Uso legítimo do Tu Quoque (não é falácia):
1- A faz a crítica P
2- A também é culpado de P
Logo, devemos descartar A (em seu papel como modelo do princípio que motiva a crítica a P).
Eu vejo um problema aí. Você encerra a questão como um modelo acabado, como se não houvesse a possibilidade de variantes, ainda mais se a proposição é baseada na política.
Partido A critica a corrupção
Partido A é culpado de corrupção
Logo partido A não é digno de credibilidade na crítica.
Primeiro, você já explicitou, não se descarta a crítica a corrupção, portanto ela é fundamentada, mesmo que quem propôs tenha culpa. Segundo podem existir variantes dentro do contexto.
Exemplo de variantes :
Partido A tem dimensão nacional, e milhares de políticos filiados, sendo muito difícil que não haja alguns casos de corrupção dentro dele. A conclusão seria, mesmo A tendo casos de corrupção entre seus membros, que não podemos imputar a culpa exclusivamente para o partido A, sem que conheçamos um processo de amostragem ou de outra ordem que comprove que o partido A é conivente com a corrupção.
Propaganda e comportamento de torcida: Há uma tendência natural que as pessoas puxem a sardinha para seu lado político e usem seus meios a disposição para fazê-lo, exagerando no comportamento do adversário e suavizando os do seu lado. ( todos nós aqui no CC fazemos isso, e não conheço ninguém que seja diferente )
Problema institucional: o País e os partidos, podem ser vítimas de instituições pouco maduras e que contém vícios que permitam que pessoas pouco idôneas ingressem na política e também que uma vez lá, essa pessoas pratiquem a corrupção, imputando uma parte desse problema à cronologia histórica de falhas dessas instituições, como a pouca fiscalização, à morosidade do judiciário, à leis deficientes...
Pra mim sua proposição não é tu quoque, mas também não é totalmente válida como argumento não falacioso se o contexto não for todo analisado. Pra mim tu quoque é quando B valida sua posição atacando diretamente A pela mesma coisa que é criticado, numa espécie de Ad Hominem.
A critica B por corrupção
B diz que A também é corrupto.
Logo B não é culpado.