boa pergunta, talvez não exatamente da maneira formulada (logo no título; você melhora no texto intróito). De qualquer forma, me motivou a uma resposta medianamente elaborada.

Antes de mais nada.

Dezenas de milhares de gerações??? Um exagero e tanto, não? Se retrocedermos pouquinhas gerações -- só umas três ou quatro, digamos -- provavelmente o tipo exato de "conhecimento" a que você se refere aqui não existia em tão "vastas proporções", quase nada, comparativamente.

Também, no que eu disser a seguir, me refiro ao conhecimento científico-tecnológico, não a outras formas de conhecimento, que são arbitrárias.

Além disso, como, no terceiro parágrafo, você usa a palavra gestão e não transferência, penso ser muito mais cabido falar sobre como tal conhecimento gere-se, uma formulação bem melhor para a pergunta, ao meu ver.



Não sei se passa por isto o questionamento, mas a impressão que tive do mesmo, reformulando-o, é: como o conhecimento acumulado é "tão eficientemente aproveitado" por "tantas várias gerações"? Talvez haja um grande engano, uma grande ilusão aqui. Como só um pequenino mas substancial exemplo, há apenas duas gerações, mais ou menos, um grande pequeno conhecimento acumulado em nada mais que poucas páginas quase se perdeu porque os "grandes especialistas da área" foram incapazes de apreender seus significado e importância. Não fosse um jovem estudante pesquisador de vista aguçada encontrar um registro sobrevivente e ser capaz de captar sua essência, desconheceríamos as leis de Mendel e sua genética matemático-estatística que ajudou tanto a compor o conhecimento genético atual. Quantos Mendels poderiam ter se perdido no passado? Eu pergunto, mesmo: quanto do conhecimento humano NÃO FOI passado por gerações? Talvez seja muito difícil saber a resposta. Pode ser muito mais do que o que passou. Especialmente porque o homem tem tendência a prender-se a rituais e isso limita muito os meios de transmissão. O complexo metodológico filosofista, criado nos mesmos moldes de todas as religões, ao contrário de ajudar no processo, como é a crença corrente, interfere perniciosamente no mesmo.

Este, acima, é um comentário que se direciona ao que pode ser entendido como conhecimento científico. Em tecnologia, ocorre coisa totalmente análoga:

A humanidade sempre depende da genialidade de poucos. A capacidade (individual não academicamente desenvolvível) de filtrar o que é válido do que é nada em ciência e tecnologia pode ser a resposta para a sua pergunta. É necessária grande celeridade na separação entre joio e trigo científico-tecnológicos. Nenhuma metodologia específica pode dar conta disso, do modo amplo e dinâmico que o processo exige. Na prática do âmbito científico e tecnológico real, quando um indivíduo procura informação que lhe possa ser útil, depende preponderantemente de seu feeling para fazer a seleção. A história está repleta de eventos a nos evidenciar o fato. Quando Ford tentou apresentar um seu projeto de motor a um grupo de industriais "especializados e tarimbados", nenhum deles lhe deu a mais mínima importância. Edison estava presente (e já gozava de fama e visibilidade de autoridade, outra coisa que é parte permanente da realidade sobre a qual pobres filosofistas insistem em proferir tolices; tempos antes, experimentara o mesmo que Ford naquele instante) e, quando simplesmente bateu os olhos no croqui, deixou todos os outros de lado para voltar toda a sua atenção a Ford. Só um gênio pode reconhecer outro. Para os outros, aquilo que Ford apresentara não era conhecimento nenhum, não era nada; teriam jogado na lata do lixo. Penso que quando isto é dito, até o quase mais estúpido dos seres pode notar-lhe a veracidade, mas, normalmente, uma crença instaurada leva a pensar ser possível avaliar propostas eficazes, metodologicamente, o que negaria o fato da frase acima. Todo mundo é pessoa, mas uns mais pessoa que outros. Não existe mágica metodológica para mudar isto.

Essa coisa ecumênica, "ciência e tecnologia, ecúmeno de todos", muito bonita e atraente em discursos vazios para comunistóides ideológicos, é linda só no discurso. No mundo real, são as pedras (não preciosas ou semi). É assim, a duras penas, que conhecimento científico-tecnológico nem passa, mas sobrevive. Ombros sobre ombros (de gigantes).

