Autor Tópico: O "Caçador de reencarnados"...  (Lida 2055 vezes)

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O "Caçador de reencarnados"...
« Online: 29 de Janeiro de 2012, 12:54:52 »
http://www.saindodamatrix.com.br/archives/2011/07/o_cacador_de_re.html


Por Fausto Salvadori

Erlendur Haraldsson adora conversar com crianças. Tanto que o psicólogo islandês de 78 anos já encarou mais de 9 viagens ao Sri Lanka e outras 6 até o Líbano só para ouvir as histórias que os pequenos do outro lado do mundo poderiam lhe contar. Nada de brincadeiras ou travessuras, o que há de comum nos relatos dessas vozes infantis é uma narrativa direta: como elas morreram.

Carbonizadas, vítimas de homicídio, afogadas: boa parte das crianças ouvidas por Haraldsson é capaz de narrar, detalhe a detalhe, histórias de mortes violentas que teriam sofrido em outras encarnações. É o caso de Purnima Ekanayake, garota que o pesquisador conheceu quando tinha 9 anos, na década de 90, em Bakamuna, um vilarejo do Sri Lanka. Aos 3 anos ela começou a contar aos pais sobre uma outra existência que teria vivido antes de nascer. Um dia, ao ver a mãe aborrecida por conta de um acidente de carro, comentou: "Não ligue para isso, mamãe. Eu vim para você depois de um acidente. Tinha um monte de ferro no meu corpo".

A menina começou a contar histórias detalhadas sobre uma vida anterior, na qual teria sido um homem, funcionário de uma fábrica de incenso. Relatou a localização da fábrica, o nome da antiga mãe, deu detalhes sobre o número de irmãos, as marcas de incenso que eram produzidas, os carros da família, a escola... Seguindo as indicações, seus pais chegaram à família de Jinadasa Perera, fabricante de incensos que morrera atropelado por um ônibus dois anos antes de Purnima nascer.

"Este é Wijisiri, meu cunhado", foi o que a menina, sem nunca tê-lo visto antes, disse ao entrar na antiga indústria de incenso, a 230 km da sua casa, segundo testemunhas entrevistadas por Haraldsson. A menina ainda olhou para as embalagens e perguntou: "Vocês mudaram a cor?". A cor das embalagens havia sido alterada logo após a morte de Jinadasa. Ao analisar as informações dadas por Purnima antes desse encontro, Haraldsson concluiu que os relatos se encaixavam no perfil do morto. E foi além. Vasculhando os registros da necropsia de Jinadasa, apurou que o atropelamento havia ferido o fabricante de incenso no lado esquerdo do abdome — mesmo local onde o corpo da menina Purnima exibia manchas brancas de nascença.

Três décadas de reencarnação

Longe de ser exceção, histórias como a de Purnima são uma constante na vida do islandês. O Ph.D. em psicologia e professor emérito da Universidade da Islândia passou as últimas três décadas colecionando histórias de crianças sobre vidas passadas. Foram exatas 94 investigações sobre essas narrativas no Líbano e no Sri Lanka, países onde os relatos são mais numerosos, provavelmente por conta da religião — o budismo, no Sri Lanka, e, no caso do Líbano, o drusismo, uma religião de influência islâmica que acredita na reencarnação.

Haraldsson identificou um padrão nessas narrativas. Na maioria dos casos, elas aparecem entre 2 e 5 anos e são comuns os relatos de morte violenta. Algumas das crianças pedem para conhecer os familiares da suposta outra vida. Outras, vão além. "Vocês não são meus pais de verdade" foi o que Dilukshi Nissanka passou a dizer desde que tinha 3 anos, para a tristeza de sua família, em Veyangoda, no Sri Lanka. A menina insistia em rever sua "outra mãe", dizendo que seu nome verdadeiro era Shiromi e que havia se afogado num rio. Depois que a história foi publicada num jornal local (casos de reencarnação fazem tanto sucesso na imprensa popular do Sri Lanka como as mulheres-fruta nos nossos tablóides), os pais da garota foram contatados por uma família de outra cidade: eles contaram que, anos antes, a família havia perdido uma filha chamada Shiromi, afogada em um rio. Examinando declarações da garota antes do encontro entre as famílias, Haraldsson constatou que Dilukshi acertara várias informações sobre a família de Shiromi, como a região em que viviam, o número de filhos e a paisagem local.

