Autor Tópico: Caso de estupro expõe drama de meninas sequestradas na Índia  (Lida 1153 vezes)

0 Membros e 1 Visitante estão vendo este tópico.

Offline Fabi

  • Nível Máximo
  • *
  • Mensagens: 6.801
  • Sexo: Feminino
  • que foi?
Caso de estupro expõe drama de meninas sequestradas na Índia
« Online: 09 de Janeiro de 2013, 14:50:08 »
Caso de estupro expõe drama de meninas sequestradas na Índia

A comoção causada pela morte de uma estudante estuprada em um ônibus em Nova Déli está levando a Índia a fazer um exame de consciência sobre a forma como a mulher é tratada no país. E, nesse processo, um dos problemas mais chocantes a vir à tona diz respeito aos casos de sequestro, tráfico e escravidão de meninas no país.

Todos os anos, dezenas de milhares de meninas indianas desaparecem de suas casas.

Elas são sequestradas e vendidas para trabalhar como prostitutas, escravas domésticas e, cada vez mais, para se casar no Norte do país, onde a diferença entre a população masculina e feminina é grande em função de outro grave problema: o aborto de fetos do sexo feminino, que levou de 25 a 50 milhões de mulheres a "sumirem" das estatísticas demográficas indianas, segundo o Fundo das Nações Unidas para a Infância, o Unicef.

Uma das vítimas desse crime, Rukhsana varria o chão quando a polícia chegou na casa em que vivia há cerca de um ano. "Quantos anos você tem? Como chegou aqui?", perguntaram.

"Quatorze", respondeu a menina, magra e de olhos arregalados. "Fui sequestrada."

Uma mulher mais velha tentou convencer os policiais que Rukhsana mentia - e que teria 18 anos e estava na casa com o consentimento de seus pais. Mas, por fim, a menina foi levada de volta para casa, perto da fronteira da Índia com Bangladesh.

Rukhsana conta que foi sequestrada por três homens quando tinha 13 anos, no caminho de casa para a escola: "Eles me mostraram uma faca e disseram que me cortariam em pedaços se eu resistisse."

Depois de uma viagem de três dias em carro, ônibus e trens, o grupo chegou a uma casa no norte do estado indiano de Haryana e Rukhsana foi vendida para uma família com três filhos homens.

Por um ano, a menina não foi autorizada a sair de casa. Ela conta que foi humilhada, espancada e estuprada frequentemente pelo mais velho dos três filhos, que dizia ser seu "marido".

"Ele me dizia: 'Eu te comprei, para que você faça o que eu digo'", lembra Rukhsana. "Pensei que nunca veria minha família de novo. Chorava todos os dias."

Falta de mulheres

Apesar de não haver estatísticas oficiais sobre quantas meninas são vendidas para casamento na Índia, ativistas de defesa dos direitos humanos acreditam que o problema está crescendo, impulsionado pela procura de mulheres nos Estados ricos do norte e pela pobreza em outras partes da Índia.

"Nós não temos meninas suficientes aqui. E eu paguei um bom dinheiro por ela", dizia a mulher que comprou Rukhsana, tentando convencer a polícia a não levá-la de volta para casa.

"No norte da Índia, homens jovens não estão conseguindo encontrar mulheres e estão frustrados", afirma o ativista Rishi Kant, da organização Shakti Vahini, que colabora com a polícia para resgatar vítimas.

Em apenas um distrito no Estado de Bengali Ocidental, a BBC visitou cinco aldeias e todas tinham crianças desaparecidas, a maioria delas do sexo feminino.

De acordo com as últimas estatísticas oficiais, 35.000 meninas desapareceram na Índia em 2011 - sendo mais de 11.000 de Bengali Ocidental. Além disso, a polícia estima que apenas 30% dos casos vieram a ser notificados.

O problema do tráfico escalou na região depois que um ciclone destruiu suas plantações de arroz, há cinco anos.

O agricultor Bimal Singh, por exemplo, foi um dos milhares de habitantes do Estado que ficaram sem renda, por isso ele achou que foi uma boa notícia quando um vizinho ofereceu à sua filha Bisanti, de 16 anos, um emprego em Nova Déli.

"Ela entrou no trem para partir e me disse: 'Pai, não se preocupe comigo, eu vou voltar com dinheiro suficiente para que você possa me casar", conta Bimal. Mas o agricultor nunca mais ouviu falar da filha.

"A polícia não tem feito nada por nós. Uma vez eles bateram na porta do traficante, mas não o prenderam" , diz Singh.

Traficante

Em uma favela de Calcutá, um homem que vende meninas para viver fala sem remorsos sobre esse comércio, sob condição de anonimato.