Offline joaofld

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Re:Como o conhecimento humano é passado por dezenas de milhares de gerações?
« Resposta #16 Online: 08 de Maio de 2012, 13:46:58 »
Olá, a todos.

Lendo rapidamente as respostas, percebi que todas se referem de modo direto ou indireto à cultura humana. Mas, existe algo que está por trás da cultura e que sustenta tanto a cultura como serve de plataforma para o gerenciamento dos saberes.

Estou me referindo à LINGUAGEM.

A partir do momento em que os seres humanos conseguiram fazer com que a síntese em alguns símbolos pudessem "representar" toda a vasta gama dos conhecimentos, eles deram o ponta pé inicial na possibilidade de acumular e gerir esses mesmos conhecimentos.

Seja da forma que for, na de LÍNGUA (Oral ou Escrita) ou como o campo maior da LINGUAGEM NÃO VERBAL (Gestos, Imagens, Sons), esse instrumento ou processo de apreensão e construção do mundo é o que tem permitido a manutenção do conhecimento. Claro que ela não faz isso sozinha, mas é nela onde se articulam os conhecimentos.

Abraços!

João Francisco

HESSE, Hermann. O Jogo das contas de vidro. Bestbolso: Rio de Janeiro, 2007.

"...mas aqui eu me sinto estranho a tudo e afastado de tudo; nada vem ao meu encontro, nada acontece de modo natural, nada se pode assimilar sem oposição e sofrimento. Para mim seria o inferno ficar aqui duas semanas que fosse."

Offline Geotecton

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Re:Como o conhecimento humano é passado por dezenas de milhares de gerações?
« Resposta #17 Online: 08 de Maio de 2012, 13:51:12 »
Seja bem vindo joaofld.
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Offline joaofld

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Re:Como o conhecimento humano é passado por dezenas de milhares de gerações?
« Resposta #18 Online: 08 de Maio de 2012, 13:53:50 »
Muito Obrigado! :D
João Francisco

HESSE, Hermann. O Jogo das contas de vidro. Bestbolso: Rio de Janeiro, 2007.

"...mas aqui eu me sinto estranho a tudo e afastado de tudo; nada vem ao meu encontro, nada acontece de modo natural, nada se pode assimilar sem oposição e sofrimento. Para mim seria o inferno ficar aqui duas semanas que fosse."

Offline Bolsonaro neles

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Re:Como o conhecimento humano é passado por dezenas de milhares de gerações?
« Resposta #19 Online: 08 de Maio de 2012, 14:06:43 »
Opa, bom dia galera.

Tentei obter resposta da minha questão nessa comunidade de perguntas e respostas http://bit.ly/zTukrC mas não obtive sucesso, espero poder contar com a paciência e ajuda de vocês.

Como o ser humano fez e continua fazendo para a gestão do conhecimento?

Eu faço essa pergunta porque, o conhecimento humano aumenta a cada dia, hoje por exemplo é extremamente raro encontrar alguém que consiga construir do zero um computador, porque tudo vai ficando cada vez mais complexo.

Assim, existe a perda de conhecimento humano com o passar dos anos?

(Eu não sei se vocês conseguiram entender o meu ponto de vista ou aonde quero chegar, mas eu acho que com o desenrolar da discussão a gente consiga ter um entendimento da questão)
O conhecimento é registrado em livros. Ensinamos a nossas crianças o que está nos livros. Se em uma guerra o agressor destruir as bibliotecas e livros raros forem perdidos, então dependeremos de especialistas reescreverem livros a partir do conhecimento que está guardado em suas mentes.

É isso. Os livros se encarregam de guardar o conhecimento que precisa ser passado para as gerações futuras. Sem eles, as gerações futuras dependerão da memória viva. Dos caras se lembrarem das coisas para lhes ensinar.