Coincidência?

Histórias assim impressionam, mas será que não podem ser explicadas apenas como coincidência? Foi a pergunta que Galileu fez para Haraldsson quando o caçador de reencarnados esteve no Brasil, em setembro, participando do I Simpósio Internacional Explorando as Fronteiras da Relação Mente-Cérebro. "Pode ser coincidência, sim", diz o pesquisador. Para logo em seguida acrescentar pausadamente, em tom didático de professor universitário: "Mas há alguns casos em que isso é altamente improvável".

Apesar de apontar evidências que considera fortes, Haraldsson evita especular sobre se a reencarnação existe ou não em seus estudos. Prefere apresentar os fatos e deixar as interpretações para quem lê. "Sou um pesquisador empírico", afirma. "Você pode encontrar uma grande correlação entre o que uma criança conta e a vida de alguém que morreu. Isto é um fato. O que significa já é outra questão."

Haraldsson chegou a testar a hipótese de que os relatos poderiam ser explicados por questões como necessidade de chamar atenção ou transtornos mentais. Mas isso, de acordo com o psicanalista, não é o tipo de coisa que Freud explica. O islandês aplicou testes psicológicos em dois grupos de 30 crianças libanesas, um dos quais dizia se lembrar de outras vidas. O estudo não encontrou diferenças significativas, exceto em um ponto: as crianças que relatavam vida anterior tinham sintomas de estresse pós-traumático. Isso pode ser explicado pelo fato de que 80% delas contavam ter passado por mortes violentas. Real ou imaginário, um acidente mortal ou um homicídio são lembranças difíceis para a mente de uma criança.

Método

Mesmo lidando com fenômenos estranhos, o islandês busca seguir a metodologia científica. Seu método dá preferência a fontes que ouviram em primeira mão as declarações espontâneas das crianças, como pais, avós, irmãos e amigos. Para garantir a precisão e flagrar contradições, as testemunhas são entrevistadas mais de uma vez, separadas umas das outras. Entrevistas com a própria criança são feitas depois, para evitar que o pequeno diga o que o entrevistado quer ouvir. Feito isso, o psicólogo assume papel de detetive. Com a ajuda de colaboradores locais, como jornalistas e religiosos, busca identificar pessoas mortas com histórias que se encaixem no que as crianças contaram. Na última fase, procura os registros da necrópsia do morto (se houver) e analisa se há correspondência entre possíveis ferimentos e eventuais marcas de nascença. Aplicar esse método significa chegar a informações consistentes em pouquíssimos casos. Na maioria das vezes, não é possível levantar correlação significativa entre os relatos e o que de fato ocorreu. A maior parte do trabalho de investigação de 30 anos do pesquisador acaba mesmo sendo descartada. "No Sri Lanka, apenas 10% dos casos apresentam evidências fortes; no Líbano, entre 20% e 30%." O aparente rigor e seus quase 100 artigos publicados não impedem, contudo, que o tema de pesquisa de Haraldsson seja visto como marginal. Se duvidar, é só perguntar a ele como a comunidade científica tradicional reage a seus estudos. A resposta é simples e serena: "Não há reação. Eles apenas não lêem".
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Re:O "Caçador de reencarnados"...
« Resposta #1 Online: 29 de Janeiro de 2012, 13:19:45 »
Bastante sugestivo o fato de que tais "lembranças espontâneas" ocorrem quase exclusivamente em países onde a crença em reencarnação está arraigada na cultura da população...
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Re:O "Caçador de reencarnados"...
« Resposta #2 Online: 29 de Janeiro de 2012, 14:47:19 »
       
            Para Angelo Melo:


    Além de haver sim, algunos casos desses no ocidente a proporção de casos desses no extremo oriente, esse fato em si, poderia apenas ser reflexo de uma repressão cultural em países em que há menos de esse tipo de crenças na sociedade mais ampla,repressão cultural a essas crianças do tipo ameaças dos pais ou mesmo de ameaças de ser internados em hospicios feitas pelos pais ,professores ou médicos, antes de que isso chegasse a uma difusão maior na sociedade.

