Autor Tópico: Por que crescemos tão pouco (trecho)  (Lida 779 vezes)

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Offline EuSouOqueSou

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Por que crescemos tão pouco (trecho)
« Online: 15 de Março de 2012, 17:55:44 »
http://revistaepoca.globo.com/tempo/noticia/2012/03/por-que-crescemos-tao-pouco-trecho.html

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Uma das imagens mais eloquentes para o esforço, na literatura brasileira, foi criada pelo cronista Nélson Rodrigues. Quando se referia a alguém que suava em busca de um objetivo, ele escrevia: “Trabalhou como um remador de Ben-Hur”. O protagonista do filme estrelado por Charlton Heston é um rico negociante judeu que, com a dominação romana na Galileia, torna-se escravo e é obrigado a remar exaustivamente numa galera. Diante da notícia do crescimento de apenas 2,7% na economia brasileira em 2011, divulgada na semana passada, o brasileiro que trabalha duro se sentiu pior que o remador de Ben-Hur. A barca em que nos esfalfamos diariamente, além de pesada, é travada por uma âncora, por isso dificilmente sai do lugar. O índice de expansão do Produto Interno Bruto (PIB) não é apenas um número abstrato que os economistas calculam, os políticos divulgam e os analistas discutem. Dele depende, em última análise, nossa vida. Os aumentos e as promoções que recebemos no trabalho e também as novas oportunidades de emprego. Pensando na barca, e não apenas no remador, ele influencia também a ascensão dos brasileiros mais pobres e a redução de uma infinidade de problemas, da mortalidade infantil à violência urbana.

Para nós, seria bom que a economia avançasse entre dois limites de velocidade importantes. O limite mínimo é 3% ao ano, fundamental para criar o cerca de 1,5 milhão de empregos anuais necessários apenas para absorver os novos profissionais que entram no mercado de trabalho. Também precisamos superar esse limite mínimo para tirar mais e mais brasileiros da miséria e da pobreza – apesar da melhora dos últimos anos, ainda há quase 50 milhões de pessoas nessa situação. Se o país crescer em ritmo inferior a esse limite, como ocorreu em 2011, não estará avançando, e sim arrastando-se, sem conseguir se aproximar do tão sonhado destino de se tornar uma nação desenvolvida.



O limite máximo, conhecido entre os economistas como “PIB potencial”, mostra o ritmo em que o país pode acelerar sem explodir o motor – sem que a inflação dispare. Há dois anos, acreditava-se que ele passava dos 5%. Um número crescente de economistas vem duvidando desse número. Como o Brasil já vem se expandindo, mas investe pouco na capacidade de produção futura – infraestrutura e capacitação da força de trabalho –, o PIB potencial pode girar em torno de 4% ao ano, talvez menos. O país precisa elevar esse limite. Mas a pergunta que todos se fazem é: “Por que é tão difícil crescer, mesmo nessa faixa pouco ambiciosa?”.

A crise global representa, neste momento, uma resposta tão fácil quanto enganadora. A crise realmente atrapalha os planos de todos, de pequenos empresários aos governos mais poderosos do mundo. Todos os países tentam comprar menos e vender mais, e isso torna o mercado pior para todos. Mas a crise não impediu que países em nível de desenvolvimento parecido com o nosso, como Argentina, México ou Turquia, andassem mais rapidamente (leia na tabela abaixo). O Brasil cresceu menos do que precisava em parte por causa da crise, mas principalmente por seus próprios pecados – o governo federal vem protelando uma lista de mudanças que têm de ser feitas para que o país possa continuar avançando. “Já fizemos algumas reformas importantes desde a década de 1990, como a abertura comercial, as privatizações, o Plano Real e a melhor distribuição de renda. Essas reformas dão a possibilidade de o país crescer mais. Mas falta fazer algumas coisas”, diz José Alexandre Scheinkman, brasileiro e professor de economia na Universidade Princeton, nos Estados Unidos. Scheinkman e vários outros economistas ouvidos por ÉPOCA destacaram os principais entraves na corrida pelo crescimento – e sugeriram algumas maneiras de superá-los. Eles se encadeiam como os elos da corrente de ferro que ilustra a capa desta edição – elos que precisam ser removidos para libertar os brasileiros, em sua corrida rumo ao time dos países desenvolvidos. 

Qualquer sistema de pensamento pode ser racional, pois basta que as suas conclusões não contrariem as suas premissas.

Mas isto não significa que este sistema de pensamento tenha correspondência com a realidade objetiva, sendo este o motivo pelo qual o conhecimento científico ser reconhecido como a única forma do homem estudar, explicar e compreender a Natureza.

