http://www.cruzeirodosul.inf.br/acessarmateria.jsf?id=441651Uma briga possivelmente motivada por intolerância de crença religiosa resultou em graves ferimentos no pai de santo Luiz Gustavo Cândido Peres, conhecido como "Pai Peres de Oxóssi", de 33 anos. Ele levou marretadas na cabeça e está internado no Hospital Regional de Sorocaba. Sofreu traumatismo craniano e lesões no rosto.
Luiz mora na Vila Hortênsia, onde também atende pessoas que o procuram. Ele joga búzios e faz previsões. A tentativa de homicídio ocorreu na rua Pedro José Senger, próximo ao número 648, Vila Haro. Luiz contou à polícia que ele e um amigo estavam em um bar, perto do Terminal Rodoviário, e discutiu com um homem que disse ser evangélico, no início da noite de domingo.
Os dois defenderam suas convicções religiosas e a discussão foi acalorada. Havia mais gente no bar. A briga não prosseguiu. Luiz saiu do bar e foi para casa a pé. Um pouco depois, já na Vila Haro, ele caminhava com o amigo, cujo primeiro nome é Luciano. Foi quando um Uno cinza parou ao lado e desceu o homem com quem havia discutido no bar, por volta das 20h30.
Segundo Luiz, o homem segurava uma marreta e sem nada dizer o atacou na cabeça. Com as marretadas, caiu na rua. O amigo também foi agredido, mas com menor gravidade, e conseguiu afastar o o homem, que retornou para o carro e fugiu.
Bombeiros do Resgate socorreram o pai de santo e o levaram para o Hospital Regional, onde ficou internado e passaria por cirurgia. Luciano não precisou ir para o hospital. De acordo com a descrição de Luiz, o autor das marretadas é pardo, alto e tinha bigode. Ele não foi identificado nem a placa do carro anotada.
A mãe de Luiz, Helena Cândido Peres, disse ontem que conversou com o filho pelo telefone no domingo à noite. Conforme a assessoria de imprensa da Secretaria da Saúde, sofreu lesões no rosto e seu estado não é considerado grave. Passou por tomografia e seria submetido ontem a uma radiografia para análise completa dos ferimentos.
O crime será investigado pelo 2º Distrito Policial. O delegado Marcos Rodrigues de Oliveira disse que vai instaurar inquérito. Apesar do possível motivo da discussão, a tentativa de homicídio não será classificada como intolerância religiosa, segundo o delegado. Ele explica que poderia ser considerada dessa maneira se ocorresse numa igreja ou outro ambiente religioso.
A reportagem esteve ontem de manhã no local de trabalho de Luciano, mas uma colega disse que ele não apareceu. Também não sabia que ele havia sido agredido.