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Re:O "Caçador de reencarnados"...
« Resposta #3 Online: 29 de Janeiro de 2012, 15:04:39 »
       
            Para Angelo Melo:


    Além de haver sim, algunos casos desses no ocidente a proporção de casos desses no extremo oriente, esse fato em si, poderia apenas ser reflexo de uma repressão cultural em países em que há menos de esse tipo de crenças na sociedade mais ampla,repressão cultural a essas crianças do tipo ameaças dos pais ou mesmo de ameaças de ser internados em hospicios feitas pelos pais ,professores ou médicos, antes de que isso chegasse a uma difusão maior na sociedade.

Ou o mais provável, onde se tem disseminada a crença nesse tipo de wishfullthing é mais fácil encontrar esses "casos".
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Re:O "Caçador de reencarnados"...
« Resposta #4 Online: 29 de Janeiro de 2012, 15:06:30 »
lara, a sua é uma bela teoria da conspiração.
--
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Re:O "Caçador de reencarnados"...
« Resposta #5 Online: 29 de Janeiro de 2012, 15:09:35 »
Não disse que não existiam no Ocidente, disse que elas ocorrem quase exclusivamente no Oriente.

Mas mesmo assim, chama a atenção a discrepância na proporção. E não é questão de repressão cultural. Você não ouve relatos de crianças que foram reprimidas/castigadas/mandadas para o psiquiatra por contarem essas histórias e depois disso se calaram, como seria de se esperar se tal fosse o caso. Simplesmente não há essas lembranças.

Ou seja, a conclusão mais óbvia e direta é que trata-se simplesmente de um fenômeno cultural pertinente aquelas regiões.
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Re:O "Caçador de reencarnados"...
« Resposta #6 Online: 29 de Janeiro de 2012, 15:12:01 »
...além do fato do primeiro caso da menina que 'foi' um fabricante de incenso, esse espírito preguiçoso não atravessou 1/10 do planeta para reencarnar ! Ô espírito-de-porco srilankiano esse !
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Offline LaraAS

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Re:O "Caçador de reencarnados"...
« Resposta #7 Online: 29 de Janeiro de 2012, 16:10:17 »

             Para Angelo Melo:

           Bom, se houve relatos assim sim, pelo menos em relação a mediuns. Há muitos mediuns que contam que eram reprimidos e considerados doentes na sua infância e ameaçados de serem internados em um hospicio e que em algunos casos chegaram mesmo a se convencer que isso era delírio deles e não falar disso com ninguém e que foi bem depois que falando com gente espírita ou da Nova Era, tiveram coragem de falar disso de novo e começaram a ter auto-confiança de novo sobre isso ser verdade e não delirio deles.
          E não me parece que sejam tão poucos os casos de lembranças de vidas passadas no ocidente...pois até há terapias de vidas passadas no ocidente atualmente....e em todo caso, hoje em dia cerca de 25% da população do ocidenta acredita em reencarnação.
          E em casos em que a repressão cultural calou mesmo as pessoas, já que elas estão caladas, não dá nem para saber que elas foram reprimidas e que elas tinham esses fenômenos do paranormal de lembranças de vidas passadas...

Offline genjikhan

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Re:O "Caçador de reencarnados"...
« Resposta #8 Online: 29 de Janeiro de 2012, 16:36:24 »
Não disse que não existiam no Ocidente, disse que elas ocorrem quase exclusivamente no Oriente.

Mas mesmo assim, chama a atenção a discrepância na proporção. E não é questão de repressão cultural. Você não ouve relatos de crianças que foram reprimidas/castigadas/mandadas para o psiquiatra por contarem essas histórias e depois disso se calaram, como seria de se esperar se tal fosse o caso. Simplesmente não há essas lembranças.

Ou seja, a conclusão mais óbvia e direta é que trata-se simplesmente de um fenômeno cultural pertinente aquelas regiões.

Um fenômeno cultural,sem uma justificativa racional para explicar a origem dessas lembranças,principalmente porque o atual nivel tecnológico em que estamos não é o suficiente para usar o método cientifico para analisar esses casos . E é possivel que a razão pela qual não se ouve esses relatos no Ocidente pode ser porque esse fenômeno seria restrito à poucas pessoas e tais pessoas crescem num ambiente cultural,aonde são ensinadas de que os mortos iriam para um mundo diferente desse .
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Re:O "Caçador de reencarnados"...
« Resposta #9 Online: 29 de Janeiro de 2012, 17:42:44 »
Citar
principalmente porque o atual nivel tecnológico em que estamos não é o suficiente para usar o método cientifico para analisar esses casos

Tipico exemplo de wishfullthink...

