Autor Tópico: A verdadeira vitória da democracia  (Lida 623 vezes)

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Offline LaraAS

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A verdadeira vitória da democracia
« Online: 19 de Junho de 2012, 01:44:06 »
           
           A verdadeira vitória da democracia liberal ou social-liberal são casos como a transição espanhola, a transição brasileira de 1979-1985, a transição chilena, a transição do comunismo para a democracia liberal ou social-liberal no leste europeu (exceto Romênia) e no caso do leste europeu e países bálticos (mas não o resto da ex-URSS), eles realmente são democracias liberais ou social-liberais, segundo os 3 principais índices de democracia citados na wikipédia. E no caso da Ucrânia, é quase uma democracia liberal ou social-liberal, está entre 5 e 6 na lista da "The economist" sendo que é a partir de 6 que um país que considerado uma democracia.
          Casos como a vitória na segunda guerra mundial são vergonhosos e se fosse só esse tipo de coisa que implantasse a democracia liberal ou social-liberal ela seriam bem frágil e haveria um bando de argumentos contra ela a ser usados pelos que a quisessem substituir. Para começar houve a aliança com a URSS que era quase tão ruim quanto o nazismo e enquanto o nazismo matou a cerca de 70% dos judeus e ciganos da Europa, 90% nas regiões ocupadas, o URSS na segunda guerra mundial, matou a más de 25% dos chechenos e de mais 5 etnias da URSS e também matou a essa proporção de descendentes de alemães na URSS.
          Mas o pior não é isso. Quanto a isso ainda poderia ser argumentado que na verdade foi um aliado temporário que o fez e não as próprias democracias liberais ou social-liberais. O pior foram os bombardeios a desarmados como o de Dresden e as bombas atomicas e houve muitos outros bombardeios comuns, que aí sim foram feitos diretamente pelas democracias.
          Uma vez eu estava conversando um cara num fórum, e ele comentou que para ele não existiam sistemas mais democráticos ou menos democráticos, sistemas no sentido humanísticos mais humanísticos ou menos humanísticos, mas que só existiam vencidos e vencedores e que não há critérios para se dizer qual lado de uma guerra é justo, qual é o lado mais humanístico, só dá para saber quem é o vencedor e quem é o vencido e argumentou com isso sobre a segunda guerra mundial.
           O único argumento que eu encontrei para responder foi sobre as transições democráticas acima citadas. Em que a democracia foi implantada pacificamente, em que ela conseguiu convencer os oponentes. Isso sim é um argumento de superioridade humanística da democracia. Afinal se a democracia é convencer, não tem lógica que seja implantada pela força e com atrocidades. Se fosse só isso, a democracia seria uma farsa, e que poderia a qualquer momento ser derrubada do mesmo modo, e isso com apoio popular.
           Isso também é uma coisa a ser respondida para os a favor do relativismo moral absoluto entre as civilizações e culturas. Os casos em que os vencidos físicos venceram culturalmente ao vencedor físico como no caso dos gregos em relação aos romanos, de dos greco-romanos em relação aos germânicos e eslavos. Também aconteceu isso em relação aos altaicos e chineses, mesmo quando a china ainda estava dominada por cada um deles. (houve o caso do domínio mongol por alguns séculos, depois um intervalo de outros séculos, e por fim o domínico manchu por mais alguns séculos, e em todos esses, mesmo quando ainda eram vencedores fisicamente, os mongois e manchus adotaram a cultura chinesa). Em parte me parece que isso também aconteceu com os turcos em relação aos árabes e persas. E também ,aliais, em relação aos árabes e persas e gregos.
              HÁ SIM, culturas superiores, são as que conseguem vencer culturalmente mesmo sendo vencidas fisicamente, e nesse ponto se pode dizer que também a democracia liberal ou social-liberal é uma cultura superior, pois ela conseguiu justamente isso nos casos das transições espanhola, brasileira, chilena, e nas do leste europeu (exceto Romênia) e países bálticos.
              Nesse ponto, eu embora não goste muito da cultura muçulmana, não tenho medo da imigração muçulmana na Europa, porque eu acredito MESMO na superioridade da civilização ocidental, e quem acredita mesmo nisso, não tem o que temer, se até vencedores físicos adotaram as culturas superiores, quanto mais uns imigrantes relativamente pacíficos, exceto a sua participação em crimes hediondos, mas isso já mas leve do que as conquistas acima citadas.
               Mesmo que aconteça alguma mutreta posterior no caso inclusive de novos golpistas e novos grupos revolucionários dentro do mundo ocidental mesmo, o máximo que pode acontecer é que seja como foi no caso da invasão manchu na China, que foi a segunda invasão de um povo altaico na China e o resultado acabou sendo igual ao primeiro, os vencedores físicos adotando a cultura dos vencidos, mesmo quando ainda dominavam a China.
