Autor Tópico: Câmara teve mais projetos de lei para fazer homenagens do que para educação  (Lida 1594 vezes)

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Offline Fabi

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Câmara teve mais projetos de lei para fazer homenagens do que para educação ou saúde

No ano passado, os deputados federais apresentaram mais projetos de lei com propostas de homenagens do que em importantes áreas sociais, como educação ou saúde.

De um total de 1.653 projetos, 106 sugerem a criação de datas comemorativas, mudanças de nome de trechos de rodovia, viadutos e aeroportos ou a concessão do título de "capital nacional" de alguma coisa para municípios. :stunned: Os números do que contemplam as áreas de educação e saúde foram menores: 94 e 95, respectivamente.

O tema que mais recebeu atenção dos parlamentares foi relativo ao setor do trabalho e emprego (137 projetos de lei). Em seguida, aparecem propostas nas áreas de desenvolvimento urbano e trânsito (124), administração pública (123), tributação (118) e direitos humanos (114). Veja tabela completa no final.
 
O levantamento foi feito pelo UOL com base em dados fornecidos pela Câmara dos Deputados. A divisão por temas foi fornecida pela Casa. Os projetos estão em diferentes estágios de tramitação na Casa e a maior parte não virou lei ainda.

Exemplos de proposta

As propostas de homenagem incluem a criação de datas para celebrar, por exemplo, o cicloturismo, o açaizeiro, a inclusão telefônica e os blogueiros e blogueiras. Outras proposições de data pretendem chamar a atenção para problemas de saúde, como a cardiopatia congênita e o câncer bucal.

Algumas são curiosas, como a que defende a instituição do Dia Nacional da Eubiose em 10 de agosto. No seu projeto, o deputado William Dib (PSDB-SP) justifica que esse é o dia de fundação da Sociedade Brasileira de Eubiose, organização religiosa que prega a vida "em perfeita harmonia com as leis universais", segundo o site da entidade.
 
Entre os projetos de lei para reconhecer a primazia de determinado município em algum aspecto, há propostas para conferir à cidade paulista de Orlândia o título de "Capital Nacional do Futsal" e à paranaense Terra Roxa o mérito de ser a "Capital Nacional da Moda Bebê". Nenhum deles virou lei ainda.
 
Educação
 
Na área de educação, foram propostos no ano passado 94 projetos de lei, entre eles um que torna obrigatório o ensino de libras (Língua Brasileira de Sinais) na formação inicial e continuada dos professores da educação básica. Outro propõe o uso do saldo do FGTS para pagar curso de ensino superior. Também tramita na Câmara um projeto que determina que quem se forme em universidade pública preste serviços à sociedade durante um ano.

Saúde

Em relação à saúde, os deputados trouxeram 95 projetos à Câmara. Um deles trata da venda fracionada de medicamentos em clínicas veterinárias e pet shops. Outro estabelece que os locais de realização de prova de vestibular e concurso público tenham postos de atendimento médico.

Um terceiro trata da obrigação de haver o consentimento dos dois cônjuges antes que um se submeta a procedimento de esterilização. Há ainda a proposta de obrigar as unidades de saúde a instalarem câmeras de segurança em unidades de terapia intensiva neonatal, berçários e maternidades.

Projeto que chama a atenção é o que dispõe sobre a criação do "Programa Segunda Sem Carne", que propõe que toda segunda-feira a carne e seus derivados fiquem fora do cardápio dos restaurantes dentro de órgãos públicos, incluindo escolas.

Outras áreas

Também há um projeto de lei que proíbe o uso de cerol em pipa e outro que faz modificações na legislação sobre licitação para incentivar a contratação de pessoas com mais de 50 anos. Há ainda um que determina a internação compulsória para tratamento médico de estupradores contumazes, com opção de castração química, e outro que proíbe o uso de algemas em mulheres antes, durante e depois do parto.
 
No total, a Casa recebeu 1.841 projetos, mas nem todos foram de deputados: 14 vieram de outros órgãos da Casa, como comissões; outros 20, do Executivo; 128, do Senado; 26, do Judiciário; e 4, da Procuradoria Geral da República.

