Autor Tópico: A falsa ideia de que guerrilhas bem-sucedidas só puxam o saco da população.  (Lida 345 vezes)

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Offline LaraAS

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           Há um mito bastante estendido que fala isso, que as guerrilhas bem sucedida antes de alcançar o poder total só puxam o saco da população, e que só depois de ter o poder total, é que fazem abusos.
           Isso não é verdade, Desde o começo as guerrilhas são desumanas, a questão é simplesmente COM QUEM são desumanas é DE QUEM puxam o saco e não é só a questão de que só sejam desumanas com repressores desumanos.
           O que acontece é que normalmente as guerrilhas bem sucedidas, têm apoio de 50% a no máximo 70% da população, e com os outros 30% ou 50% contra as ideias da guerrilha, os guerrilheiros são desumanos desde o começo, em geral mais desumanos para com os contra as ideias da guerrilha do que o governo oficial é para com os a favor da guerrilha (e embora talvez possa parece cínico dizê-lo, esse é justamente UM DOS PRINCIPAIS motivos pelo qual uma guerrilha vence ou tem chance de vencer). Outro motivo é ter o apoio secreto de uma boa proporção dos soldados e policiais rasos e de baixa patente do governo oficial, para que eles sabotem a repressão dando informações, dando armas, ou deixando que a guerrilha pegue armas etc....e igualmente também para que uma certa proporção deles deserte abertamente levando armas e sobretudo treinamento militar para a guerrilha. Sem isso, não há vitória em guerrilhas, exceto na cabeça de românticos ou de propagandistas de má fé.
           Além de com os 50% ou 30% contra as ideias da guerrilha, as guerrilhas também costumam fazer uma enorme repressão contra as pessoas que aparentemente os apoiam mas que fazem (ou são suspeitos de fazerem) crimes considerados como tais pela parte pró-guerrilha da população, ou contra os suspeitos de os terem feito. Às vezes isso atinge pessoas que mesmo pelos critérios dessa população, são inocentes, mas eles não têm a noção de presunção de inocência. Mas contanto que a soma dos sobreviventes de torturas feitas pela guerrilha + seus familiares e os amigos íntimos e familiares até primos de primeiro grau (sentido popular da expressão) entre os inicialmente a favor da guerrilha não seja de mais de 5% da população não há problema, nesse ponto sim, o governo vindo dela pode piorar a repressão depois de ter o poder total, mas antes já era desumano para com os 50% ou 30% contra as ideias da guerrilha + para com até 5% de vitimas e familiares e amigos de vítimas de erros "judiciais" entre os próprios que apoiavam a guerrilha antes.
           Agora, eu sou contra que se tenha dois pesos e duas medidas para com atrocidades feitas por um governo oficial e por uma guerrilha, em primeiro uma guerrilha sempre é um proto-Estado, às vezes um verdadeiro Estado de fato realmente bem elaborado (a rigor inclusive a zona franquista da guerra civil espanhola, por exemplo, era até ser reconhecida pela França, Inglaterra e países do tipo, coisa que só aconteceu nos inícios de 1939,antes disso não passava de um Estado de fato e com menos responsabilidades inclusive do que os Estados de fato do PCE, POUM, FAI etc...por que esses tinham sido armados pelo Estado verdadeiro o republicano, pelos primeiros-ministros mesmos dando a ordem de armar esses grupos extremistas sem cobrar pelas armas e às vezes inclusive com armas de guerra), em segundo lugar uma guerrilha sempre quer "negociar" (na verdade em grande parte impor) e se a guerrilha for forte mesmo, os governos oficiais acabam aceitando "negociar" com elas, então para que os dois negociem de igual para igual é igualmente preciso que os dois tenham as mesmas obrigações, que haja o mesmo peso e a mesma medida para os atos feitos por ambos.
           Me parece que os critérios de declarações e tratados politicamente corretos são totalmente irreais para lidar com essas situações, e a rigor, só favorecem aos mais cínicos, aos piores. No entanto, também não se pode ficar sem critério nenhum
           O meu critério é o da proporção, para ser considerado que os dois lados estão igualados nas coisas erradas, é preciso que a proporção das vítimas desarmadas ou então por emboscada mesmo estando armadas, entre um lado deve ser até  de 4 por 1 e igualmente a proporção entre torturados de um lado e outro, etc....sendo que dar coronhadas também é tortura.
           Na verdade, é melhor contar os assassinatos e torturados pelos verdugos e não pelas vítimas, pois nem sempre as vitimas eram do grupo contrário aos seus verdugos antes, às vezes até ficam depois (mas não sempre). Sobretudo a esquerdona é cainista, mas às vezes isso acontece na direitona também, embora em menor proporção.
           
« Última modificação: 04 de Novembro de 2012, 21:48:15 por LaraAS »

 

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