Offline Vento Sul

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Re:Como o conhecimento humano é passado por dezenas de milhares de gerações?
« Resposta #20 Online: 08 de Maio de 2012, 16:15:02 »
Hoje, não. Em um passado remoto, sim.
Eu poderia dizer, que hoje também.
O conhecimento é levado adiante com as ferramentas e meios disponíveis na época. Hoje, então nada é perdido? Não é bem assim, vai depender do que quer se guardar, da necessidade desses conhecimentos, pois tecnologias substituem muitas coisas por outras mais práticas. Não é necessário saber fazer um chinelo de sisal, hoje as solas de um chinelo são na maioria sintéticos, e industrializados, é claro que você acha ainda estes artigos em certas regiões, mas com o tempo este conhecimento vai ser esquecido. Assim como milhares de plantas são extintas e seus benefícios então erradicados, não importa se catalogadas digitalmente com fotos.
Então o conhecimento humano é dinâmico e caminha com a necessidade de perpetuá-los ou não,  isso pode ser imperceptível, a substituição dos fazeres se dão lentamente.
.
.
Resumindo: Ou acreditamos em mágica ou não!
 
 
 
 .

Offline acazsouza

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Re:Como o conhecimento humano é passado por dezenas de milhares de gerações?
« Resposta #21 Online: 13 de Maio de 2012, 20:36:54 »
Parece uma muito boa pergunta, talvez não exatamente da maneira formulada (logo no título; você melhora no texto intróito). De qualquer forma, me motivou a uma resposta medianamente elaborada.

Antes de mais nada.

Dezenas de milhares de gerações??? Um exagero e tanto, não? Se retrocedermos pouquinhas gerações -- só umas três ou quatro, digamos -- provavelmente o tipo exato de "conhecimento" a que você se refere aqui não existia em tão "vastas proporções", quase nada, comparativamente.

Também, no que eu disser a seguir, me refiro ao conhecimento científico-tecnológico, não a outras formas de conhecimento, que são arbitrárias.

Além disso, como, no terceiro parágrafo, você usa a palavra gestão e não transferência, penso ser muito mais cabido falar sobre como tal conhecimento gere-se, uma formulação bem melhor para a pergunta, ao meu ver.



Não sei se passa por isto o questionamento, mas a impressão que tive do mesmo, reformulando-o, é: como o conhecimento acumulado é "tão eficientemente aproveitado" por "tantas várias gerações"? Talvez haja um grande engano, uma grande ilusão aqui. Como só um pequenino mas substancial exemplo, há apenas duas gerações, mais ou menos, um grande pequeno conhecimento acumulado em nada mais que poucas páginas quase se perdeu porque os "grandes especialistas da área" foram incapazes de apreender seus significado e importância. Não fosse um jovem estudante pesquisador de vista aguçada encontrar um registro sobrevivente e ser capaz de captar sua essência, desconheceríamos as leis de Mendel e sua genética matemático-estatística que ajudou tanto a compor o conhecimento genético atual. Quantos Mendels poderiam ter se perdido no passado? Eu pergunto, mesmo: quanto do conhecimento humano NÃO FOI passado por gerações? Talvez seja muito difícil saber a resposta. Pode ser muito mais do que o que passou. Especialmente porque o homem tem tendência a prender-se a rituais e isso limita muito os meios de transmissão. O complexo metodológico filosofista, criado nos mesmos moldes de todas as religões, ao contrário de ajudar no processo, como é a crença corrente, interfere perniciosamente no mesmo.

Este, acima, é um comentário que se direciona ao que pode ser entendido como conhecimento científico. Em tecnologia, ocorre coisa totalmente análoga:

