Bem, o grande problema é que o tempo de reação da opinião pública estadunidense tem se mostrado bastante lento. Foi necessário um segundo mandato a Bush para que o povo finalmente caísse em si (se é que caiu).
Bush deu aos americanos o que eles queriam: vingança pelo 11 de setembro. E acredito que os americanos não aceitariam menos do que ele deu.
Afinal, com quantas vidas se muda a opinião deles? E se retrocedermos um pouco antes, mais precisamente na época da ocupação, veremos o quanto a imensa maioria da população foi conivente e incentivadora da guerra.
O risco de ataques como o 11 de setembro é justamente esse. Espero, pelo bem do mundo, que Osama bin Laden e outros celerados do mesmo naipe não inventem de fazer nada mais "substancial" contra os EUA. Se um prédio implodido levou à derrocada de dois governos, que tipo de retaliação se poderia esperar caso, digamos, uma bomba "suja" explodisse numa grande cidade americana?
Tudo bem que eles ainda estavam vivendo um momento de grande perplexidade, com os efeitos do terror em seu próprio quintal, além de serem volúveis a discursos populistas carregados de ideologias baratas, mas custava ouvir o resto do mundo pelo menos um pouco?
Como já dizia Maquiavel, o Príncipe deve almejar ser amado e ser temido. Mas se não dá para ser amado, que seja pelo menos temido. Isso é e sempre foi política internacional, gostemos ou não.
O recado para o resto do mundo, bem, ele foi dado, e teria sido dado por qualquer outro que ocupasse a Casa Branca. É ilusão acreditar que se fosse outro o presidente em lugar de Bush as retaliações americanas teriam sido mais brandas.