Offline -Huxley-

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Re:Por que crescemos tão pouco (trecho)
« Resposta #1 Online: 19 de Março de 2012, 23:04:51 »


« Última modificação: 19 de Março de 2012, 23:11:30 por -Huxley- »

Offline Barata Tenno

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Re:Por que crescemos tão pouco (trecho)
« Resposta #2 Online: 19 de Março de 2012, 23:18:48 »
O Brasil é o país que mais cresce no universo desde 2002, qualquer critica a isso é complexo de vira latas.
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Offline HSette

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Re:Por que crescemos tão pouco (trecho)
« Resposta #3 Online: 19 de Março de 2012, 23:23:21 »
O Brasil é o país que mais cresce no universo desde 2002, qualquer critica a isso é complexo de vira latas.

Sem falar que alto crescimento não é panacéia.

Tem que ser bem dimensionado, para se adequar às circunstâncias: infra-estrutura, nível de consumo, e várias outras variáveis.

Não é um indicador que possa ser tomado isoladamente para se tirar conclusões.
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Chaves

Offline Sergiomgbr

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Re:Por que crescemos tão pouco (trecho)
« Resposta #4 Online: 19 de Março de 2012, 23:28:49 »


Sem falar que alto crescimento não é panacéia.

Tem que ser bem dimensionado, para se adequar às circunstâncias: infra-estrutura, nível de consumo, e várias outras variáveis.

Não é um indicador que possa ser tomado isoladamente para se tirar conclusões.
Outra coisa. Alguém aí sabe exatamente qual a  vocação econômica do Brasil e mais amiúde seu ritmo ideal de crescimento?
Até onde eu sei eu não sei.

Offline HSette

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Re:Por que crescemos tão pouco (trecho)
« Resposta #5 Online: 19 de Março de 2012, 23:32:39 »


Sem falar que alto crescimento não é panacéia.

Tem que ser bem dimensionado, para se adequar às circunstâncias: infra-estrutura, nível de consumo, e várias outras variáveis.

Não é um indicador que possa ser tomado isoladamente para se tirar conclusões.
Outra coisa. Alguém aí sabe exatamente qual a  vocação econômica do Brasil e mais amiúde seu ritmo ideal de crescimento?

Pelo que eu acompanho, os especialista na área falam em uma taxa sustentável entre 3,5% - 4,0% como sendo a desejável.
"Eu sei que o Homem Invisível está aqui!"
"Por quê?"
"Porque não estou vendo ele!"

Chaves

Offline Sergiomgbr

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Re:Por que crescemos tão pouco (trecho)
« Resposta #6 Online: 20 de Março de 2012, 02:10:24 »


Sem falar que alto crescimento não é panacéia.

Tem que ser bem dimensionado, para se adequar às circunstâncias: infra-estrutura, nível de consumo, e várias outras variáveis.

Não é um indicador que possa ser tomado isoladamente para se tirar conclusões.
Outra coisa. Alguém aí sabe exatamente qual a  vocação econômica do Brasil e mais amiúde seu ritmo ideal de crescimento?

Pelo que eu acompanho, os especialista na área falam em uma taxa sustentável entre 3,5% - 4,0% como sendo a desejável.
Pois é. Esse tipo de meta parece ser o que interessa a determinado plano de metas de determinado contexto econômico. A questão é saber se isso coaduna com a verdadeira vocação socioeconômica do Brasil, coisa não tão fácil de deslindar.

Será que levam em consideração as tendências para um futuro a longo prazo que envolvem além de aspectos econômicos internos as tendências de crescimento de outros países? Será que se pondera a realidade do sistema educacional com planejamento visando solucionar o impasse do desenvolvimento onde a formação de mão de obra qualificada é mister?

 Quem segura as "rédeas" do Brasil? Um domador bruto e tresloucado barbanacho mercenário oportunista da vida ou um desejável  mago com toque de Midas com um mínimo de sensibilidade?
Até onde eu sei eu não sei.

Offline -Huxley-

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Re:Por que crescemos tão pouco (trecho)
« Resposta #7 Online: 20 de Março de 2012, 12:08:00 »


Sem falar que alto crescimento não é panacéia.

Tem que ser bem dimensionado, para se adequar às circunstâncias: infra-estrutura, nível de consumo, e várias outras variáveis.

Não é um indicador que possa ser tomado isoladamente para se tirar conclusões.
Outra coisa. Alguém aí sabe exatamente qual a  vocação econômica do Brasil e mais amiúde seu ritmo ideal de crescimento?

Pelo que eu acompanho, os especialista na área falam em uma taxa sustentável entre 3,5% - 4,0% como sendo a desejável.

Pode ter certeza que essa taxa a qual eles se referem não é a desejável e sim a taxa de crescimento do PIB que é possível sem que a inflação fique acima do centro da meta estabelecida pelo Conselho Monetário Nacional nos últimos anos. O teto da taxa de crescimento possível também pode ser aumentado dentro de alguns anos, tal como já aconteceu em outros países. O Brasil já deveria ter um "teto" maior há muito tempo.
« Última modificação: 20 de Março de 2012, 12:21:04 por -Huxley- »

 

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