A humanidade sempre depende da genialidade de poucos. A capacidade (individual não academicamente desenvolvível) de filtrar o que é válido do que é nada em ciência e tecnologia pode ser a resposta para a sua pergunta. É necessária grande celeridade na separação entre joio e trigo científico-tecnológicos. Nenhuma metodologia específica pode dar conta disso, do modo amplo e dinâmico que o processo exige. Na prática do âmbito científico e tecnológico real, quando um indivíduo procura informação que lhe possa ser útil, depende preponderantemente de seu feeling para fazer a seleção. A história está repleta de eventos a nos evidenciar o fato. Quando Ford tentou apresentar um seu projeto de motor a um grupo de industriais "especializados e tarimbados", nenhum deles lhe deu a mais mínima importância. Edison estava presente (e já gozava de fama e visibilidade de autoridade, outra coisa que é parte permanente da realidade sobre a qual pobres filosofistas insistem em proferir tolices; tempos antes, experimentara o mesmo que Ford naquele instante) e, quando simplesmente bateu os olhos no croqui, deixou todos os outros de lado para voltar toda a sua atenção a Ford. Só um gênio pode reconhecer outro. Para os outros, aquilo que Ford apresentara não era conhecimento nenhum, não era nada; teriam jogado na lata do lixo. Penso que quando isto é dito, até o quase mais estúpido dos seres pode notar-lhe a veracidade, mas, normalmente, uma crença instaurada leva a pensar ser possível avaliar propostas eficazes, metodologicamente, o que negaria o fato da frase acima. Todo mundo é pessoa, mas uns mais pessoa que outros. Não existe mágica metodológica para mudar isto.

Essa coisa ecumênica, "ciência e tecnologia, ecúmeno de todos", muito bonita e atraente em discursos vazios para comunistóides ideológicos, é linda só no discurso. No mundo real, são as pedras (não preciosas ou semi). É assim, a duras penas, que conhecimento científico-tecnológico nem passa, mas sobrevive. Ombros sobre ombros (de gigantes).

Obrigado por essa incrível resposta.

Offline Tupac

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Re:Como o conhecimento humano é passado por dezenas de milhares de gerações?
« Resposta #22 Online: 17 de Maio de 2012, 16:02:02 »
O Cientista, quando não está chamando os outros de burros etc., e foca somente na argumentação, faz sempre um bom trabalho. Pelo menos, tudo que li dele até o momento eu achei bacana. Menos as trolagens.

Cientista, o método científico é ruim? Como melhorá-lo? Somente nascendo um "cientista" é que se pode fazer as coisas "como um cientista"?
"O primeiro pecado da humanidade foi a fé; a primeira virtude foi a dúvida."
 - Carl Sagan

"O que é afirmado sem argumentos, pode ser descartado sem argumentos." - Navalha de Hitchens

Offline Cientista

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Re:Como o conhecimento humano é passado por dezenas de milhares de gerações?
« Resposta #23 Online: 19 de Maio de 2012, 18:50:48 »
Vejam só...

O Cientista, quando não está chamando os outros de burros etc., e foca somente na argumentação, faz sempre um bom trabalho. Pelo menos, tudo que li dele até o momento eu achei bacana. Menos as trolagens.
Você também na paranóia da perseguição? Pode mostrar onde chamei alguém de "burro etc." aqui? Que "trolagens"? Até quando ironizo, o faço por razões sérias, objetivadas. Nunca quero fazer palhaçadinhas dissipativas. Normalmente é por terem me dissipado que me desagrado. Sou um indivíduo muito cortês até, se não percebe. Eu ironizo quando está o ridículo diante de mim. Diferentemente de hipócritas por aí que parecem bons moços com seus jeitinhos amáveis cínicos, dos quais só quero distância. Esses são os tipos verdadeiramente desrespeitosos, os verdadeiros trolls. E só devolvo o que me oferecem. Agora, se simplesmente minha "presença" já é uma agressão, que se pode fazer se a máxima do Oscar Wilde se aplica a mim? Se faço mais bonito do que podem aguentar? Gostariam que eu fosse o que pensam de mim, mas... lamento por vocês, não sou. Terão que conviver com o mau julgamento antecipado que fizeram.

Conhece aquela do supercomputador superinteligente: --Como você prova que ele é tudo isso mesmo? --É fácil, ele ri quando perguntam coisas idiotas! Experimente perguntar uma idiotice a ele.

Computadores burros não riem. Quando um computador é mais que só um computador, ele avalia o que faz e o que solicitam, não simplesmente responde. Ele adquire a capacidade de ironizar.