Fonte: http://noticias.uol.com.br/politica/ultimas-noticias/2013/01/13/em-2012-camara-teve-mais-projetos-de-lei-para-fazer-homenagens-do-que-em-educacao-ou-saude.htm

Por que ainda pagamos salários pra eles?   :sleepy: Não deviam receber nem 100 reais por mês. E eu ainda queria saber quem foi o autor da lei da tv a cabo.
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Offline Geotecton

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Re:Câmara teve mais projetos de lei para fazer homenagens do que para educação
« Resposta #1 Online: 13 de Janeiro de 2013, 08:58:58 »
Eu apenas insisto que o Congresso é reflexo da média cultural e comportamental do povo brasileiro.

Simples assim.

Triste assim.
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Offline uiliníli

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Re:Câmara teve mais projetos de lei para fazer homenagens do que para educação
« Resposta #2 Online: 13 de Janeiro de 2013, 11:06:18 »
O congresso não é reflexo da média cultural e comportamental do povo brasileiro porque o brasileiro médio não tem meios de chegar ao congresso. Eu não tenho meio milhão de reais para me candidatar a deputado e nem conheço quem esteja disposto a me dar. Não é o brasileiro médio que é imbecil assim, é o nosso sistema de governo onde é o Executivo quem legisla de verdade e o Legislativo, que quase sempre se limita a obedecer as orientações dos caciques partidários, fica relegado à irrelevância. A Câmara não é local de debate, é balcão de negociação.

Offline Dr. Manhattan

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Re:Câmara teve mais projetos de lei para fazer homenagens do que para educação
« Resposta #3 Online: 13 de Janeiro de 2013, 11:24:58 »
O congresso não é reflexo da média cultural e comportamental do povo brasileiro porque o brasileiro médio não tem meios de chegar ao congresso. Eu não tenho meio milhão de reais para me candidatar a deputado e nem conheço quem esteja disposto a me dar. Não é o brasileiro médio que é imbecil assim, é o nosso sistema de governo onde é o Executivo quem legisla de verdade e o Legislativo, que quase sempre se limita a obedecer as orientações dos caciques partidários, fica relegado à irrelevância. A Câmara não é local de debate, é balcão de negociação.

2. E creio eu que a explicação para isso envolve a fraqueza e grande fragmentação dos partidos, o que leva ao chamado "presidencialismo de coalizão". Como nenhum partido consegue realmente ter a maioria do congresso, o chefe do executivo naturalmente é levado ao negociar o apoio de N partidos nanicos. Com isso, torna-se impossível estabelecer algum tipo de programa partidário consistente (isso até o PT aprendeu). O fato é que a nossa democracia funciona mal, e (acredito) um dos motivos é o excesso de partidos.
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Alan Watts

Offline Muad'Dib

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Re:Câmara teve mais projetos de lei para fazer homenagens do que para educação
« Resposta #4 Online: 13 de Janeiro de 2013, 11:33:20 »
O Congresso Nacional é um zoológico com um monte de filhos da puta interesseiros e sem um pingo de escrúpulos que estão lá somente para beneficio pessoal e atuando unicamente em prol dos que realmente podem contribuir para os seus interesses mesquinhos e chegam onde estão por causa da "média cultural e comportamental do povo brasileiro".

Esses idiotas do congresso só estão lá por causa da nossa população alienada. E a nossa população é alienada por causa desses idiotas. Quanto menos eles investirem em educação mais eles se perpetuam por lá.

Povo ignorante + voto obrigatório =  festa da democracia.

Offline Dr. Manhattan

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Re:Câmara teve mais projetos de lei para fazer homenagens do que para educação
« Resposta #5 Online: 13 de Janeiro de 2013, 11:39:21 »
Eu diria que os parlamentos de todos os países estão cheios de filhos da puta interesseiros e sem escrúpulos. A diferença é que em outros países eles costumam se subordinar ao programa político dos seus partidos. Eles não podem simplesmente vender seu apoio ou mudar arbitrariamente de posição, pois correm o risco de expulsão do partido. Aqui, basta o governo sinalizar alguma vantagem que os f.d.p.s simplesmente se juntam e formam uma nova agremiação.
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Alan Watts

