O darwinismo se acha uma verdade auto-evidente.
O "darwinismo" é um termo esse majoritariamente usado pelos fundamentalistas hoje em dia, uma vez que a especificidade é tão redundante quanto falar em "os newtonianos", ou "os einstenianos" em física.
Os cientistas não-fundamentalistas/em acordo com a biologia e física atuais, no entanto aceitam que sim, as espécies são originadas de modificações originárias nas linhagens a partir de um ancestral comum universal, em vez de surgirem como são por geração espontânea/milagre. E que a seleção natural é suficiente para explicar a adaptação. Isso não é "auto" evidente, mas tem toda uma vasta série de evidências, de coisas que só seriam esperadas disso, e que contrastam gritantemente da idéia dos seres serem "invenções" e/ou originados independentemente, ainda mais por geração espontânea da terra e das águas.
O Biólogo Paul Ewald escreve: “Você tem variação por herança, e você tem as diferenças em sobrevivência e reprodução entre as variâncias.. Esta é a beleza disso. Tem que ser verdade – é como aritmética. E se existir vida em outros planetas, a seleção natural é certa como a aritmética, o que poderia impedir as pessoas de verem a verdade?” Este pensamento justifica então toda e qualquer forma de ataque ad hominem, assassinato de caráter, culpa por associação e demonização como já´fizeram comigo em debates, espero que isso não se repita aqui. Acontece também a outra face do que eu disse anteriormente. Se apenas loucos religiosos se opõe ao darwinismo então serão apenas os inteligentes e corajosos que abraçam o darwinismo e aceitam as suas conseqüências, o que simboliza a libertação da ignorância e do obscurantismo.
Não é muito comum ver essa caracterização das pessoas que negam a evolução e ciências que vão contra uma leitura fundamentalista da bíblia ou outro livro religioso vinda dos cientistas ou defensores da ciência. De modo geral se admite que o fundamentalismo não é "loucura", é um fenômeno cultural e psicológico que pode atingir a pessoas completamente normais, fazendo-as negar aspectos da realidade conforme os interpretam como conflitantes com crenças muito arraigadas e emocionalmente importantes. Some-se a isso textos desonestos de autores criacionistas que passam deliberadamente uma visão distorcida dos fatos, então se terá pessoas que são fundamentalistas nem tanto por verem uma necessidade fundamental na interpretação literal de alguma mitologia de criação, mas por terem sido levados a crer, por mentiras, que essa mitologia de criação é mesmo algo comprovado, real. Ou, no mínimo, que a alternativa científica é falsa, demoníaca, sendo então conduzidos através de uma falsa dicotomia à conclusão de que a crença específica deles é verdadeira.
Muito bem exemplificado pelo primeiro capítulo de “O Gene Egoísta” de Dawkins onde ele coloca Darwin como sendo o salvador da humanidade capaz até mesmo de fornecer respostas a crises existencialistas.Outro pensamento comum é o da vitória passada – Este é mais do que comum. Recentemente usei o argumento da “complexidade irredutível’ de Michael Behe num debate. Ao invés de discuti-lo, encerraram solenemente com a suposição de que “este argumento já foi contestado há muito tempo”. No entanto se formos a fundo e buscarmos a tal contestação, ou a pessoa ficará em dificuldades de referenciá-la ou então o material não teria suficiente argumentação para encerrar nenhum assunto ainda..
Conclusão... desde que o criticismo tem chegado, este criticismo precisa ser desacreditado ou refutado em algum lugar.
O argumento da complexidade irredutível de Behe é o mesmíssimo argumento do projetista de Paley, apenas levando isso ao nível bioquímico em vez de anatomia e fisiologia "macro". Em vez de falar sobre algo como o projeto das presas das cobras para inocularem veneno nas vítimas, ele fala que um super-cara deve ter inventado os mecanismos responsáveis por agentes infecciosos causarem doenças nos seus hospedeiros, apenas sendo um pouco menos honesto que Paley e tentando manter que que esse super-cara não é necessariamente Jeová.