Insisto: Quando, alguma vez, chamei alguém de burro aqui? Acho que só uma vez cheguei a insinuar isso, mas não tão diretamente, e apenas pelo indivíduo ter ultrapassado todos os limites  da minha aceitabilidade. Você vê os efeitos das sensações? Você acha que chamo todos de burros frequentemente porque é a sensação que provoco só pela minha "presença". Tem culpa eu disso? Quem sabe aproveitar a dádiva da minha "presença", pode experimentar a sensação oposta, pois é mesmo inteligente. Eu já fui chamado de burro aqui, que não agrego nada, que sofro de... como é mesmo aquela bobagem? ...Dunning-Kruger! Que "entrego" (?-! -- como se eu fosse algum entregador de alguma coisa...) muito menos do que imagino, que sou " "inteligente" demais para perder tempo com gente tão "burra" " (nada pode ser menos indireto que isso para afirmar que o burro sou eu), e uma longa lista de belos elogios que já recebi aqui. O interessante é que ninguém nota que eu "entrego" exatamente aquilo que aproveitam de mim. Em todo o tempo, só perguntas e comentários tolos e improdutivos é o que se me direciona. REALMENTE, não me importo com nada isso; não sou eu quem perde.



Cientista, o método científico é ruim?
Já falei tanto disso... É o que se pode dizer: e adianta? Uma única palavra -- sim. Isso você já sabe que eu responderia. DEVE saber! Mas, se aprecia tanto minhas argumentações, já não poderia eu esperar que já soubesse *mais até* que isso da resposta?

Está bem, vamos lá... Afinal, se é capaz de reconhecer um pouquinho da minha magnífica espetacular pujante sobrepujante portentosa grandiosidade, já não é tão ruim.

Qual? Os chamados epistêmicos são mais que isso -- uma desgraça perniciosa. O baconiano-galileano serve para alguma coisa, mas seu simples uso não determina um cientista, exatamente no contexto do questionamento que se chega a fazer do mesmo. Se você questiona a realidade, não quererá se guiar por ela a despeito do fato de que ela guiará você de qualquer forma, mas terá a ilusão de que não é assim. Não existe método para se "alcançar a realidade", só para *reconhecê-la*. Por isso indução é tudo o que funciona. Pensadores mágicos nunca quiseram e nunca querem algo assim. O método indutivo é patético porque é a coisa mais óbvia que há, obviedade que desagrada desejos da alma. É mais que um método, trata-se de uma expressão simples e desagradável da realidade, que sempre foi rejeitada pela ilusão das máquinas mais "apegadas". Houve um momento a partir do qual certos desenvolvimentos tecnológicos independentes fizeram a utilidade dele ser mais aceita, mas apenas em caráter extraordinário. O homem comum gosta da ilusão de estar acima da realidade; um método que dependa dela não serve a ele em seus propósitos conceituais, só ao seu estômago (representando todos os interesses práticos). Isso esclarece?



Como melhorá-lo?
Melhorar o que? Não tem nada aí para melhorar. Não é algum método que tem que ser melhorado, é a máquina pensante que tem pensar melhor ou, mais precisamente, cientificamente. Como se faz isso (método específico para aplicação específica, procedimento)? É uma de tantas coisas que quero descobrir. Eu sei como isto é, não como chegar a isso.



Somente nascendo um "cientista" é que se pode fazer as coisas "como um cientista"?
Talvez não necessariamente dessa forma. O que se pode dizer com mais propriedade e amplitude de acerto é que é necessário que a máquina cognitiva funcione cientificamente, manifestando o que simplifico como pensamento científico. Todas as máquinas desse tipo de que tenho conhecimento nasceram assim, até hoje.