Offline uiliníli

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Re:Câmara teve mais projetos de lei para fazer homenagens do que para educação
« Resposta #6 Online: 13 de Janeiro de 2013, 12:15:35 »
Mas em quem o povo vai votar? Como você escolhe um bom candidato a deputado? Tudo bem que peneirar os maus é relativamente simples, basta uma pesquisa no Google. Mas para você escolher um bom, como você faz? Primeiro que poucos candidatos se arriscam a dizer o que verdadeiramente pensam, pois para evitar desagradar porções do eleitorado todo mundo tem que moderar o discurso, então temas socialmente relevantes como aborto e casamento gay simplesmente não são discutidos. Segundo porque uma vez eleito, o seu candidato tem que se adequar à agenda do partido -- que como o Manhattan chamou a atenção não tem nada de ideológica, é movida a interesses da cúpula em função dos jogos de poder dentro do governo. Terceiro porque não é qualquer um que pode se candidatar a um cargo público, há uma barreira monetária que deve ser superada para você poder divulgar seu nome de forma eficiente para um grande número de pessoas. Finalmente, mesmo que você faça todo esse esforço para escolher um candidato bom, a proporcionalidade das eleições brasileiras faz com que seu voto em um candidato ajude a eleger outros que você não escolheu.

Offline Barata Tenno

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Re:Câmara teve mais projetos de lei para fazer homenagens do que para educação
« Resposta #7 Online: 13 de Janeiro de 2013, 12:26:44 »
Esse tipo de coisa acontece até no executivo. Por exemplo, subitamente votou no Haddad porque odiava o Kassab e esse apoiava o Serra, o Haddad se aproveitava disso e malhava a administracao Kassab. Qual foi a primeira coisa que o Haddad fez depois de ganhar a eleicao? Coligação com o Kassab.
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Offline uiliníli

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Re:Câmara teve mais projetos de lei para fazer homenagens do que para educação
« Resposta #8 Online: 13 de Janeiro de 2013, 12:46:37 »
Tem razão Barata, em grande parte é culpa desse ambiente partidário ultra-fraturado do Brasil.

Será que o parlamentarismo funcionaria melhor por aqui?

Offline Barata Tenno

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Re:Câmara teve mais projetos de lei para fazer homenagens do que para educação
« Resposta #9 Online: 13 de Janeiro de 2013, 13:11:40 »
Tem razão Barata, em grande parte é culpa desse ambiente partidário ultra-fraturado do Brasil.

Será que o parlamentarismo funcionaria melhor por aqui?

Depende de que modelo de parlamentarismo. Na maioria dos casos o partido com maioria na casa escolhe o primeiro ministro, mas necessita de apoio dos nanicos para aprovação de leis do mesmo jeito.
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Offline LaraAS

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Re:Câmara teve mais projetos de lei para fazer homenagens do que para educação
« Resposta #10 Online: 13 de Janeiro de 2013, 13:25:08 »
         Uilinile:  Os partidos social-democratas e socialistas moderados da Europa, Austrália, Canada e Nova Zelândia, foram fundados por pobres e pessoas de classe média baixa que se cotizavam para pagar os gastos, assim meio como um seguro-saúde ou seguro de carro e deu perfeitamente certo. E depois mesmo na questão de procurar financiamento, há pessoas de origem pobre como o Lula, o Vicentino e a Marina Silva que conseguiram. Não é por que nós somos incompetentes para isso que temos o direito de demonizar os que são competentes para isso.
        Inclusive hoje com a Internet, se pode pedir as doações pela Internet, e se nós convencermos menos as pessoas a fazer isso do que outros que conseguem convencê-las é incompetência nossa.

       
« Última modificação: 13 de Janeiro de 2013, 13:35:40 por LaraAS »

Offline LaraAS

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Re:Câmara teve mais projetos de lei para fazer homenagens do que para educação
« Resposta #11 Online: 13 de Janeiro de 2013, 13:33:16 »
          Demonizar os partidos e políticos da democracia-liberal e social-liberal é uma atitude mediocre, vulgar e que pode levar a ditaduras e atrocidades, que aí sim, são tenebrosas.
          O nazismo e o comunismo começaram assim.
          E depois somando todos esses projetos e não só os de educação, nesses citados nos primeiros posts, há muito mais projetos de coisas que não sejam comemoração de datas do que de comemoração de datas.
          Os políticos da democracia liberal foram as primeiras vitimas das atrocidades feitas pelo nazismo e pelo comunismo, (no caso do comunismo de todos os espectros da política, no caso do nazismo os a esquerda dos nazismo (social-democratas e social-liberais)). A maioria foi ou assassinada ou ficaram sobreviventes de torturas. Só que isso não ficou só nos políticos liberais e social-liberais, depois isso atingiu a grevistas, a equivalentes a desempregados (para esconder desemprego e miséria) e a mais de 25% dos chechenos de mais 5 etnias da URSS no caso do comunismo y no caso do nazismo atingiu a 70% dos judeus e ciganos da Europa, 90% dos de países como a Polônia (eu só espero que não apareça nenhum lixo humano negacionista aqui nesse tópico se bem que para o caso do comunismo há perigos disso).
         