"A demanda está aumentando, o que tem me permitido ganhar muito dinheiro. Já comprei três casas em Nova Déli", diz.

"Tenho homens que trabalham para mim. Dizemos aos pais das meninas que vamos encontrar empregos para elas em Nova Déli, então a levamos para as agências. O que acontece depois disso não é da minha conta."

O traficante conta que sequestra e vende de 150 a 200 meninas por ano, com idades entre 10 e 17 anos. Com a venda de cada menina, consegue cerca de 55 mil rúpias (R$ 2.049). O apoio de alguns políticos locais e da polícia, segundo ele, são cruciais para a continuidade do negócio.

"A polícia está bem consciente do que fazemos. Subornamos policiais em cada Estado - Calcutá, Nova Deli e Haryana", afirma o traficante.

"Já tive problemas com as autoridades, mas não tenho medo - se for para a cadeia, tenho dinheiro para pagar suborno e garantir minha saída."

O chefe da Unidade de Investigação Criminal encarregada das operações contra o tráfico humano em Bengali Ocidental, Shankar Chakraborty, reconhece o problema da corrupção policial, mas diz que ao menos sua unidade está totalmente empenhada em combater o sequestro de meninas na região.

"Estamos organizando campos de treinamento e campanhas de conscientização. Também recuperamos muitas meninas, de diferentes áreas do país", diz.

Segundo Chakraborty, a própria existência de sua unidade mostra a crescente determinação do governo em atacar o problema. E ativistas confirmam que a polícia está mais consciente do problema.

Hoje, todas as delegacias de Bengali Ocidental têm uma autoridade antitráfico. Mas o número de casos é impressionante e os recursos para investigá-los, escassos.

"Não adianta fazer reformas só na polícia", diz Rishi Kant. "Precisamos de mais políticas sociais e um sistema judiciário que funcione."

Justiça e atitudes

Kant defende a criação de tribunais especiais que possam tomar decisões com rapidez para lidar com os casos de tráfico de meninas e novas regras para evitar que os acusados possam responder em liberdade por este crime após pagar uma fiança.

Ativistas como ele também ressaltam a urgência de uma mudança de atitude.

Duas semanas antes do estupro em Nova Déli, um grupo de influentes anciãos da aldeia Haryana se reuniram para discutir temas como estupros, abortos ilegais e leis de casamento.

Ao falar sobre o aumento "alarmante" nos casos de abusos sexuais na região, um orador disse: "Você já viu como as meninas andam de scooter de forma sugestiva? Não há mais decência na forma como as mulheres se vestem ou agem hoje em dia."

O discurso de outro homem sobre as causas do grande número de abortos de fetos do sexo feminino também mostra a necessidade de uma mudança de atitude.

"A sociedade está cada vez mais educada e o nossas meninas agora estão escapando (do domínio dos pais). Elas trazem vergonha para seus próprios pais - então quem vai querer ter uma menina?" , perguntou.

Na mesma região em que o encontro de anciãos ocorreu vive Rupa, uma mulher de 25 anos que foi traficada de Bihar para Haryana para se casar com um homem local.

A família de seu marido a forçou a ter dois abortos até que ela finalmente ficou grávida de um menino.

A violência que sofreu nos últimos anos é apenas um entre milhares de casos que mostram que na Índia o ciclo de abusos continua.

Fonte: http://noticias.uol.com.br/ultimas-noticias/bbc/2013/01/09/caso-de-estupro-expoe-drama-de-meninas-sequestradas-na-india.htm
Difficulter reciduntur vitia quae nobiscum creverunt.

“Deus me dê a serenidadecapacidade para aceitar as coisas que não posso mudar, a coragem para mudar o que posso, e a sabedoria para saber a diferença” (Desconhecido)

Offline Fabi

  • Nível Máximo
  • *
  • Mensagens: 6.801
  • Sexo: Feminino
  • que foi?
Re:Caso de estupro expõe drama de meninas sequestradas na Índia
« Resposta #1 Online: 09 de Janeiro de 2013, 14:58:54 »
(Tomara que fiquem sem mulheres e morram sem descendentes.)

Os sociedades machistas são engraçadas, não gostam de mulheres, ficam segregando e depois reclamam que falta mulher?  ::)

E eu já disse e repito a responsabilidade do tráfico de mulheres e da prostituição são os homens, se os homens não alimentarem esse tipo de coisa, ela não acontece. Todos que pagam prostitutas financiam esse tipo de crime, porque, mesmo que no mundo da imaginação exista mulheres que fazem isso (totalmente) por opção, os homens dão expectativas de lucro (mercado) pra esses traficantes. E eu duvido seriamente de que um homem saberia diferenciar uma mulher traficada de uma por "opção" (se existir).
Difficulter reciduntur vitia quae nobiscum creverunt.