Um detalhe, que pode passar despercebido, é que indivíduos que nascem predispostos ao pensamento científico tendem a passar pelos mesmos rituais que todos os que buscam pelo cabedal de conhecimentos humanos acumulados passa. Porque é onde está o "acumulado", normalmente, em boa parte. Dessa forma, cria-se uma falsa tautologia a respeito de onde proviria sua competência. "Ele seria tão brilhante cientista porque instrumentalizou-se com o "método", ou ele passou pelo método porque estava na inevitável trilha à frente?" É só observar, nem precisa ser com muita atenção, as diferenças entre todos os que trilham o mesmo caminho, e poderá quebrar a tautologia. Se fosse possível formar cientistas, o mundo seria imensamente mais eficiente do que é. Poderia até mesmo ter algum tipo de eficácia extra inusitada. O mesmo vale para talentos tecnologistas naturais. Tudo o de que esses precisam é localizar os "ombros" dos anteriores para poderem galgá-los e avançar de onde os outros pararam. O resto é conversa fiada de sonhos pedagogistas, que não matam fome. Daí que se deve investir em competição e não em educação. Os sistemas de Estado que "entendem" e aproveitam isso mostram os resultados. Muitos acham absurdo, isso, aquilo e aquilo outro, mas competição é para isso mesmo -- para haver perdedores. No final, nesse tipo de disputa, creia no que te digo, o ganho para todos, inclusive os perdedores, é sempre maior do que quando se vilipendia a competição. E isto tudo porque... não é culpa de ninguém, mas as pessoas nascem...   ...como são.

A máquina é tudo, até o ambiente.






Olá, a todos.

Lendo rapidamente as respostas, percebi que todas se referem de modo direto ou indireto à cultura humana. Mas, existe algo que está por trás da cultura e que sustenta tanto a cultura como serve de plataforma para o gerenciamento dos saberes.

Estou me referindo à LINGUAGEM.

A partir do momento em que os seres humanos conseguiram fazer com que a síntese em alguns símbolos pudessem "representar" toda a vasta gama dos conhecimentos, eles deram o ponta pé inicial na possibilidade de acumular e gerir esses mesmos conhecimentos.

Seja da forma que for, na de LÍNGUA (Oral ou Escrita) ou como o campo maior da LINGUAGEM NÃO VERBAL (Gestos, Imagens, Sons), esse instrumento ou processo de apreensão e construção do mundo é o que tem permitido a manutenção do conhecimento. Claro que ela não faz isso sozinha, mas é nela onde se articulam os conhecimentos.

Abraços!
Claro que ela faz tudo *sozinha*! Ela *é* isto tudo, ela somos "nós".
« Última modificação: 19 de Maio de 2012, 18:59:25 por Cientista »

Offline Tupac

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Re:Como o conhecimento humano é passado por dezenas de milhares de gerações?
« Resposta #24 Online: 20 de Maio de 2012, 21:53:29 »
Cientista, obrigado pela resposta.

Me referi ao trato que tem com os demais por ser ele o motivo de você estar sempre na corda bamba. Eu aprecio a leitura de suas explanações, mas vejo que muita gente se sente ofendida e isso, com certeza, gera denuncias lá na moderação, fato que pode culminar com seu banimento. Dou risada de muitas frases sarcásticas que você escreve, mas tem gente que leva a internet (mais precisamente, fóruns de debates - como esse) como "a serious business". Por isso, penso que seja mais vantajoso (se não pra você, pelo menos pros demais, que assim como eu, se interessam pelas ideias que você apresenta) focar apenas no assunto, deixando o povo sensível de lado.

Sobre provar que você disse/insinuou/comparou/etc., bem você mesmo afirmou que deixou nas entrelinhas. Não vejo muita diferença entre insinuar e falar explicitamente. Mas eu não disse aquilo para criar animosidade entre ninguém, foi apenas pra frisar que quando você fica mais na parte objetiva do assunto, deixando de lado as capacidades cognitivas dos foristas de lado e também não falando sobre sua decepção com as respostas dos foristas, ou que já esperava de cicrano uma argumentação tão rasa e errada, etc. etc., o resultado é algo muito bacana (pelo menos pra mim).

Sobre o restante da resposta: Obrigado. Mais coisas para que eu pense a respeito.

Té mais.

p.s.: Eu não posso acompanhar o fórum como gostaria, por isso perco muitos comentários esclarecedores que você posta. Dessa forma, apareço e você tem 80 posts, apareço de novo e já está com 340, volto e já chega a 800... Nisso eu perco muita coisa hehehhee...
« Última modificação: 20 de Maio de 2012, 22:00:30 por Tupac »
"O primeiro pecado da humanidade foi a fé; a primeira virtude foi a dúvida."
 - Carl Sagan

"O que é afirmado sem argumentos, pode ser descartado sem argumentos." - Navalha de Hitchens

 

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