Sujiro esse link a voce:
http://ciencia.hsw.uol.com.br/metodos-cientificos.htm
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Offline genjikhan

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Re:O "Caçador de reencarnados"...
« Resposta #10 Online: 30 de Janeiro de 2012, 20:12:00 »
Citar
principalmente porque o atual nivel tecnológico em que estamos não é o suficiente para usar o método cientifico para analisar esses casos

Tipico exemplo de wishfullthink...

Sujiro esse link a voce:
http://ciencia.hsw.uol.com.br/metodos-cientificos.htm

Não exatamente . O que eu quis dizer com o insuficiente nível tecnológico atual é que ainda não há uma tecnologia que possa "rastrear" a origem de uma determinada memória para determinar se essa memória foi intencionalmente induzida pelos pais dessas crianças ou se teve uma origem diferente . Seria Wishful thinking se eu dissesse que a ciência poderia provar um dia que isso é uma evidência de reencarnação,que é justamente o que não disse . Claro que a teoria de que isso não passa de um fenômeno cultural ainda é válida,mas não passa de uma teoria até o momento que forem coletado evidências pelo método cientifico para sustentar-la .
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Re:O "Caçador de reencarnados"...
« Resposta #11 Online: 31 de Janeiro de 2012, 10:03:08 »
Para mim a chave de entender isso está aqui no método utilizado:

Método

Mesmo lidando com fenômenos estranhos, o islandês busca seguir a metodologia científica. Seu método dá preferência a fontes que ouviram em primeira mão as declarações espontâneas das crianças, como pais, avós, irmãos e amigos. Para garantir a precisão e flagrar contradições, as testemunhas são entrevistadas mais de uma vez, separadas umas das outras. Entrevistas com a própria criança são feitas depois, para evitar que o pequeno diga o que o entrevistado quer ouvir. Feito isso, o psicólogo assume papel de detetive. Com a ajuda de colaboradores locais, como jornalistas e religiosos, busca identificar pessoas mortas com histórias que se encaixem no que as crianças contaram. Na última fase, procura os registros da necrópsia do morto (se houver) e analisa se há correspondência entre possíveis ferimentos e eventuais marcas de nascença. Aplicar esse método significa chegar a informações consistentes em pouquíssimos casos. Na maioria das vezes, não é possível levantar correlação significativa entre os relatos e o que de fato ocorreu. A maior parte do trabalho de investigação de 30 anos do pesquisador acaba mesmo sendo descartada. "No Sri Lanka, apenas 10% dos casos apresentam evidências fortes; no Líbano, entre 20% e 30%." O aparente rigor e seus quase 100 artigos publicados não impedem, contudo, que o tema de pesquisa de Haraldsson seja visto como marginal. Se duvidar, é só perguntar a ele como a comunidade científica tradicional reage a seus estudos. A resposta é simples e serena: "Não há reação. Eles apenas não lêem".


Além da importância da cultura da reencarnação, que é diferente de simplesmente acreditar na reencarnação. Há uma tentativa de encontrar e encaixar os relatos com algo ocorrido, sendo que poucos são encontrados.
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Re:O "Caçador de reencarnados"...
« Resposta #12 Online: 31 de Janeiro de 2012, 11:26:08 »
Citar
principalmente porque o atual nivel tecnológico em que estamos não é o suficiente para usar o método cientifico para analisar esses casos

Tipico exemplo de wishfullthink...

Sujiro esse link a voce:
http://ciencia.hsw.uol.com.br/metodos-cientificos.htm

Não exatamente . O que eu quis dizer com o insuficiente nível tecnológico atual é que ainda não há uma tecnologia que possa "rastrear" a origem de uma determinada memória para determinar se essa memória foi intencionalmente induzida pelos pais dessas crianças ou se teve uma origem diferente . Seria Wishful thinking se eu dissesse que a ciência poderia provar um dia que isso é uma evidência de reencarnação,que é justamente o que não disse . Claro que a teoria de que isso não passa de um fenômeno cultural ainda é válida,mas não passa de uma teoria até o momento que forem coletado evidências pelo método cientifico para sustentar-la .
Ah ok, interpretei mal.  :ok:
"A idade não diminui a decepção que a gente sente quando o sorvete cai da casquinha"  - anonimo