“Deus me dê a serenidadecapacidade para aceitar as coisas que não posso mudar, a coragem para mudar o que posso, e a sabedoria para saber a diferença” (Desconhecido)

Offline Pasteur

  • Nível Máximo
  • *
  • Mensagens: 6.305
  • Sexo: Masculino
Re:Caso de estupro expõe drama de meninas sequestradas na Índia
« Resposta #2 Online: 09 de Janeiro de 2013, 15:04:53 »
(Tomara que fiquem sem mulheres e morram sem descendentes.)

Os sociedades machistas são engraçadas, não gostam de mulheres, ficam segregando e depois reclamam que falta mulher?  ::)

E eu já disse e repito a responsabilidade do tráfico de mulheres e da prostituição são os homens, se os homens não alimentarem esse tipo de coisa, ela não acontece. Todos que pagam prostitutas financiam esse tipo de crime, porque, mesmo que no mundo da imaginação exista mulheres que fazem isso (totalmente) por opção, os homens dão expectativas de lucro (mercado) pra esses traficantes. E eu duvido seriamente de que um homem saberia diferenciar uma mulher traficada de uma por "opção" (se existir).

Tirou a palavra da minha boca: tomara que fiquem sem nenhuma mulher, aí termina o problema.

Offline Buckaroo Banzai

  • Nível Máximo
  • *
  • Mensagens: 38.735
  • Sexo: Masculino
Re:Caso de estupro expõe drama de meninas sequestradas na Índia
« Resposta #3 Online: 09 de Janeiro de 2013, 16:36:12 »
(Tomara que fiquem sem mulheres e morram sem descendentes.)

Os sociedades machistas são engraçadas, não gostam de mulheres, ficam segregando e depois reclamam que falta mulher?  ::)

E eu já disse e repito a responsabilidade do tráfico de mulheres e da prostituição são os homens, se os homens não alimentarem esse tipo de coisa, ela não acontece. Todos que pagam prostitutas financiam esse tipo de crime, porque, mesmo que no mundo da imaginação exista mulheres que fazem isso (totalmente) por opção, os homens dão expectativas de lucro (mercado) pra esses traficantes. E eu duvido seriamente de que um homem saberia diferenciar uma mulher traficada de uma por "opção" (se existir).

E os escravos não-sexuais se devem à existência do capitalismo; mesmo que haja muitas pessoas que trabalhem "por opção", os empregadores e consumidores criam o nicho para o trabalho escravo.

Offline nikita

  • Nível 13
  • *
  • Mensagens: 275
  • Sexo: Feminino
Guru indiano culpa estudante vítima de estupro coletivo
« Resposta #4 Online: 10 de Janeiro de 2013, 14:50:17 »
 Sei que nao devemos generalizar, mas a declaração do Guru eh mais uma pedrada nos religiosos fundamentalistas. 


Um popular líder espiritual indiano chamou a atenção nesta terça-feira ao afirmar que o violento estupro coletivo de uma estudante de 23 anos poderia ter sido evitado e rogou que os agressores sejam perdoados. O guru Asharam, conhecido por seus seguidores como "Bapu" ou pai, disse a seus devotos que não culpem apenas os agressores pelo crime ocorrido em um ônibus em Nova Delhi, no dia 16 de dezembro.
"Esta tragédia não teria acontecido se ela tivesse evocado o nome de Deus e caído sobre os pés de seus agressores. O erro não foi cometido apenas de um lado", declarou o líder espiritual em vídeo publicado na internet.
As declarações do guru de 71 anos foram alvo de duras condenações públicas. Seu depoimento foi o mais recente após uma série de gafes de figuras públicas na Índia culpando as mulheres pela epidemia de estupro no país.
O porta-voz do partido nacionalista hindu Bharatiya Janata(BJP), Ravi Shankar Prasad, definiu a declaração como "profundamente dolorosa e inoportuna". "Fazer esta declaração relacionada a um crime que chocou a consciência do país não é apenas infeliz, como também profundamente lamentável", comentou Prasad à imprensa.
O jornal Hindu lamentou que um homem religioso se "rebaixasse tanto". O editorial do jornal criticou ainda políticos que integram a maioria do Congresso assim como o BJP por seus comentários sexistas sobre o estupro em Delhi e a necessidade de as mulheres viverem de uma forma tradicional em casa.
"Asharam merece ser condenado com duras repreensões. Esta noção de uma sociedade ideal tem sua raiz em preconceitos que engendraram numa cultura de violência contra as mulheres. O incidente em Delhi é a sua pior e mais recente manifestação", noticiou o jornal indiano.
Cinco homens foram acusados de estupro e assassinato no ataque do dia 16 de dezembro à jovem estudante. Um sexto acusado de apenas 17 anos será julgado numa corte especial para menores de idade.

