Autor Tópico: Emagreça comendo chocolate. Ou não.  (Lida 522 vezes)

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Offline 4 Ton Mantis

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Emagreça comendo chocolate. Ou não.
« Online: 27 de Março de 2012, 08:06:16 »
http://teoriadetudo.blogfolha.uol.com.br/2012/03/26/emagreca-comendo-chocolate-ou-nao/





Sempre que a Páscoa se aproxima, começam a aparecer estudos de nutrição sobre consumo de chocolate. O primeiro da safra deste ano saiu faltando três semanas para o feriado, com uma conclusão bem radical: “Adultos que consomem chocolate com mais frequência têm índice de massa corporal menor”.

Como muitos desses estudos são patrocinados pela indústria confeiteira, a primeira coisa a fazer é verificar se os autores declaram conflito de interesse. E desta vez passou: o trabalho com a alegação acima está na edição de hoje da “Archives of Internal Medicine”, revista respeitável publicada pela Associação Médica Americana, que exige de todos os seus autores que revelem conflitos financeiros.

O estudo em questão foi liderado por Beatrice Golomb, da Universidade da Califórnia em San Diego, e assinado por mais dois colegas. Todos trabalharam apenas com financiamento público. Lê-se que “os autores declaram não ter conflitos de interesse a revelar, mas professam um anti-conflito por meio de seus hábitos de compra de chocolate”, o que pode ser constatado na foto acima, distribuída pelo departamento de comunicação da UCSD.

Se o único viés dos cientistas é o gosto por trufas e bombons, vale a pena ver o que têm a dizer. A frase de efeito usada por Golomb para divulgar seu trabalho é revelada de maneira honesta logo de cara, com o estudo explicando que a “frequência” de consumo não estava relacionada à “quantidade” de chocolate ingerida pelas pessoas analisadas no estudo. Ainda assim, o trabalho tem algum mérito.

A pesquisa foi basicamente construída sobre entrevistas com voluntários –1.108 pessoas entre 20 e 85 anos– que revelavam quantas vezes comiam chocolate por semana. Para evitar correlações falsas, também foi estimado o consumo médio de calorias e o grau de sedentarismo das pessoas. Ao final, descartados fatores de confusão, o resultado da pesquisa de fato têm boa significância estatística.

Mas o que esses estudos assim, que tentam associar um fator a outro de maneira agnóstica, permitem concluir? Pesquisas sobre nutrição como esta são produzidas em escala industrial, mas quão boas elas são em apontar causalidade, em provar que X ocorre em função de Y?

O que o trabalho de Golomb leva a imaginar é se aspectos sociais e psicológicos não estão por trás do resultado inusitado.

É possível que as pessoas mais magras entrevistadas no estudo estivessem consumindo chocolate com mais frequência por terem menos sensação de culpa? Uma barra de 80 gramas de chocolate tem mais ou menos a mesma quantidade de calorias que um prato cheio de arroz, mas é bem possível que cause mais arrependimento numa pessoa que deseje emagrecer.

Outro fator a se considerar é se o nível de renda não está por trás das conclusões. Chocolate realmente bom é uma iguaria cara e, em países bem abastecidos, a pobreza e o baixo grau de instrução estão relacionados à alimentação mal balanceada.

A explicação oferecida por Golomb para o efeito verificado, porém, é que outros estudos já mostraram correlação entre chocolate e o que ela chama de “bons indicadores metabólicos” –pressão sanguínea, nível de colesterol e sensibilidade à insulina. Como esses fatores também estão relacionados ao índice de massa corporal, ela sugere que um teste clínico mais rigoroso sobre consumo de chocolate seja realizado para tirar a dúvida.

OK. É honesto por parte de Golomb concluir que alegações mais ousadas dependem de estudos mais aprofundados. É possível que a hipótese dela esteja correta, e todos os apreciadores de chocolate do mundo ficariam felizes se isso ocorrer. Mas será que essa felicidade também não é um fator de viés a se considerar?

Na dúvida, comi dois tabletes de chocolate amargo hoje e encerrei a cota. Não acho que um terceiro me faria tão mais feliz.
\"Deus está morto\"-Nietzsche

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Offline gogorongon

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Re:Emagreça comendo chocolate. Ou não.
« Resposta #1 Online: 27 de Março de 2012, 09:58:46 »
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É possível que as pessoas mais magras entrevistadas no estudo estivessem consumindo chocolate com mais frequência por terem menos sensação de culpa? Uma barra de 80 gramas de chocolate tem mais ou menos a mesma quantidade de calorias que um prato cheio de arroz, mas é bem possível que cause mais arrependimento numa pessoa que deseje emagrecer.
Francamente, quanta burrice.

Chocolate é MAIS FÁCIL de eliminar do organismo do que arroz. Muito mais fácil. Isso não tem nada a ver com "arrependimento". O ponto é que uma pessoa que come chocolate invés de arroz pode eliminar o peso do chocolate muito mais rápido do que uma pessoa que come só arroz, e com isso quem come arroz acaba tendo mais tendência a acumular peso.

Arroz foi uma das coisas que eliminei da minha alimentação, e passei a comer Nescau em pó - sim, sem leite nem nada. Outro motivo é que chocolate tem muito mais sabor que massas, então com umas duas colheres de "achocolatado" consigo me satisfazer de forma mais eficiente do que se eu comesse um pacote de bolacha de 200 g. Sou um maldito zumbi viciado em comida, e quando eu comia massas, bolachas e pães acabava ingerindo muito mais do que hoje em dia, em que vivo de chocolate, coca-cola zero, saladas, legumes, carne com pouca gordura e de vez em quando alguma batata-frita.

Por exemplo, quando como em alguma lanchonete ou padaria dou preferência a pastel de frango pelo mesmo motivo: proporcionalmente mais proteína e muito menos massa do que as outras coisas que esses lugares costumam vender.

Sabor não é o problema. Comer comidas com mais sabor não faz automaticamente com que a pessoa coma mais, e é preciso levar a facilidade de eliminação do que é ingerido em conta antes de se começar a levantar suposições. Pelo contrário, alguém que coma comidas com sabor mais diluído, como massas, pode acabar sentindo impulso de comer mais e mais apenas para conseguir SENTIR que está comendo alguma coisa.

E o equilíbrio nisso não se alcança comendo uma variedade enorme de alimentos com todos tendo o sabor igualmente diluído, mas sim tendo-se opções de alimentos com sabor forte para as horas em que sentimos vontade disso, e alimentos com sabor suave para se recalibrar o paladar. Não ponho tempero nenhum em salada, suco de laranja para mim é sem açúcar, e isso faz com que eu consiga me satisfazer muito melhor quando comi alimentos com sabor mais forte. Rant over.

 

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