Offline uiliníli

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Re:Câmara teve mais projetos de lei para fazer homenagens do que para educação
« Resposta #12 Online: 13 de Janeiro de 2013, 13:42:27 »
Acontece que a hora em que o Lula conquistou a simpatia dos bancos foi justamente quando ele provou para eles que ele era ideologicamente afinado com as ideologias que sempre contaram com a simpatia deles :)  Então a questão não é apenas que os pobres não podem entrar na política, é que uma vez entrando, para se viabilizarem como candidatos competitivos eles precisam se alinhar ideologicamente com o establishment, por isso a democracia representativa tem um viés plutocrático. Mas o exemplo dos partidos social-democratas estrangeiros que você citou me dão um pouco de esperança.

Offline Geotecton

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Re:Câmara teve mais projetos de lei para fazer homenagens do que para educação
« Resposta #13 Online: 13 de Janeiro de 2013, 14:28:07 »
O congresso não é reflexo da média cultural e comportamental do povo brasileiro porque o brasileiro médio não tem meios de chegar ao congresso.

Vários brasileiros "médios" chegaram no Congresso e reproduziram o mesmo comportamento nefasto.


Eu não tenho meio milhão de reais para me candidatar a deputado e nem conheço quem esteja disposto a me dar.

Você ainda não ousou se candidatar...


Não é o brasileiro médio que é imbecil assim, é o nosso sistema de governo onde é o Executivo quem legisla de verdade e o Legislativo, que quase sempre se limita a obedecer as orientações dos caciques partidários, fica relegado à irrelevância.

E quem é que coloca os "cavalheiros" nos respectivos cargos eletivos, senão o povo?


A Câmara não é local de debate, é balcão de negociação.

Posso estar errado, mas acho que sempre foi assim.
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Offline uiliníli

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Re:Câmara teve mais projetos de lei para fazer homenagens do que para educação
« Resposta #14 Online: 13 de Janeiro de 2013, 14:47:50 »
Vários brasileiros "médios" chegaram no Congresso e reproduziram o mesmo comportamento nefasto.

Pode ser, mas o brasileiro médio definitivamente não corresponde à média dos seus representantes. Creio que o comportamento nefasto não pode ser explicado meramente pela qualidade individual dos representantes, mas de questões mais estruturais. Por exemplo, por que o parlamento não está votando agora mesmo o aborto, o casamento gay, a eutanásia e vários outros temas de interesse da sociedade? Não é porque o brasileiro médio dá menos atenção para  esses temas do que para homenagear o dia do horticultor.

Você ainda não ousou se candidatar...

Uma pessoa não simplesmente se candidata a um cargo público e vai servir ao povo. Política é uma carreira, para segui-la eu vou ter que parar tudo o que estou fazendo e me dedicar a isso por uma boa parte da minha vida. Eu vou ter que deixar de ser povo e virar político, vou ter que entrar num partido, fazer as amizades certas, ascender dentro de sua hierarquia e se tiver muita sorte, quem sabe um dia eu não possa me candidatar a um cargo no qual possa fazer diferença?

Eu acho que o caminho para você entrar na política deveria ser mais fácil, mais acessível. Devíamos democratizar a política.

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E quem é que coloca os "cavalheiros" nos respectivos cargos eletivos, senão o povo?

E que opção o povo tem, se os cavalheiros são todos iguais? Político não é povo, político é uma classe social completamente diferente. Com a revolução francesa só conseguimos ser promovidos de terceiro estado para segundo estado -- a classe política tem seus próprios interesses e vota conforme suas próprias conveniências e as de seus parceiros imediatos, os lobistas e financiadores de suas campanhas. A alternativa a votar em nomes conhecidos, que são conhecidos por estarem a muito tempo sugando os cofres públicos ou por terem angariado apoio suficiente dos mesmos lobbies e empresários com segundas intenções de sempre é votar em nomes inteiramente novos, mas as pessoas são conservadoras demais e não trocam o "certo" pelo "duvidoso".

Citar
Posso estar errado, mas acho que sempre foi assim.