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Re:O "Caçador de reencarnados"...
« Resposta #13 Online: 01 de Fevereiro de 2012, 23:19:22 »
Quais são as formas possíveis de se morrer numa cidade como São Paulo? Assassinado, doente num hospital, atropelado na rua, na queda de uma avião, sozinho em casa, de overdose....? E como as pessoas morrem em Bakamuna? Poderíamos listar novamente os mesmos modos apontados para São Paulo, mas podemos afirmar com certeza que existem um número bastante reduzido modos de se morrer em Bakamuna que concentram elevados números de casos. População pobre, instalações sanitárias inadequadas, área bem irrigada por rios e frequentemente atingida por chuvas torrencias e tempestades. Só aqui já podemos arriscar que afogamento, pneumonia, doenças parasitárias, traumatismos craniano (tombos/quedas) etc são formas bem populares de deixar a vida em Bakamuna.

E o que fazem as pessoas em Bakamuna? De vez em quando vão à pizzaria? Fazer compras num dos 40 shoppings do vilarejo? Nadar na piscina dos clubes, jogar tênis nas dezenas de quadras públicas? Imagino que deve ser uma vida sem muitas opções e novamente com opções que concentram muitas pessoas.

E como se chamam as pessoas que vivem em Bakamuna? Deve ter alguns "Ronaldos", "Michael Jacksons" ou similares por lá, mas imagino que Bakamuna as pessoas usam nomes comuns em Bakamuna e arredores e novamente, muitas pessoas devem ter o mesmo nome.

Portanto, não deve ser difícil pescar um caso de alguém que se chama Wijisiritan se lembrar que foi Bariwretwan que morreu afogado numa enchente enquanto o seu pai padecia de tifo no hospital local etc... É porisso que essas pesquisas funcionam bem para essas regiões mas não pescam muitos casos incríveis em cidades grandes como São Paulo.
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Re:O "Caçador de reencarnados"...
« Resposta #14 Online: 13 de Fevereiro de 2012, 00:45:46 »
Não disse que não existiam no Ocidente, disse que elas ocorrem quase exclusivamente no Oriente.

Mas mesmo assim, chama a atenção a discrepância na proporção. E não é questão de repressão cultural. Você não ouve relatos de crianças que foram reprimidas/castigadas/mandadas para o psiquiatra por contarem essas histórias e depois disso se calaram, como seria de se esperar se tal fosse o caso. Simplesmente não há essas lembranças.

Ou seja, a conclusão mais óbvia e direta é que trata-se simplesmente de um fenômeno cultural pertinente aquelas regiões.

Há várias objeções à hipótese de que se trata simplesmente de um fenômeno cultural.

a) A crença de que os seres humanos podem renascer como animais é comum, não sendo apenas encontrada no Hinduísmo e no Budismo, mas também por toda a África e em algumas tribos indígenas americanas. Considerando este fato, é surpreendente que tão poucas alegações de terem sido uma vez animais sejam feitas. Apenas 5 casos.

b) Embora as características dos casos de modo geral sigam as crenças de sua cultura, nem todos os casos em uma determinada cultura se adaptam às crenças. Para usar de um exemplo, os Drusos acreditam que a reencarnação ocorre imediatamente após a morte, mas o intervalo médio para os casos Drusos é de oito meses—mais curto que o de qualquer cultura, com exceção dos Haida — que é de 4 meses — mas ainda longe de ser o que a crença prediria. Os Drusos evitam o embaraçoso problema acreditando que breves vidas intermediárias não são lembradas, embora os próprios sujeitos Drusos raramente reivindiquem se lembrar de vidas intermediárias ou dêem outra evidência de terem vivido tais vidas. A média de 8 meses leva os casos Drusos para longe da crença, mas os aproxima da média de 15 meses entre as culturas.

c) Outras crenças não são refletidas nos casos. Isto é verdadeiro com relação à crença na possibilidade de reencarnar como animais não humanos — já comentado — e em reencarnar em mais de uma pessoa ao mesmo tempo. É também verdadeiro em relação ao carma, se pensado estritamente num sentido punitivo ou vingativo. A hipótese de reencarnação pode levantar dúvidas à hipótese psicocultural porque, se os casos de memórias de vidas passadas são derivados puramente das crenças, deve-se responder por que tais crenças importantes não são refletidas mais freqüentemente nos casos.

