Henrique Mecking, conhecido enxadrista brasileiro, tem a sua história marcada pela fé. Acometido de uma doença grave, diz ter sido curado por um milagre, e desde então se tornou um pregador da palavra de Deus. Busquei um artigo mais detalhado para leitura, grifando alguns pontos importantes/contraditórios que li.
Pelas mãos de Deus
Mequinho, o maior enxadrista que o Brasil já teve, volta aos tabuleiros e desafia o campeão brasileiro para provar a existência divina
“Não vejo tevê. Sei das notícias na igreja”, diz Mequinho, que vive numa casa com um sofá, uma mesa e duas cadeiras e não sabia que Cid Moreira havia saído do Jornal Nacional
No dia 20 de março desse ano, o ex-enxadrista Henrique da Costa Mecking, o Mequinho, 48 anos, acordou cedo e preparou-se para ir à igreja. Fervoroso seguidor do catolicismo, na porção carismática, naquela manhã, enquanto fazia suas orações matinais, Mequinho foi acometido por uma espécie de visão. O campeão de xadrez aposentado viu a um metro de distância, frases no ar que o incentivavam a voltar ao tabuleiro: “Aceite o desafio”, dizia uma delas. “A partir daí decidi voltar a jogar”, diz.
Mequinho não perdeu tempo. Aceitou o convite dos dirigentes do Centro Empresarial de São Paulo. Ele retomará suas estratégias no xadrez na segunda-feira 7 de agosto. Estará em São Paulo para um jogo contra o campeão brasileiro Giovanni Vescovi, 22 anos. “Rezo pela manhã e o resto do dia eu treino”, diz ele.
Mequinho passa o dia rezando entre imagens de Nossa Senhora e uma miniatura luminosa de um crucifixo. Sua casa é mobiliada com caixas, um sofá, uma mesa e duas cadeiras. Nada mais. O enxadrista espalha cobertores no chão para se proteger do frio. A novidade é a presença de um microcomputador, cedido pelo Centro Empresarial. É nele que o campeão mundial treina as jogadas em tabuleiro virtual. “É difícil jogar num tabuleiro em posição vertical”, diz.
Poucos sabem a razão pela qual os brasileiros perderam o campeão por duas décadas. Mequinho ficou doente. Sofre de miastenia, uma doença incurável que ataca os músculos ao ponto de deixá-los sem controle motor. Diante desse quadro, ele se afastou de seu destino profissional que exigia total dedicação. Em 1977, Mequinho passou seus dias numa cama, em seu apartamento no Rio de Janeiro. Cansou de viajar, em vão, para o exterior em busca da cura. Quando retornou ao Brasil, os médicos davam a ele duas semanas de vida. “Foi quando eu conheci a Tia Laura, que tinha o dom da cura”, diz ele, referindo-se à freira Laura, de Lorena, interior de São Paulo, famosa por curar doentes pela fé, nos anos 70.
A partir de 1979, a doença se estabilizou e as grandes crises desapareceram. Três anos mais tarde, ele publicou o livro Como Jesus Salvou a Minha Vida, com os trocados vindos dos campeonatos de xadrez. Sua fé fez com que ele decidisse seguir o sacerdócio. Mergulhou no curso de teologia e filosofia. Pegou o canudo em 1993, época em que passou a peregrinar pelos quatro cantos do País com a Bíblia na mão e o gogó pronto para dar sermões aos fiéis.
A miastenia está controlada. Para isso, Mequinho não come nada fora de sua dieta balanceada. Segue a medicação homeopática, que, segundo ele, controla os sintomas da grave doença
. Para a nova empreitada, diz estar com força total, até porque tem ajuda dos Céus. “Quero jogar tão bem para que percebam que é obra de Deus”, diz ele.
O relato na integra está aqui:
http://www.terra.com.br/istoegente/51/reportagem/rep_pelasmaosdedeus.htm...