Você está certíssimo, sempre foi assim. Por isso devemos pensar em alternativas para que não seja assim para sempre.

Offline Buckaroo Banzai

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Re:Câmara teve mais projetos de lei para fazer homenagens do que para educação
« Resposta #15 Online: 13 de Janeiro de 2013, 17:03:16 »
Eu voto no cara que fizer uma lei bolando boas restrições a projetos de leis de efeito prático menor ou nulo como essas de homenagens, nomes de rua, datas comemorativas.

Offline Geotecton

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Re:Câmara teve mais projetos de lei para fazer homenagens do que para educação
« Resposta #16 Online: 14 de Janeiro de 2013, 00:43:07 »
Vários brasileiros "médios" chegaram no Congresso e reproduziram o mesmo comportamento nefasto.
Pode ser, mas o brasileiro médio definitivamente não corresponde à média dos seus representantes. Creio que o comportamento nefasto não pode ser explicado meramente pela qualidade individual dos representantes, mas de questões mais estruturais. Por exemplo, por que o parlamento não está votando agora mesmo o aborto, o casamento gay, a eutanásia e vários outros temas de interesse da sociedade? Não é porque o brasileiro médio dá menos atenção para  esses temas do que para homenagear o dia do horticultor.

Me parece que o "brasileiro médio" é muito conservador e sabendo disto os políticos profissionais não aprovam projetos que possam colocar em risco as suas "carreiras". Então, embora eu concorde que a superestrutura política esteja montada para a conveniência de alguns poucos privilegiados, eu entendo que o "brasileiro médio" tem sim uma responsabilidade enorme pelo tipo de representante que escolhe.


Você ainda não ousou se candidatar...
Uma pessoa não simplesmente se candidata a um cargo público e vai servir ao povo. Política é uma carreira, para segui-la eu vou ter que parar tudo o que estou fazendo e me dedicar a isso por uma boa parte da minha vida. Eu vou ter que deixar de ser povo e virar político, vou ter que entrar num partido, fazer as amizades certas, ascender dentro de sua hierarquia e se tiver muita sorte, quem sabe um dia eu não possa me candidatar a um cargo no qual possa fazer diferença?

Eu acho que o caminho para você entrar na política deveria ser mais fácil, mais acessível. Devíamos democratizar a política.

Não há dúvida que o processo eleitoral e o sistema político tem de mudar. Mas como fazê-lo, de modo legal, sem eleger pessoas que pensam como nós?


E quem é que coloca os "cavalheiros" nos respectivos cargos eletivos, senão o povo?
E que opção o povo tem, se os cavalheiros são todos iguais? Político não é povo, político é uma classe social completamente diferente. Com a revolução francesa só conseguimos ser promovidos de terceiro estado para segundo estado -- a classe política tem seus próprios interesses e vota conforme suas próprias conveniências e as de seus parceiros imediatos, os lobistas e financiadores de suas campanhas.

A classe política conta com a desinformação e a alienação do povo em geral. Se este não procurar ter uma melhor informação e uma maior participação na própria sociedade, nada mudará.


A alternativa a votar em nomes conhecidos, que são conhecidos por estarem a muito tempo sugando os cofres públicos ou por terem angariado apoio suficiente dos mesmos lobbies e empresários com segundas intenções de sempre é votar em nomes inteiramente novos, mas as pessoas são conservadoras demais e não trocam o "certo" pelo "duvidoso".

Ou seja, a atual situação é fruto do conseradorismo do "brasileiro médio". E duvido que isto mude em menos de duas gerações.


Posso estar errado, mas acho que sempre foi assim.
Você está certíssimo, sempre foi assim. Por isso devemos pensar em alternativas para que não seja assim para sempre.

Eu concordo mas volto a insistir: Como mudar o processo senão de "dentro para fora"?
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Offline Pasteur