O princípio de adaptação por seleção natural explica melhor as duas "classes" de adaptações, por não requerer deuses inventores (de moral dúbia se formos avaliar por essas criações) como elemento, apenas fenômenos ordinários sabidamente existentes. Adicionalmente, para ambos os casos, há inclusive evidências de estágios intermediários de adaptação, desfazendo a noção de irredutibilidade da adaptação, que ignora a possibilidade de uma história evolutiva onde a "função final" da estrutura não desencadeou toda sua evolução desde o princípio.
Ora vejo que cientistas mesmos põem em questão essas teorias com suas declarações :
A bióloga Lynn Margulis, que se opunha à Teoria do Design Inteligente, criticou a seleção natural – mecanismo darwinista evolucionário padrão – “a afirmação darwinista para explicar toda a evolução é uma meia-verdade popular cuja falta de poder explicativo é compensada somente pela ferocidade religiosa de sua retórica.” Lynn Margulis e Dorion Margulis, Acquiring Genomes: A Theory of the Origins of the Species, Basic Books, 2003, p. 29. Ela ainda destaca que “novas mutações não criam novas espécies; elas criam descendência que é debilitada.” Lynn Margulis, citada em Darry Madden, "U Mass Scientist to Lead Debate on Evolutionary Theory," Brattleboro (Vt.) Reformer, Fev 3, 2006.
O bioquímico Franklin Harold admitiu em uma monografia da Oxford University Press que “não há presentemente nenhuma explicações darwinistas detalhadas da evolução de qualquer sistema bioquímico ou celular, somente uma variedade de especulações fantasiosas.”Franklin M. Harold, The Way of the Cell: Molecules, Organisms and the Order of Life, Oxford University Press, 2001, pg. 205.
Pois é, tem uns caras que são sempre do contra, e você pode se focar só neles se isso te ajudar a crer no que queira crer. Isso é apelo a autoridade combinado a amostra não representativa. Se tiver um mínimo de honestidade e disposição de aceitar a realidade, no entanto, vai ver que para cada excêntrico tem duas dúzias de pessoas que dão de ombros para o que esses caras falam e explicam por que eles estão errados até.
Curioso que o mesmo tipo de argumento de autoridade não é usado contra a religião, "tem um monte de padres, outros pastores, monges budistas, shamans, etc, etc, que dizem serem infundadas as crenças da religião X". Nesse caso a pessao prontamente iria apontar trezentos pastores que defendem a própria religião.
Continuo mais tarde, talvez. Mas gostaria de ver algum indício do Aroldocbn mostrar algum grau de crítica às próprias idéias que está colocando em debate. Mostrar que não está só copiando e colando ou reescrevendo algo que leu e nunca examinou por conta própria.
Algo como, "e esse argumento X aqui, eu procurei nesses sites por informação relacionada, uma possível refutação eu imagino que talvez pudessem ser os fatos Y ou Z, que curiosamente ficaram de fora do argumento X, mas por outro lado não estou bem certo por causa de A e B. Então achei um site que se dedicava especificamente a tentar refutar esse argumento, ele dizia que blablabla, mas eu não achei isso muito convincente porque blablabla."
Do contrário eu acho que é pura perda de tempo. Tem pouca coisa que qualquer um aqui poderia postar, em termos de fatos, que não seja possível de ser encontrada por outra pessoa na internet. E em termos de análise lógica dos problemas, acredito também que os criacionistas sejam sim dotados de capacidade de questionar, de ver problemas nos próprios argumentos, mas geralmente apresentam a primeira coisa que leram e colaram/reescreveram, sem qualquer exame, nem mesmo de coerência com outros argumentos anti-científicos que adotam ao mesmo tempo. Nos daria maior otimismo quanto a não ser uma completa perda de tempo o "debate" se os criacionistas mostrassem algum nível de ceticismo/análise disso que lêem. Mas parecem que geralmente não têm nenhum interesse nisso.