                Mas há menos chances de acontecer isso hoje em dia, pois agora há menos argumentos anti-democráticos, justamente por todas essas transições. (se bem que na França a primeira democracia que durou décadas também foi implantada com uma transição, a da década de 1880, que foi implantada com negociações, sendo que quando houve anteriormente revoluções violentas, isso só levou primeiro ao caos por dois ou três anos e depois a novas ditaduras, mas antes, se preferia não falar muito desse tipo de coisa, se preferia falar mais da "gloriosa primeira revolução francesa").
                E em todo caso, as ditaduras do século vinte, no caso das que foram implantadas em invasões militares maciças estrangeiras foram feitas em lugares em que as democracias eram muito recentes. No caso da Itália, Alemanha, Áustria-Hungria, na verdade antes da primeira guerra mundial, eram como a república velha brasileira, a primeira república. Eram na verdade farsescas, com parlamentos só consultivos e muitas fraudes. Então no fundo las ditaduras de entre-guerras lá só foram a volta do que eles tinham antes, há pouco tempo antes. E igualmente acontecia isso no leste europeu e Russa (se bem que houve um período com parlamento entre 1905-fevereiro de 1917,mas era só consultivo, e houve democracia entre fevereiro de 1917 e janeiro de 1918, mas foi por pouco tempo), já no leste europeu, houve democracias por unos 10 anos no entre-guerras e depois 3 anos no pós-segunda guerra.
               Mas nos países anglo-saxónicos, escandinavos, do Belenux e Suiça não aconteceu isso (invasões maciças estrangeiras como na segunda guerra mundial, é outra coisa evidentemente) então no fundo, há muito de mito, na suposta crise da democracia na década de 30. Na verdade foram em países em que quase não havia existido democracia que isso aconteceu.
               Verdade que no caso do nazismo e do comunismo, foram ditaduras muito piores do que os últimos 150 anos anteriores a elas nos países onde foram implantadas, mas nos outros lugares, nos outros casos, inclusive na Itália fascista isso não acontecia, as ditaduras da década de 1930 eram só tão ruins como as anteriores à segunda guerra mundial, e não piores.
                Agora realmente casos como a vitória na segunda guerra mundial e o terror jacobino, são argumentos contra a democracia liberal e social-liberal, nos escritos de Primo de Rivera filho, um teórico anti-democracia liberal ou social-liberal da Espanha da década de 1930, há uma parte em que se transcreve um debate no parlamente em que falaram para ele que o seu sistema só poderia ser implantado com a violência e ele disse que tudo só pode ser implantado com violência, inclusive a democracia liberal, e citou o caso do terror jacobino....E esse tipo de argumento certamente ajudou na expansão de idéias anti-democracia liberal. No entanto isso poderia ser atenuado  se se argumentasse que não foi isso que implantou a democracia na França, mas as negociações e consensos da década de 1880. No entanto se preferia falar da revolução francesa de 1789...
                Na verdade, eu percebo que alguns não gostam das transições democráticas, preferem casos de implantações violentas....na verdade esses que são assim não entendem nada de nada, e geralmente são da esquerdona, sobretudo comunistas, que são a principal esquerdona....Eu compreendo que os comunistas não gostem das transições pacificas para as democracias liberais ou social-liberais , afinal nenhum regime comunista foi implantado assim....e ainda foram vencidos por uma transição pacífica, por ex-comunistas que pacificamente adotaram as ideias do vencido físico....
               
               
               

Offline Pagão

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Re:A verdadeira vitória da democracia
« Resposta #1 Online: 19 de Junho de 2012, 10:34:47 »
           
           eu embora não goste muito da cultura muçulmana, não tenho medo da imigração muçulmana na Europa, porque eu acredito MESMO na superioridade da civilização ocidental, e quem acredita mesmo nisso, não tem o que temer,
 

Mesmo aceitando a superioridade da civilização ocidental há sempre que temer a decadência, o colapso transitório, a eclosão de uma idade das trevas,... Antes do renascimento e do ressurgimento dos valores ocidentais..., se estiver presdestinado que estes vençam no fim.
E isto admitindo que o Ocidente se identifica com a democracia liberal e que esta é o fim da História..., o que julgo altamente improvável... Não, o futuro não está, de modo nenhum, pré-determinado. Um Ocidente que não se defende não merece a vitória nem o futuro... e não o terá.

Nenhuma argumentação racional exerce efeitos racionais sobre um indivíduo que não deseje adotar uma atitude racional. - K.Popper

 

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