Fonte: www.terra.com.br

Offline Filosofo Superficial

  • Nível 14
  • *
  • Mensagens: 340
  • Só vemos o que queremos ver
Re:Guru indiano culpa estudante vítima de estupro coletivo
« Resposta #5 Online: 10 de Janeiro de 2013, 15:28:02 »
Manda lá pra ele:

"Se vivemos num mundo com tantas dimensões, como podemos fazer a distinção entre Ilusão e Realidade?"

"Enquanto não se escolhe, tudo permanece possível"

Skorpios

  • Visitante
Re:Guru indiano culpa estudante vítima de estupro coletivo
« Resposta #6 Online: 10 de Janeiro de 2013, 15:48:20 »
Já tem um tópico sobre o assunto.

Offline Diegojaf

  • Moderadores Globais
  • Nível Máximo
  • *
  • Mensagens: 24.204
  • Sexo: Masculino
  • Bu...
Re:Caso de estupro expõe drama de meninas sequestradas na Índia
« Resposta #7 Online: 10 de Janeiro de 2013, 16:24:11 »
Unidos...
"De tanto ver triunfar as nulidades; de tanto ver prosperar a desonra, de tanto ver crescer a injustiça. De tanto ver agigantarem-se os poderes nas mãos dos maus, o homem chega a desanimar-se da virtude, a rir-se da honra e a ter vergonha de ser honesto." - Rui Barbosa

http://umzumbipordia.blogspot.com - Porque a natureza te odeia e a epidemia zumbi é só a cereja no topo do delicioso sundae de horror que é a vida.

Offline Buckaroo Banzai

  • Nível Máximo
  • *
  • Mensagens: 38.735
  • Sexo: Masculino
Re:Caso de estupro expõe drama de meninas sequestradas na Índia
« Resposta #8 Online: 10 de Janeiro de 2013, 16:25:08 »
Eu estava postando que o "outro" tópico era sobre o caso em si e "esse" mais sobre as declarações do guru... mas tanto faz.

As declarações de qualquer forma devem ser perfeitamente compatíveis com as leis do carma.

Offline Pasteur

  • Nível Máximo
  • *
  • Mensagens: 6.305
  • Sexo: Masculino
Re:Caso de estupro expõe drama de meninas sequestradas na Índia
« Resposta #9 Online: 17 de Janeiro de 2013, 18:43:43 »
Citar
Estuprador é condenado à morte após julgamento rápido na Índia

Um homem foi condenado à morte em Nova Délhi após 10 dias de julgamento rápido por estuprar e matar uma menina de três anos, o que é a primeira sentença nesses processos especiais na Índia, informou nesta quarta-feira a imprensa local.

 A sentença contra o vigia Bharat Singh, de 56 anos, foi pronunciada ontem na corte de Dwarka, em Nova Délhi, onde o juiz Virender Bhat justificou a pena capital pelo caráter "diabólico e horripilante" do crime.

Em 10 de abril de 2011, Singh viu a menina sozinha em uma rua do sudoeste da capital indiana e a convenceu a entrar na casa em que trabalhava como vigilante, onde a estuprou, segundo os jornais "Times of Índia" e "Indian Express".

"Não pode haver nada pior que o que este homem fez enquanto estuprava a criança. (...) O condenado fez isso de uma maneira tão brutal que produziu um rompimento dos órgãos internos (da menina)", afirmou o juiz.

 Quando viu que a menor havia morrido, o assassino escondeu o cadáver em uma floresta próxima à casa onde trabalhava e onde o corpo foi achado dois dias depois.

 Este julgamento rápido é um dos seis casos especiais iniciados na capital indiana por causa do estupro - que completa um mês hoje - de uma jovem de 23 anos por seis homens em um ônibus e que depois morreu no hospital de Cingapura para onde havia sido transferida.

 Os acusados do crime, cinco adultos e um menor de idade, estão sendo julgados em processos judiciais separados, que pode se tornar um julgamento rápido, onde os adultos poderiam ser condenados à pena de morte.

 Esse caso gerou uma onda de manifestações sem precedentes na Índia que pediam maior rigidez nas penas contra os crimes sexuais no país, onde uma violação é denunciada a polícia a cada 20 minutos, segundo o Escritório Nacional de Registro de Crimes.

Fonte

Esse julgamento rápido foi muito bom pros FDPs tremerem.

 

Do NOT follow this link or you will be banned from the site!