Mas as religiões e crenças primitivas de fato "tabulizavam" o sexo? Tenho a impressão (me corrija se eu estiver errado) de que todos esses tabus só tiveram vez depois de uma institucionalização mais avançada.
O que você quis dizer com uma institucionalização mais avançada?
Estamos tratando aqui dos primórdios das crenças, aquelas que provavelmente serviam para "proteger" as pessoas contra fenômenos naturais. As religiões mais recentes, e isso já seriam muitos milhares de anos, não teriam tempo para instituir uma mudança de comportamento tão profundo através de seleção natural pelo baixo número de gerações envolvido.
Essa faceta das crenças,de "proteger" as pessoas de eventos externos incontroláveis e ruins é só uma mascára . Vejo que uma função mais importante dessas crenças é de
coagir instruir as pessoas à fazerem ou evitarem determinadas ações .
Eu nunca disse que a misoginia e o machismo se originaram na religião . O que eu quis dizer é que as religiões foram uma das formas que as pessoas encontraram para justificar uma coisa dessas .
Ainda me parece também mais um caso de uma religião institucionalizada, não uma crença primitiva como a que eu estou imaginando.
Se tais comportamentos tiverem se originado de uma crença primitiva de uma tribo ou de uma civilização que começou à dar seus primeiros passos,tais comportamentos iriam ser bastante úteis para aumentar a população e em nenhum momento na história,uma civilização conseguiria obter sucesso se o número de habitantes estagnar ou reduzir,embora essa civilização ainda possa "colher" os frutos do passado glorioso de crescimento populacional que teve .
Estou me situando nos tempos antigos,aonde os casais se preocupavam mais com quantidade de filhos,para ajudarem eles nas fazendas do que com a qualidade(isso não se aplica aos filhos primogênitos em certos casos)
Eu não estou me referindo a cuidado parental e natalidade desse jeito que você entendeu. Nós, e diversos outros animais, como os outros grandes primatas, adotamos uma "estratégia" evolutiva de desenvolvimento lento (muitos meses de gravidez e poucos filhos de cada vez) aliado a um grande cuidado parental, como amamentação durante muito tempo, cuidados até uma idade de vários anos. Isso não é um fenômeno recente e nem é um simples comportamento por análise da política, economia ou algo assim, é a forma como nós evoluímos.
Só uma pergunta: É mais fácil ter esse "cuidado parental" quando se tem 3 crianças ou menos para cuidar ou quando se tem muitos filhos para cuidar(como 8 ou mais),levando em conta que você não poderia "terceirizar" essa tarefa para os filhos mais velhos? Esse fenômeno de ter poucos filhos é muito recente na história humana e imagino que manter um "grande cuidado parental" com as proles deve ser dificil quando se tem muito trabalho para fazer e muitos filhos para cuidar .
A mesma razão pela qual o adultério é condenado é a mesma razão pela qual se defenderia o casamento monogâmico,que é a maior facilidade para rastrear a origem genética de uma pessoa e com isso reduzir a probabilidade de ocorrer defeitos genéticos nos descedentes . Essa facilidade se dá atráves das identificações que damos à quem possui um descedente em comum conosco(irmão,primo,tio,primo de 2º grau,etc.) . E só para corrigir,o adultério aumenta a taxa de erros genéticos e não de erros congênitos .
Por que a facilidade em saber os ascendentes de uma pessoa reduz a probabilidade de defeitos genéticos? É só para evitar incestos?
Graças ao trabalho de Gregor Mendel,sabemos porque ter filhos com alguem que possui um parente muito próximo em comum é algo que pode levar à ter filhos com defeitos genéticos e nenhuma pessoa em sã consciência iria deixar de escolher filhos sem doenças genéticas para escolher filhos com defeitos genéticos . Não preciso nem dizer que há muito tempo atrás,as pessoas associavam isso à uma "punição divina" e com isso procuraram maneiras para impedir que as pessoas se reproduzissem com os seus parentes mais próximos .
A desvantagem citada se deve porque uma pessoa que foca-se mais nessa parte do raciocinio pode deixar a parte social um pouco de lado,o que dificulta na aproximação e no relacionamento com o sexo oposto e com isso teria uma maior chance de produzir menos descedentes em comparação com os seus semelhantes extrovertidos . Isso só é válido para as pessoas classificadas como INTJ ou INTP na classificação Myers-briggs,porque são essas pessoas que se focam mais na busca do conhecimento .
Ao que eu saiba, esse teste não possui credibilidade científica inquestionável e nem se propõe a tipificar pessoas de épocas tão remotas que muito da nossas estruturas social e cognitiva eram completamente diferentes das atuais. Ainda assim, em uma sociedade poligâmica e com ampla dominação masculina, o fator social para aproximação com o sexo oposto perde sua importância. Só pra exemplificar, se você assistiu ao filme "Guerra do Fogo", pode ter ideia de como toda a parte de aproximação social que desenvolvemos hoje era desnecessária.
Nenhuma ideia possui credibilidade científica inquestionável,porque se
qualquer ideia for considerada Inquestionável,essa ideia pode ser qualquer coisa,menos cientifica . E pelo que pesquisei,as critícas desse teste existem porque,com exceção da dualidade Extrovertido/Introvertido,a maioria das outras classificações não poderiam originar uma teoria falseável(possivelmente pelo fator subjetivo do teste) e tais criticas partem do pressuposto de que as personalidades das pessoas se manteriam constante,álem de outras coisas . À propósito,esse filme é bom?