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Re:Câmara teve mais projetos de lei para fazer homenagens do que para educação
« Resposta #17 Online: 14 de Janeiro de 2013, 02:55:03 »
          Demonizar os partidos e políticos da democracia-liberal e social-liberal é uma atitude mediocre, vulgar e que pode levar a ditaduras e atrocidades, que aí sim, são tenebrosas.
          O nazismo e o comunismo começaram assim.
          E depois somando todos esses projetos e não só os de educação, nesses citados nos primeiros posts, há muito mais projetos de coisas que não sejam comemoração de datas do que de comemoração de datas.
          Os políticos da democracia liberal foram as primeiras vitimas das atrocidades feitas pelo nazismo e pelo comunismo, (no caso do comunismo de todos os espectros da política, no caso do nazismo os a esquerda dos nazismo (social-democratas e social-liberais)). A maioria foi ou assassinada ou ficaram sobreviventes de torturas. Só que isso não ficou só nos políticos liberais e social-liberais, depois isso atingiu a grevistas, a equivalentes a desempregados (para esconder desemprego e miséria) e a mais de 25% dos chechenos de mais 5 etnias da URSS no caso do comunismo y no caso do nazismo atingiu a 70% dos judeus e ciganos da Europa, 90% dos de países como a Polônia (eu só espero que não apareça nenhum lixo humano negacionista aqui nesse tópico se bem que para o caso do comunismo há perigos disso).
       

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Offline LaraAS

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Re:Câmara teve mais projetos de lei para fazer homenagens do que para educação
« Resposta #18 Online: 14 de Janeiro de 2013, 09:34:01 »
            Na verdade, o povo é muito mais conservador do que os políticos. O povo, 80% da população é a favor da prisão perpetua literal com auto-sustento obrigatório dos presos para caso de crimes graves e quanto à pena de morte, dependendo da pesquisa o apoio a ela para casos dos crimes mais hediondos varia de 45% a 55%, se se fizesse algo estilo um 1958 brasileiro abolindo a atual constituição e fazendo um referendo ou plebiscito sobre o assunto pena de morte, muito provavelmente com a campanha eleitoral, ganhasse a pena de morte, assim como a opção de permitir a venda legal de armas ganhou no referendo e plebiscito mesmo sendo menos de 50% da população a favor no inicio, e inclusive,. 25% da população é até mesmo a favor da tortura. Igualmente 80% da população é contra o aborto no sentido de querer que seja ilegalizado, e uns 55% gostaria que fosse ilegalizado inclusive o aborto no caso de estupro. Isso sem falar nos cerca de 50% da população que é criacionista.
            E também na questão de que eventualmente, os políticos façam mais corrupções do que a média da população(se bem que é bom lembrar que inclusive comprar de camelô e ser camelô, ou qualquer negocio informal, já é corrupção), mas se ainda assim, os políticos de algum modo fizerem mais corrupção do que a média, é bom lembrar que eles tem mais oportunidades de fazer isso, mais facilidade de fazer isso. Se a média das pessoa que hoje faz menos dessas coisas tivesse um cargo político será que não agiriam igual aos políticos? Por que acaso os políticos vem de uma subcultura diferente, foram criados de modo diferente? Está certo que alguns são descendentes de políticos, mas não todos, e não me parece que os não-descendentes de políticos ajam melhor do que os descendentes dos políticos, e além do que os descendentes de políticos, na maioria dos casos, não passam de 3 ou no máximo os máximos 4 gerações de profundidade, e na primeira geração era de uma família criada na mesma cultura que a média.
           
« Última modificação: 14 de Janeiro de 2013, 09:39:02 por LaraAS »

Offline LaraAS

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Re:Câmara teve mais projetos de lei para fazer homenagens do que para educação
« Resposta #19 Online: 14 de Janeiro de 2013, 09:45:39 »
            Na verdade, o povo é muito mais conservador do que os políticos. O povo, 80% da população é a favor da prisão perpetua literal com auto-sustento obrigatório dos presos para caso de crimes graves e quanto à pena de morte, dependendo da pesquisa o apoio a ela para casos dos crimes mais hediondos varia de 45% a 55%, se se fizesse algo estilo um 1958 brasileiro abolindo a atual constituição e fazendo um referendo ou plebiscito sobre o assunto pena de morte, muito provavelmente com a campanha eleitoral, ganhasse a pena de morte, assim como a opção de permitir a venda legal de armas ganhou no referendo e plebiscito mesmo sendo menos de 50% da população a favor no inicio, e inclusive,. 25% da população é até mesmo a favor da tortura. Igualmente 80% da população é contra o aborto no sentido de querer que seja ilegalizado, e uns 55% gostaria que fosse ilegalizado inclusive o aborto no caso de estupro. Isso sem falar nos cerca de 50% da população que é criacionista.
            E também na questão de que eventualmente, os políticos façam mais corrupções do que a média da população(se bem que é bom lembrar que inclusive comprar de camelô e ser camelô, ou qualquer negocio informal, já é corrupção), mas se ainda assim, os políticos de algum modo fizerem mais corrupção do que a média, é bom lembrar que eles tem mais oportunidades de fazer isso, mais facilidade de fazer isso. Se a média das pessoa que hoje faz menos dessas coisas tivesse um cargo político será que não agiriam igual aos políticos? Por que acaso os políticos vem de uma subcultura diferente, foram criados de modo diferente? Está certo que alguns são descendentes de políticos, mas não todos, e não me parece que os não-descendentes de políticos ajam melhor do que os descendentes dos políticos, e além do que os descendentes de políticos, na maioria dos casos, não passam de 3 ou no máximo os máximos 4 gerações de profundidade, e na primeira geração era de uma família criada na mesma cultura que a média.
         