d) Algumas características ocorrem universalmente, aparentemente bem à parte de crenças. Memórias visuais, verbais, comportamentais, e físicas são característica dos casos onde quer que eles sejam achados. Em casos com alegações verbais, os sujeitos em toda parte primeiro mencionam lembranças de uma vida passada numa idade muito precoce (entre as idades de dois e cinco), e em toda parte se diz que tais alegações cessam na maioria dos casos depois de alguns anos (entre as idades de cinco e oito). Em quase toda cultura os sujeitos masculinos superam os femininos, e pessoas prévias morreram de mortes violentas com uma freqüência bem acima da incidência de morte violenta na cultura em questão. Parece que em várias culturas, quanto mais jovem o sujeito, mais provável é que as memórias surjam sem estímulo.

e) A hipótese psicocultural também não explica muito bem a ocorrência de casos com características semelhantes em lugares onde a reencarnação é um conceito estrangeiro, tais como a Europa e os Estados Unidos. Certamente subculturas que acreditam na reencarnação podem ser achadas no Ocidente, mas é provável que as crenças estejam relacionadas a memórias adultas, regressões hipnóticas de idade, ou leituras de vidas passadas de sensitivos—e não a crianças jovens que, além de alegar memórias de vidas passadas, comportam-se de forma incomum e sustentam marcas de nascença estranhas ou outros sinais físicos.

Offline Gigaview

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Re:O "Caçador de reencarnados"...
« Resposta #15 Online: 13 de Fevereiro de 2012, 01:14:18 »
Por favor, cite as fontes.

EDIT
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Seja bem vindo Enfant Terrible. Apresente-se aqui: ../forum/topic=198.0.html
« Última modificação: 13 de Fevereiro de 2012, 01:16:56 por Gigaview »
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Re:O "Caçador de reencarnados"...
« Resposta #16 Online: 13 de Fevereiro de 2012, 01:17:32 »
Referência original: Matlock, James G. “Past Life Memory Case Studies” (1990) In S. Krippner (Ed.), Advances in parapsychological research 6 (pp. 184-267).

Offline genjikhan

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Re:O "Caçador de reencarnados"...
« Resposta #17 Online: 13 de Fevereiro de 2012, 10:52:54 »
[...]

Dentre esses argumentos,um que passou batido seria de que na maioria desses casos,as pessoas não relatam terem tido uma vida como uma pessoa mais rica ou mais importante,que é algo frequentemente relatado pelos falsários que fingem ter esse suposto "poder" de descobrir o que uma pessoa teria sido na "vida passada" . Isso,de tão comum,já virou clichê .


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Re:O "Caçador de reencarnados"...
« Resposta #18 Online: 27 de Fevereiro de 2012, 09:05:11 »
Ou seja, a conclusão mais óbvia e direta é que trata-se simplesmente de um fenômeno cultural pertinente aquelas regiões.

Como poderia ser doutro modo? Qualquer outra explicação implicaria o fim do fisicalismo como explicação para aquilo que vive (e para o inanimado também). A difusão da crença na reencarnação é meramente um antigo meio  de domínio da elite ariana sobre as massas drávidas na índia.
Em vez de se prometer aos pobres bem comportados uma vida de eleição no além, prometia-se-lhes uma reencarnação num extrato social mais elevado na vida seguinte... Para uma minoria manter ou tomar o poder é sempre conveniente inventar uma treta qualquer que embale as massas, se bem que às fantasias ideológicas / religiosas seja necessário e conveniente juntar um eficaz mecanismo repressivo... no fundo é o pau e a cenoura... que apenas mudam conforme as culturas...
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Re:O "Caçador de reencarnados"...
« Resposta #19 Online: 28 de Fevereiro de 2012, 11:29:26 »
Evidentemente que o método não é perfeito, mas não acho correto descartar assim o estudo do sujeito. Seria bom se tivessemos acesso aos estudos de caso dele, sobretudo nos que ele afirma ser altamente improvável a coincidência.
"O crime é contagioso. Se o governo quebra a lei, o povo passa a menosprezar a lei". (Lois D. Brandeis).

 

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