          Ah....quanto ao 1958 francês, não houve nenhuma proibição de candidaturas dos políticos anteriores, nenhuma proibição de partidos, simplesmente fizeram uma nova constituição, abolindo a anterior, fazendo formalmente uma ruptura institucional para isso, mas não houve necessidade de nenhum proibição de candidatura dos políticos anteriores nem de partidos, foi só ir contra a pretensão de leis pentencostais.
         Agora, nas casos em que se proibiu a candidatura dos políticos anteriores, ou se proibiu a candidatura da maioria dos políticos anteriores, ou se exigiu retratações e praticamente auto-calunias da parte dos políticos anteriores que continuaram por um tempo a poder se candidatar, isso sempre levou a ditaduras com censura à imprensa, e por tanto, com mais corrupção, dada a ausência do controle de uma impressa livre e de uma verdadeira oposição. Mas se não se fizer essas coisas, continuaria o domínio dos que alguns chamam de "a casta política" atual.

Offline uiliníli

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Re:Câmara teve mais projetos de lei para fazer homenagens do que para educação
« Resposta #20 Online: 14 de Janeiro de 2013, 14:12:14 »
Me parece que o "brasileiro médio" é muito conservador e sabendo disto os políticos profissionais não aprovam projetos que possam colocar em risco as suas "carreiras". Então, embora eu concorde que a superestrutura política esteja montada para a conveniência de alguns poucos privilegiados, eu entendo que o "brasileiro médio" tem sim uma responsabilidade enorme pelo tipo de representante que escolhe.

Ele tem uma parcela de responsabilidade sim, outra parcela está ligada a essa superestrutura. O problema é que a classe política tem interesse em manter a população alienada e ignorante a fim de se perpetuar no poder, então as duas parcelas do problema se realimentam.

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Não há dúvida que o processo eleitoral e o sistema político tem de mudar. Mas como fazê-lo, de modo legal, sem eleger pessoas que pensam como nós?

Oba, mais um tópico que eu vou poder desvirtuar para falar de demarquia! :P
A minha opinião é que o melhor sistema é o sorteio, os candidatos a cargos públicos se inscreveriam numa loteria e os selecionados receberiam um curso de formação de um ano para aprenderem sobre seus ofícios. Esses cursos de formação poderiam ser privados e oferecidos por grupos de ideologias diversas; para se fazer uma peneira na qualidade dos sorteados, poderia-se sortear 2X pessoas ou mais, submetê-las a uma prova e as X melhores colocadas serem empossadas no parlamento e as demais serviriam como suplentes. O poder executivo poderia ser indicado pelo parlamento ou ser formado por funcionários de carreira profissionais, como acontece no poder judiciário.

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A classe política conta com a desinformação e a alienação do povo em geral. Se este não procurar ter uma melhor informação e uma maior participação na própria sociedade, nada mudará.

Estamos falando de dezenas de milhões de pessoas, não se muda a postura dessa quantidade de gente com esse discurso de que "se cada um fizer a sua parte...", isso exige políticas públicas, sobretudo em educação. O problema é que quem controla as políticas públicas é justamente quem se beneficia da desinformação e alienação...


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Ou seja, a atual situação é fruto do conseradorismo do "brasileiro médio". E duvido que isto mude em menos de duas gerações.

Deveras. Só tenho chamado atenção que não é culpa só do brasileiro médio.

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Eu concordo mas volto a insistir: Como mudar o processo senão de "dentro para fora"?

¡Viva la revolución!
Brincadeirinha... quem sabe eu não crie coragem e crie meu próprio partido :)

 

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